No
Brasil há peculiaridades que nos assustam. Há 12 dias, por exemplo, ocorreu em
Bento Rodrigues – distrito de Mariana, MG -, o mais destruidor desastre
ambiental do mundo solidificado pela irresponsabilidade dos administradores da
mineradora Samarco (Vale e BHP). E vejam vocês, esse terrível “acidente” já
está praticamente esquecido. E, claro, isso não pode acontecer.
Mas
é assim mesmo no Brasil. Aqui um escândalo faz o anterior rapidamente ser esquecido.
No caso, a série de ataques terroristas em solo francês ( https://www.facebook.com/assis.angelo.9/videos/903825809698559/?pnref=story) tem contribuído para o
esquecimento da tragédia de Mariana e redondeza. “Redondeza?”, me
cutuca aqui
ao lado a coleguinha Carla Figlia, “até o Espírito Santo, passando pelo mar”,
diz ela. E não é brincadeira isso. É tragédia incomparável. Uma tragédia
calculada em 62 milhões de metros cúbicos de lama tóxica passando sobre
distritos e cidades mineiras e alcançando, 800 quilômetros depois, parte do
território capixaba onde um rio inteiro, o Doce, foi totalmente encoberto pelos
rejeitos da Samarco. Sem falar nas perdas humanas que, cá pra nós, acho que
estão sendo minimizadas.
Enquanto
isso, os ratos que estão sendo identificados pela Lava Jato...
Vocês viram o
que eu ouvi?
Tiros na
esperança
Mar de lama em
Mariana
Mar de sangue
na França
Vocês ouviram
o que eu vi?
Os mortos de
Mariana
Pedindo
Justiça e Paz
E Igualdade
humana
Isso até
parece pouco
E pouco de
fato é
Mas isso é
incentivo
Pra quem caiu
ficar de pé
Cair e depois
ficar de pé
É arte pra
João Teimoso
Que o tempo
todo se equilibra
Entre o real e
o fabuloso
TRAGÉDIAS E TRAGÉDIAS
O mundo é uma tragédia, nós sabemos disso. Dá pra comparar a tragédia em Mariana e a tragédia em Paris?
Pela ótica mais exata, não dá. Tragédias são tragédias, ponto. Pensando nisso, pois outra coisa não faço há tempo, gerei os versos acima, mas não gerei o título. Aceito sugestões.
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