Entrei na casa do botão Zilidoro, um poeta nato, dei bom dia e ele, também.
O meu bom dia e o bom dia do Zilidoro, provocaram em uníssono, um bom dia de todos e para todos presentes: Zé, Mané, Biu, Barrica, Lampa, Jão e Zoião, além de Zilidoro.
Zoião foi o primeiro a falar, coisa rara. Ele a mim: "Seu Assis, disseram que o Zilidoro tem um parente de nome Riachão, é verdade?".
Eu disse que a melhor resposta a essa pergunta seria do próprio Zilidoro. E Zili: "É verdade. Riachão é um primo a quem respeito muito. Grande poeta!".
Barrica, atento, fez uma revelação ao grupo: "Seu Assis é um cara que parece viver o tempo todo na moita, na dele...".
Mané, um tanto enigmático: "Se bem entendo o que você fala, não estou entendendo o conteúdo".
Achei graça, vendo e ouvindo Mané tão quieto dizer o que disse. Antes que eu dissesse alguma coisa mais a respeito, o irmão de Barrica, Biu levantou a mão pedindo pra falar. E falou: "Vocês estão fazendo um arrodeio danado. E acho que já sei onde vocês querem chegar. Outro dia eu li um poema do seu Assis no qual faz referência à existência de Riachão. E confesso que gostei do Riachão! E olha que não sou poeta nem nada".
Jão, mexendo na internet, por acaso, falou eufórico, quase gritando: "O blog do seu Assis já passa de um milhão e meio de acessos. Poxa! É muita gente!". E, ainda eufórico, achou isso aqui: "Dizem que sou poeta/ Mas poeta eu não sou, não/ Poeta é Zilidoro/ Poeta é Riachão/ Que do nada fazem versos/ E se brincar até canção...".
Zilidoro deu uma risada e revelou: "Eu já vi isso e gostei. A próxima estrofe começa assim: Zilidoro e Riachão/ São da lira popular/ Fazem versos de cordel/ Pra o povo apreciar/ São versos bem bolados/ Que dão pra rir, dão pra chorar...".
Poxa vida! Vocês me surpreendem o tempo todo, eu disse.
Lampa, lá do seu canto, levantou uma sobrancelha e atrevido murmurou algo ininteligível. Baixou a cabeça e, como sempre, continuou cutucando as unhas com seu inseparável punhalzinho.
"Seu Assis, mudando de pau pra cacete: o bicho tá pegando em Brasília. Na Câmara, no Senado, no STF, no STJ, no palácio do governo... Uma loucura! Os povos originários do nosso país estão correndo risco de perder suas terras. O que o Sr. acha disso?", perguntou de sopetão o alagoano Zé.
Sem me fazer de rogado, fui dizendo que é um absurdo tudo isso. A Câmara e o Senado estão com maioria de direita. A situação é minoria. Não acho impossível os indígenas perderem mais essa parada. O bolsonaro afunhenhou tudo e todos. Vai ser duro o Brasil voltar à normalidade. Alimentemos a esperança, que não deve morrer nunca!
Jão, botão pouco afeito às coisas da Internet, disse que ouviu uma música minha falando sobre coisas absurdas no sentido lato termo. Disse que tinha por título algo como não-sei-que-lá Erudito. Eu ri. E a título de explicação, acrescentei: Xote Erudito é o título dessa música feita por Jorge Ribbas e eu. Essa aqui, ó:
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