Se
disséssemos que o Brasil é a terra da sanfona e dos sanfoneiros não estaríamos exagerando,
tampouco dizendo bobagem.
A
sanfona chegou ao Brasil em 1913, ano em que o italiano naturalizado Giuseppe
Rielli gravou tocando esse instrumento num precário estúdio montado em São Paulo para essa finalidade. A gravação resultou num 78 RPM com a valsa Coração de Fogo, de
autor desconhecido, que foi posto à praça sob a chancela Odeon.
Suas
origens se acham entre as dinastias chinesas Zhou, Chin, Han ou sei lá.
Portas
abertas, os sanfoneiros foram chegando e fazendo bonito.
Antes
de o pernambucano Luiz Gonzaga se transformar no Rei do Baião, o mineiro Antenógenes Silva encantou os
brasileiros com suas valsas, polcas, maxixes, choros e também muitos tangos, além de mazurcas, rancheiras, sambas e chotis; ou xotes.
Quando
Gonzaga começou a formar a sua discografia, a partir de 14 de março de 1941, Antenógenes – seu
professor e afinador de sanfonas – já havia gravado exatas 60 músicas pela Victor,
Arte-Fone e Odeon. As primeiras incluídas no seu primeiro disco foram Gostei de Tua Caída, um
choro; e Norma, uma valsa; ambas dele próprio.
Num
programa que apresentei há muitos anos na extinta Rádio Atual, de São Paulo, Antenógenes Silva contou que
fora o único artistas sul-americano a se apresentar tocando sanfona num palco, na Argentina, para o rei do tango, Carlos Gardel, cantar.
Fica
o registro.
Nascido
no dia 30 de outubro de 1906 e falecido no dia 9 de março de 2001, Antenógenes Honório
da Silva era filho de um serralheiro ferrador de cavalos, Olímpio Jacinto, e de
uma dona de casa, Maria Brasilina de São José, descendente de um barão mineiro falido, sem
grana, de nome Antonio Elói Casimiro de Araújo.
Antenógenes
entrou para a história da música popular brasileira como O Mago da Sanfona.
Curiosidade:
no dia 27 de maio de 1955, ele gravou a valsa Rapaziada do Brás, de
Alberto Marino, um clássico do gênero que a Odeon pôs no mercado em junho do ano seguinte.
A
primeira gravação dessa valsa foi feita pelo próprio autor e seu conjunto, o
Sexteto Bertorino Alma, pouco antes de
1930. Ouça a gravação Columbia, de novembro de 1934, clicando:
O
Memorial da América Latina acolhe a partir de amanhã, e até domingo 8, o II
Salão Nacional do Jornalista Escritor. A inauguração, no Auditório Simón Bolivar, às 12h30, contará com a presença do prefeito Fernando Haddad e do presidente da Câmara Municipal de São Paulo, José Américo Dias.
A curadoria é de Audálio Dantas.
Dedicado Graciliano Ramos, o Salão reunirá alguns dos mais expressivos nomes do jornalismo do País, entre os quais Mino Carta, Caco Barcelos, Quartim de Moraes, Fernando Coelho, Ricardo Viveiros e Moacir Assunção.
Estarei no dia 8, a partir das 16h30 e até duas horas depois, ancorando uma mesa com Viveiros e Assunção.
Vale a pena ir; e é de graça, vá.
Agora clique abaixo para ouvir Audálio falando a respeito do Salão:
A curadoria é de Audálio Dantas.
Dedicado Graciliano Ramos, o Salão reunirá alguns dos mais expressivos nomes do jornalismo do País, entre os quais Mino Carta, Caco Barcelos, Quartim de Moraes, Fernando Coelho, Ricardo Viveiros e Moacir Assunção.
Estarei no dia 8, a partir das 16h30 e até duas horas depois, ancorando uma mesa com Viveiros e Assunção.
Vale a pena ir; e é de graça, vá.
Agora clique abaixo para ouvir Audálio falando a respeito do Salão:
E
também aqui, para ouvi-lo falar sobre outros assuntos além do Salão:
Grande lembrança Assis, só quem tem história pode contar e encanta. Esta passagem do Gonzaga estudando com o Antógenes ainda necessita ser contada não é? Gonzaga é mina de ouro de história.
ResponderExcluirÉ, Assis Ângelo, tudo o que você falou e mais um pouco. Lembremos, pois, do Grande Pedro Raimundo, Imaruí-SC, 29/06/1906 e RJ=09/07/1973.Autor de Escadaria, que é praticamente o "teste", para os novos sanfoneiros. O saudoso Mores Sarmento disse; como era bonito vê-lo puxar seu fole" em programas na antiga Radio Mayrink Veiga-RJ. Julinho, cearense, que executava de forma magistral sua sanfona, que alguns diziam que parecia com uma máquina de escrever, pois os botões tinham semelhança a um tecla de maquina. Parabéns pela matéria.
ResponderExcluirAloisio Alves