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sábado, 15 de outubro de 2022

SOMOS TODOS MESTRES


Eu tenho um poema que começa assim:

Só não vê quem não quer ver
Diz um dito popular
Esse dito é bem dito
E dele é bom falar...

Mas como hoje 15 é o Dia do Professor, o referido poema eu poderia começar assim:

Só não aprende quem não quer
Diz um dito popular
Esse dito é bem dito
E dele é bom falar...

O Dia do Professor existe para reflexão. É um dia importantíssimo para os profissionais que assumiram para si a missão de ensinar. E cabe ao aluno, e somos todos alunos, aprender se quiser.
Aprendi com muitos professores, amigos, amigas, filhos e filhas. Aprendo com todo mundo e o próprio mundo me ensina.
Levei porrada e porrada certamente levarei. Levar no sentido de receber. 
Tive grandes professores na vida. A começar pelos meus pais, avós e demais familiares. Na escola aprendi o be-a-bá. Na escola aprendi a pintar e só não aprendi a tocar e a cantar porque a mim faltou talento.
Há professores de canto, há professores de música.
Estudei música com Aldo Parisot. Confesso que não aprendi nada. Eu desafinava, dizia ele com decepção. "A sua voz até que é boa, mas não serve para o canto", dizia ele.
João Câmara Filho e outros mestres das artes plásticas até que me ensinaram a segurar o pincél e com ele na palheta. Misturei tintas e nessas pinturas, descobri novas cores. Aprendi que o preto com branco, dá cinza. O vermelho com branco deixa a cor rosada. Tem o azul cobalto...
Um dia no programa da Inezita, Viola Minha Viola, a uma pergunta dela eu disse que a rabeca é filha bastarda do violino. Ela gostou.
O violino nasceu muito antes da rabeca, que tem origem ali pelo século 7º d.C.
O som da rabeca surgiu ali pelos tempos em que os mouros invadiram a Península Ibérica.
Dentre os meus mestres não há como esquecer Luís da Câmara Cascudo. Eu ia à casa dele beber na fonte límpida da história que ele também sabia. História da cultura popular, erudita e tal.
Câmara Cascudo sabia de tudo e mais um pouco. Pra mim ele era "o Velho que Sabe Tudo". Esse, aliás, foi o título que dei a uma das entrevistas que fiz com ele. Saiu no suplemento Folhetim, extinto, do paulistano Folha de S.Paulo.
Os professores sofrem muito, principalmente nos tempos atuais.
Professor ganha pouco e sofre muito. Isso precisa mudar. Um país sem professor, sem mestre, é um país/nação pobre em todos os sentidos.

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