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sexta-feira, 31 de março de 2017

É TUDO FELA DA PUTA

Nos últimos dias tenho dado rolês por aí, como dizem os meninos mais novos do que eu. Entre um deslocamento e outro em taxis, ouvi de um taxista a frase mais comum que rola na boca do povo: "É tudo fela da puta!".
Ao soltar essa frase, na verdade um estampido verbal, compreensivo, o cidadão estava, claramente, se referindo aos políticos e partidos políticos que grassam na cena nacional. E mais diretamente, ele se referia ao PP, Partido Popular, que pode ser obrigado a devolver aos cofres públicos a bagatela de R$ 2,3 bilhões.
Em Brasília, os caciques se movimentam com a ligeireza dos ratos. Querem fabricar e aprovar leis que os beneficiem. E o povo que se dane.
O coronel das Alagoas Renan Calheiros, 3 vezes ex-presidente do Senado, está chantageando o presidente da República em exercício, Michel Temer. Medroso, Temer destacou Eliseu Padilha e Moreira Franco, paus para toda obra, com o intuito de demover Renan da ideia de ganhar um possível Ministério que até nome já tem, Dos Portos.
Os portos brasileiros são a cobiça dos profissionais do roubo. Todo mundo sabe disso, não é mesmo?
Falta pouco para 2018 chegar.

O GOLPE MILITAR DE 1º DE ABRIL

No último post eu disse que o mês de março é um mês danado. Com outras palavras, mas eu disse. Pois bem, agora mesmo a Corte Suprema da Venezuela fechou a Assembléia Nacional deixando os deputados a ver navios, a chiar, a reclamar, sim, foi golpe. E dos grandes!
Ditadura pura o que vive  o povo venezuelano, nuestros hermanos.
De maduro o ditador venezuelano já está podre.
A liberdade mais do que conquista é o mais sagrado direito do povo.
A essa hora do dia 31 de março de 1964, o general cearense Castelo Branco já sabia do que iria ocorrer na madrugada do dia 1º de abril daquele ano. Ou seja, que seu colega General Mourão Filho deslocaria forças do Exército em direção ao Rio de Janeiro. E isso, de fato, ocorreu. E o resto é memória: o Brasil e o povo brasileiro mergulharam num tempo de exclusão da liberdade e do livre pensar por 21 anos seguidos.
O período em que os militares permaneceram no poder, entre 1964 e 1985, foi um dos períodos mais graves que o País viveu. Mesmo com eleições no decorrer desse período. Não podemos esquecer que, extintos todos os partidos, dois novos foram criados: A Arena e o MDB, situação e oposição. Isso foi permitido pelo Ato Institucional nº 2. Com o tempo a Arena acabou dando vez ao PDS e o MDB se metamorfoseando em PMDB, envolvido hoje em corrupção até o pescoço.
O ex deputado e líder de tudo Eduardo Cunha do PMDB acaba de ser premiado com 15 anos de xilindró. Outro peemedebista famoso, o ex governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, está preso em Bangú 8.
E tem outros peemedebistas aí já dançando miudinho, falando baixinho e prestes a cair nas garras da Lei.
E Pezão? E seu vice? E o presidente da Assembléia Carioca, e...?
Quase todos os partidos estão com medo da própria sombra e tapando os ouvidos para não ouvir o silvo das sirenes da polícia.
Em 1965, tínhamos dois partidos políticos: Aliança Renovadora Nacional -ARENA e Movimento Democrático Brasileiro -MDB. Hoje temos 35 partidos políticos e outros 34 à espera de aprovação por parte do Tribunal Superior Eleitoral.
Em 1830 e poucos, no Brasil também havia só dois partidos, voltarei ao assunto

HOJE 31 DE MARÇO

Depois do dia 31 de março, pelas regras do calendário Gregoriano, vem o dia 1º de abril. Esse dia é lembrado como o dia da Mentira, em quase todo o mundo. A primeira postagem deste Blog foi feita num dia como esse em 2009. Clique:





AUGUSTO DOS ANJOS

Foram descobertos por acaso, os manuscritos originais do livro Eu, do poeta simbolista paraibano Augusto dos Anjos.



quinta-feira, 30 de março de 2017

PAZ, AMOR E BRASIL


No mundo inteiro eu não sei. Eu sei que no Brasil o mês de Março é grave e tem a sua importância por ser grave. Historicamente.
No final desse mês, o Brasil estava pegando fogo.
No Rio Grande do Sul, Brizola fervia com os gaúchos.
O dia 31 de março chegava silenciosamente anunciando o dia 1º de Abril. E deu no que deu.
Mil novecentos e sessenta e quatro foi o prenúncio de 1968. Os tanques na rua, o medo tomando conta do povo.
O dia 1º de Abril é, na verdade, o começo da escuridão em que entramos nós. Mas não podemos deixar de saber: as forças militares de um país existem para defender um país. Pagamos para isso, nós contribuintes.
Militares assumindo o poder político do nosso pais, nunca mais!
Que a inteligência de nós todos nos leve à serenidade e sabedoria, para identificar o caminho da paz e do progresso.





quarta-feira, 29 de março de 2017

MACONHA TÁ NA MODA, HIPOCRISIA TAMBÉM

Eu sou de um tempo não muito distante. Eu sou dali, de 1950.
No tempo em que nasci, em que vivi e continuo vivendo, porque o tempo é o tempo...
Pois bem, Naquele tempo da metade do século passado, havia coisas interessantes, engraçadas, diferentemente do que hoje há em relação ao tempo passado.
O que eu quero dizer com isso?
A pior das mazelas d'um pai de família era ter uma filha namorando com um comunista ou um maconheiro.
Sim, era assim.
Eu ainda nem era adolescente definido, mas já era comunista aos olhos do pai de Carmelita. Carmelita foi minha primeira namorada.
Ouvi hoje a tarde o Fêagacê dizer mais uma vez que é a favor da liberação da maconha, num Congresso realizado agora há pouco em São Paulo. O Ministro Roberto Barroso, do STF, seguiu a linha do FHC.
Esses caras são uns caretas!
Eu não sei o que é maconha, não sei o que são essas coisas.
Eu gosto de cachaça e mulher... Ô coisa boa! Sou do tempo antigo...porém sou a favor da liberação de todas as drogas, eu disse, de todas as drogas! E cada qual que se cuide. E que o Estado nada tenha a ver com isso. É claro, fundamental que se desenvolva uma campanha intensa sobre os malefícios de todas as drogas.
A cocaína nos anos 20, 30, era comprada espontaneamente sem receita médica, em todas as farmácias.
Eu disse que sou a favor de todas as drogas, inclusive mulher?
Mulher é a salvação do mundo, e o resto é droga que entorpece e mata.

NÃO SE VÊ SÓ COM OS OLHOS...

Trouxeram-me hoje a informação de que a ANCINE, Agência Nacional de Cinema, deu um prazo até 2018 para que todos os cinemas do País adaptassem seus prédios para o acesso das pessoas deficientes visuais e auditivas. Bom. Demorou. Legal...
Essa história de que cego não vê é história. Porém é preciso que se dê ao cego mínimas possibilidades de que ele enxergue pelo menos as pessoas que estão à sua volta; pessoas e coisas e vida, que tem a ver com som e abraço.
Sensibilidade também tem a ver com tudo isso. Só não vê quem não quer ver.
A sociedade enxergante tem se recusado a enxergar o ser sem luz nos olhos, ou seja, o cego.
Quem é cego nessa vida, aquele que pode resolver coisas ou aquele que entende que quem pode resolver não resolve? Política pura, não é?
A ANCINE deu um prazo de dois anos para que todos os cinemas do Brasil ofereçam condições para o cego enxergar os filmes passados nas telas. E para que ao deficiente auditivo seja disponibilizada a linguagem de libras. Bom, muito bom.
Em São Paulo, Capital, há atualmente 61 bibliotecas, 39 Centros Culturais, 44 museus e pelo menos 30 teatros oferecendo condições adequadas para o cego e o surdo, para que se sintam a vontade, como cidadãos. É obrigação do Estado não esquecer da população invisível que forma a Nação. Enfim, cegos e surdos e demais pessoas com deficiências várias, nós todos, invisíveis, pagamos impostos.
Como cego, hoje, sinto-me invisível. Mas como cego estou vendo...

NOLL

Morreu hoje o gaúcho João Gilberto Noll, autor de belos livros. Bem no comecinho de 1980, Noll escreveu o romance O Cego e a Bailarina. Vale a pena ler.


terça-feira, 28 de março de 2017

MOMENTO DE EMBURRECIMENTO GERAL

A crise, melhor: as diversas crises que nós todos, brasileiros, vivemos são históricas em todos os sentidos.
Crise política, crise econômica, crise de sem vergonhice e de falta de vergonha na cara assolam o País nos últimos mais ou menos dois anos.
Milhares e milhares de empresas de todos os tamanhos têm tido suas portas cerradas e pelo menos 13.000.000 de brasileiros, trabalhadores e trabalhadoras, foram para o olho da rua; para a rua da amargura.
Entre as centenas, milhares de empresas fechadas, acham-se editoras e livrarias, de norte a sul do País.
O ministro da propaganda e loucuras de Hitler, Joseph Goebbels, está se rebolando de alegria no túmulo, certo? 
Goebbels adorava queimar livros e gente nas fogueiras da sua loucura e da loucura de Hitler.
Entre 1999 e 2014, subiu de 76,6% para 97,1% o número de bibliotecas nos municípios brasileiros. Nesse mesmo período, caiu de 35,5% para 27,4% o número de livrarias nos municípios brasileiros. Quer dizer: há mais bibliotecas nos municípios brasileiros do que livrarias. Incrível, não é?
Em nosso país, há 5.571 municípios.
Todos ou quase todos os bons leitores e intelectuais que vivem em São Paulo passaram pela livraria Cortez, para comprar e ler novidades da Cortez Editora e de outras editoras que a livraria disponibilizava a todos os públicos de todos os sexos e idades.
Eu e todo mundo compramos livros lá e nos fizemos amigos de José Xavier Cortez e da sua equipe de profissionais, hoje dispersa.
A livraria Cortez cerrou suas portas em 2016. Em 2011 lançamos nessa livraria i livro infanto-juvenil A Menina Inezita Barroso. Confira abaixo:


 

Uma livraria é um templo do saber e, como tal, jamais deveria ter suas atividades encerradas. Mas Brasil é Brasil, não é mesmo?
Ultimamente só se fala de corrupção e político safado, e não são poucos! 
As palavras educação e cultura foram violentamente separadas uma da outra...
Ontem, 27, centenas de pessoas protestaram contra a política cultural do prefeito João Dória.
Os manifestantes encerraram o ato de indignação abraçando o Teatro Municipal, onde o prefeito deblaterava sobre não sei o quê.
E sabem o que eu acho do momento em que vivemos?
Vivemos um momento de hipocrisia e de emburrecimento geral e as vítimas dessa "política" não são poucas, somos todos nós. Pois é, e como esquecer o paulista Monteiro Lobato, Lobato, o grande Monteiro Lobato, cunhou uma frase que diz tudo: "quem lê mais, sabe mais".

segunda-feira, 27 de março de 2017

CEGOS, ESSES SERES INVISÍVEIS

A cada cinco segundos, uma pessoa fica cega no mundo.Cego, aspas.
Vamos melhorar: a cada cinco segundos uma pessoa sofre um problema qualquer e perde a visão.
Não. Dá prá melhorar: a cada cinco segundos, uma pessoa perde a luz dos olhos.
Pois bem, segundo dados da ONU, Organização das Nações Unidas, existem seiscentos e não sei quantos milhões de pessoas que vêm o mundo com os olhos dos outros, se é que me entendem.

Em todo o mundo há milhões de pessoas chamadas de "deficientes visuais". Quer dizer, milhões e milhões, verdadeiras multidões que se locomovem, que se movem, que se movimentam, se esgueiram quase, de modo invisível.
Essa é a realidade.
Somente na cidade de São paulo há mais de 50.000 pessoas sem luz nos olhos, enfrentando calçadas esburacadas e a discriminação dos enxergantes, isto é, pessoas que tem olhos com luz e não vêm.
Há pouco fiquei sabendo da morte de Maria das Neves Barbosa, uma paraibana de Campina Grande.
Maria das Neves partiu sábado para a eternidade, depois de uns dias internada num hospital. Ela integrava um trio de artistas do povo: Maroca, Poroca e Indaiá.
Maroca foi-se embora. Viva Maroca!


Eu conheci Maroca e suas irmãs há um ano e pouco, quando fui fazer palestra na Universidade Estadual da Paraíba, em Campina. Quem me levou a sua casa foi o amigo Chico Pereira. Na ocasião, restou um registro. Clique:


Saí da casa das três, com um presente: a história delas contada no documentário A Pessoa É Para o Que Nasc.


domingo, 26 de março de 2017

OUTONO, CAJÚ E ÁGUA DE COCO

Este primeiro domingo de outono trouxe-me um vento macio acarinhando-me o corpo. Agradeci a Deus por ter nascido e ter à minha volta pessoas maravilhosas que sempre estiveram e estão comigo nos momentos mais delicados...
O dia continua lindo.
Meus pensamentos transportam-me a tempos de ontem.
Vejo-me brincando nas areias da praia de Cabo Branco, ali pegadinho a Tambáu.
Vejo-me também, já crescidinho, trepado nos cajueiros e chupando caju.
Bons tempos aqueles!
Lembro-me também das férias passadas em Alagoinha Serra de Boi, no brejo paraibano. Lá eu andava de Jerico e de cavalo de pau, correndo atrás de bandidos furiosos, doido para pegá-los e levá-los à cadeia, como fazia Zorro.
Bom também era quando eu saia com os primos Dio e Dadá prá pegar manga e coco no pé. Era perigoso, claro, mas o perigo é o combustível dos aventureiros, e éramos naquele tempo, todos aventureiros, Parecia que não tínhamos medo de nada. Nem de caixas de marimbondo. Tampouco de chifre de bode e de marrada de garrote.
Este dia outonal trouxe-me também a amiga Cris Alves com cocos na mão.
Tem coisa melhor no mundo do que beber água de coco de manhã num domingo de outono? E ainda por cima, com colheres comemos a laminha dos cocos. Ô coisa boa!
E como se não bastasse, na vitrola rodava um disco do filósofo, cantor e compositor Alcântara das Luzes. Ele é da terra de Juvenal Galeno (1836 - 1931), autor do clássico romântico Cajueiro Pequenino. A propósito, clique acima e curta DiMattos da Rabeca interpretando essa obra prima.
O disco é de fins do século passado e eu o trouxe de Fortaleza, cidade do Alcântara.
Esse é o segundo ou terceiro disco do Alcântara. Não sei bem. Começa com o Rap dos Anjos, cuja letra é o resultado de uma adaptação de poemas do mais importante poeta simbolista do Brasil, o paraibano Augusto dos Anjos (1884 - 1914).
Alcântara das Luzes é, sem dúvida, um dos mais importantes artistas brasileiros. Creio até que já passou da hora de os brasileiros, todos, conhecerem-no. Uma amostra:




NA GALHA DO CAJUEIRO

Cajú, cajueiro, coco e coqueiro e outras frutas são, há muito, temas da nossa música popular. Acima eu trouxe lembranças de um passado distante em que se acham caju e coqueiros. Entre os autores, lembrei Juvenal Galeno, mas há outro, muitos outros poetas romancistas e cantores. Como esquecer Wilson Simonal, de corpo desaparecido no dia 25 de Junho de 2.000. A sua voz, porém continua viva, ouça:



sábado, 25 de março de 2017

A HISTÓRIA ATRAVÉS DA IMPRENSA



Irene Ravache e Dan Stulbach, clientes da Enigma
Gutenberg (1398 – 1468) inventou a Imprensa na segunda parte do século 15. Ele jamais poderia imaginar que a sua invenção mudaria o mundo. Ou, no mínimo, enriqueceria o mundo. A partir da sua invenção, o mundo passou a ficar mais perto de nós.
Sem Gutenberg e sua invenção de tipos móveis, a história se perderia por completo sob o tapete do tempo.
Antes de Gutenberg, a história era oral. Ou seja: passada de boca em boca. É o que ainda chamamos de oralidade.
O papel foi inventado uns três séculos antes, pelos chineses.
Um enigma?
A história sem a prensa de Gutenberg seria, certamente, um eterno enigma.
Antes de Gutenberg não existia a Bíblia em livro.
Ao pisar o solo lunar, em 1969, Armstrong (1930 - 2012), disse ser o que estava fazendo “um pequeno passo do homem, um grande passo para a Humanidade”.
O mesmo pode-se dizer de Gutenberg.
Hoje, beirando a segunda década do terceiro milênio, reconhecemos plenamente a importância de Gutenberg e do homem na Lua.
Há 40 anos surgiu no Brasil, mais precisamente na Capital paulista, um cidadão que depressa entendeu ser preciso reunir a história de pessoas públicas. Para isso criou uma empresa: Enigma.
Foi um belo saque, uma bela iniciativa.
Esse cidadão tem por nome Alberto Dias Santos, baiano de Vitória da Conquista, com visão à frente do tempo. A empresa que inventou continua com os propósitos iniciais, ou seja: recolhendo e repassando aos interessados o noticiário de jornais e revistas.
Dentre as centenas de empresas, empresários e artistas de todos os setores, incluindo música, teatro, cinema e TV,  que se utilizam dos préstimos da Enigma estão Irene Ravache, Jayme Monjardim, Dan Stulbach, Carol Castro, Antonio Calloni, Lauro Cesar Muniz, Leopoldo Pacheco e Lilian Gonçalves, entre outros; e empresas como DIEESE, Associação Brasileira de Odontologia, Associação Brasileira de Bares e Restaurantes...
O inventor da Enigma eu o conheço a pouco mais de 40 anos.
Gostei de reencontrar meu amigo Alberto.
Saiba o que é Enigma, clicando:

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