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quarta-feira, 14 de abril de 2021

QUEIMADAS 70 MILHÕES DE SACAS DE CAFÉ

Há 60 anos, o Brasil comemorava a mais esquisita festa junina.
Em junho de 1931 o presidente Getúlio Vargas (1930-1954) determinou que fossem queimadas mais de 70 milhões de sacas de café, de 60 quilos cada.
A queima ocorreu na baixada santista, SP, numa fogueira quilométrica.
O cheiro do café espalhou-se por toda região. Detalhe: a queima findou-se em dezembro daquele ano.
E por que Vargas decidiu queimar tanto café?
À época o mundo vivia as consequências da quebra da bolsa de Nova Iorque, ocorrida em outubro de 1929. E que abalou o mundo todo.
A quebradeira deixou pobre quem era rico e o pobre ainda mais pobre. Uma desgraceira total. Fome, suicídios e tal.
A queima tinha por objetivo fazer crescer a cotação do café a nível internacional.
O Brasil era o maior produtor e exportador desse produto.
Minas Gerais liderava o ranking, no Brasil. Como hoje.
O café, ao lado da água e da cachaça de beber, continua sendo uma espécie de “preferência mundial”.
Existem mais de 60 tipos de café, o melhor é o arábico, que o Brasil produz com toda naturalidade e sabor, até porque o clima e o terreno são propícios.
A planta do café chegou ao Brasil em 1727, pelas mãos de um militar português de nome Francisco Palheta.
Essa planta veio da Etiópia, Sudeste do continente africano, que é formado por 54 países.
A Etiópia localiza-se no “chifre” da África.
O café é uma planta cultivada em centenas de países.
O café tem um dia, no mundo: 14 de abril.
No Brasil, especialmente, a comemoração tem outro dia: 24 de maio.
A planta/produto café já foi tema de compositores musicais, de artistas plásticos, de romancistas, de cineastas e mais e mais. No mundo todo.
A propósito, o Bob Dylan tem uma pérola sobre o café. ONE MORE CUP OF COFFEE
Café é tema de tudo e todos, pelo mundo afora.
No tocante a cineastas, recomendo ver o documentário O CAFÉ, de 1958.
Esse documentário saiu no mesmo ano em que o compositor fluminense de Macaé Victor Simon teve gravada pela primeira vez a música Bom Dia Café, por Catarino e sua banda. Depois por ele próprio, nos seus dois únicos LPs, no começo dos anos de 1960 (acima). Ouça:


A obra musical de Victor Simon é uma obra fantástica, fabulosa, bonita.
Victor Simon, “freguês” do programa São Paulo Capital Nordeste que apresentei durante quase 7 anos na rádio Capital AM 1040, contou-nos a sua história.
Uma história muito bonita, cheia de altos e baixos. Como toda história, de toda a gente.
Um dia a mim ele me disse: “Assis, fica com essas coisas minhas porque importância nenhuma tem mais pra mim”.
Essas “coisas” eram recortes de jornais em que ele aparecia como personagem central, dando entrevistas etc. Inclusive na China, em jornais chineses.
Em 1961, Victor Simon foi recebido pelo presidente da República Popular da China, Mao Tsé-Tung (1893-1976).
Victor Simon não era comunista.
A partir do português Francisco Palheta o café ganhou uma dimensão enorme no Brasil.
Minas Gerais sempre foi o maior Estado produtor de café, mas São Paulo ganhou fama com os seus “barões”...
Café é bebida de todo mundo: de menino, menina, homem e mulher.
Água, sem água não há vida. E cachaça de beber já provocou muita desgraceira mundo afora. Coisa de corno etc.
Café é poder. Ouça: REI DO GADO, por Tião Carreiro e Pardinho.
Afonso Victor Simon nasceu no dia 1º de agosto de 1916 e morreu pobre no dia 15 maio de 2005, sem ninguém a velá-lo.
Ah! Eu também gosto de água e café.

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