Gabriel Garcia Márquez no traço do craque Fausto |
Não é de hoje que o mundo vive uma pandemia dos infernos.
Pandemia são acúmulos de doenças que chegam para matar meio mundo. E meio mundo morre com as pandemias que os infernos nos mandam.
Em todos os cantos, em todos os tempos, surgiram pandemias para acabar com o mundo. Até porque no mundo não cabe tanta gente.
As pessoas morrem e morrem.
E não adianta correr em busca da eterna juventude e da eternidade, enquanto pessoas somos.
O romance Cem Anos de Solidão reflete a confusão que nós somos: nada.
No famoso livro de Gabo (1927 - 2014) há personagens que vivem 120 e até 200 anos. E nada aprendem, e quando aprendem, aprendem pouco.
Melquíades é um dos personagens que têm a idade na casa dos 200 anos. Fantástico!
Melquíades nasce, vive e morre, e depois renasce.
Úrsula, matriarca dos Buéndia, vai pra eternidade com cerca de 120 anos.
E as guerras continuam, contraditoriamente enquanto todos buscam a paz.
As pandemias continuam nascendo e renascendo.
Visitación é uma indiazinha que chega a Macondo carregando na alma uma peste identificada como insônia;E nas costas, um saco com os ossos dos pais.
Visitación carrega também seus onze anos de idade. Pés descalços, sofrida.
Arrimo do mundo.
E aí todos esquecem tudo, até que ressurge Melquíades...
O livro Cem Anos de Solidão é absolutamente fora do real, sem fugir do real.
E pensem bem, não entrei até aqui, na questão política explícita no livro.
Pra terminar, repito o óbvio: Cem Anos de Solidão é obra prima.
Mais uma coisinha, desculpem: cerca de 65% da população brasileira sofrem de insônia.
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