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sábado, 14 de março de 2015

QUEM SABE FAZ A HORA....

Caminhando e cantando a paz e a esperança por um Brasil mais justo para todos que aqui nasceram e que vivem trabalhando e sonhando.

É isso que acontecerá amanhã em todos os recantos nacionais, da Paraíba a Oiapoque; do Chuí ao Rio Grande do Norte.

Amanhã o Brasil de todas as idades estará nas ruas, nas avenidas e nas praças clamando por um dia melhor.

Na segunda metade do século 19, o baiano Castro Alves, em belíssimo poema, disse que: “ A praça é do povo / como o céu do condor ”.

Mas uma vez o sonho por um tempo melhor vem à luz quando o mundo brasileiro decide passear com calma e naturalidade em busca do seu futuro.

O Brasil é dos Brasileiros

O Brasil é Nosso

No começo dos anos 1950, o bruxo paulista, de Taubaté, Monteiro Lobato previa que o Petróleo – ouro negro – seria uma das nossas maiores riquezas.

Certíssimo, não?

E é o que se vê.

Vamos, pois, as ruas amanhã cantando com calma, paciência e alegria a canção da esperança Pra Não Dizer que não Falei de Flores?, de Geraldo Vandré?

Ah!, sim: quase que eu ia me esquecendo que o mês de março, é um mês muito perigoso, pois em 1964, em março aconteceu o primeiro de abril, que nos deu uma escuridão de 21 anos...

O Brasil amanhã vai as ruas com os seus símbolos de esperança e cantando...












segunda-feira, 9 de março de 2015

O BRASIL CONTINUA CHORANDO, INEZITA PARTIU.


A sensibilidade do artista pernambucano
Jô Oliveira nos leva ao céu
Inezita Barroso foi uma das mulheres mais incríveis que eu já conheci. Viramos amigos nem sei bem desde quando, mas seguramente há mais de trinta anos.
Inezita era uma mulher livre, linda, na sua maneira de ser, viver e compreender as pessoas, todas as pessoas e o mundo. Lembro-me que a mim ela nunca reclamou da sua pessoalidade. Ela era plural e sabia do quão todos somos tão pequenos.
Lembro-me das muitas conversas que tivemos à beira de  copos, na minha e na casa dela. E nos bons restaurantes, claro.
Lembro-me das suas risadas, gargalhadas que o vento levava.
Lembro-me das noites – e madrugadas que passamos no inesquecível Parreirinha.
Lembro-me, sim, daquelas noites alegres e intermináveis ao lado do Miro nos servindo uisquinho de sempre, sem gelo.
Noites, belas noites, com Jamelão, Miltinho, Elifas, Arley, Adoniran, Zé Kéti, Silvio Luiz, Ronald Golias, meus Deus! Quanta gente bonita!
E ela, Inezita, rindo, cantando e brindando a alegria de viver.
Inezita viveu todas as vidas.
Lembro-me de tantas coisas...
Ela partiu no dia em que o mundo se curva à mulher; Corintiana, nesse mesmo dia, 08, o Timão deu de um a zero no São Paulo. ainda nesse mesmo dia à noite, a presidente da República, dona Dilma, foi a televisão para pedir compreensão ao já chumbado povo brasileiro pelos desatinos que tem feito. Foi demais. E aí fico imaginando Inezita olhando para mim com o jeito mais sarcástico do mundo, dizendo: "Tô fora". E Partiu numa gargalhada de fazer inveja ao Jânio.
Hoje, no começo da tarde, estive na TV Cultura falando sobre ela com o meu amigo Zuza Homem de Mello, clique: 
 

Viva Inezita Barroso!

JÔ OLIVEIRA

Só hoje descobri que eu nasci no mesmo dia da Inezita, 4 de março.
Embora todos meus documentos sinalizem o dia 25 de março, eu nasci de verdade foi no dia 4. Está registrado no livro de batismo da igreja de N. S. do Amparo, em Itamaracá.
Abraço,

- Jô Oliveira, Pernambucano e amigo desde sempre, era o artista do traço por mim escolhido para dar vida ao texto que escrevi sobre Inezita Barroso e que, também com a sensibilidade de Ciro Fernandes ganhou o titulo de A Menina Inezita Barroso (Cortez Editora 2011).




sábado, 7 de março de 2015

O BRASIL ESTÁ FERIDO, CHORANDO...

O Brasil está doente, o Brasil está chorando, o Brasil está gemendo cheio de dores, o Brasil está ferido pedindo socorro.
No Rio de Janeiro a malária dá as caras sob chuva de balas que matam crianças e adolescentes.
Em São Paulo, um surto endêmico já registra muitos mortos.
Em Brasília, bom, em Brasília há crise de tudo: Energética, econômica, política e de falta de vergonha na cara.
O Brasil é uma pérola que há séculos desperta a cobiça dos espertalhões.
O Brasil tem sobrevivido a todas as invasões, a todas as agressões e infâmias expressas nas mais diversas línguas aqui aportadas desde Cabral.
Você sabe meu amigo, minha amiga, qual é a origem da expressão  “santo de pau oco”?
Pois bem?
A expressão foi cunhada há pelo menos há quatrocentos anos. E surgiu de maneira óbvia e espontânea quando, os primeiros espertalhões que aqui chegaram. Esculpiram em madeira imagens de santos escolhidos a dedos e venerados pela Igreja Católica. Essas imagens eram esculpidas cuidadosamente. Nelas era feito uma cavidade na qual se escondiam riquezas minerais extraídas da nossa terra e enviadas à terras de Além-mar. Surgiam ai os primeiros contrabandistas do ouro brasileiro. Hoje é a desgraceira que se vê.
De novo estão rasgando o coração de Serra Pelada.
São muitas as riquezas naturais do nosso País.
No começo dos anos de 1930, foi desenvolvida uma campanha de alcance nacional para brecar a ambição desmedida dos ratos viciados em roer não a roupa do rei, mas, sim, o erário público. A campanha dizia: “Ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil”.
A história mostrou o seguinte, nem uma coisa nem outra ocorreu. E é o que se vê hoje nas grandes estatais como a Petrobras, criada por Vargas em 1953 e tema musical desenvolvido e cantado pelo rei do baião, Luiz Gonzaga.
Em 1956, Gonzaga compôs Marcha da Petrobras. Clique: 

Mas, eu ia dizendo,
O Brasil está chorando...
“Santo de pau oco”, “nem que a vaca tussa”, “a vaca foi pro brejo”, “pingo nos is” e outras expressões que o povo consagrou continuam hoje na boca das autoridades que ocupam a presidência da República, o Senado, a Câmara dos Deputados, o STF etc.
Mas, um detalhe: as expressões que enriquecem a nossa cultura popular são repetidas à exaustão por essas autoridades que, curiosamente, nem sabem a origem dessas e outras expressões que o povo criou.
O que eu quero dizer com isso?
Simples: Os gatunos continuam a garfar o produto do suor do povo enquanto a cultura popular também é expropriada sem que lhe deem o devido crédito ou importância. Isto é: A cultura popular brasileira continua órfã.

O Brasil está ferido, o Brasil está chorando.

quarta-feira, 4 de março de 2015

INEZITA BARROSO, 90 ANOS!

Deus do céu, como esquecer?
A paulistana Ignez Magdalena Aranha de Lima, que o Brasil sensível e consciente dos seus valores conhece por Inezita Barroso, é a grande aniversariante do dia.
Ela conhece a terra como poucos.
Desde criança, ela passava férias escolares ora numa, ora noutra fazenda de familiares no interior de São Paulo.
A menina Inezita, que a molecada do seu tempo chamava de Zita, teve uma infância pra lá de sadia: ela corria de bicicleta, de patins, jogava bola e no campinho da várzea do Pacaembu, ali nas proximidades do bairro onde nasceu - Barra Funda, além de jogar pintava e bordava, pois era literalmente a dona da bola.
Ela cresceu e virou a grande mulher que todos nos amamos.
Conheço Inezita Barroso desde OS começos dos anos de 1980, quando passamos a nos frequentar. Em 2011 eu escrevi A Menina Inezita Barroso (Cortez Editora), o primeiro livro publicado  a seu respeito.
Inezita, além de cantora e violeira, estudou e ensinou a arte de tocar piano. Fora isso, fez teatro e cinema.
A sua carreira artística começou, pra valer, em Recife, PE, pelas mãos do grande compositor e também pianista Lourenço Barbosa da Fonseca, Capiba (1904 - 1997).
Cornélio Pires, paulista de Tietê, foi o primeiro homem a gravar modas de viola. Inezita, foi a primeira mulher.
A carreira dela é compriiida!
Viva Inezita Barroso!
Ah! Ela, durante esses anos todos, tem revelado para a música muita gente boa, como a novíssima Bruna da Viola. Clique: 





terça-feira, 3 de março de 2015

CELIA E CELMA, ESCORPIÃO E COBRA

Dia desse eu disse que o cantor Roberto Luna tem muita história pra contar. Claro, óbvio mesmo, se tratando de quem é: um profissional que deslanchou para o sucesso bem na metade dos anos de 1950. Por ele passaram muito nomes da música popular que a história consagrou, como Silvio Caldas, Orlando Silva, Chico Alves, Nelson Gonçalves, com quem, aliás,  chegou a trocar alguns sopapos.
Como Luna, naturalmente outros grandes artistas trazem na bagagem muitas histórias. Celia e Celma, por exemplo. As duas presenciaram uma cena curiosa – entre tantas - no Rio de Janeiro dos anos setenta, que foi a seguinte:
Maria José, a Dona Zezé, mãe de Carlos Imperial, um dia foi surpreendida pelo filho que lhe mostrou uma gravação de Meu Limão, Meu Limoeiro. Enquanto o disco rodava na vitrola, Dona Zezé pôs as mãos nos quartos e se balançando ironicamente ralhou:
- Tenha vergonha, eu fiz você dormir muitas vezes cantando esta música.
A música em questão, do folclore brasileiro, trazia estampado na etiqueta o nome do filho de Dona Zezé.
Atenção: Vem aí um documentário sobre a vida e “obra” de Carlos Imperial, com a participação das cantoras Celia e Celma.
Mas as duas têm muito, mas muuuuito o que contar.
Na China, por exemplo, as duas só não passaram fome porque a fome é um sintoma natura entendido por todo mundo. E, claro, fecharam os olhos diante de algumas iguarias esquisitas e engoliram o que não viram, como escorpião, grilo, cobra, grelhados e fritos à moda da casa, isto é, à milanesa ou a algo que até agora, o paladar de ambas não conseguiu identificar, mas toda hora que as duas se lembram do que ingeriram se arrepiam.
No Japão, um fã desses apaixonadíssimos à primeira vista, delas lhes ganhou a confiança e as levava quase toda noite para conhecer restaurantes com iguarias exóticas. Numa dessas ocasiões, as duas estavam comendo qualquer coisa com pauzinhos, quando de repente lhes chamaram a atenção algumas figurinhas carimbadas do cinema do Tio Sam: Gregory Peck, Rock Hudson, Kirk Douglas, Tony Curtis, Jack Palance, Burt Lancaster e Charlton Heston. As duas se levantaram e foram trocar um dedo de prosa com eles. De todos o mais animado deles era Heston, que queria saber tudo sobre o Brasil: Futebol, carnaval e praia.
Hoje elas lamentam o fato de não portarem naquela ocasião uma dessas maquininhas simples de fazer retrato, como o celular.


 CAUBY PEIXOTO
O cantor Cauby Peixoto está fora de combate há três semanas, num hospital da capital paulista.

Os médicos ainda não permitiram visitas ao paciente que está com 84 anos de idade.

segunda-feira, 2 de março de 2015

E O BELCHIOR, PIROU?

Faz tempo que não falo com Belchior. Uma das últimas vezes foi no programa São Paulo Capital Nordeste (ao lado), que apresentei durante mais de seis anos na Rádio Capital AM 1400 kHz.
Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernades é um um cearense cantor, compositor, instrumentista e, no meu ponto de vista o principal intelectual da Música Popular Brasileira. 
Por que digo isso?
Belchior foi seminarista - fala com domínio até o latim - e por pouco não virou padre, quando padre era referência do que melhor existia como ser pensante. Claro, na nossa música popular - e também na música erudita - tivemos e temos grandes criadores, grandes compositores como Orestes Barbosa e Paulo Vanzolini entre outros.
Conheço Belchior faz tempo e goto da música dele e do seu jeito muito peculiar de cantar. Sempre foi profundo no que vez.
Ele frequentou a minha casa e meus filhos achavam graça do seu jeito de falar e tiravam onda do seu bigode.
Mas Belchior sumiu. Está em local incerto e não sabido e seus amigos feito doidos querendo dele pelo menos notícias.
Onde andará o Bel?
Bel é como os amigos o chamam, na intimidade.
Pois bem, o Bel sumiu do convívio natural dos amigos no mesço de 2006. Nesse ano, eu participava uma ou duas vezes de um programa, ao vivo,  na rádio record chamado "Balanço Geral". Lembro que numa das edições desse programa convidei o cantor, compositor, showman piauiênse Jorge Mello, parceiro do Bel em 29 canções. Jorge me disse que meses antes recebera um telefonema do amigo. Foi um telefonema muito estranho, no qual Belchior perguntava dos amigos do passado como Mesquetinha. "Não entendi nada, foi uma conversa estranha e confusa", lembrou Jorge acrescentando que naquela ocasião o Bel já estava "sumido".
Três anos depois, na última semana que antecedeu o fim de agosto de 2009, o programa Fantástico, da TV Globo, trouxe notícia e uma  curiosa  e confusa entrevista que beirou o surreal com o coautor de Mucuripe, um dos clássicos da MPB; e, diga-se de passagem, reconhecida como uma das pérolas musicais até pelo autor de Disparada e Caminhando, Geraldo Vandré. Aliás, os dois são amigos de longa data.
Por onde andará Belchior?
Dizem que endoidou, mas não acredito nisso.

 RIO, 450 ANOS
A cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro completou ontem 450 anos de fundação. São Paulo, completou essa idade 11 anos antes.
Foi uma festa e tanto a do Rio de Janeiro, com espetáculo inesquecível que contou com a presença de artístas de primeira grandeza do panorama musical brasileiro, como Paulinho da Viola.
Em 1954, quando São Paulo completou 400 anos, o Brasil inteiro ganhou festa e teve a sua história passada a limpo. Dessa festa participaram nomes como Pixinguinha e Paulo Vanzolini. Foi uma confraternização geral.
Por que digo isso?

Simples: O Brasil se uniu nesse aniversário, sem notas dissonantes de personagens discutíveis da vida brasileira, como o apresentador de uma bobagem lamentável chamada BBB. Quem é esse personagem que disse bobagens sobre São Paulo, agora no aniversário do estado vizinho? Não lembro, mas ouvi isso num programa da Globo apresentado por Fátima Bernardes, marcante como reporter e ex-apresentadora do Jornal Nacional.

domingo, 1 de março de 2015

ELIS, DITADURA E VANDRÉ

Assis e Vandré, no Instituto Memória Brasil, IMB. Reprodução: Darlan Ferreira.
A gaúcha “Pimentinha” Elis Regina disparou para o sucesso a partir das terras paulistanas. Isso, em 1965, quando arrebatou o primeiro lugar do 1º Festival Nacional de Música Popular Brasileira, com Arrastão, do poetinha Vinícius e do seu parceiro Edu Lobo.
Esse foi um ano bastante promissor no campo da nossa música. Geraldo Vandré, por exemplo, lançou um dos seus discos politicamente mais provocativos para o momento que se vivia: Hora de Lutar. O disco, com doze faixas, trazia, para surpresa de muita gente, a belíssima toada nordestina Asa Branca, do Rei do Baião Luiz Gonzaga e seu parceiro cearense Humberto Teixeira. Asa Branca recebeu de Vandré uma das mais belas interpretações.
Vivíamos sob a símbolo da chibata, isto é: da botina e da baioneta.
Elis é considerada até hoje uma das maiores cantoras do País.
José Ramos Tinhorão, um dos nossos mais sérios historiadores, achava que ela cantava bem, sim, mas não tinha “alma” ou sentimento. Sempre discordei. Sem alma ou sentimento e com técnica acima do convencional é, até hoje, para mim, a baiana Gal Costa.
Conheci Elis no final dos anos de 1970, na Folha de S.Paulo. Ela acabara de nos dar entrevista para o extinto suplemento dominical Folhetim. A época, editado por Osvaldo Mendes, jornalista, ator e autor dos melhores que temos, provocava encontros/debates com grandes nomes da vida cultural do Brasil. Lembro que lhe perguntei sobre o Vandré. E ela, rindo, respondeu: “Ele é muito complicado”.
Vandré também achava Elis “complicada” e sobre Asa Branca, rindo de modo maroto, certo dia ele me disse: “Eu também gosto da interpretação”.
Mas Vandré gostava muito da Dalva de Oliveira, para mim – e para ele – uma cantora brasileira sem concorrência.
Você já ouviu a gravação de Asa Branca, com Vandré? Clique 

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