Faz muito tempo que vi um filme intitulado Quando Setembro Vier. Não lembro bem da história. Mas o titulo é sugestivo.
Setembro chegou, estamos em setembro. 2020.
trabalhei com muito jornalista famoso, paciente no ouvir e rápido no escrever ou falar.
Um desses jornalistas chamou-se Franz Paul Trannin da Matta Heilborn. Traduzindo: Paulo Francis.
Paulo Francis nasceu no dia 2 de setembro de 1930, há 90 anos completados.
Era cáustico, ferino, não poupava adjetivos para falar de quem não gostava. Aliás, não era do seu feitio falar bem de ninguém.
Conheci Francis na Folha. Foi não foi, eu e outro colegas almoçávamos feijoada, com ele, num ou noutro hotel das redondezas da Folha. Anos 80.
Paulo Francis foi o primeiro jornalista a voltar seus cartuchos contra diretores da Petrobrás. Ele fez isso em outubro de 1996, no programa Manhattan Connection (GNT). A denúncia não provocou alarido, mas um baita processo contra ele. Coisa de milhões de dólares. Quatro meses depois, num desespero dos infernos, abandonado pelos colegas mais graduados, sofreu um infarto e foi pro céu.
Por que lembro disso?
Profissão de jornalista não tem o glamour que profissionais de outras áreas imaginam.
No mundo morrem mais jornalistas em atividade do que moscas no estalar de dedos.
A UNESCO acaba de apresentar uma lista enorme de profissionais do jornalismo mortos, feridos e presos mundo afora.
Mas é uma profissão de grande importância no cotidiano de um país.
No Brasil, mesmo, há exemplos da atuação de grandes jornalistas, além de Francis.
O escritor Machado de Assis começou no jornalismo. José de Alencar também. E tantos e tantos, sem esquecer João do Rio, Drummond... Zé Hamilton Ribeiro, mais recentemente; Antonio Carlos Fon, Tim Lopes, Cláudio Tognolli, Caco Barcelos, Ricardo Kotscho, José Antonio Severo, Eliane Brum, Patrícia Campos Mello, José Arbex Junior, Audálio Dantas.
Há poucos dias a Globo denunciou a existência de um grupo denominado Guardiões do Crivella no Rio.
Esse grupo foi formado para bagunçar a vida de repórteres que exibiam matérias contra o descaso da Prefeitura carioca, no tocante ao atendimento da população em hospitais da rede pública. Pois é, e deu no que deu: o Prefeito está mais enrolado do que corda de amarrar porco.
Sem jornalismo não há democracia.
À propósito, recomendo a leitura dos livros de Paulo Francis: Cabeça de Papel (1977), Cabeça de Negro (1979) e aquele que trata do golpe militar de 1964, intitulado Trinta Anos esta Noite, O que Vi e Vivi.
Franz Paul Trannin da Matta Heilborn morreu no dia 4 de fevereiro de 1997, em Nova York.
DIA DA DEMOCRACIA
Hoje 15 é o dia Internacional da Democracia. Eu não sabia, tampouco lembrava. Não dá pra lembrar o que não se sabe. Pois bem, minha filha Ana Maria logo cedo telefona pra dizer que hoje é o dia Internacional da Democracia.
Desde muito cedo no tempo em que eu estudava em colégio de padres, em João Pessoa, PB, fiquei sabendo o que significam Monarquia, Oligarquia e Democracia.
Monarquia é o governo mono, de poder individual, de rei.
Oligarquia é o poder de poderosos para poderosos.
Democracia, palavra de origem grega, é o governo do povo para o povo.
Aristóteles é pra mim, até hoje, o mais sábio dentre os sábios gregos.
Procurem saber quem foi Aristóteles.
E viva a Democracia!
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