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sexta-feira, 30 de maio de 2014

O BRASIL DE RICARDO KOTSCHO

O confrade Ricardo Kotscho chega ao topo da profissão com muita coisa a dizer e experiência a mostrar.
Hoje por exemplo, às 15 horas no auditório Freitas nobre da ECA-USP, Kotscho estará falando de jornal e jornalismo numa mesa que contará com a participação de outros grandes profissionais como, Audálio Dantas e Clovis Rossi (flyer ao lado), sob a coordenação de sua filha Mariana.
Ricardo Kotscho é um dos mais brilhantes profissionais do jornalismo brasileiro. Ele trabalhou nos principais jornais do país, como Folha de S.Paulo.
Ele foi, paralelamente às suas atividades de repórter, um dos construtores do Partido dos Trabalhadores, mas essa é outra história.
Vamos à ECA aprender um pouco com Kotscho?

Ernesto Kawall, Eu, Kotsho e Zé Hamilton Ribeiro.
Ricardo Kotsho é uma espécie de Dom Quixote nestes tempos modernosos. Clique:

Mestrinho, Luiz Wilson, Anastácia,
Eu, Paulinho Rosa e Fatel

ANASTACIA, 74 ANOS
Eu, Andrea e amigos fomos abraçar a aniversariante do dia, a cantora Anastácia, na casa de espetáculos de Pinheiros, O Canto da Ema. Antes de ela subir ao palco encantando a plateia jovem que lotava o ambiente com suas músicas, apresentou-se o excepcional Grupo Ó do Forró interpretando um repertório que aqui e ali lembrava Mestre Ambrósio.
Viva Anastácia!
Detalhe: A obra dessa artista pernambucana já reúne mais de 600 títulos, duzentos dos quais compostos em parceria com seu conterrâneo José Domingos de Morais, o Dominguinhos, desaparecido em julho do ano passado.


quinta-feira, 29 de maio de 2014

JORGE MELLO, ANASTÁCIA E CARMEN, DE BIZET

Atendendo a convite do Grupo Pindorama, o cantor, compositor e instrumentista piauiense Jorge Mello (nos liks abaixo) discorrerá em palestra-show o tema O Cantabile do Verso - A Sonoridade do Texto Poético. O evento, com entrada gratuita, começará às 20 horas e se estenderá até às 22 horas, no Centro Cultural Rodolf Steiner, localizado à rua da Fraternidade, 156, Santo Amaro.  Mais informações pelo telefone (11) 5687-4252.
Agora, com a palavra, Jorge:
“Pretendo mostrar que entendi que no texto poético tem, além do conteúdo a informar, a dizer. Também tem informações contidas no como dizer. Com isso quero dizer que a prosa também tem poesia e tem forma. Tem ritmo e sonoridade. Há a divisão gramatical de um verso e também a divisão sonora ou divisão poética. Que são regras próprias do verso. As estrofes são classificadas segundo o número de sílabas e versos. Há um canto subentendido em cada verso e que se distingue a cada poeta. É como a sua pulsação. Quase uma impressão digital de cada poema. Cada estrofe trás uma quantidade de versos determinada; um número de sílabas e uma acentuação tônica própria. E é disso que quero falar na obra de grandes poetas da língua portuguesa, também na minha própria obra poética e musical. A palestra será ministrada de violão na mão para ilustrar cada exemplo. Tratarei de poemas de Castro Alves; Cassimiro de Abreu; Olavo Bilac; Raimundo Correia; Luís Vaz de Camões. E falarei também dos grandes repentistas, como Dimas Batista, Domingos Fonseca e Manoel Galdino Bandeira. Analisarei forma por forma de montar versos e estrofes para compreender esse grande elemento que é a musicalidade do texto, a sonoridade do verso”.
Jorge Mello é um dos mais importantes artífices da nossa música popular.

http://www.youtube.com/watch?v=FDm9xhFqAAk

http://www.youtube.com/watch?v=GsfHc-9Y6d4

http://www.youtube.com/watch?v=CK6pTaei5Ow

http://www.youtube.com/watch?v=cWTqXjru95o

POPULAR E ERUDITO
Hoje duas personagens femininas lotam duas casas de espetáculos da capital paulista, o Canto da Ema e o Theatro Municipal. Na primeira casa estará a rainha do forró, Anastácia (na foto acima comigo no Programa do Jô, em 1989), comemorando um dia antes seu aniversário de nascimento e cantando para um público basicamente constituído por jovens; na segunda casa
Carmen, uma das grandes criações do francês Bizet. O detalhe, no caso erudito, é que pela primeira vez na história do Municipal todos os 13,5 mil ingressos impressos para a temporada foram vendidos por antecipação. Incrível, não é? 

segunda-feira, 26 de maio de 2014

VIVA O BICHO DE PÉ!

Um desperdício e tanto é o que é o programa Superstar que a TV Globo inventou de levar ao ar, e ao vivo, nos últimos domingos depois do Fantástico, que ontem, por um desses mistérios insondáveis da vida, deu de flertar com o encantado mundo infantil.
Até que gostei, confesso, embora estivesse mesmo era aguardando a reportagem adulta anunciada em chamadas generosas dias antes sobre aquela jovem, Suzane, que, segundo denúncia formalizada à Justiça, mandou matar - e ajudou a matar, em 2002 - os próprios pais, Manfred e Marisia. Em cima da hora, porém, o juiz Dácio Giraldi, do Tribunal de Justiça da Barra Funda, SP, atendendo a interesses de advogados, decidiu proibir que fosse ao ar; deixando, assim, a ver navios os telespectadores cansados das injustiças do dia a dia, que não são poucas.
Mas, enfim, quem viu o Superstar ontem deve ter imaginado estar acompanhando grupos musicais de calouros dos Estados Unidos se apresentando num canal de televisão qualquer de lá.
O engano foi desfeito no momento em que entrou no palco o grupo musical paulistano Bicho de Pé acompanhando a sua líder e mentora, Janaína, cantando com graça e desenvoltura um forró pé de serra autoral de fazer inveja, Escurinho.
Foi o melhor, dentre o lixo apresentado.
Bicho de Pé, além de ser um bichinho safado, inseto dos mais sacanas a provocar coceira que faz até ferida, é um grupo musical surgido na cena paulistana em 1998.
Ontem o grupo ficou no quarto lugar, entre doze bandas classificadas.  
O grupo de Janaína lançou ano passado um ótimo DVD (acima), que recomendo.
Ah, sim! O programa Superstar é um enorme desperdício porque no seu lugar poderia estar um programa melhor, de música brasileira, sem brasileiro imitando gringo e cantando em inglês.
Ora! Aproveite e curta o Bicho de Pé botando banca no SuperStar do domingo anterior a ontem: https://www.youtube.com/watch?v=l06t0ciiBnk

.....................................QUER PARTICIPAR DESTE SITE?  veja indicações abaixo.

domingo, 25 de maio de 2014

AULAS DE BOM JORNALISMO

Há anos li De Notícias e Não Notícias Faz~se a Crônica, de Drummond de Andrade, no qual, com a singeleza dos sábios barrocos, conta o  óbvio que aparece no título. Quantas vezes um cronista sem assunto escreve sua crônica aparentemente sem assunto para preencher os vazios desafiantes do jornal, hein? Eu mesmo, nos meus tempos de Correio da Paraíba, fiz isso muitas vezes.
Eu e Milton, na noite de autógrafos
É uma aula de jornalismo o que o poeta mineiro nos dá.
Aula de jornalismo também nos dá o paulistano Milton Blay (aí ao lado, na noite de autógrafos) em Direto de Paris (Coq au Vin Com Feijoada), seu livro de crônicas que acaba sair pela editora Contexto.
Meio despretensioso, Milton dá uma geral na sua vida agitada de jornalista longe da terra natal lembrando algumas coberturas que, por uma razão ou outra, lhe ficaram marcadas definitivamente na memória, como aquelas que ele fez com Chagal, Orson Welles e o finado mandachuva Khomeini, do Irã, e com os ex-presidentes Jânio, Sarney e FHC.
No seu texto leve e chamariz, Milton se investe de guia perfeito e sem se fazer de rogado nos levar a conhecer inimagináveis belezas e curiosidades de Paris, cidade que habita há quase 40 anos como cidadão e correspondente da Rádio Bandeirantes, de São Paulo.  
É um livraço esse Direto de Paris!
Outro importante e necessário livro para qualquer leitor, principalmente de jornalistas em formação ou em início de carreira, é O Bisbilhoteiro das Galáxias, do paraibano Jotabê Medeiros, que trata mais ou menos do que diz Drummond.
O livro de Jotabè reúne quarenta e tantos textos, narrando momentos e histórias fora do comum, como aquela em que o autor mergulha Bahia adentro em busca de uma entrevista com o conterrâneo Zé Ramalho, que além de não lhe dá bola ameaça não fazer show na cidade, para desespero do prefeito que o teria contratado por algo em torno de R$ 150 mil.
A notícia, aparentemente não notícia, rendeu a capa do Caderno 2, suplemento de cultura do sisudo Estadão.
E o que dizer do texto que narra Bob Dylan perambulando sozinho numa noite de outono em Copacabana, de capote e gorro na cabeça?
Esses dois textos inseridos no Bisbilhoteiro das Galáxias são antológicos.
Mas o livro traz ainda peculiaridades do chato Roberto Carlos e Manu Shao tomando umas canas na noite paulistana.
Só faltou falar da inesperada ligação que Joan Baez lhe fez às vésperas de se apresentar em São Paulo dois meses e pouco atrás.

GONZAGÃO
Do sanfoneiro Lulinha Alencar, recebo convite para o show de lançamento de seu primeiro CD, intitulado Cem Gonzaga, título de referência ao centenário do Rei do Baião, Luiz Gonzaga.
Será logo mais às 19 horas no Sesc, unidade Pompéia. No repertório estão algumas músicas pouco conhecidas do chamado grande  público, como Vira e Mexe, Araponga, Sanfona Dourada, Pisa de Mansinho, Sanfonando e Treze de Dezembro.
Lulinha Alencar
FOLIA DO DIVINO
Iniciada em 2000 no Espaço Cultural Cachuêra, a festa do Divino Espirito Santo das caixeiras da família Menezes, de São Luís do Maranhão, prossegue hoje e segue até o próximo dia 29, com entrada gratuita ao público de todas as idades. Endereço: Rua Monte Alegre, 1094, Perdizes. As tocadoras de caixas ou tambores são a grande atração da festa, que tem origem remota no catolicismo. Elas tocam ao mesmo tempo em que entoam cânticos religiosos tradicionais, entremeados por versos improvisados. Este ano, segundo os organizadores, as caixeiras da família Menezes e a Associação Cultural Cachuera! solicitaram recursos através de um site de financiamento coletivo, o Movere (www.movere.me), para cobrir parte dos custos dessa festa que já faz parte do calendário festivo da cidade.
As origens da festa remontam à Idade Média em Portugal, quando a rainha D. Isabel recorre com promessa ao Espirito Santo para que interceda na decisão do marido, o rei D. Diniz, de não transferir o trono para um filho bastardo. O recurso da rainha santa teria logrado êxito.No Brasil, a Festa do Divino teve início por volta do século 18.

sábado, 24 de maio de 2014

O AUTOR NA PRAÇA

Neste momento, o compositor/violeiro de Alto Belo, MG, Téo Azevedo se acha no Espaço Cultural Plínio Marcos, na Praça Benedito Calixto, no bairro paulistano de Pinheiros, autografando livros e discos de sua autoria, entre os quais Salve Gonzagão – vencedor do último Grammy. A sua presença no local deve-se à programação comemorativa dos 15 anos de existência do projeto O Autor na Praça, do agitador cultural Edson Lima. Num sábado do ano 2000 eu e Téo (ao lado, reprodução do cartaz) participamos desse mesmo projeto, que engatinhava. Na ocasião eu estava lançando o livro O Poeta do Povo, Vida e Obra de Patativa do Assar, há anos esgotado.
Há quase duas décadas a Praça Benedito Calixto tem sido uma festa e ponto de encontro de artistas de todas as áreas. Anônimos e famosos se esbarram e trocam figurinhas entre si. Bancas de objetos antigos e discos de diversos formatos disputam a atenção do público.
Ir à praça da Benedito é sempre uma boa.

MÁRIO DE ANDRADE
Há pouco estive na Biblioteca Mário de Andrade assistindo uma apresentação da cantora paraibana Sandra Belê, que se fez acompanhar dos instrumentistas Zeferino (violão) e Fábio Leão (cello). Foi uma boa. No repertório, obras de Sivuca, João do Vale e Luiz Gonzaga, entre outros autores. Fica o registro.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

BRASIL, FIFA E MÃE-JOANA

Primeiro eles chegaram invadindo nossas terras, estuprando nossas índias e escravizando nossos índios, e não reclamamos.
Depois eles roubaram nosso ouro e novamente não reclamos.
Eles continuaram a chegar, pintando e bordando e como antes, pra que reclamar?
Agora, totalmente confiantes, donos de si e dos outros, eles sequestraram a nossa língua e até o nome do nosso País e calados estávamos, calados continuamos.
Chegaram com gosto de gás e fome de cachorro louco, indo ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial, INPI, e registrando duas centenas de expressões e palavras da nossa língua, como suas.
No bojo, levaram até o termo pagode que identifica o ritmo musical cantado pelas negras baianas do século 19.
Pode?
E assim, e por conta disso, nem escrever Natal 2014 ou Rio 2014 a gente pode mais. Aliás, para usar a expressão simples que é Brasil 2014 tivemos de pagar, calados, a bagatela de 20 milhões de reais.
Eles estão com a bola toda e a culpa é nossa, pois fizemos da nossa casa a casa-de-mãe-joana, que, como sabemos, é a casa da desordem, da promiscuidade, da putaria, a casa de ninguém, a casa em que todos mandam e desmandam do jeito que querem principalmente se forem os mandantes forasteiros de língua enrolada.
Nestes dias bicudos de hoje não é fácil ser brasileiro...
Ah, sim, a Joana referida na expressão popular foi rainha de Nápoles e viveu nos tempos da Idade Média, ali pelo século 15, e como a Irene da canção de Nico Fidenco, ela, segundo uma versão da sua história, comandou bordéis ou algo parecido depois que perdeu o trono.

REI DA EMBOLADA
O pernambucano de Cabo de Santo Agostinho Manezinho Araújo (acuna, comigo) 0nasceu no dia 27 de setembro de 1910 e morreu na capital paulista, dormindo em casa, no dia 23 maio de 1993. Na sua missa de sétimo dia reunimos amigos na igreja e fizemos uma roda de embolada. Entre os amigos o mineiro Téo Azevedo e o paulista Rolando Boldrin. Manezinho foi o primeiro artista nordestino a compor e a gravar emboladas, no Rio de Janeiro. Isso, em 1933.saiba mais clicando http://www.soutomaior.eti.br/index.php?option=com_content&view=article&id=58&Itemid=28. E ouça: http://www.youtube.com/watch?v=G61CuKobPv8. Ouça também: http://www.youtube.com/watch?v=RVIWPaxCRB0

CABOCLINHO QUERIDO
O cantor e compositor carioca Sílvio Caldas nasceu no dia 23 de maio de 1908 e morreu no dia 3 de fevereiro de 1998, em Atibaia, SP, deixando verdadeiras pérolas musicais. Compartilhei com ele alguns uisquinhos. Sílvio não era muito chegado a Copa, mas gostava muito de um bom papo e copo com água que passarinho não bebe. Ouça-o: http://www.youtube.com/watch?v=JnUEfgxoTlY

quinta-feira, 22 de maio de 2014

DE NOVO, ROBERTO CARLOS

"Cumprimento Vossa Excelência por impedir a exibição do filme Je Vous Salue Marie, que não é obra de arte ou expressão cultural que mereça a liberdade de atingir a tradição religiosa de nosso povo e o sentimento cristão da humanidade. Deus abençoe Vossa Excelência".
O texto acima, na forma de telegrama, foi assinado pelo cantor e compositor capixaba Roberto Carlos e enviado ao então presidente da República José Sarney, em fevereiro de 1986.
O jornal paulistano Folha de S.Paulo registrou a divulgação do texto pelo Palácio do Planalto e no mês seguinte, março, o mesmo jornal publicou um artigo do baiano Caetano Veloso criticando a iniciativa do velho monarca da juventude tupiniquim.
O fato de Roberto gostar e aplaudir ditadura militar e ser a favor de censura já não deveria surpreender a mais ninguém, pois antes mesmo de ele censurar e retirar das livrarias a biografia escrita pelo fã declarado Paulo Cesar Araújo, já havia mostrado o lamentável cidadão que é ao bajular o general de triste memória Augusto Pinochet REI DA CENSURA AGRADECE PINOCHET, do Chile.
E quem não se lembra de sua última excursão pelo Congresso num pega pra capar de convencimento junto a deputados para ver aprovada lei de seu interesse que também tem a ver com censura, hein?
E para refrescar a memória, clique: Traficante contratou Roberto Carlos para fazer show, diz irmão 
Atenção: acabo de receber a informação que RC, através de seus advogados, quer retirar do mercado o novo livro de Paulo Cesar Araújo lançado terça pela Companhia das Letras, O Rei e Eu em Detalhes, sobre o imbróglio que gerou Roberto Carlos em Detalhes, lançado em 2007.

LULA BARBOSA

Acabo de ver no programa Sr. Brasil, do Boldrin, pela Cultura, Lula Barbosa cantando Lupicínio Rodrigues e Fagner tocando violão e cantando o poema Festa da Natureza, que há bons anos sugeri ao Gereba que musicasse.
Maravilha!

TROFÉU GONZAGÃO

Neste momento está rolando a festa de premiação do Trofeu Gonzagão, em Campina Grande, na Paraíba. A iniciativa é do casal Rilávia e Ajalmar. Meio mundo está lá.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

REVENDO AMIGOS

Os jornais de hoje trazem noticia da derrota do Corinthians para o lanterna do Brasileirão, Figueirense, na partida de inauguração do seu estádio, o Itaquerão.
Também nos jornais se acha a notícia da chuva de granizo, tipo tamanho família, que desabou ontem sobre nós, entupindo bueiros e alagando ruas e avenidas e antecipando, aliás, o fim da maratona cultural patrocinada pela Prefeitura e espalhada pelos quatro cantos da cidade.
Os jornais trazem também a notícia de algumas desistências da programação, como a do grupo musical Demônios da Garoa.
Eu e Andrea fomos assistir a Osvaldinho da Cuíca no palco armado improvisadamente ali na Rua General Jardim. Como sempre, performance do grande sambista foi impecável, mas o som não correspondeu.
Mas o bom mesmo foi rever amigos que há muito eu não via, como o tirador de coco Geraldo Mousinho (ao lado), que durante muito tempo fez dupla com o velho Caximbinho, hoje, aos 84 anos, nas malhas dos evangélicos, na Paraíba. Revi ainda Chico César (abaixo), Oliveira de Panelas (com Jonas Bezerra, acima), Valdeck de Garanhuns, Moreira de  Acopiara, Inimar, Avelima, Sebastião Marinho, Luzivan.
Semana passada, eu me reencontrei com Raul Córdula, um antigo professor de artes plásticas (clique abaixo).

sábado, 17 de maio de 2014

A VIRADA DA DIVERSIDADE DO BRASIL

Mais uma overdose de tudo se dará daqui a pouco nas ruas e teatros e outros recantos fechados espalhados por São Paulo. A maratona começa às 18 horas e se estenderá a essa mesma hora de amanhã. Na programação de mais de 1 mil atrações, da Paraíba inclusive, há de um tudo, desde a volta do grupo de rock paulistano Ira! ao grupo de samba carioca dos anos de 1970 Originais do Samba, cujos integrantes nenhuma é mais da primeira formação.
A Virada é um incrível e necessário festival de diversidade cultural do país, que existe já a dez anos.
Esse encontro tão diverso de cultura brasileira – e também do exterior – representa um exercício muito bonito de confraternidade e cidadania. Não podemos esquecer que o nosso País é um dos mais férteis no tocante, especialmente, a música popular.
Nessa 10ª edição, a Virada cultural de São Paulo está trazendo ao público atrações de várias partes do país.
Da Paraíba, por exemplo, vieram 45 artistas das mais variadas áreas, inclusive do encantado reino da cantoria, que tem entre seus representantes o cantador repentista Oliveira de Panelas, um paraibano que por acaso nasceu em Pernambuco, na cidade que ele acoplou ao seu nome: Panelas.
E tem forró que só vendo!

Daqui a pouquinho, no Mercado Municipal, estarão se apresentando muitos forrozeiros, entre eles, Luiz Wilson e Lucy Alves com o Trio Nordestino, sob o comando de meu amigo Paulinho Rosa, titã da casa de espetáculos Canto da Ema, em Pinheiros.
A Virada Cultural deste ano traz outras figuras excepcionais como Oswaldinho da Cuíca, Germano Matias, Téo Azevedo, Elza Soares, Tobias da Vai-Vai e outros. E viva a Virada!

sexta-feira, 16 de maio de 2014

LUCY ALVES CHEGA PRA FICAR

Lucy Alves é o novo nome nordestino da música popular brasileira. Paraibana, 28 anos, voz firme, clara, limpa, bem definida e envolvente, ela chega à praça para ficar definitivamente.
A música para ela parece ser algo tão necessário como beber água, sorrir e dançar.
Ela começou a carreira musical muito cedo, no grupo Clã Brasil integrado pelo  pai, pela mãe, irmãs e parentes.
Mas paralelamente às suas atividades no grupo como cantora, compositora e instrumentista, Lucy Alves começa a ganhar impulso no panorama musical do Brasil.
A sua voz e performance já se acham registradas em vários CDs e DVDs lançados nos últimos 10 anos pelo Clã Brasil, grupo, aliás, já bastante conhecido no país e no exterior, devido as diversas turnês realizadas com pleno êxito.
Recentemente Lucy participou com brilhantismo do programa The Voice, da TV Globo.
A sua participação no programa tem rendido muitas apresentações Brasil afora.
Lucy Alves carregou ontem um público enorme para ouví-la na mais famosa Casa de Forró de São Paulo – Canto da Ema. Ela subiu ao palco com os músicos Tiago  Mercatti (bateria), Felipe Barros (baixo), Fábio Leal (guitarra, cavaquinho, violão 12 cordas), Beto Correa (teclado, sanfona), Badu (triângulo).
Foi show.  Durante mais de duas horas ela, abraçada a uma sanfona personalizada de 120 baixos, Scandalli, desfiou um repertório apuradíssimo que foi de Dominguinhos a Zé Ramalho, passando por Luiz Gonzaga, Sivuca, Alceu Valença e Geraldo Vandré, entre outros ícones da MPB.
Quanto mais ela cantava, mais o público pedia. Detalhe: Sempre alegre e desenvolta, Lucy em vários momentos, além da sanfona construída na Italia especialmente para ela, tocou pandeiro e rabeca.
O espetáculo terminou por volta das 2:30 da madrugada de hoje, com o clássico de Mestre Sivuca e Glorinha Gadelha, Feira de Mangaio.(abaixo vídeo com a orquestra sinfônica do estado da Paraíba)

Abram alas para Lucy Alves!
https://www.youtube.com/watch?v=0SxH_ttVkKM

quinta-feira, 15 de maio de 2014

CLEMILDA, GÉRSON FILHO, HELENNO BARROS...

Em 1953, o alagoano Gerson Filho já havia lançado seis músicas em três discos de 78 voltas pelo selo Todamérica quando, no ano seguinte, concorre a um contrato na rádio Guanabara participando de um concurso de calouros, Caminho da Vitória, no Rio de Janeiro, e ganha.
Onze anos depois, em 1965, na rádio Mayrink Veiga ele dá de conhecer uma conterrânea se iniciando na dura profissão de cantora de cantigas do povo. Seu nome: Clemilda, com quem se casaria logo depois e juntos ficaria até o final da sua vida, em 1994. Pois é, 20 anos sem Gérson!
Gérson era alagoano, da safra de 1928.
Depois de ajudar a popularizar o fole de oito baixos no Brasil desde o Rio de Janeiro, Gérson decide viver seus últimos anos ao lado de Clemilda, em Aracaju.
Hoje Clemilda, que fez enorme sucesso com músicas de duplo sentido, como Prenda o Tadeu, de 1985, se acha adoentada e há muito não se apresenta em público.
No próximo mês, de São João, ela será homenageada pelo Museu da Gente, da capital sergipana.
Viva Clemilda!
Para lembrar Gérson Filho e Clemilda, clique:
http://www.youtube.com/watch?v=Y5ITPRx9nAs
http://www.youtube.com/watch?v=1FNqRZgNjJ8

HELENO BARROS
O comerciante de secos e molhados, amante e seguidor de cantorias de poetas repentistas ao som de viola, Heleno Barros, paraibano da terra de Zé Marcolino, Sumé, despediu-se silenciosamente deste mundo na última segunda-feira.
Heleno estava internado no Hospital das Clínicas há alguns dias, sofrendo de problemas renais e à espera de um transplante de rins.
O seu corpo foi sepultado terça-feira no Cemitério da Quarta Parada, na zona leste de São Paulo.
Ele deixa mulher e três filhos.Heleno Barros (aí ao lado numa foto feita mês passado, cá em casa) era uma pessoa tranquila, solidária e muito afável.
No dia 6 de abril, reunidos comemoramos o aniversário de uma das minhas filhas, Ana, junto com o cantador Sebastião Marinho, Osvaldinho da Cuíca, José Ramos Tinhorão, Darlan Ferreira, Geraldo Vandré, Roniwalter Jatobá, Aída, Andrea, Clarissa e Daniel. Na foto abaixo, Heleno aparece ao fundo, discretamente folheando um livro ao lado do violonista e compositor Ibys Maceioh.
 
JAIR RODRIGUES
Jair integrou um grupo de artistas que se deslocou de Sampa até Aparecida para ver de perto o papa Francisco na sua primeira vinda ao País. “Ele, sim, foi o cara”, lembra Andrea. Jair, segundo ela, era o mais alegre e brincalhão do grupo. E ele ria e cantava a música que pôs nas Paradas em 1964: “Deixa que digam/Que pensem/Que falem/Deixa isso pra lá/Vem pra cá” etc.
Agora, diz Andrea, “imagina esse mantra repetido e se transformando numa experiência místico-religiosa em plena basílica de Aparecida do Norte à espera do papa Francisco.
Pois foi assim, ao lado do Jair, nesse estado de graça franciscano, que todos nós, incluindo as cantoras Celia e Celma (acima, no clic de Andrea), recebemos o papa. Experiência linda”.

Jair partiu faz hoje oito dias. 

quarta-feira, 14 de maio de 2014

TROFÉU GONZAGÃO E DOMINGUINHOS

No próximo dia 21, às 21 horas, em momento festivo e de confraternização o Troféu Gonzagão de Música Nordestina (acima, reprodução do originalíssimo convite) será dedicado, in memorian, ao artista pernambucano José Domingos de Morais, o Dominguinhos, desaparecido no dia 23 de julho do ano passado num hospital de São Paulo, após meses em coma profundo.
O projeto que resultou no Troféu Gonzagão, já concedido a Marinês, Jackson do Pandeiro, Sivuca e ao próprio Rei do Baião, além de outras (abaixo, à direita, em 2013 eu Fagner sendo agraciados) foi uma ideia acalentada há anos pelo casal Rilávia e Ajalmar.
Rilávia Cardoso explica que o Troféu Gonzagão “faz parte do cronograma de ações do Projeto SESI Cultura Tradição Paraíba”.
O projeto, segundo Ajalmar Maia, “surgiu da necessidade de a indústria paraibana propiciar ao trabalhador e sua família acesso à cultura e identidade regionais do nosso Estado”.
A solenidade de entrega do troféu, que deverá contar com a presença de pelo menos uma centena de artistas, políticos e intelectuais do Nordeste, será realizada no Centro Cultural da Federação das Indústrias do Estado  da Paraíba, FIEP, em Campina Grande.
Na ocasião, um documentário sobre a vida e obra de Dominguinhos será exibido.
E sabem o que acho de iniciativas como essa?
Acho muito importante que se reconheçam os talentos brasileiros de todas as áreas e épocas, incluindo os nascidos no Nordeste, como Dominguinhos. O ideal, porém, é que fossem reconhecidos em vida. Mas, claro, todo tempo é tempo.
A propósito: ano que vem é o ano do centenário de nascimento de Rosil Cavalcanti, responsável pelo primeiro sucesso em disco de Jackson do Pandeiro, o rojão Sebastiana, em 1953.

PRÊMIO ABCA
Foi noite bonita a de ontem na unidade SESC Vila Mariana. Dúzia e meia de artistas de vários setores subiram ao palco para receberem mimos da Associação Brasileira de Críticos de Arte, ABCA. Entre os premiados o paraibano Raul Córdula, a respeito de quem falei ontem neste espaço.
Muitos amigos foram prestigiar Raul, entre os quais Sinval de Itacarambi Leão, José Nêumanne e eu, seu eterno aluno. Darlan Ferreira, que faz parte da diretoria do Instituto Memória Brasil, IMB, registrou em fotos alguns momentos da solenidade de premiação, como esse aí acima em que Raul agradece à ABCA pelo prêmio e à plateia, pelos aplausos.

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