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domingo, 31 de julho de 2011

INEZITA E CHITÃOZINHO & XORORÓ, NO VIOLA

Inezita Barroso telefona eufórica.
Dessa vez para contar que hoje conseguiu assistir inteirinho o programa que fez em abril, e que já comentei aqui, com os irmãos paranaenses José e Durval, da dupla Chitãozinho & Xororó.
Foi às lágrimas.
Disse também, e mais eufórica ainda, que está havendo um grande retorno do público emocionado com as pérolas de acervo do Viola Minha Viola, no ar todo domingo pela tevê da Fundação Padre Anchieta.
Uma triste revelação, ela fez: nem todos os programas estão salvos, pois os que foram gravados num período de pelo menos dois anos foram completamente apagados.
Por quê?
- Para reutilização das fitas.
Explicação?
- É programinha de pobre, não tem importância, disseram.
Esse “programinha de pobre” já passa dos 30 anos no, ar ininterruptamente, e, dentre todos da Cultura, o mais visto pela medição do Ibope.
Isso ainda vai dar Guinness.

PS- Acima, reprodução do primeiro LP da dupla, do tempo que Xororó assinava com "Ch".

sexta-feira, 29 de julho de 2011

JOSÉ RAMOS TINHORÃO E A SUA GRANDE OBRA

Acabo de ler do mais completo investigador da história da música brasileira, José Ramos Tinhorão, mais um belo livro a favor da clareza histórica, O Rasga: uma Dança Negro-Portuguesa, com a chancela da Editora 34.
Esse é o 26º volume de uma obra riquíssima e que cresce de importância desde 1966, ano que o autor lançou pela Civilização Brasileira A Província e o Naturalismo (esgotado) e pela Saga (ambas editoras cariocas), Música Popular: um Tema em Debate (disponível pela já citada 34).
Tinhorão é aquele cara que os acadêmicos lêem com reservas e apontam com discriminação, depois de o engolirem como caviar e o arrotarem como salsicha.
As investigações em torno do negro (foi em torno da figura do negro que surgiu o rasga) se iniciaram há duas décadas, na terra de Camões.
O primeiro resultado dessas investigações apareceu no livro Os Negros em Portugal: uma Presença Silenciosa (Editorial Caminho, Lisboa, 1988).
Antes disso ele trilhou os caminhos do fado desde o Brasil, provocando inadvertidamente um ataque de nervos na diva da canção portuguesa Amália Rodrigues, que morreu magoada com o investigador.
O rasga como dança (e música) deixou rastros a partir da segunda metade do século 19, entre os negros e mulatos de Lisboa e teve no paraense Cezar Nunes um de seus destacados intérpretes.
A prova disso está em Batuque de Pretos (Odeon Record, nº 108102) e na Imitação d´um Batuque Africano (Victor Record, nº 98702), faixas constantes dos referidos discos.
Mas para O Rasga: uma Dança Negro-Portuguesa se tornar realidade, era preciso achar a pedra que faltava como solução do quebra-cabeça que o próprio Tinhorão arrumou para si, que foi essa pesquisa.
A solução apareceu ocasionalmente quando lhe pus nas mãos um velho disco de 76 voltas (Odeon nº 43191) importado, com o ator-cantor português Franco d´Almeida Lisboa, cantando.
Nessa gravação, Lisboa é acompanhado por um piano e não por um ganzá, canza ou reco-reco, o que seria natural por causa da origem do ritmo, que já não existe.
E pensar que tudo isso começou com visitas a alfarrabistas...
O encontro de um exemplar do Almanak Processo do Rasga (Paródia ao Processo do Cancan) para 1880, que tinha como personagem um negro de nome Caetano Rasga Roupa, e a leitura discreta de folhetos de cordel fechou a investigação.
Para completar, O Rasga: uma Dança Negro-Portuguesa traz encartado um CD, como prova documental de suas incursões na poeira do tempo (www.editora34.com.br).

quinta-feira, 28 de julho de 2011

SÉRGIO RICARDO QUER DISCUTIR BRASIL

Sérgio Ricardo, que na pia batismal ganhou o nome de João Lutfi, é da safra de 1932.
Sérgio, que viria a se tornar uma das mais expressivas vozes da música brasileira, nasceu em Marília, interior de São Paulo, poucos dias antes de ser deflagrada a Revolução Constitucionalista no centro da capital paulista.
Os objetivos dessa revolução eram dois: derrubar o governo provisório de Getúlio Vargas e fazer o Congresso aprovar uma nova Carta.
O primeiro objetivo não foi alcançado.
O segundo foi concretizado em 1934, com Getúlio no poder.
Mas essa é outra história.
Sérgio Ricardo, de formação musical erudita, é um artista completo: ele canta, compõe,toca violão e piano.
É também ator, roteirista e diretor de cinema.
O seu primeiro filme, o curta de 35mm O Menino da Calça Branca, foi rodado em 1961, no auge da bossa nova, e ganhou o 2º lugar num festival realizado em San Francisco, nos Estados Unidos, em 1962, ano do longa O Pagador de Promessa, de Anselmo Duarte, que ficou em 1º, em Cannes
A Noite do Espantalho é, provavelmente, seu filme mais famoso, de 1974.
Tem muitas músicas gravadas e filmes rodados.
É dele a trilha de Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha, feita em 1964.
Sempre agitado, ele não para.
Agora está lançando um movimento a que dá o nome de Grupo de Resistência aos Impedimentos no Terreno das Artes, Grito.
Sérgio (foto) é o meu convidado especial hoje no programa O Brasil ta na Moda, que, quem me acompanha neste espaço sabe, apresento todos os dias a partir das 14 horas na Rádio Trianon AM 740, que fica ali na avenida Paulista, 900.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

O BRASILEIRO ALBERTO MARINO JR. - 1924+2011

Senti algo esquisito ao fim da tarde de ontem, confesso.
Um tremor de repente, um não sei o quê mexendo comigo.
Não era frio, não era calor, não era tristeza, mas também não era alegria.
Era nada e era tudo.
Sei lá!
Difícil explicar ou entender o que senti, ao fim da tarde de ontem.
Mas agora eu soube: era um amigo se despedindo no silêncio do último instante, como se, na verdade, não quisesse se despedir; como se não quisesse partir e nos deixar.
Era como se fechasse a porta e apenas nos acenasse, dizendo que chegara a hora derradeira, irremediável, aquela que nunca, jamais, poderemos evitar.
E essa hora nos será sempre de tristeza absoluta.
No seu último aniversário, 12 de novembro, cá em casa eu tomei um trago em sua homenagem, lhe rogando saúde e força.
Ele brindou à distância, do seu jeito, prometendo um tim, tim de corpo presente por esses dias.
Mas não deu tempo.
Alberto Marino Jr. foi juntar-se às estrelas do firmamento às 17:45, depois de dois meses e dois dias no Samaritano.
Antes da partida, sofreu uma queda.
Internado, não se recuperou.
Mas nem por isso se lamentou, embora intimamente soubesse que dificilmente ficaria mais tempo entre nós.
Disse isso na última vez que falamos ao telefone, no dia 2 deste julho.
Não estava otimista, estava calmo; cheio de calma.
E até brincou com a situação de paciente em repouso forçado.
E disse até estar com saudade e querer almoçar e tomar o vinho que não tomou comigo no seu último aniversário.
Um dos seus quatro filhos, Roberto, junto com sua companheira Simone, era só expectativa.
Tinha certeza de que o pai logo, logo, trocaria o hospital pelo aconchego do lar.
Não foi possível.
Além de saudade, Alberto Marino Jr. nos deixa a crença por um Brasil melhor e pelo menos duas músicas que dificilmente serão esquecidas: Rapaziada do Brás e Luar de São Paulo, ambas com letra sobre melodia do pai, Alberto Marino.
O corpo será cremado no correr desta tarde, em Embu das Artes.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

THEO DE BARROS, COMIGO HOJE NA TRIANON

Theo de Barros, de batismo Teófilo Augusto de Barros Neto, é um dos mais importantes músicos brasileiros.
Seu principal instrumento é o violão.
Compõe, canta, faz arranjos, trilhas para teatro e cinema etc.
É um artista completo.
Nasceu no dia 10 de março de 1943, no Rio de Janeiro.
Aos 15 anos, já compunha.
Aos 19, já tinha músicas gravadas por Alaíde Costa.
Disparada, dele e do paraibano Geraldo Vandré; e Menino das Laranjas, dele só, um sambinha bossanovista lançado originalamente por Vandré, no seu primeiro LP (Audio Fidelity, 1963), e logo depois também levado à praça pela gauchinha Elis Regina, o elevaram à condição de estrela da nossa música.
Disparada, que é uma moda de viola estilizada, parou São Paulo durante sua apresentação, por Jair Rodrigues, no 2º Festival da Música Popular Brasileira realizado pela Record em 1966, quando empatou em 1º lugar com a marchinha A Banda, de Chico Buarque de Hollanda.
Disparada foi gravada em alemão, francês, italiano, castelhano.
Há mais de uma centena de versões dessa música, incluindo a do próprio Vandré, feita no Teatro Record de São Paulo logo após o festival e lançada num compacto simples pela extinta RCA Victor.
A gravação de Vandré tem acompanhamento do Trio Marayá e do Trio Novo, do qual participava Theo (contrabaixo e violão), Heraldo do Monte (viola e guitarra) e Airto Moreira (bateria).
Theo de Barros é discreto, calmo, de falar tranqüilo e competentíssimo no campo da arte musical.
É o meu convidado especial hoje no programa O BRASIL TÁ NA MODA, que apresento todos os dias na Rádio Trianon AM 740, a partir das 14 horas.

PS - A foto que ilustra este texto foi feita durante palestra sobre o bravo ano de 1968 que eu e Theo realizamos no Centro Cultural do BNB, em Fortaleza, CE, há quase três anos.

LITERATURA EM REVISTA
Hoje às 18 horas, no já referido Centro, o professor e radialista caririense Ivan Nascimento discorrerá sobre O Amor e a Vida na obra do poeta carioca Vinicius de Moraes. A palestra faz parte da programação do projeto Literatura em Revista, segundo o jornalista Luciano Sá, assessor da instituição. Mais informações pelos telefones (85)3464.3196 e (85)8736.9232.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

NOVELA AMOR E REVOLUÇÃO, NA TRIANON

O enredo de Amor e Revolução, do ex-global Tiago Santiago, vem conquistando noveleiros e noveleiras desde a sua estréia no SBT, em abril deste ano.
Polêmico, o folhetim vai ar todos os dias depois das dez da noite.
A história gira em torno de acontecimentos provocados pelos militares que assumiram o poder no País, em 1964.
Na trama, são muitos os personagens em conflito.
O destaque, porém, fica por conta de uma guerrilheira, Maria (Graziela Shimitt), e de um militar do Exército, José (Cláudio Lins).
Maria e José, que lembram - medidas as distâncias - os shakespearianos Romeu e Julieta, não têm o aval dos pais para viverem juntos, por se acharem em pontos politicamente opostos aos ideais que defendem.
Justificadamente, o tema do autor Santiago já deu muito que falar.
Primeiro, por abordar o golpe militar que levou o Brasil à escuridão em 1964.
Segundo, por abrir espaço para a exibição do primeiro beijo registrado na televisão brasileira entre pessoas do mesmo sexo, no caso as personagens Marina (Giselle Tigre) e Marcela (Luciana Vendramini), levado ao ar no correr do capítulo nº 28.
De tão delicado, o folhetim da TV de Sílvio Santos não conseguiu nenhum depoimento de ex-militar sobre o movimento verde-oliva que teve entre seus mentores o general Golbery do Couto e Silva, “um dos gênios da raça”, segundo o falecido cineasta baiano Glauber Rocha.
E o registro de depoimentos de ex-militares era desejo do autor e da equipe responsável pela formatação da trama de Amor e Revolução.
Por isso, mas não só por isso, os depoimentos de personagens reais da esquerda que estavam sendo veiculados ao final de cada capítulo da novela foram cancelados.
Mas uma novela para televisão ou rádio não se faz só com textos, abraços, beijos, intrigas etc.
Para que tudo corra bem, é preciso uma trilha musical.
No caso da história assinada por Tiago Santiago, o responsável pela trilha é o diretor musical Laércio Ferreira (na foto, com Geraldo Vandré).
Laércio é o meu convidado especial hoje no programa O BRASIL TÁ NA MODA, no ar todos os dias a partir das 14 horas, ao vivo, também pela internet, repetido às 4h30 do dia seguinte; amanhã, por exemplo.

DIA DO AMIGO
- Hoje é comemorado o Dia do Amigo em vários países, inclusive no Brasil. Há muitas músicas sobre amizade registradas na discografia brasileira. Uma das mais tocantes é Canção da América, dos mineiros Milton Nascimento e Fernando Brant, que já no início diz:

Amigo é coisa pra se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração...

Ponto que não concordo na letra é “coisa”, como referência a amigo.

HOMEM NA LUA
- Hoje também é dia para lembrar a chegada do homem à Lua. Foi na noite de 20 de julho de 1969, precisamente às 23h56m20¨, que o comandante da nave Apolo 11, Neil Armstrong, pôs os pés no solo lunar, façanha vista via satélite por cerca de 1,2 bilhão de pessoas. Mas ainda há quem não acredite nisso.

terça-feira, 19 de julho de 2011

CHICO BUARQUE, PELÉ, CRIANÇAS E DROGAS

A programação da TV brasica está aquém do desejável.
E muito!
Entrevistadores e entrevistados contribuem com a inteligência dos quadrúpedes para a perpetuação da mesmice e a destruição da linearidade do pensamento.
Parece coisa orquestrada.
E deve ser, será que não?
Ficar diante da “maquininha de fazer doido”, como dizia o velho Stanislaw, é sofrer; com raras exceções: Inezita Barroso, Caco Barcelos, Arnaldo Duran e mais um e outro “do ramo” que escapa dessa loucura toda, que tem também por nome Globalização.
Televisão, como rádio, tem de privilegiar a sensibilidade, a espontaneidade e a inteligência – ou conteúdo, como se diz hoje.
O profissional para apresentar programas na televisão e rádio tem de ser gente com formação humnitária e descompromissado com o deus ibope.
Há pouco, lamento, vi/ouvi na telinha de um canal supostamente dirigido à alma da cultura, de São Paulo, um apresentador – cujo nome eu não guardei –, atabalhoado com sua produção ou direção, sei lá, pedindo vinhetas, imagens, sei lá, que não vinham nunca por razões que, sei lá, nos deixou “a ver navios”, como se dizia antigamente.
Lamentável, não é?
No canalzinho referido o tema era Chico Buarque, que até sexta-feira lançará à praça um novo disco, para deleite de muitos brasileiros.
Viva Chico!
O entrevistador entrevistava um crítico recém saído dos cueiros, que dava opiniões com a segurança de um bobo.
- Chico está velho, ele dizia com um sorriso de inteligência.
- Chico está lançando um disco inferior aos que já lançou, acrescentava.
- Chico nem sabe o que está dizendo o que lhe pediram para dizer.
- É marketing!
- Bom é Caetano cercado de rapazes, acrescentava o apresentador com um sorriso luminar; do tipo de quem acabara de ser alumiado pela chama do saber socratiano.
- Chico já era.
- Chico liberou, está dando vez à nova geração com esse disco de arranjos malfeitos.
E a imagem de Chico agora aparecia em p&b na telinha, rindo feito criança e com a naturalidade de um sábio.
Qual o problema de dizer que Chico Buarque de Hollanda é um grande artista brasileiro?
Por que sepultá-lo vivo, hein?
E, principalmente, num canal de TV que supostamente tem o compromisso de levar cultura aos telespectadores?
Foi isso o que tentaram o apresentador risonho, o crítico bobo e a TV que acolheu a ambos e a si própria.
O bom Lupicínio dissera nos 50:
- Ah, esses moços, pobres moços!
Ó: o saber não nasce bebê em ninguém.

PELÉ, CRIANÇAS E DROGAS
- Hoje é o Dia Nacional do Futebol.
Lembrei de Pelá no programa O BRASIL TÁ NA MODA, que apresento todos os dias na rádio Trianon AM 740, ao vivo.
Quando Pelé fez seu milésimo gol, chamou a atenção do mundo para o futuro das crianças.
Neste momento, agora, às 23 horas, o amigo e colega jornalista Caco Barcelos está mostrando a tristeza do fim da infância nunca iniciada de milhões de crianças, no Brasil.
Meu Deus, estou triste.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

FUNARTE, CAREQUINHA E ELIANE CAFFÉ

O presidente da Fundação Nacional de Artes, Funarte, Antônio Grassi, disse hoje no programa O Brasil tá na Moda, que a instituição aplicará, através de editais, verba superior a R$ 100 milhões este ano, para incentivo através de projetos direcionados às áreas de teatro, dança, circo, música, artes visuais etc.
Até o fim do próximo mês, será lançado o Prêmio Myriam Muniz, de estímulo à produção teatral, garantiu Grassi.
Ainda este ano, segundo ele, também serão lançados editais para os prêmios Klauss Vianna de Dança e Funarte Carequinha.
Carequinha, filho de trapezistas e de batismo George Savalla Gomes, era carioca de Rio Bonito e foi um dos mais importantes palhaços do Brasil, junto com Arrelia e Piolim, sem falar, entre outros, de Torresmo e Pimentinha, o mais novo desses aqui citados.
Carequinha nasceu no dia 18 de julho de 1915, um dia como o de hoje; mas nenhuma linha nos jornais e revistas foi escrita ou fala sobre ele no rádio ou televisão foi dita.
E é assim que um país aos poucos vai perdendo a memória.
Arrelia nasceu antes, em 1905.
Torresmo, em 1918.
Piolim, antes ainda: em 1897.
Todos hoje esquecidos do chamado grande público, que já não os têm para animá-lo a viver melhor a vida.
Piolim foi alegria de uma geração iniciada nas primeiras décadas do século passado.
Mário de Andrade, aliás, deixou registrado isso nas páginas do periódico Terra Rocha e Outras Terras.
Inda bem que a Funarte está se lembrando dele, agora.
E tomara que lembre também dos outros grandes palhaços, cuja graça nos abriu o coração para as coisas simples da vida.
Como diria Arrelia: “Tudo bem, tudo bem, tudo bem, bem, bem?”.
Pois é.
A cartinha aí de cima a mim me foi mandada como agradecimento ao texto de abertura que fiz a seu pedido, para a autobiografia que escreveu e a Ibrasa editou, no começo dos 90.
Fica o registro.

ELIANE CAFFÉ
A minha entrevistada especial hoje no programa O BRASIL TÁ NA MODA, a partir das 14 horas na Rádio Trianon AM 740, é a cineasta paulistana Eliane Caffé, que está lançando o documentário Céu Sem Eternidade, sobre comunidades quilombolas de Alcântara, com sessão marcada para as 20 horas do próximo dia 25, no Cine Livraria Cultura (Conjunto Nacional; Av. Paulista, 2073). A projeção é aberta ao público e a ela se seguirá um debate. Participará do programa o brincante Alessandro Azevedo, criador do palhaço Charles.

domingo, 17 de julho de 2011

CARTAS DE ABRIL PARA JÚLIA

Álvaro Alves de Faria é folha em branco sugerindo palavra para se preencher.
Não.
Álvaro Alves de Faria é palavra sugerindo folha em branco para se derramar.
Diferente de tantos, esse poeta lírico e cheio de dor do nada cria trilhas para seus versos deslizarem ora no céu de Deus ora no céu da boca dos filhos de Deus.
Ora de gume cortante, ora de pétala orvalhada, os versos alvarinos parem coisas belas e gentes como Júlia, “rainha invisível”, na descrição do próprio poeta, e que o leitor, por isso, pode crer ser dona de olhos pardos, de andar noturno e pele alva a passear em bamboleio pelas ruas de sol e mar da imaginação.
É impossível ficar indiferente ao talento de Álvaro Alves de Faria, paulistano da safra dos 40 que recria em ritmo rápido, com personalidade e emoção, a poesia que não se acha nas prateleiras do Brasil.
O livro Cartas de Abril para Júlia, não deixa dúvidas quando ao talento do seu autor.
Aliás, só mesmo um mestre caçador e domador de palavras, como ele, iniciaria um livro assim:
“No entanto, Júlia surgiu quando chovia”.
É como se desse prosseguimento a uma história já iniciada, mas não.
E direto, descreve:
“Havia um rio sob meus pés que molhava destinos antigos, águas últimas entre pedras”.
E num crescendo, como no famoso Bolero, ele segue na elegância do seu batucar:
“Apareceu com as mãos abertas, como uma ave ferida”.
É referência, claro, à chegada da personagem.
De chofre:
“Tinha cinco asas e no olhar os ciprestes nasciam como plantas amanhecidas”.
E no que poderia ser um parágrafo, revela:
“Júlia trazia uma bolsa de palavras esquecidas”.
A partir daí, o livro ganha lirismo extremo e uma densidade capaz de surpreender o mais exigente dos leitores.
O par de Júlia, que numa elaborada contradição diz que nunca a viu, é um artesão “fazedor de chaves”, mas as chaves que faz não são para “abrir portas”, são para ele se “trancar cada vez mais”.
Tudo não passa de um sonho.
Ela chegou numa chuva.
Ela partiu levando o ar que respirava seu par.
Cartas de Abril para Júlia é para ser lido num fôlego e recomendado aos quatro ventos.
Numa palavra: incrível.
E tenho dito!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE

Foi numa manhã fria de primavera que o povo francês se levantou contra a tirania do rei Luís 16 e o depôs.
Essa história começa no dia 5 de maio de 1789, quando o rei se vê obrigado a convocar assembléia para discutir a crise que se abatia sob o seu regime absolutista.
Os primeiros movimentos de insatisfação contra o regime começaram em março daquele ano, por camponeses dos chamados departamentos de Provença, Picardia e Cambresis.
Esses departamentos, na verdade, eram regiões administrativas da França.
Rapidamente, a revolta toma conta do país.
Na terça-feira 14 de julho de 1789, o povo armado invade as ruas e desfecha ira na troca de tiros com guardas do rei e arrebenta as grossas portas e portões da Bastilha (ilustração acima), que cai.
Na verdade, conta a história, havia poucos presos; mas a Bastilha significava um símbolo que tinha de cair.
E caiu.
Com sua queda ou tomada, foram extintas as regalias do clero e da nobreza, portanto: abolidas a servidão e as benesses feudais.
Disso resultou a marca da liberdade, da igualdade e da fraternidade, bordão que o mundo civilizado segue e respeita.
O estopim para a tomada da Bastilha deve-se a Camille Desmoulins (1760-94).
Camille foi orador inflamado e jurista de prestígio, na sua época.
Três anos depois da tomada da Bastilha, o oficial de Exército Claude Joseph Rouget de Lisle compôs o hino da França A Marselhesa, a pedido do prefeito de Estrasburgo, Philippe-Fréderic de Dietrich, após declaração de guerra do imperador da Áustria.
A história é comprida.
Mas um detalhe: a obra surgiu originalmente com o título de Canto de Guerra para o Exército do Reno.
O meu entrevistado especial de hoje no programa O BRASIL TÁ NA MODA é o cônsul geral da França em São Paulo, Sylvain Itté, e o programa é dedicado a minha filha caçula Clarissa de Assis, que nasceu no dia 14 de julho de 1989 e para quem compus a seguinte canção, incluída na trilha do filme franco-brasileiro Saudade do Futuro (2001), de Marie-Clémence & Cesar Paes:

Redonda, bonita
Brilhando no céu
A lua parece a cara de Deus
Sorrindo feliz
como quem diz:
Menina, o mundo de hoje em diante
É todo só teu
Menina, carregas contigo
No peito e na alma
O destino de quem nasceu
Pra ser livre
O dia de hoje
Teu dia, menina
É dia de sempre
De calma ou correria
Mas decerto o teu dia
Cheia ou minguante
Nova ou crescente
Amada hás de ser
Em qualquer tempo
Bonita, redonda
No céu e na terra
Sempre brilhando
Clarissa é teu nome

quarta-feira, 13 de julho de 2011

ANASTÁCIA, PRINCESA OU RAINHA?

Foi depois de tomar conhecimento do drama de uma certa Anastasia, princesa européia da dinastia Romanoff, que uma certa Lucinete Ferreira resolveu trocar de nome, virando Anastácia com “c”, que o tempo se incumbiria de transformar na rainha do nosso forró.
O drama da princesa começa durante a Revolução Russa, em 1917, quando os comunistas assumem o poder.
A história da nossa “rainha” começa entre os anos 50 e 60, em Pernambuco.
Aos dez anos a princesa, filha do czar Nicolau II, consegue fugir para Paris escapando, assim, de morte certa (o que não ocorreu com seus pais, irmãos e parentes próximos, que foram friamente fuzilados pelos revolucionários).
Também tinha lá uns dez anos quando a filha de seu José e de dona Josefa Ferreira encantava meninos e adultos com seu canto de curió, e o dobro dessa idade quando decidiu por conta e risco deixar Pernambuco e se fixar na terra dos bandeirantes e dos nordestinos, Sampa, à época chamada de “eldorado brasileiro”.
Em São Paulo, Anastácia fez de tudo um pouco para sobreviver. Até aeromoça foi, acreditem. Mas o que ela queria mesmo era ser artista, cantora. Aí conheceu Silvio Santos, Dominguinhos, Venâncio e Corumba e outros mais. Logo, começava a cantar em disco. Noivado Longo e Chuleado foram as duas primeiras composições que ela gravou, lançadas num compacto simples, de vinil. Noivado é de Max Nunes que ela foi rever só no começo dos anos 90, quando nos apresentamos no programa do Jô Soares, no SBT. Eu, falando sobre o livro Eu Vou Contar pra Vocês, que acabara de escrever sobre o rei do baião, Luiz Gonzaga; ela, cantando em homenagem ao rei.
Anastácia é uma das mais importantes artistas da música popular brasileira – bingo! –, ao lado de Carmélia Alves, rainha do baião; e Marinês, rainha do xaxado. Como Carmélia e Marinês, Anastácia anda hoje um pouco esquecida dos seus súditos mais diletos e praticamente desconhecida das gerações mais novas, graças à burrice imperial da maioria dos produtores e apresentadores de rádio e de televisão, para quem bom é tudo o que não presta. Argh!
Agora, em boa hora, surge o primeiro livro sobre ela, Eu Sou Anastácia! Histórias de uma Rainha, assinado pela própria artista e por Lêda Dias.
Nesse livro, de leitura boa e rápida, o leitor tomará conhecimento da trajetória da grande artista que é Anastácia, rainha e não princesa, que um dia, por estas “bandas do Sul”, encontraria nos seus conterrâneos Dominguinhos, Venâncio e Luiz Gonzaga o apoio de que tanto precisava.
Sorte nossa.
Anastasia certamente gostava de valsa.
A nossa Anastácia gosta mesmo é de forró, como boa parte dos brasileiros.
Confiram o que digo escutando hoje nossa conversa recheada de música no programa que apresento todos os dias na Rádio Trianon AM 740, O BRASIL TÁ NA MODA, no ar, ao vivo, também pela Internet, a partir das 14 horas. Quem não nos ouvir daqui a pouco, por uma razão ou outra, terá outra oportunidade: amanhã às 4h30, na forma de reprise.

ENCONTRO DE REPENTISTAS
Do diretor da Casa do Cantador de Brasília, Chico Repentista, recebo a seguinte notícia:
- A Casa do Cantador dando continuidade ao projeto "SEXTA DO REPENTE" realizará no dia 22/07/2011, a partir das 20hs, mais uma noite de cantoria com apresentações de grandes astros da arte do repente. Essa 5ª edição contará com a presença dos poetas Chico Ivo e João Neto, residentes no DF, e com a participação especial dos Poetas Ivanildo Vila Nova de Caruaru, PE, e Raimundo Caetano, também de Caruaru.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

PERDA DE E-MAILS

Mais uma vez, deu zebra no meu computador: perdi todos os e-mails, isto é, os endereços dos amigos com quem até aqui eu trocava leros foram para o espaço. Portanto, peço: mandem de novo seus endereços para: assisangelo@uol.com.br

sexta-feira, 8 de julho de 2011

BILLY BLANCO MORREU

"Nunca se viu uma técnica tão apurada e dedos mais velozes do que os de Mirco Patarini".
A opinião aí expressa a meu pedido é do craque carioca Oswaldinho do Acordeon sobre seu colega italiano Mirco Patarini, que estará logo mais às 14 horas no programa O BRASIL TÁ NA MODA, no ao, ao vivo, pela rádio Trianon AM 740 e também pela Internet.
Não é comum um sanfoneiro elogiar outro, um músico elogiar outro.
Em suma: é difícil um craque elogiar outro, principalmente de maneira pública e natural.
Lembro do rei do baião Luiz Gonzaga que não só elogiava quando tinha de elogiar, mas até dava sanfonas a quem achava que tinha talento para seguir em frente.
Foram mais de 200 sanfonas presenteadas no correr da sua vida, mas poucos foram, de fato, os sanfoneiros cujo talento ele, o Rei do Baião, teve o prazer de acompanhar.
E aplaudir.
No caso, o pernambucano Dominguinhos e o cearense Waldonys se destacaram e deixaram feliz o velho gênio Gonzaga.
Liguem a Trianon às 14 horas.
Além de Patarini estarão no programa músicos integrantes do Movimento Sincopado em roda de choro para nunca ser esquecida e, de lambuja, a cantora e instrumentista mineira Jordana, que está lançando, junto com um DVD, um CD legal.

BILLY BLANCO
- E Billy Blanco, hein?
Partiu hoje cedo para a eternidade.
A última vez que nos vimos foi na noite de 3 de abril de 2008, no palco da Sala São Paulo fervilhando de tipos diversos, e a primeira no dia 22 de novembro de 1998 (foto à esquerda, de branco), no programa que eu apresentava na rádio Capital, chamado São Paulo Capital Nordeste.
Aquela noite na Sala São Paulo era de festa do lançamento do livro São Paulo Minha Cidade chancelado pela SPTuris e cujo derradeiro capítulo - São Paulo Esquina do Mundo, Memórias Musicais -, é de minha autoria.
Billy, de batismo William Blanco Abrunhosa Trindade, já não estava bem de saúde naquele ano e ele debitava isso à idade já avançada que carregavas nas costas.
É extensa a sua discografia.
Ele estreou na música chamando a atenção pelo samba sincopado, diferente, que desenvolvia.
Foi um dos precursores da bossa nova.
A sua primeira composição foi levada ao público pelo grupo vocal instrumental carioca Anjos do Inferno. Título: Pra Variar, samba gravado no dia 21 de setembro de 1951 e lançado em dezembro desse mesmo ano pela extinta RCA Victor.
Billy não chegou a gravar nenhum disco no formato de 78 RPM, mas muitos intérpretes, como Inezita Barroso, sim.
Inezita lançou um de seus clássicos, Estatutos da Gafieira.
É longa a lista de seus intérpretes: Lúcio Alves, Sílvio Caldas, Dick Farney, João Gilberto, Jamelão, Pery Ribeiro, Miltinho, Nora Ney, Dolores Duran, Elizete Cardoso, Dóris Monteiro, Elis Regina e até Hebe Camargo.
Billy Blanco era natural de Belém do Pará, estudou arquitetura no Mackenzie em São Paulo e graduou-se em Arquitetura e Belas Artes no Rio de Janeiro, onde morreu aos 87anos.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

COMIGO, MIRCO PATARINI E COLETIVO DO CHORO

Mirco Patarini é um dos maiores sanfoneiros da Europa, nascido em Spoleto, Itália, no dia 26 de maio de 1966.
A música ele começou a estudar quando tinha uns 12 anos de idade, no Centro Didattico Musical Italiano, o CDMI, e logo se apaixonou pela sanfona, que os italianos chamam de fisarmonica.
Ainda menino, Patarini participou de inúmeros festivais de música no seu país, ganhando alguns primeiros lugares em cidades como Ancona, Pescara e Recanati.
Com 18 anos, ele saiu vitorioso de festivais na Venezuela, Portugal e Suiça.
Definitivamente, a sanfona se transformara no seu principal instrumento musical.
Hoje é comum esse artista receber convites para se apresentar à frente de orquestras na Alemanha, Espanha, Holanda, Inglaterra, Estados Unidos, Japão, Egito, Rússia, Noruega, China, Canadá e México.
No Brasil, mais precisamente em Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), Patarini se apresentou nas duas primeiras versões do Festival Internacional da Sanfona, cuja curadoria coube ao sanfoneiro Targino Gondim, autor, com Raimundinho, do xote Esperando na Janela.
Arrasou, como se diz, junto com os craques Dominguinhos e Oswaldinho, a seu lado na foto aí em cima.
Agora Patarini volta ao Brasil para uma série de apresentações; a primeira amanhã, no programa O BRASIL TÁ NA MODA que apresento todos os dias na Rádio Trianon AM 740, a partir das 14 horas.
Domingo 10, às 11, ele se apresentará no Museu da Casa Brasileira.
No dia 12, às 15, ele estará no auditório da Ordem dos Músicos do Brasil.
Ao lado de Oswaldinho, Patarini se apresentará em Ilha Bela no dia 17 e no dia 21, no Sesc Araraquara, e se despedirá em grande estilo no dia 24, ao participar do Festival de Inverno de Domingos Martins, no Espírito Santo, como solista da Orquestra Camerata Sesi, sob a regência do maestro Leonardo David.
Mais informações pelos telefones 11.2355-7398 e 11.8282-1398 ou através do e-mail: quitandamusical@gmail.com
Ah! Sim, e amanhã teremos também no programa, ao vivo, mais uma roda de choro com músicos do Coletivo do Choro integrantes do Movimento Sincopado, entre os quais Allan Abbadia (trombone), Samuel Silva (violão 7 cordas) e Tiganá Macedo (pandeiro). .
O BRASIL TÁ NA MODA também pode ser acessado pela Internet.

CCBN CHEGA AOS 13
Do jornalista Luciano Sá, eu recebo a seguinte notícia:
O Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza chega aos 13 anos de existência compartilhando a diversidade e a inventividade da música brasileira. Desde as sanfonas nordestinas de Waldonys e Adelson Viana, até o pop-rock do carioca George Israel e o metal melódico da banda paulistana Almah, passando pelo blues e o rock do grupo potiguar Clara e a Noite e o thrash metal do grupo piauiense Megahertz. Gratuita ao público, a programação especial acontece de 13 (próxima quarta-feira) a 28 deste mês.

- ADELSON VIANA (CE), dia 13, às 18h. Fortalezense vindo de uma família de músicos, Adelson teve como mestre o seu pai José Viana. Expoente da música cearense, ele é acordeonista, tecladista, compositor, arranjador e produtor musical. Atuou por 12 anos como integrante da banda de Fagner. Também atuou ao lado de Zeca Baleiro, Dominguinhos, Ednardo, Lenine, Naná Vasconcelos, Paulo Moura, Fausto Nilo, Nonato Luiz, Waldonys e Manassés, entre outros artistas. Lançou os CDs Acordeom Brasileiro, Dobrado, Da Cidade ao Sertão e Música Popular Nordestina. O show passeia pela sonoridade brasileira através do forró, xote, choro, baião e frevo.

- WALDONYS (CE), dia 13, às 19h. Waldonys herdou do pai, o Sr. Eurides, o talento e a paixão pelo acordeom. Começou a tocar aos 11 anos e três anos depois, ele foi convidado por Dominguinhos para gravar o disco Choro Chorado. No ano seguinte gravou Fruta Madura, com Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Lançou dez discos e dois DVDs. O mais recente, Uni-verso, conta com participação de Dominguinhos e o Coral Vozes de Ilhas.

GEORGE ISRAEL (RJ), dia 14, às 19h. O filme Help, dos Beatles, despertou George Israel para a música e por ela se apaixonou com apenas seis anos de idade. Daí em diante passou a colecionar discos e começou a tocar violão aos 13 anos. Integrou bandas, uma delas chamada Fim da Rua. Autor de sucessos, como Brasil e Solidão que Nada, com o parceiro Cazuza; Grande Hotel, Eu Tive um Sonho, Nada sei, com Paula Toller; e Lágrimas e Chuva, com Leoni. Israel mostra novas leituras para o pop brasileiro e apresenta canções inéditas.

ALMAH (SP), dia 19, às 18h. A história da banda começou em 2007, quando Edu Falaschi gravou o projeto solo intitulado Almah. No ano seguinte, lançou através das gravadoras JVC (Ásia), AFM (Europa/EUA) e Laser Company (Brasil/América Latina) o segundo álbum, Fragile Equality, não mais como trabalho solo e sim, já, como banda Almah, que é formada por Edu Falaschi, Marcelo Barbosa, Paulo Schroeber, Marcelo Moreira e Felipe Andreoli. Excursiona por cidades de norte a sul do Brasil. O novo disco deverá ser levado à praça até outubro deste ano. Líder da Almah, Edu será a figura central do programa de debates Papo XXI no CCBNB-Fortaleza, no próximo dia 20, às 19 horas. O tema em discussão será A Cena Metal e o Nordeste, mediado pelo jornalista Dalwton Moura e participação do músico e sociólogo Amaudson Ximenes.

MEGAHERTZ (PI), dia 27, às 18h. Formada em 1985, a banda é considerada referência no cenário thrash metal brasileiro. Somente após 16 anos de trabalho, lança de forma independente o primeiro álbum: Pyramidal Power, com apoio da Fundação Monsenhor Chaves. Num período de dois anos paralisou as atividades, mas em 2006 voltou fazendo shows e representando o Piauí no festival de rock underground do Nordeste, o FORCAOS, em Fortaleza.

CLARA E A NOITE (RN), dia 28, às 18h. Clara Pinheiro nasceu numa família de artistas plásticos, poetas e intelectuais, vivendo nesse meio de muita efeverscência e produtividade artística. Aos 10 anos de idade, já atuava com desenvoltura. Estudou teatro, participou da banda de vanguarda Pangaio e da Orquestra Boca Seca. Em 2009, surgiu Clara e a Noite, a princípio uma reunião de amigos músicos que tocavam em diversas bandas de estilos distintos, mas que arrebatou o júri no Festival MPBeco. Somaram-se à Clara os amigos Zé Caxangá, Diego Akangaçu, Gabriel Pimentel e Rafael Cabeleira com a proposta musical voltada para o rock e o blues sob a máxima "simplicidade total".

Mais informações com Luciano: 85. 3464.3196 / 8736.9232 - lucianoms@bnb.gov.br

segunda-feira, 4 de julho de 2011

MÁRIO CHAMIE AGORA É ESTRELA NO CÉU

Mário Chamie partiu
Partiu para a eternidade
Foi fazer poesia e cantar
O canto leal da amizade
Ele foi rei, ele foi amigo
E partiu deixando saudade

Dissidente do concretismo e fundador da poesia práxis no começo dos 60, também fundador de museu, pinacoteca e até do Centro Cultural Vergueiro, no tempo que ocupou a titularidade da secretaria de Cultura de São Paulo, nos anos 70 e parte dos 70, o poeta paulista de Cajobi Mario Chamie, da safra de 33, partiu para a eternidade na primeira parte do dia frio de ontem, deixando saudade.
Ele era de uma linhagem muito especial, daquelas que nos orgulha muito por seu bom humor e sabedoria.
Era fino, educado, professor em todas as horas e amigo.
Trabalhei com ele na velha Jovem Pan, produzindo o programa São Paulo à Tarde, que já não existe.
Esporadicamente, eu lhe fazia companhia na apresentação.
Foram incontáveis os encontros que tivemos fora do rádio, nas livrarias Fondo de Cultura Económica, ali nas Perdizes, junto da PUC, e Cultura dos tempos que essa ainda não era o que é hoje: uma potência do setor.
Nessas livrarias, foram muitos sábados de conversas agradáveis, ao lado ora de José Nêumanne e Arnaldo Xavier, ora ao lado de Roniwalter Jatobá e Marcos Rey, entre outros escritores e jornalistas de boas prosas.
Uma vez, pedi a Mário que escrevesse o prefácio do livro que eu estava em vias de publicar: O Poeta do Povo, Vida e Obra de Patativa do Assaré.
Ele não se fez de rogado.
Patativa, todos sabem: foi um grande poeta popular brasileiro e o prefácio de Mário, para o livro, virou uma pérola sem comparação.
E Mário não era lá de perder tempo escrevendo prefácios.
Guardo dele boas imagens e falas, inclusive num programa que por longos anos apresentei na Rádio Capital.
Mário escreveu e publicou livros fundamentais, e um CD (repdodução da capa, acima): Caravana Contrária, no qual declama sobre melodias criadas pelo maestro Marcus Vinicíus.
Saudade.

ESPECIAL
Amanhã o programa O BRASIL TÁ NA MODA, que apresento diariamente na Rádio Trianon AM 740, será todo dedicado a Mário. Começa às 14 horas, ao vivo, e é repetido no dia seguinte às 4 horas. No estúdio comigo estará Roniwalter Jatobá.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

CULTURA POPULAR NA RECORD NEWS

Ontem à noite na Record News, precisamente no programa Entrevista Cultura, apresentado pelo craque Arnaldo Duran, foi bonita a festa, pá!
O pessoal do Movimento Sincopado, que reúne meia centena de músicos especializados no que é bom e doce de ouvir, botou pra quebrar.
Tudo ao vivo, durante uma hora, e para uns 150 países.
Chegou e-mail da França e de outros lugares, com telespectadores manifestando prazer pelo repertório apresentado, que foi de Pixinguinha a Waldir Azevedo, com clássicos como Carinhoso, Sofre Porque Queres, Tico-Tico no Fubá e Brasileirinho.
Falei das origens do choro, esse gênero musical encantador que o mundo todo aplaude. Não esqueci de contar curiosidades envolvendo Carinhoso, que nasceu como choro-canção e foi originalmente composto sem letra ali pelo começo do século passado, para sax.
Essa música, aliás,era considerada polca, nos princípios, e com letra de João de Barro, o Braguinha, foi lançada nos fins dos anos de 1930 pelo chamado Cantor das Multidões, Orlando Silva.
Também não esqueci de lembrar que Joaquim Antônio da Silva Callado pode ser considerado uma espécie de pai do choro.
Callado nasceu em julho de 1848 e morreu aos 32 anos.
Foi considerado importante até na sua época, recebendo citações em textos dos escritores Machado de Assis, Lima Barreto e João do Rio.
Viva o Brasil!
Ah! Quem perdeu nossa prosa e o som dos bambas do Movimento Sincopado, pode nos ver e ouvir amanhã na mesma Record News, canal 55, a partir do meio-dia e meio. Um pouquinho antes, talvez.
E chega, estou indo à Trianon para apresentar o nosso O BRASIL TÁ NA MODA, no ar, ao vivo, a partir das 14 horas. Pode ser ouvido pelo dial 740 AM ou pela Internet, online.

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