Ridículo.
Na verdade, de péssimo gosto foi a ideia de trazer ao Brasil o coração afunhenhado do imperador Dom Pedro I.
Pedro I, a quem foi atribuído o "grito do Ipiranga", tinha 34 anos quando morreu em 1835. Morreu depois de lutar contra o irmão Miguel, na região portuguesa do Porto. E deixou dito, de próprio punho, que gostaria que o seu corpo fosse posto num caixão simples e assim, simplesmente, sepultado.
Quase 200 anos depois de sua morte, Pedro I volta ao Brasil na forma de coração. Vixi!
O filho de Pedro I, Pedro II, foi deposto por um golpe militar e, com isso, começou a República no nosso país.
Com a queda de Pedro II, deu-se início à República, mas o comportamento dos brasileiros parece continuar atrelado à Monarquia.
Desde sempre temos o Rei da Bola (Pelé), o Rei da Voz (Chico Alves), o Rei do Baião (Luiz Gonzaga), a Rainha do Baião (Carmélia Alves), a Rainha do Forró (Anastácia) e o rei disso e o rei daquilo.
Temos até o Rei da Cocada Preta, que é o cidadão que está por cima da carne seca. O bam-bam-bam.
A ideia de trazer o coração de Pedro I é triste, lamentável. Bizarrice pura!
O coração de Pedro I corre o risco de esfarelar-se, despedaçar-se como o coração do gaúcho Getúlio Vargas. A propósito, foi na terça-feira de 24 de agosto de 1954 que o então presidente da República enfiou um tiro no próprio peito. O tiro que matou Vargas acordou o Brasil naquela manhã de 24 de agosto.
E se o coração de Pedro I espatifar-se no chão, hein?
Afe, que história triste, bizonha, mórbida!
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