Foi um bom papo o de ontem no Centro de Memória do Circo do Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) da Prefeitura Municipal de São Paulo, conduzido por Verônica Tamaoki.
O Centro está instalado num prédio do Anhangabau.
A região do Anhangabau abrigava, no começo do século passado, o Circo Piolin de que falo no livro A Menina Inezita Barroso.
Ali naquela região, o velho Mazzaropi tinha escritório fixo.
Ali também o romancista e musicólogo paulistano Mário de Andrade se encantou com as performances de Piolin, tanto que escreveu crônica na revista Terra Roxa sobre ele.
Piolin, para quem não sabe, nasceu dentro de um circo em Ribeirão Preto, SP, como o compositor, cantor e instrumentista Adão da Viola que anda por aí cantando e contando histórias.
No fundamental - para a cidade e para todo o País - Centro Memória do Circo falamos eu e Ayrton Mugnaini (na foto acima, de microfone em punho), para uma platéia pequena, porém atenta.
Lembramos das origens do circo.
Lembramos de grandes cantores brasileiros, como Chico Alves e Vicente Celestino, mais Sílvio Caldas e Luiz Gonzaga, que encontraram no circo o espaço que precisavam para mostrar sua arte e talento.
Não esquecemos, claro, de falar dos pioneiros cantores palhaços, como Eduardo das Neves.
E como esquecer de nomes como Carequinha, Torresmo e Arrelia, sobre quem, aliás, a pedido próprio, escrevi texto para livro autobiográfico lançado há alguns anos pela Ibrasa.
Tantas histórias...
Ayrton acaba de realizar ampla pesquisa sobre o tema, que espero ver tomar forma de livro logo, logo.
Este nosso país é mesmo incrível, não é?
Na sua formação, há palhaços e palhaços.
Palhaços de picadeiro e palhaços da vida real.
Os da vida real, são os que sofrem na unha de políticos sem noção.
Os do picadeiro há! Esses são de fato incríveis e nos fazem um bem danado.
Como vai, tudo bem, tudo bem, tudo bem, bem, bem?
Um Chaplin brasileiro?
Mazzaropi é um bom nome, não é?
Amâcio Mazzaropi nasceu na rua Vitorino Camilo, bairro de Campos Eliseos, em 2012.
Quer dizer: no próximo ano, ele completaria 100 anos de idade.
Ele tem tudo a ver com circo.
Numa entrevista à revista Veja, em 1970, ele disse:
"Quero morrer vendo (sic) uma porção de gente rindo em minha volta".
Morreu num hospital da capaital paulista, com médicos e enfermeiros muito tristes a sua volta.
E Luiz Gonzaga, cujo centenário de nascimento também se comemorará no ano que vem?
Cliquem aí:
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