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sábado, 26 de janeiro de 2019

DOR E MORTE EM BRUMADINHO

Título: Vida e Morte em Brumadinho
Autor: Assis Ângelo

Morre sorte, morre vida
Morre fé, morre esperança
Morre fim, morre começo
Morre paz, morre bonança
Morre tudo, nada fica
Só a dor da má lembrança

Morrem homens e mulheres
E crianças nas esquinas
Morre dia, morre noite
Nos morros, nas colinas
Morre tudo que se mexe
No rico solo de Minas

Mariana se repete
Com dor e muito espinho
O povo de Deus precisa
De amor e mais carinho
Por quê morre tanta gente
D'uma vez em Brumadinho?

O terror desceu matando
Pelas águas do Feijão*
Provocando desespero
Pavor e destruição
O poder não tem limite
nem pudor nem compaixão

Força e violência
Tem o Grande Capital
Que transforma gente em coisa
Pelo tal do vil metal
Impondo a "Mais valia"
Na alma nacional

A Vale do Rio Doce 
De doce não tem nada
Tem dor, tem agonia
E chicote pra lapada
Quem reclama ganha cruz,
Vira coisa descartada

Vale tudo, vale tudo
Na terra da bandalheira
Vale roubar o povo
Vale vale a roubalheira
Só por isso vale pôr
Os ratos na ratoeira!

......................................
*Córrego do Feijão, cuja as águas foram invadidas pelos rejeitos da barragem de Brumadinho administrada pela Vale do Rio Doce, no dia 25 de janeiro de 2019




3 comentários:

  1. Emocionante poema que reflete a dor que todos os brasileiros estão sentindo. Parabéns, poeta!

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  2. Que bom que você gostou, amigo.
    Mas esqueci de acrescentar mais uns versinhos. Acompanhe. Abraço!

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  3. Que não morra a fé desse povo mais uma vez EMBROMADiNHO!

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