Essa
polêmica toda em torno de biografias e biógrafos já serviu para uma coisa muito
importante: tirar a máscara de alguns medalhões da elite musical brasileira,
como Caetano Veloso e outros que integram a tal Associação Procure Saber,
representada pela negociante Paula Levigne.
Ainda
acho que Chico e Gil não estão nessa...
Lembro
quando uma vez eu disse a Luiz Gonzaga, rei do baião, que iria escrever um
livro contando a sua história e queria a sua presença na noite de lançamento; e
ele numa risada espalhafatosa simplesmente respondeu:
-
Oxente, e eu mereço?
Meio
tonto com o que ouvira, respondi com um “claro”.
Depois
de nova risada, de novo ele:
-
Você ainda não conhece o livro O Sanfoneiro do Riacho da Brígida sobre mim, que
o paraibano Sinval Sá escreveu lá em 66? Pois vou lhe mandar.
E
mandou, com uma enorme e deliciosa dedicatória.
Não
demorei e escrevi Eu Vou Contar Pra Vocês (Ícone Editora, SP, 1990), que lancei
no extinto Teatro das Nações na capital paulista, com a presença de vários
grupos folclóricos e artistas de renome, como Inezita Barroso que anos antes dividira
com Gonzaga uma curta e concorrida temporada no Rio de Janeiro.
O pomposo lançamento teve direito até a uma chamada da TV Globo, com o repórter Carlos Magagnini entrando ao vivo no meio da tarde.
O pomposo lançamento teve direito até a uma chamada da TV Globo, com o repórter Carlos Magagnini entrando ao vivo no meio da tarde.
Lembro
também da rainha do baião, Carmélia Alves, pedindo que eu pusesse em livro a
sua história; e de Dominguinhos, que chegou a dar entrevista até no programa de televisão da
Celia e Celma, do Canal Rural, dizendo que eu estava escrevendo a sua biografia; e a rainha do
forró que não esperou por mim e lançou há pouco com pompa e circunstância a
autobiografia Eu Sou Anastácia!, escrita em parceria com sua conterrânea jornalista Lêda Dias;
e Antônio Barros e Cecéu, que andam chateados por eu não ter escrito até agora um livro contando a história dos dois, que são os mais importantes e profícuos
autores de xotes, forrós e arrasta-pés do País...
Ah!
Caetano, vá catar coquinhos.
GONZAGUEANAS
Hoje
faz uma semana que iniciamos a primeira das três apresentações do projeto Rodas
Gonzagueanas no palco do Centro Cultural Correios,
no Rio de Janeiro, reunindo
alguns dos mais importantes e representativos artistas da nossa música popular:
Oswaldinho do Acordeon, Rildo Hora, Zé Calixto, Chico Salles (esses dois
comigo, na foto ao lado), Anastácia e Socorro Lira; o poeta repentista Azulão, o
pesquisador Ricardo Cravo Albin, que dá nome a um instituto e ao dicionário de MPB
mais consultado do País; o produtor musical mais premiado do Brasil, José
Milton, mediados por mim.
Na
foto acima aparecem o zabumbeiro Zé Gomes, o percussionista Zé Leal, Oswaldinho
do Acordeon, Socorro Lira, eu, José Milton e Azulão.
A produção executiva do projeto Rodas Gonzagueanas, que começou com uma apresentação em dezembro de 2005, no Teatro Brincante (leia-se Antônio Nóbrega), é assinada por Andrea Lago; e a captação e edição de imagens, por Darlan Ferreira.
Se os medalhões "intervierem" (êta verbo difícil de se usar)nas biografias e nos biógrafos, com certeza amanhã serão medalhinas sem valor.
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