Mané, eufórico: "O Brasil já ganhou 17 medalhas e está ocupando o 6º lugar, na
Paralímpica de Tóquio!".
Biu, também eufórico: "Incrível! Incrível! E estamos apenas no 3º dia dos
jogos".
"Seu Assis, seu Assis, viramos a madrugada na casa do Zilidoro", contou Mané.
Zilidoro: "Está sendo muito legal acompanhar os jogos pela televisão. Já
ganhamos 6 medalhas de ouro. Uma delas coube ao paraibano Petrúcio Ferreira,
no atletismo".
Cutucando as unhas com um punhal, Lampa entrou na conversa dizendo que
Petrúcio nasceu nos sertão de São José do Brejo do Cruz, "Mesmo lugar onde
nasceram os primos cantores Zé e Elba Ramalho". E Zoião quis saber: "Lampa,
esse Ferreira aí tem algo a ver com o seu parente Lampião?". Lampa: "Claro,
claro, né?".
Até aqui acompanhei em silêncio a conversa entusiástica e curiosa
desenvolvida entre os meus pacatos e inteligentes botões. Estranhei apenas o
silêncio de Zé, Jão e Barrica. Perguntei, então, qual a razão do silêncio dos
três. Barrica foi o primeiro a se justificar: "Quando essa gente boa aí fala,
eu calo", no que foi seguido por Zé e Jão: "Tá tudo muito bom, isso aqui tá
bom demais...", lembraram cantarolando um velho sucesso do rei do baião, Luiz
Gonzaga.
Zé levantou-se, pegou a quartinha e encheu o copo d'água. Tomou tudo em dois
goles e disse: "Essa moçada dos Paralímpicos nos dá lições fantásticas!".
Levantando a mão, Lampa perguntou: "Patrão, por que o sinhô num tá
participando do danado desses jogos?", respondi: porque o meu professor de
ginásticas, o Anderson, disse que eu estou fora de forma e pra não fazer feio,
não fui.
"Esses jogos vão acabar no próximo dia 5 de setembro", informou Zilidoro. Até
o dia 5, muita coisa boa vai rolar em Tóquio.
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