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sexta-feira, 1 de setembro de 2023

DITADURA É UMA PRAGA!

(...) Libertemo-nos daquele que nos domina
Na miséria traga-nos o teu reino de justiça
E igualdade sopra como o vento a flor do precipício
Limpa como fogo o cano do meu fuzil 

No próximo dia 16, completam-se 50 anos do sequestro e morte do cantor, compositor e violonista chileno Victor Jara.
A obra de Jara é muito bonita, toda voltada aos problemas provocados pelo homem na terra. 
A Justiça é sonho na obra "jariana".
Vejo semelhança ideológica na obra de Victor Jara e do brasileiro Geraldo Vandré.
Certa vez, perguntei a Vandré se conhecera Jara. Sim, ele disse. Lembrou, porém, que não chegaram a se tornar grandes amigos. Não houve tempo, mas ocasionalmente encontravam-se na "Peña de los Parra", espécie de barzinhos frequentados por artistas em Santiago, Chile. Eram de Isabel e Ángel Parra.
Jara tinha 40 anos de idade quando foi sequestrado, torturado e morto pela tropa de assassinos do ditador Augusto Pinochet.
O general de brigada chileno Hernán Chacón enfiou um tiro no peito, ou sei lá onde, e caiu mortinho da Silva no chão. Foi terça-feira 29, diante de soldados destacados para prendê-lo e levá-lo pra cadeia, onde deveria cumprir pena de pelo menos 25 anos.
A decisão de prender Chacón foi dada segunda-feira 28 pelo STF chileno.
Porém é bom que se diga que o militar não matou-se simplesmente porque tinha a mente pesada. Fez isso por covardia, para não enfrentar o cárcere.
Último manuscrito de Victor Jara
A pena a Chacón proferia pelo STF do Chile foi consequência de processos que pesavam contra ele por ter sequestrado, torturado e assassinado o cantor, compositor e violonista Victor Jara.
Jara foi sequestrado cinco dias após o golpe militar que apeou do poder o presidente Salvador Allende e pôs no seu lugar o milico estrelado Augusto Pinochet. Isso ocorreu exatamente no dia 11 de setembro de 1973. Allende foi assassinado nesse dia e durante 17 anos seguidos o Chile viveu sob o símbolo da ditadura.
A ditadura Pinochet sequestrou, torturou e deixou muitos cidadãos e cidadãs desaparecidos.
Jara além de uma obra engajada, reunida em quatro CDs numa edição especial, deixou muitos admiradores órfãos.
Pouco antes de ser assassinado com uma saraivada de 44 tiros, Victor Jara conseguiu a duras penas escrever aquele considerado seu último texto que logo depois seria declamado e musicado por muitos artistas. Entre esses León Gieco, Ángel Parra e o norte-americano Pete Seeger. Ouça:
 
 


UMA CANÇÃO INACABADA

O último texto poético de Victor Jara inspirou o título do livro Uma Canção Inacabada, da jornalista e dançarina Joan Alison Turner, sua viúva. Nesse livro há muita coisa desconhecida em torno do artista e fotografias inéditas. Curiosidade: uma das canções mais famosas de Jara, Te Recuerdo Amanda, foi composta em homenagem à filha. No Chile se acha a sede da Fundação Victor Jara criada por Joan, hoje com 96 anos de idade.

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