Autor: Assis Ângelo
Morre sorte, morre vida
Morre fé, morre esperança
Morre fim, morre começo
Morre paz, morre bonança
Morre tudo, nada fica
Só a dor da má lembrança
Morrem homens e mulheres
E crianças nas esquinas
Morre dia, morre noite
Nos morros, nas colinas
Morre tudo que se mexe
No rico solo de Minas
Mariana se repete
Com dor e muito espinho
O povo de Deus precisa
De amor e mais carinho
Por quê morre tanta gente
D'uma vez em Brumadinho?
O terror desceu matando
Pelas águas do Feijão*
Provocando desespero
Pavor e destruição
O poder não tem limite
nem pudor nem compaixão
Força e violência
Tem o Grande Capital
Que transforma gente em coisa
Pelo tal do vil metal
Impondo a "Mais valia"
Na alma nacional
A Vale do Rio Doce
De doce não tem nada
Tem dor, tem agonia
E chicote pra lapada
Quem reclama ganha cruz,
Vira coisa descartada
Vale tudo, vale tudo
Na terra da bandalheira
Vale roubar o povo
Vale vale a roubalheira
Só por isso vale pôr
Os ratos na ratoeira!
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*Córrego do Feijão, cuja as águas foram invadidas pelos rejeitos da barragem de Brumadinho administrada pela Vale do Rio Doce, no dia 25 de janeiro de 2019
Emocionante poema que reflete a dor que todos os brasileiros estão sentindo. Parabéns, poeta!
ResponderExcluirQue bom que você gostou, amigo.
ResponderExcluirMas esqueci de acrescentar mais uns versinhos. Acompanhe. Abraço!
Que não morra a fé desse povo mais uma vez EMBROMADiNHO!
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