Hoje
é véspera do dia D para gregos e troianos. Mas como troianos se a Tóia não
passa ora de um sítio arqueológico esquecido do mundo moderno?
O
Aléxis, primeiro ministro dos tempos de hoje da Grécia está fazendo das tripas
coração para salvar a história marcada por Sócrates, Platão, Aristóteles e do
bebum Epicuro, e também do cego fantástico Diógenes, que passou a vida inteira
andando ans ruas de Atenas com uma lanterna acesa em pleno meio-dia procurando
homem honesto, que nunca achou.
Mas,
verdade seja dita, não era bem o que eu queria dizer agora.
Dia
D, sim, pois amanhã o Aléxis vai tentar convencer os credores europeus para
continuarem a investir na Grécia. Ele está mais forte, pois seus eleitores lhe
deram mais um crédito ao optarem pelo “não” no plebiscito de ontem.
Mas
ainda não é exatamente o que eu quero dizer aqui.
Pagar
conta faz parte da vida, como faz parte da vida morrer.
Todos
nós pagamos conta desde que nascemos. E desde que nascemos perdemos. Os gregos
e todos nós perdemos o tempo todo.
Sim,
é mais ou menos isto o que eu quero dizer: nascemos e morremos. E ao nascermos,
além de começarmos a morrer, começamos também a perder. Ou seja: ao ganharmos
perdemos, pois a morte leva tudo.
A
perda é a única coisa definitiva na vida.
Pois
bem, ontem o meu amigo Osvaldinho da Cuíca telefonou para saber como eu estou.
Bem, eu disse. Conversa vai conversa vem ele falou da tristeza de perder mais
um amigo do mundo do samba. Foi quinta e a perda, o nome, Aldo Menezes.
Aldo
era ritmista, um incrível pandeirista e craque nas cordas do cavaquinho.
Aldo
era do camisa verde. Aldo era um cara brincalhão, presepeiro, cheio de marmota.
Aldo
estava indo para mais um show com amigos numa Van. Na estrada, a certa hora ele
começou a fazer trejeitos, caretas, se retorcer em si. Os amigos riam, mas lá
pra frente...o Aldo estava apresentando os sintomas comuns de um AVC.
E
Aldo partiu.
E
Aldo foi embora deixando tristeza e saudade no coração e na mente dos amigos. E
a imprensa nem, nem.
Perda
por perda, amanhã é o dia D para os gregos.
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