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segunda-feira, 8 de julho de 2024

VIVA PROCÓPIO FERREIRA!

Procópio foi um marco do teatro brasileiro, como Cascudo marcou profundamente o campo do estudo da cultura popular.
Cascudo é Luís da Câmara Cascudo, potiguar.
Pois bem, o Procópio a quem me refiro todo mundo sabe: é Procópio Ferreira, o mais importante ator da comédia brasileira, como Chico é ainda o mais presente compositor da nossa música popular, ao lado de Caetano e Gil.
Dizendo assim só pelo nome ou apelido todo mundo sabe a quem nos referimos: Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil... Como Vandré, Gonzaga... No campo internacional: Beethoven, Bach, Chopin...
Se eu falar de Lampião todo mundo também vai saber de quem eu estou falando: Virgulino Ferreira da Silva, bandoleiro que durante muito tempo reinou absoluto no Sertão nordestino.
Lampião nasceu em 1898.
Cascudo nasceu em 1898.
Procópio, pois é, Procópio Ferreira nasceu também naquele ano de 1898; mais precisamente no dia 8 de julho, um dia como hoje.
Filho dos portugueses Francisco e Maria, Procópio estava fadado a ser um advogado de carreira. Era o que queria o pai, que irritou-se ao saber que o filho pretendia seguir a carreira de ator. Confirmado isso, o sisudo português pôs o filho pra correr de casa.
Tinha Procópio 18 anos quando trocou o curso de Direito por um curso de Dramaturgia e em seguida foi admitido na companhia de Lucília Peres. E aí não parou mais.
O ano de 1924 foi marcante para Procópio porque foi nesse ano que ele estreou como ator nas peças Dick, de Max Dearly; e Meu Bebê, de Margaret Mayor.
No decorrer do tempo Procópio apresentou-se mais de 3.600 vezes no palco da vida brasileira. Eu o conheci em João Pessoa, PB, quando ele se apresentava no velho Teatro Santa Rosa. Não lembro a peça e nem exatamente o ano, mas foi por ali entre 1973 e 74.
Era baixinho, miúdo, meio troncudo, narigudo e não exatamente um exemplo da figura de galã a que nos acostumamos a ver. E até aplaudir. Deixou três livros publicados: Arte de fazer graça (1925), Como se faz rir – O que penso… quando não tenho em que pensar (1967) e O Ator Vasques (1979).
Em 1965, o dramaturgo Lauro César Muniz escreveu para Procópio encenar a peça A Infidelidade ao Alcance de Todos. Tem duas partes: a 1ª Tuba e a 2ª A Transa, que trata basicamente de uma orgia na qual quatro ou cinco pessoas se divertem fazendo amor. Virou filme em 1972.
Foram muitos os filmes de que participou Procópio Ferreira. Tem um até com o Rei do Baião, Luiz Gonzaga. Título: O Comprador de Fazendas.
Procópio morreu em 1979, deixando uma filha: Bibi Ferreira, outra figura ilustre do teatro brasileiro.

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