Os programas de teor policial da Bandeirantes e Record, Brasil Urgente e Cidade Alerta, foram dedicados inteiramente hoje 20, ao vivo, à uma coisa chamada o Mistério da Casa Abandonada.
Dentro da tal casa, cuja janela foi arrombada pela polícia, se achava uma senhora de 60 ou 65 anos de idade.
A tal casa abandonada foi em tempos imemoriais muito bonita, uma mansão com mansarda e tudo mais.
Um cachorro magrelo fazia companhia à senhora de nome Margarida.
Margarida é uma brasileira que viveu durante anos nos EUA e lá teria cometido um crime análogo à escravidão. Condenada, voltou às pressas ao Brasil. E na tal casa, escondeu-se.
O caso remeteu-me aos tempos em que eu era repórter da editoria de polícia da Folha.
Como repórter da área policial entrevistei grandes nomes do crime como o Bandido da Luz Vermelha, Hiroito, Quinzinho e o líder da rebelião do presídio da Ilha Anchieta, Pereira Lima.
O setor policial não é fácil não. Estressante, quase fiquei louco, até que um dia o amigo Vandré aconselha-me (vejam só!) a parar com o que eu fazia. Aceitei a sugestão e, psicologicamente, acho que fiquei melhor.
Ouvindo ocasionalmente hoje 20 Datena falando sobre a Margarida da Casa Abandonada, concluí: mundo cão. Sensacionalismo. Horror. Mas esse mundo dá um Ibope danado, uma audiência fora do comum.
As tardes do dia a dia em Sampa deixam os telespectadores ligadíssimos diante da telinha de fazer doido, como diria o velho e bom Stanislaw Ponte Preta (1923-1968).
Não tenho pretensões de trocar a Terra pelo Céu, mas para o Inferno não quero ir.
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