Aristóteles
dizia que política é o esforço da realização da ética na vida social.
O
cientista e compositor musical Paulo Emílio Vanzolini, meu amigo, também achava
isso.
O
doutor Paulo, especialista em hepatologia – ramo da Zoologia - vivia arte e ciência o tempo todo. Incluindo
ai, a política.
No
correr da ditadura militar, o doutor Paulo ajudou a tirar do Brasil muitos
perseguidos políticos. O doutor Paulo odiava o PT. Aliás, ele não autorizou a
produção do filme Lula, o filho do Brasil (Direção Fabio Barreto, 2009) a
incluir na trilha sonora o Samba Volta Por Cima, de sua autoria. Isso ele me
disse numa das vezes em que saímos tantas e tantas vezes para comemorar a
invenção da cachaça e da cerveja.
Aristóteles
dizia que a justiça é a maior das virtudes.
A
cantora Inezita Barroso considerava-se uma pessoa justa. Ser justo consigo
mesmo, Aristotelicamente falando, é muito fácil. Difícil é o contrário. Mas
Inezita costumava dizer o que lhe vinha à telha. Ela era uma pessoa que não
tinha papas na língua. Era maravilhosa, autêntica.
As pessoas maravilhosas estão todas, partindo em viagem sem volta.
Inezita
Barroso, paulistana do berço do samba, bairro da Barra Funda, também detestava
o PT.
Eu
fui uns dos fundadores do PT.
O
mais importante sambista e cuiqueiro de São Paulo, e do Brasil, Osvaldinho da Cuíca,
tem a mesma política que tinha Inezita Barroso.
Osvaldinho
da Cuíca é um mestre da música popular.
A
Paraíba, minha terra, deu muita gente importante em todas as áreas da atividade
humana.
A
Paraíba deu o poeta simbolista Augusto dos Anjos, os cordelistas Leandro Gomes
de Barros e Silvino Pirauá, Ariano Suassuna, João Pessoa, Zé Américo de
Almeida, autor do romance regionalista nordestino A Bagaceira, 1922; Zé
Limeira, Zé Ramalho, Deus...
A
Paraíba também deu o cantador violonista Vital Farias, da terra de Ariano
(Taperoá).
Vital
Farias é uma das nossas reservas musicais, intelectuais e humanistas.
Vital
detesta o PT.
Um
dia, um amigo me perguntou se eu sabia que Hitler começou sua carreira no
Partido dos Trabalhadores Alemão. Década de 20. Eu disse que sabia. E eu disse
que sabia, também, de um monte de histórias. Da Carochinha, inclusive.
E
esse mesmo amigo, um provocador de mesa de bar chamado Rodrigo, também me
perguntou sobre o que eu achava ou acho do que está rolando neste Brasil
brasileiro de pobres e ricos, muita desigualdade. Somos campeões nesse item.
Aristóteles
dizia que o equilíbrio é fundamental para o bem de uma sociedade.
Pensar
é fundamental, mas é complicado.
O
HOMEM DA COBRA
A
fala de Lula tornada pública pelo juiz Sérgio Moro é de arrepiar. É de arrepiar pela vulgaridade expressa. É chula,
agressiva, irônica, prepotente. O
palavreado exibido pelo ex presidente da República chega a ser vergonhoso por
sua baixeza e agressividade contra mulheres e pobres e até contra o poder
Judiciário, o que acarretou imediata resposta do decano do STF, Celso de Melo. Fiquei triste. Antes deste quiprocuo, o antecessor da Dilma disse
em tom de desafio aos seus adversários que se quisessem matá-lo teriam que lhe
atingir a cabeça e não o rabo com se faz com uma cascavel. Ele disse isso e logo me lembrei da minha avó
Alcina. Ela falava de um tal “homem da
cobra”, que é simplesmente o camelô das ruas anuciando seus produtos milagrosos
ao público ignorante. Em resumo: é o homem de boa fala, que fala muito e
enrola todo mundo.
INEZITA
BARROSO
No
último dia 8, dia internacional da mulher, completou-se um ano do encantamento
da minha querida Inezita Barroso. Eu
tive a alegria de vê-la feliz lendo o livro que escrevi a seu respeito.
(Cortêz Editora - 2011). Um dia após o seu
desaparecimento, eu e o Zuza Homem de Melo falamos a seu respeito no programa
JC Debate, da TV Cultura.
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