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sábado, 24 de junho de 2023

LICENCIOSIDADES NA CULTURA POPULAR (27)

Muito antes de Caju e Castanha, foi proclamado pela crítica um rei da embolada: Manezinho Araújo.
Manezinho Araújo foi quem criou o duplo sentido na embolada. Ele, como personagem, aparece como um traído depois de apanhar de quem lhe levou a mulher. Título: Tadinho do Manezinho.
Também consideradas de duplo sentido são as emboladas do Manezinho intituladas A Mulher e o Automóvel e Cuma é o Nome Dele?
Lá no passado cantores como Chico Alves, Patrício Teixeira, Jorge Veiga e Colé também puseram as unhinhas de fora ao cantarem safadezas.
O pioneiro na temática foi o cantor Manuel Pedro dos Santos, o Bahiano, que em 1902 gravou o lundu Isto é Bom, do ator Xisto Bahia. Saiu no lado A do primeiro disco gravado do Brasil. Começa assim: “A renda de tua saia/ Vale bem cinco mil réis/ Arrasta mulata, a saia/ Que eu te dou cinco e são dez/ Isto é bom, isto é bom, isto é bom que dói…”.
Tão elegante como Chico Buarque e Ney Matogrosso é o repentista pernambucano Oliveira de Panelas. Uma reserva do mundo da Cantoria, com andanças por Portugal, França, Cuba e EUA...
Panelas, de batismo Oliveira Francisco de Melo, é um artista altamente criativo e dono de voz poderosa. Nascido no dia 24 de maio de 1946, Oliveira tem publicados 19 livros, gravados 11 LPs e uma trintena de CDs. Tem músicas gravadas por nomes como Zé Ramalho, Teca Calazans, Flávia Wenceslau e Socorro Lira.
Fora isso, Oliveira de Panelas tem presença em vários filmes, entre os quais Chatô o Rei do Brasil, que trata da história do paraibano de Umbuzeiro Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, chamado de o magnata da Imprensa brasileira.
O brincante Ariano Suassuna tinha por Oliveira verdadeira veneração, tanto que o convidou para se apresentarem nas cantorias que fazia Brasil afora.
Caneta é arma na mão de quem sabe escrever.
Entendo também que palavras são que nem fio de navalha. Quando não mata, machuca.
A nossa língua, a que falamos, é formada por cerca de 600 vocábulos ou expressões. Desse total, há cerca de quatro ou cinco mil palavrões. Talvez um pouco mais. Homens, segundo pesquisa da Preply realizada em março de 2023, falam pelo menos 8,48 palavrões por dia, enquanto mulheres falam 5,35 vezes. Ainda segundo a pesquisa, Brasília lidera como o Estado que mais fala palavrões, empatado com Rio de Janeiro e Fortaleza: cerca de 8 palavrões por dia.

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