O
fado é triste, nostálgico. O tango é trágico. O chorinho, ao contrário do fado
e do tango, é alegre e gracioso. O
chorinho é totalmente brasileiro.
O
samba também é brasileiro. E como se não bastasse, do samba há muitas
derivações.
Estou feliz.
Hoje à tardinha o meu amigo de infância, Juarez Carvalho, autor-designer da capa do livro Eu vou contar pra vocês, me telefonou de Portugal para dizer coisas que só os amigos dizem, que está com saudades... Portugal é fado. Da Argentina tenho mil histórias pra contar. E do chorinho brasileiro, meu Deus...
Lá
pelos anos de 1930, o mineiro Ary Barroso inventou um tal de “samba exaltação”. O
paulista João Pacífico fez o mesmo no campo da cantiga rural.
Poxa,
mas porque estou dizendo essas coisas?
Ouvindo
agora há pouco o noticiário da Tv Plim-Plim, não vi nenhuma fala a respeito da
notícia mais importante do dia, gerada pelo Japão, Estados Unidos, Malásia, Austrália, México,
Chile e meia dúzia de outros países preocupados com o futuro comercial do
planeta. E aqui, nesse ponto, onde anda meu país adorado, o Brasil?
Meu
país, o Brasil, tão exaltado na obra de Ary Barroso, onde anda?
Na
peça musical-documental, O Canto da Minha Terra, de Márika e Otero, o Brasil
mais brasileiro “sem exaltação”, é o país mais verdadeiro que hoje aparece aos
nossos olhos.
Ary
Barroso deixou mais de 300 músicas gravadas por intérpretes do mundo inteiro,
em línguas diversas, mas Márika e Otero optaram por apresentar o Brasil mais
autêntico do Ary; o Brasil menos exaltado, o Brasil mais brasileiro, o Brasil
do coqueiro que dá coco.
Por
que digo ou lembro isso?
O
Japão, os Estados Unidos, a Malásia, e mais alguns outros países, daqui e
dacolá se juntaram para resolver os problemas do futuro, o futuro que já é
hoje.
O
Brasil, através do seu braço internacional, o Itamaraty, parece dar as costas
ao mundo.
“Brasil,
meu Brasil-brasileiro”.
Porque
tudo liga tudo, O Canto da Minha Terra é tudo o que nós brasileiros gostaríamos
de ter certeza que há.
Uma
coisinha só, eu quero dizer: Márika e Otero são uma das marcas mais importantes da arte brasileira, em teatro.
E
Celia e Celma cantando são fado, tango, chorinho e tudo de bom que o mundo tem. Ouçam-na cantando e falando sobre o vizinho delas:
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