O curto mês de fevereiro passou deixando um longo rastro de destruição e dor, interpretado pelas corujas e acauãs de plantão como sinais do fim do mundo.
Deus do céu!
Partiram para a eternidade o sambista Walter Alfaiate e o bibliofilo José Mindlin.
No fim da tarde de 12 de janeiro um terremoto de dimensões alarmantes, mas de apenas 7 pontos na chamada escala Richter, destruiu o pequeno e pobre Haiti, que fica ali pelas bandas de São Domingos e Grandes Antilhas, perto de Cuba e Jamaica, na América Central.
Milhares morreram, milhões perderam tudo.
Outro terremoto assustador ocorreu na madrugada do último sábado no Chile, sentido em algumas partes da Argentina e de São Paulo. Foi de 8,8 pontos, 1,2 a menos do que o que gerou ondas gigantes na Tailândia e redondezas um dia após o natal de 2004, provocando cerca de 300 mil óbitos.
Os mortos no Chile, hoje, beiram a casa do milhar.
A contagem continua.
Milhares e milhares estão feridos e em desespero.
Há saques nas ruas de Concepción, cidade a 500 quilômetros de Santiago e a mais atingida pelo sismo; e presos, muitos presos, e pelo menos um morto em decorrência do desrespeito ao toque de recolher decretado ontem à noite pelo governo de Michelle Bachelet, que entregará o assento presidencial ao empresário Sebastián Piñera no próximo dia 11.
Ontem o temor de nova catástrofe, que não houve, vinha do outro lado do mundo, o Japão, onde se esperavam ondas altas do mar em rebuliço, violentas, arrasadoras, como aquelas que se formaram em julho de 1993 em Hokaido, e que engoliram tudo e deixaram pelo menos duas centenas de japoneses afogados sem ar nem cova, lembrando os versos de Eternas Ondas do visionário cantador Zé Ramalho:
Quanto tempo temos antes de voltarem
Aquelas ondas
Que vieram como gotas em silêncio
Tão furioso
Derrubando homens entre outros animais
Devastando a sede desses matagais...
Devorando árvores, pensamentos
Seguindo a linha
Do que foi escrito pelo mesmo lábio
Tão furioso.
E se teu amigo vento não te procurar
É porque multidões ele foi arrastar...
Antes e depois disso, outros desesperos ocorreram noutros pontos do planeta.
Nos Estados Unidos nevascas deixaram profundas marcas, semana passada.
Na Ilha da Madeira, em Portugal, também na semana que findou, o céu desabou e deixou inúmeras vítimas sob lama e escombros.
Prejuízos de toda ordem, infinitos.
Agora mesmo na França, as chuvas e tempestades que se iniciaram no fim de semana, assustam a população.
Na Alemanha, na Espanha, também...
Pretensioso, o homem, assustado e covarde, diz que a natureza está se vingando do que fazemos com ela.
Bobagem.
Tudo que vive e se bole no campo natural da vida é da natureza.
Portanto, nós mesmos é que estamos nos acabando, nos suicidando, nos afogando na nossa pequenez.
A natureza vive independentemente do homem, que é uma de suas crias.
TERREMOTO NO BRASIL
- Estamos livres dos terremotos que fazem tremer a terra e matar gente e outros animais em vários pontos do planeta, mas não estamos ainda livres dos corruptos, dos inimigos do povo. As leis vigentes poderiam ser simplificadas. Melhor: que tal o governo investir mais em educação, hein? Educação forma cidadão de primeira classe.
LADRÃO QUE ROUBA
- Li notícia dando conta que a casa do Marcos Valério, aquele do “valerioduto”, em Minas Gerais, foi assaltada nesse fim de semana. Velho ditado diz: “Ladrão que rouba ladrão...”.
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