Assis e Vandré, no Instituto Memória Brasil, IMB. Reprodução: Darlan Ferreira. |
A
gaúcha “Pimentinha” Elis Regina disparou para o sucesso a partir das terras paulistanas.
Isso, em 1965, quando arrebatou o primeiro lugar do 1º Festival Nacional de Música
Popular Brasileira, com Arrastão, do poetinha Vinícius e do seu parceiro Edu
Lobo.
Esse
foi um ano bastante promissor no campo da nossa música. Geraldo Vandré, por
exemplo, lançou um dos seus discos politicamente mais provocativos para o
momento que se vivia: Hora de Lutar. O disco, com doze faixas, trazia, para
surpresa de muita gente, a belíssima toada nordestina Asa Branca, do Rei do
Baião Luiz Gonzaga e seu parceiro cearense Humberto Teixeira. Asa Branca
recebeu de Vandré uma das mais belas interpretações.
Vivíamos sob a símbolo da chibata, isto é: da botina e da baioneta.
Elis
é considerada até hoje uma das maiores cantoras do País.
José
Ramos Tinhorão, um dos nossos mais sérios historiadores, achava que ela cantava
bem, sim, mas não tinha “alma” ou sentimento. Sempre discordei. Sem alma ou
sentimento e com técnica acima do convencional é, até hoje, para mim, a baiana
Gal Costa.
Conheci
Elis no final dos anos de 1970, na Folha de S.Paulo. Ela acabara de nos dar entrevista
para o extinto suplemento dominical Folhetim. A época, editado por Osvaldo
Mendes, jornalista, ator e autor dos melhores que temos, provocava
encontros/debates com grandes nomes da vida cultural do Brasil. Lembro que lhe
perguntei sobre o Vandré. E ela, rindo, respondeu: “Ele é muito complicado”.
Vandré
também achava Elis “complicada” e sobre Asa Branca, rindo de modo maroto, certo
dia ele me disse: “Eu também gosto da interpretação”.
Mas
Vandré gostava muito da Dalva de Oliveira, para mim – e para ele – uma cantora
brasileira sem concorrência.
Você
já ouviu a gravação de Asa Branca, com Vandré? Clique
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