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domingo, 22 de maio de 2022

RÁDIO: FUTEBOL, NEGRO E MÚSICA (3, FINAL)

No último fim de semana, o jogador do Corinthians chamou de macaco um jogador do Internacional. O corintiano acusado, Rafael Ramos, português, foi preso em flagrante e levado à Delegacia para esclarecimentos, foi solto após seu time pagar fiança.
Lamentável, sob qualquer aspecto. E isso tem origem.
O professor João Baptista conta no seu livro que os programas de rádio com auditório atraíam, e ainda atraem, público diverso:

“Tão acentuada é a presença da mulher de cor entre esses frequentadores de auditórios, e é de tal maneira efervescente, barulhento e espetaculoso o seu comportamento, que nos meios radiofônicos tais grupos promocionais são chamados depreciativamente de “macacas de auditório”, numa alusão direta àquelas generalizações populares que procuram identificar características negróides a traços simiescos.”
Mas, evidentemente, no geral o rádio representa muito no Brasil.
O artista e apresentador do programa Pintando o 7, Luiz Wilson, diz:
“O Rádio sobreviveu e sobrevive a toda evolução no mundo inteiro. Desde a chegada da Televisão que se popularizou até a chegada da Internet e todas as suas ferramentas até aqui criadas, o Rádio se mantém na liderança como o principal veículo de comunicação.
Como Radialista, digo que o Rádio é o maior companheiro, sendo a principal razão de que uma vez sendo um meio de comunicação auditivo podemos escutá-lo enquanto realizamos outras atividades, desde os afazeres domésticos às mais variadas funções.”
Pois é, apesar de tudo.
O rádio continua sendo o meio mais rápido pra se saber o que acontece no mundo. Fora isso, é através dele que os ouvintes tomam posição política ou não. E ainda tem o dado musical, embora esse seja hoje bastante discutível. Falo do gosto. Melhor: do mau gosto. Música de má qualidade. Aliás, só existem dois tipos de música, já dizia o maestro Eleazar de Carvalho (1912-1996), a boa e a má.
Grosso modo, o que é levado ao ar é música de má qualidade, com raríssimas exceções.
Os narradores profissionais de futebol como Fiori Gigliotti e Estevam Sangirardi, deixaram em disco passagens históricas do nosso futebol. Pérolas, na verdade.
Há poucos dias, Carlos Silvio entrevistou uma lenda do rádio paulistano: Salomão Ésper.

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Foto e reproduções: Flor Maria e Anna da Hora.

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