Após
o inverno, a primavera.
Acordei
com passarinhos trinando à minha janela como se formassem uma orquestra regida
pela força da criação. Á essa orquestra pareceu juntar-se a voz de uma amiga
que há muito não ouvia: Suzete.
A
primavera, como se vê, nos traz sempre emoções e boas lembranças.
Eu
perdi a luz dos meus olhos, mas continuo vendo de outras maneiras.
Viver
pode ser, quando queremos, um belo e salutar exercício de aprendizagem.
Hoje,
pela primeira vez, tive aula de como fazer da bengala uma espécie de bússula. E
como espécie de bússula, atravessei ruas
e avenidas por cerca de um ou dois quilômetros.
Voltarei
ao tema.
Ah!
sim: há sempre quem me pergunte sobre o que ocorreu comigo, ou com os meus
olhos.
Eu
sofri descolamento
Da
minha alma e visão
Levei
surra do destino
Apanhei
que nem um cão
E
como se não bastasse
Perdi-me
na multidão
É
uma história danada
Essa
de perder a visão
Quem
sofre descolamento
Também
sofre depressão
E
pra sair dessa encrenca
Só
com muita luta, meu irmão
E
a luta não é fácil
É
luta de vida e morte
É
luta do Eu contra o Eu
Da
qual vence o mais forte
Mas
para o mais forte vencer
Tem
de estar ao lado da sorte
Tudo
isso tem a ver
Com
o belo verbo Amar:
Eu
amo, tu amas, ele ama...
É
preciso caminhar
E
para chegar lá longe
Não
tem como deixar de lutar!
https://www.youtube.com/watch?v=D1BBJrvZC14
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