A madrugada do dia 15 de novembro de 1889, foi uma madrugada que entraria, definitivamente, para a história.
Foi nessa madrugada que os inimigos da Monarquia depuseram Pedro II (1825-1891) e no seu lugar, puseram o marechal Deodoro (1827-1892).
Não houve derramamento de sangue, até porque o povo não deu bola à questão. E assim, Deodoro assumiu o poder a que renunciaria no dia 23 de novembro de 1891. Há 130 anos, portanto.
O movimento pró-República intensificou-se uns 10 anos antes da assinatura da Lei Áurea, pela princesa Isabel (1846-1921).
O imperador Pedro II só soube da "libertação" dos escravos 2 semanas depois, quando achava-se em visita à Itália.
Pedro II era um cara leve, livre, solto, chegado às artes. Nos momentos mais difíceis do País, ele dava um jeitinho para pirulitar-se e conhecer outras culturas, como a egípcia.
Esse Pedro virou amigo do grande romancista e poeta francês Victor Hugo (1802-1885). Mas essa é outra história.
Quando os militares golpearam e derrubaram a Monarquia, Pedro II se achava em Petrópolis, RJ.
Foi no começo da madrugada que o imperador tomou conhecimento do que o marechal Deodoro e seus comandados acabavam de fazer na capital do Império. Não quis acreditar, mas a ficha acabou por cair no final da manhã do fatídico 15 de novembro de 1889.
Antes de ser forçado a exilar-se, Pedro II permaneceu em prisão domiciliar por horas e horas até embarcar num navio com destino à França. E lá morreu. E lá morreu também a filha Isabel e filhos dela e tal.
O marechal Deodoro, depois de 2 anos no poder, renunciou à presidência da República por discussões e brigas no Parlamento. No seu lugar, ficou o marechal Floriano Peixoto (1839-1895).
Peixoto, que era vice de Deodoro, assumiu o poder depois de um golpe.
Floriano deixou o poder sem cumprimentar o sucessor, Prudente de Morais (1841-1902).
E a República é o que temos.
O Jornal do Brasil, edição de 16 de novembro de 1889, começou abriu texto sobre a queda do imperador Pedro II assim:
Surpreendente movimento militar que estourou ontem nesta Corte, espalhando agitação e disseminando boatos que duraram todo o dia tomaram conta da cidade, acabou impondo a deposição, pelas armas, do governo do Visconde de Ouro Preto – e ao mesmo tempo, do regime monárquico instaurado no país desde Independência, há 67 anos. O Brasil é agora uma república, segundo os oficiais que comandaram a manobra. O imperador D. Pedro II, há 49 anos no trono, encontra-se em prisão domiciliar, com todos os demais membros da família imperial, no Paço da Cidade.
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