ESPECIAL CÂMARA CASCUDO
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para ler a edição especial LUÍS DA CÂMARA CASCUDO do news letter Jornalistas&Cia/MEMÓRIA DA CULTURA POPULAR.
LIVROS
Eliane, da Editora Horizonte, manda recadinho via e-mail, este:
“Estou com dois lançamentos um agora e outro em outubro que abordam sociologicamente a representação na literatura. No livro da Regina Dalcastagnè, que levou 15 anos para ser escrito, tempo da pesquisa, ela aponta que a literatura está longe de ser um espaço democrático e que longe de representar a contemporaneidade, ainda traz cargas do século passado e anteriores, contrariando todo o senso. Esse fato se dá ainda pelo reforço dos críticos e dos acadêmicos. É uma bomba, literalmente! Com uma margem mínima para erro, a nossa literatura é prioritariamente feita por homens, brancos, de classe média, moradores do eixo Rio/SP e ligados ao jornalismo ou meio acadêmico. O livro sai no final do mês, mas mando um pdf, caso tenha interesse em dar uma olhada. Sinceramente, acho que é um material importante para se divulgar tanto para reflexão de quem faz literatura, como para quebrar padrões e mudar paradigmas. O outro livro que sai agora aborda Carolina Maria de Jesus, e fala de seu diário e questiona a parte estética e poética, referendando o trabalho da artista. Pois pelo fato de ser mulher e favelada, Carolina não conseguiu publicar toda sua obra. Foi relegada às produções menores – como um diário. Bem, se puder, dê uma olhada e me diz o que acha. Grande abraço da Eliane”.
No dia 28 de abril deste ano fiz comentário sobre Carolina Maria de Jesus, aqui neste espaço. Mas voltarei ao assunto assim que ler o livro de Germana Henriques Pereira de Sousa, que está indo à praça com a chancela da Editora Horizonte.
PIMENTA
Pois é, nos olhos dos outros é refresco. Em 1994 o Bradesco garfou R$ 4.505,00 do herdeiro de um correntista, que entrou na Justiça pedindo de volta a quantia, com correção etc. Um juiz decidiu que o valor fosse corrigido com base nos juros de cheque especial cobrados pelo banco. Em janeiro deste ano, os R$ 4.505,00 viraram R$ 1,4 trilhão, metade do PIB brasileiro. Ontem, os 25 juízes mais antigos do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro julgaram a causa. Três foram favoráveis. Um deles, Cláudio de Mello Tavares, disse depois de reconhecer ser surpreendente que a conta bata à porta do trilhão: "Esse processo deve ser tomado como exemplo para o banco. Que os juros aos clientes sejam cobrados com equidade e não para extorquir". O herdeiro correntista que processa o Bradesco tem hoje 71 anos de idade e vive escondido, com medo de represálias. O processo continua. Tomare que o banco perca.
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