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terça-feira, 15 de agosto de 2023

O AMUADO REIZIM DE PAPEL

Não tem jeito, sem nenhum constrangimento tiro o chapéu pra Lula. Faço isso não à toa.
Ouvi no rádio mais uma boa aula de Lula sobre política, como fazer política. Não se faz política pra si próprio, olhando e alisando o próprio umbigo. Política se faz com vistas à melhoria das pessoas. É isso o que ele diz, e disse assim: 
O dado concreto é que o PT tem 70 votos. A esquerda tem 136 votos. Para aprovar alguma coisa precisa ter 257 votos. Significa que você precisa conversar. Tem gente que fala: 'vai para a rua!, vai para rua!'. Vai para a rua fazer o quê? Tem que conversar com quem tem voto. Quem é que vai votar? Quem são os partidos políticos que vão digitar o número lá. São os partidos políticos que ganharam.
Depois disso, Lula disse mais: 
Conversar com Lira é uma obrigação minha, ele é presidente da Câmara.
Pois é, é ou não é para aplaudir uma fala dessa?
À propósito, devo também tirar o chapéu para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Numa bela e consistente entrevista que Haddad deu ao jornalista Reinaldo Azevedo, titular do programa O É das Coisas (Rádio Bandeirantes) e do podcast Reconversa, ouvem-se loas e suaves críticas ao todo poderoso rei de papel Arthur Lira (foto ao lado), presidente "universal" da Câmara dos Deputados tupiniquim. O reizinho ficou irado, bufando. Disse: 
É equivocado pressupor que a formação de consensos em temáticas sensíveis revela a concentração de poder na figura de quem quer que seja.
E amuado, prosseguiu dando popa:
A formação de maioria política é feita com credibilidade e diálogo permanente com os líderes partidários e os integrantes da Casa.
O ministro disse nada demais que pudesse irritar uma freira, quanto mais um puta velho feito Lira acostumado a receber e a dar porrada até em mulher. Mas essa é outra história. Disse Haddad:
A Câmara está com um poder muito grande, e ela não pode usar esse poder para humilhar o Senado e o Executivo.
Estão vendo? Não tem nada demais. É fato.
Sabem o que eu acho?
Eu acho que o Lira se acha muito mais do que é, na realidade.
Baixa a bola, Lira!
Bom, tenho que tirar o chapéu também para o coleguinha Reinaldo Azevedo. O cabra é bom de papo político e filosófico. E cheio de graça. É uma delícia ouví-lo na Band.

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