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segunda-feira, 29 de abril de 2024

LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (93)

O estupro é uma prática antiga e parece não ter fim no Brasil e em todo canto do mundo.
A violência contra a mulher, qualquer tipo de violência, merece punição.
Hoje em dia as mulheres, grosso modo, estão conquistando merecidos espaços na sociedade conservadora e hipócrita em que vivemos.
São muitos os casos vitoriosos alcançados pelas mulheres, seja lá onde for.
Já falei, mas repito: o primeiro livro classificado como romance no Brasil foi escrito por uma mulher de nome Maria Firmina dos Reis.
Outra escritora de livros eróticos, Adelaide Carraro (1936-1992) também não saiu da mira dos militares. Era uma figura sensível e politizada. Não casou, mas adotou duas crianças. 
Adelaide considerava o Brasil como o melhor país do mundo.
Adelaide Carraro tinha 36 anos de idade em 1968, cinco processos judiciais em andamento e dúzia e meia de prisões nas costas.
Em meio às dezenas de livros que Adelaide publicou acham-se O Estudante e Eu e o Governador, que trata das suas relações sexuais com o político mato-grossense Jânio da Silva Quadros (1917-1992).
Cassandra e Adelaide foram as escritoras mais censuradas no decorrer do regime militar (1964-1985).
Adelaide, Cassandra e o erotismo na literatura brasileira mereceram estudos publicados em livros de Rodolfo Rorato Londero em 2016 (Pornografia e Censura: Adelaide Carraro, Cassandra Rios e o Sistema Literário Brasileiro nos Anos 1970), Juana Belinaso em 2020 (Escrever é Subversivo: Censura a Livros Eróticos e Pornográficos na Ditadura Civil-Militar Brasileira) e Juliana Moreira de Sousa também em 2020 (Censura e Erotismo na Literatura de Cassandra Rios).

Foto e reproduções de Flor Maria e Anna da Hora

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