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segunda-feira, 5 de novembro de 2018

LIBERDADE EM TEMPO DE CAPITÃO

O Brasil já foi presidido por quatro marechais (Deodoro, Floriano, Hermes da Fonseca e Dutra) e cinco generais (Castelo Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel e João Figueiredo), sem contar a junta militar, formada pelos comandantes da Marinha (Augusto Rademaker), Exército (Lira Tavares) e Aeronáutica (Márcio Melo), que governou o País entre 30 de agosto e 31 de outubro de 1969.
A partir do próximo ano o Brasil será presidido pelo capitão reformado do Exército, Jair Bolsonaro. Não custa ficar de olho nele.
 Outros capitães se destacaram na vida nacional: o gaúcho Prestes e o carioca Lamarca, que escolheram abandonar o Exército para ingressar na militância política.
E teve, também, o capitão Virgulino Ferreira, o Lampião e capitães do mato e capitães de areia, mas essa é outra história...
O período mais longo de militares dirigindo os destinos do Brasil começou em 1964 e findou em 1985. No correr desse tempo houve muitas prisões, mortes e desaparecimentos.
No dia 11 de dezembro de 1964 estreou no Rio de Janeiro a peça Opinião, de Armando Costa, Oduvaldo Viana Filho e Paulo Pontes, dirigida por Augusto Boal, criador do Teatro do Oprimido. No palco Zé Keti, João do Vale e Nara Leão cantavam e discutiam temas do nosso duro cotidiano. Os militares caíram de pau.
No dia 21 de abril de 1965 foi a vez de Millôr Fernandes e Flávio Rangel estrearem a peça Liberdade Liberdade, baseada em textos famosos de Brecht, Shakespeare, Gagarin, Aristóteles, Platão e até de Jesus Cristo, com músicas de Carlos Lira e Geraldo Vandré, entre outros. Essa peça ficou pouquíssimo tempo em cartaz, pois a censura também caiu de pau. No dia 15 de janeiro de 1968 José Celso Martinez dirigiu a peça Roda Viva, de Chico Buarque. O pau também cantou no palco.
No dia 2 de dezembro de 1968, integrantes do CCC (Comando de Caça aos Comunistas) explodiram bombas no teatro Opinião, no Rio, pondo fim a curta temporada do show Pra Não Dizer que não Falei de Flores, do já citado Vandré.
Opinião foi o primeiro show levado ao palco contra a ditadura militar. Virou disco. Liberdade Liberdade, também. Esses discos se acham no acervo do Instituto Memória Brasil, IMB.

CELIA E CELMA

Há poucos dias, num sábado, as  mineiras Céia e Celma deram um verdadeiro show de conhecimento musical no programa Paiaia, da Rádio Conectados, apresentado pelo baiano Carlos Silvo, vale a pena ouvi-las de novo. E vê-las. Clique:

https://www.youtube.com/watch?v=xNrIL9B5TlI

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