A sensibilidade do escritor paulistano Mário de Andrade (1893-1945) é incrível. Salta aos olhos, especialmente quando se lê o que escreveu sobre o judiado rio Tietê. Rio esse que corta de ponta a ponta o Estado de São Paulo e, ao invés de correr para o mar, corre no sentido leste-oeste em direção ao seu co-irmão Paraná, fronteira com Mato Grosso do Sul.
Sempre foi assim, sempre foi assim que o rio Tietê correu. Outrora límpido e hoje, lamentavelmente, cheio de porcaria nele despejada pela indústria e todo mundo.
Ah! O Tietê, rio teimoso, independente e rebelde.
Problemas de todos os tamanhos o Tietê começou a enfrentar já na metade do século 20. Tais problemas começaram a se agravar no decorrer dos anos de 1960.
No passado, quem quisesse se banhar, nada e até pescar com tranquilidade.
Muitos políticos encheram os bolsos e as águas do Tietê com dinheiro do BNDES e do BID, prometendo o que não podiam ou o que não quiseram cumprir.
Em 1992, o governador Luiz Antonio Fleury Filho (ao lado, em vistoria a obras do metrô) prometeu a Deus e o mundo limpar completamente as águas do Tietê. E na promessa, acrescentou, que até 1995 tomaria ele próprio um copo d'água do que chamou de "novo Tietê". Não tomou.
Fleury deixou o cargo de governador, que foi substituído por Mário Covas (1930-2001), que foi substituído por Geraldo Alckmin.
Mais de 20 anos depois de o PSDB mandar e desmandar em São Paulo nada, concretamente, foi feito para despoluir as águas do gigante Tietê. Pena.
O atual governador, João Dória, também prometeu fazer navegável o Tietê. Mais uma promessa.
Enquanto isso, ai ai ai, o povo e as indústrias continuam jogando porcaria nas águas intragáveis do rio Tietê.
o Tietê já foi tema de muitas músicas.
Em 1929, Cornélio Pires (1884-1958) escreveu uma joia chamada Moda do Rio Tietê. Ouça:
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