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domingo, 7 de fevereiro de 2016

TINHORÃO, 88. É CARNAVAL!

O cantor Roberto Luna e seu colega Roberto Seresteiro (foto: Aline Pereyra)

Neste Carnaval, a população de Recife vai às ruas em mais de 700 blocos. Só o Galo da Madrugada, que está homenageando o japonês da PF e o juiz Sérgio Moro, arrastará cerca de 2 milhões de foliões.
No Rio de Janeiro, o povo e abastados foliarão em mais de 500 blocos. Só o Cordão do Bola Preta, que ontem deu zica (quer dizer, o pau cantou), levou às ruas mais de um milhão de bolapretenses.
Em São Paulo, com grana da Prefeitura, a folia em blocos vem registrando algumas centenas de milhares de gente do povo em movimento. Nesta ex Terra da Garoa há coisas engraçadas, hilárias, fantásticas, que deixariam o inspirado pintor Salvador Dali, com suas ideias excêntricas, parecendo meras obviedades. Hoje, no pino do meio-dia, um cara com barbas enormes, de saltos altos, peruca de longos cachos se espalhando pelos ombros e trajando um vestido transparente, sacava com ar angelical uns trocados num caixa eletrônico no bairro de Santa Cecília. Era como se fosse uma figura desgarrada de um desses blocos em moda.
Coisas de Carnaval.
Em Brasília, a eterna Ilha da Fantasia, o bloco Baby Doll de Nylon arrastou ontem 65 mil “virgens”. Foi notada a ausência da Dilma.
O causo é o seguinte: o povo criou as Escolas de Samba que os cartolas assumiram. Sem opção, o povo está dando o troco, criando e recriando cordões e blocos afora.
É Carnaval. Nessa época muita gente boa nasceu: Inezita Barroso, Osvaldinho da Cuíca e Tinhorão, de batismo José Ramos.
José Ramos Tinhorão nasceu no dia 7 de fevereiro de 1928, na cidade paulista de Santos. Seus 88 anos foram motivo, ontem, para que os grupos Terreiro de Mauá e Terra Brasileira comparecessem à Vila Buarque –no centro paulistano- para tocar o genuíno samba brasileiro. Tinhorão era uma alegria só, contrastando com a imagem de sisudo que lhe fazem. Com amigos ele tomou umas e aceitou todos os votos de parabéns, antes e depois de cortar e dividir o bolo, decorado com uma caricatura sua. Entre os amigos, Pelão, Barão do Pandeiro e Roberto Luna, a grande voz do bolero que por muito tempo encantou muita gente e continua encantando...
É Carnaval!

Luna e Tinhorão se cumprimentam, às vistas do Assis... (foto: Magali)
                              

BATICUMBUM
A mesmice das escolas de samba, incluindo enredo e parangolés, repetiu-se em São Paulo e certamente se repetirá hoje e amanhã no Rio de Janeiro. Os desfiles, desde há muito, servem basicamente para estrelas de meia tigela brilharem por instantes. Andy Warhol já falou disso, dos quinze minutos de fama de abestados. Nessa última noite, no sambódromo paulistano, uma candidata ao estrelato repentino, arrancou as vestes, mínimas, para gáudio dos fotógrafos e cinegrafistas. Mas, como num passe de mágica, uns fortões da escola em que ela desfilava (Unidos do Peruche), entraram em ação, retirando-a da pista. Numa boa? O objetivo ela alcançou.


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