Agosto,
gosto.
No
calendário dos dias, meses e anos, fica-se sabendo que agosto é o mês de
grandes acontecimentos.
No
Brasil, o 5 de agosto marca a fundação da cidade que desde o começo dos anos de
1930, leva o nome de um cidadão chamado João Pessoa.
O
dia 11 lembra o dia que D. Pedro criou a faculdade de direito no Brasil. O 24,
nos lembra a tragédia que foi a morte de Vargas; dia seguinte, outra tragédia
marcou profundamente a vida brasileira: a renúncia de Jânio.
Hoje
26 estávamos, eu e o editor da revista Kalunga, Manuel Dorneles, conversando
exatamente sobre Vargas e Jânio quando, de repente, chega o historiador José Ramos Tinhorão.
Tudo
se passa aqui, no Instituto Memória Brasil.
E
a conversa seguiu por aí.
Crises,
crises, crises.
Ora,
a República começou com a derrubada do Imperador.
Deodoro
foi tirado da cama em pijamas para assumir a República.
Não
demorou muito Floriano assumiu o poder e mandou muita gente ao paredão e depois
também sumiu. O tempo o emparedou. O Hermes chegou, São Paulo em guerra: 24,
32...
João
Pessoa se junta a Getúlio Vargas para, em campanha, assumirem a Presidência.
No
meio do caminho, João Pessoa é morto a tiros em Recife. E aí Getúlio perde e
golpeia o Brasil assumindo à revelia dos votos nas urnas o comando do País.
E
aí, hein? Isso é crise ou não é crise?
E
ainda teve: 32...
Em
1939 (ou 37?), Getúlio dá outro golpe dentro do golpe e cria o Estado Novo.
Bom,
a 2ª Guerra começa em 39 e termina em 45.
Em
1945, além de entrar em guerra, o Brasil entrou em parafuso.
E
aí, em 1954, Getúlio dá um tiro no peito e transforma aquele dia em noite: luto
de ponta a ponta do Brasil, menos São Paulo que não chorou.
São
Paulo não chorou, porque Getúlio fez São Paulo chorar em 32.
E
aí chegou JK, chegou JQ e chegou também Jango.
E
a noite mais escura do Brasil chegou exatamente com a deposição de Jango em
1964.
Essa
noite durou 21 anos.
E
aí, Diretas, Tancredo...
Essa
história de crises dura muito tempo, vem desde o macaco desceu do galho e
achando que tinha duas pernas, pulou, pulou, pulou e cá estamos nós, achando
que a crise está começando agora.
E
essas lembranças históricas vêm e são compartilhadas com Dorneles –nome que a
mãe deu ao Manuel em homenagem a Vargas.
E
presentes nessa conversa no IMB, Tinhorão, Celia, Celma...
A
história está na memória, na boca do povo.
Viva
o Brasil!
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