Eu estava pra lá e pra cá na cadeira de balanço quando o telefone tocou. Fui atender, caiu. Voltei à cadeira. O telefone tocou novamente. Dessa vez consegui. Era Tina.
Tina é uma jovem jornalista que tem combatido o tempo todo as Fake News espalhadas no terreno livre da Internet, por gente que não tem tocômetro. Tina perguntou: “É o Assis?”.
Segundos após eu confirmar que sim, que era eu, Tina perguntou se poderia me atender para uma entrevista e conhecer o meu acervo de livros, discos e outros documentos brasileiros. “Sobre tudo, o assunto são vários”, foi logo falando.
Achei graça no jeito descontraído, leve, da menina Tina se expressar. E respondi: “Claro, estou à sua disposição”.
Horas depois, Tina bateu à porta apresentando-se. Disse que nascera em São Paulo e sempre sonhou ser jornalista. Não foi difícil. Seu pai, o cartunista Maurício de Sousa, deu-lhe todo o apoio.
Maurício é um dos mais importantes nomes dos quadrinhos brasileiros. A sua história é conhecida por todo mundo.
Em 2005, o jornalista alagoano Audálio Dantas (1929-2018), lançou o livro A Infância de Maurício de Sousa (ao lado).
Com o canudo conquistado na Faculdade, Tina logo foi às ruas em busca de notícias. Paralelamente, enquanto caçava fatos, Tina mergulhava nas redes sociais e espantou-se com o volume enorme de mentiras colocadas à disposição dos incautos.
A jovem contou-me isso sem esconder a revolta que as Fake News lhe causam. “Foi assim, seu Assis, que decidi dar rumo a minha vida. Tenho várias amigas e amigos que me ajudam nessa tarefa. O cartunista JAL é um desses amigos”, contou.
Solidário, ofereci-lhe o meu apoio.Depois disso, dessas breves revelações, Tina disse que acompanha os meus passos no jornalismo há muito tempo e que sentia muito o fato de eu ter perdido a visão dos olhos. Disse também que não perde os textos que publico no Newsletter Jornalistas & Cia. Até lembrou alguns como o que fiz sobre João do Rio, sobre a Imprensa Negra do Brasil e, especialmente, sublinhou: “Adorei a entrevista que o Sr. fez com Deus, Jesus e Marx”.
Realmente, Tina é muito inteligente. Esperta diriam alguns, mas prefiro o termo inteligente.
Depois de falas e falas, perguntas e perguntas, Tina elogiou o site do Instituto Memória Brasil e o blog que mantenho na Internet. Curiosa, quis saber como é que produzo meus textos, já que não posso mais escrever. “Eu os dito”, respondi, acrescentando: “Pessoas incríveis me auxiliam nessa tarefa. Entre essas pessoas queridas destaco a Anna da Hora”.
Ainda muito curiosa, quis saber quem é Anna da Hora. E eu disse: “Anninha é uma jovem como você recém-formada em Artes Visuais”.
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