Baixinho,
troncudo, barbudo de sorriso fácil - simpaticíssimo - gaiato e destemido.
Estas
são as características que me fazem lembrar o mineiro Henrique de Souza Filho,
Henfil.
Henfil,
jornalista, cartunista de traço inconfundível, estaria completando agora 70
anos de idade.
Politicamente,
Henfil era um anarquista, digamos assim, com objetivos concretos. Tanto que foi
um dos mais dedicados personagens de movimentos sociais do País, como as
campanhas pela Anistia e Diretas Já.
Lembrei
disso tudo por uma razão: mexendo no acervo do Instituto Memória Brasil,
encontrei um LP raríssimo: Revista do Henfil (acima no clique de Darlan Ferreira).
O LP do extinto selo Discos Bandeirantes traz doze faixas, quatro das quais assinadas por Oswaldo Mendes e Claudio Petraglia.
O LP do extinto selo Discos Bandeirantes traz doze faixas, quatro das quais assinadas por Oswaldo Mendes e Claudio Petraglia.
A
Revista do Henfil foi uma obra para teatro baseada nas tirinhas do autor,
publicadas em vários jornais e revistas entre os quais Jornal do Brasil, O
Estado de São Paulo e O Cruzeiro.
A
criação da Revista do Henfil foi uma iniciativa da empresária, produtora e
atriz Ruth Escobar, que contratou alguns nomes de destaques da cena brasileira
para se integrar à direção e elenco, como Fauzi Arap (1938-2013).
O
texto é assinado pelo ator, autor e jornalista paulista de Marília Oswaldo
Mendes e o próprio Henfil.
Entre
os atores convidados para participar da Revista do Henfil que estreou no dia 1º
de setembro de 1978, no Galpão/Teatro Ruth Escobar, estavam no elenco nomes
como Paulo Cesar Pereio e Sonia Mamed.
Fauzi
Arap foi o primeiro nome chamado para dar texto final à Revista, mas ele
desistiu no último momento, levando Ruth Escobar a chamar às pressas Oswaldo Mendes (abaixo, no clique de Jailton Garcia/Câmera Brasil Imagens) que deu conta do recado.
Henfil
morou em Natal, RN - onde foram feitos os primeiros esboços da Revista -, nos
Estados Unidos, China, São Paulo e Rio de Janeiro.
Não
dá para esquecer os 36 anos da estreia da Revista do Henfil, que à época
percorreu várias cidades brasileiras.
A
Revista do Henfil foi o embrião que levou à promulgação da Lei da Anistia (Lei
n° 6.683), que diz:
Art. 1º É
concedida anistia a todos quantos, no período compreendido entre 2 de setembro
de 1961 e 15 de agosto de 1979, cometeram crimes políticos ou conexo com estes,
crimes eleitorais, aos que tiveram seus direitos políticos suspensos e aos
servidores da Administração Direta e Indireta, de fundações vinculadas ao poder
público, aos Servidores dos Poderes Legislativo e Judiciário, aos Militares e
aos dirigentes e representantes sindicais, punidos com fundamento em Atos
Institucionais e Complementares …(vetado).
1º -
Consideram-se conexos, para efeito deste artigo, os crimes de qualquer natureza
relacionados com crimes políticos ou praticados por motivação política.
Essa
é uma história incrível.
Quer
saber mais um pouco sobre Henfil? Então
clique:
http://assisangelo.blogspot.com.br/2014/06/viva-hrnfil.htmlOswaldo Mendes em visita ao Instituto Memória Brasil - IMB |
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