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domingo, 18 de dezembro de 2011

DIA DE MORTE ONTEM NO BRASIL, DE BAILE HOJE NO JAPÃO

Ontem o dia foi de morte, pois partiram para longe, numa viagem sem fim, o ator que sabia tudo de teatro no Brasil, Sérgio Britto; o carnavalesco que sabia tudo de carnaval no Brasil, Joãozinho Trinta; e uma das cantoras que cantavam a vida como poucas na nossa língua, Cesária Évora.
De certa forma, hoje também o dia foi de morte: o “Peixe” morreu afogado, suicidado. E todo mundo viu essa tragédia a partir das 8h30, horário de Brasília. Foi um baile, um chamamento à morte como o fazem as sereias.
Mas poderia ter sido pior o suicídio para quem viu. Por essa ótica, o resultado de 4 x 0 bastou.
Por que isso?
Porque ao invés de jogar, a equipe do Santos estranhamente optou por reverenciar o time de Messi.
Apenas isso, e por isso perdeu o título que poderia ter disputado pau a pau, de campeão de Mundial de Clubes.
Bom, fica para o Corinthians ano que vem.

DO BAÚ
Procurando nos meus arquivos um registro fotográfico de entrevista que fiz há anos com os craques paulistanos da nossa literatura Marcos Rey e Lourenço Diaféria, para o programa Gente e Coisas do Nordeste que apresentei na extinta Rádio Atual, achei uma foto (acima) em que me revejo magro e metido a besta ao lado do querido amigo Paulo Vanzolini, e mais à frente, todo de branco da paz, incluindo o sorriso, o poeta brasileiro nascido no Egito Peter Alouche, autor de uma das mais belas letras sobre a cidade de São Paulo, que republico abaixo.
Antes, um doce para quem adivinhar o nome dos outros personagens que aparecem na foto.

Vim de terras bem longínquas
Abrigar-me no teu calor;
Fugi da fome de solos áridos
Fugi de guerras de almas secas;
Vim da Sicília, vim do Japão,
Sou português, sou catalão,
Sou libanês, perdi meu chão,
Não tenho pátria, sou judeu errante,
Vim procurar paz, lar e pão.
Sou branco, sou negro, sou oriental,
Sou nordestino do sertão
Deixei a casa onde eu nasci,
Ah! Que saudades do Cariri!
Vim descobrir minha esperança
Ao te pedir chão e trabalho;
Com muita lágrima e suor,
Fui perseguir teu futuro,
Edifiquei tua riqueza,
Tornei-te forte e poderosa,
A mais altiva da nação.
São Paulo, São Paulo de todos nós
Ao te ver de braços abertos,
Te adotei no coração.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

LUIZ GONZAGA NÃO MORREU

Caso ainda estivesse entre nós de corpo e alma, o que seria muito bom, Luiz Gonzaga rei do baião estaria completando hoje 99 anos de idade.
A sua extensa obra já gerou quase uma trintena de livros e centenas de folhetos de cordel e músicas  umas 500 em sua homenagem, compostas e gravadas pelos mais importantes artistas do País, como Chico Buarque.
A propósito, vocês já ouviram o novo disco do Chico?.
Ouçam também a última edição do programa Vira e Mexe, apresentado por Paulo Rosa na Rádio USP.
Gonzaga não morreu.
Exemplo disso é o belo poema elaborados aos moldes dos cordelistas que está sendo lançado agora pelo pernambucano de Araripina Cacá Lopes, Vida e Obra de Gonzagão - O Mais Completo Cordel Ilustrado Sobre Luiz Gonzaga (capa ao lado), para o qual escrevi o texto de contracapa que segue abaixo:
O mundo do repentismo, isto é, da improvisação poética ao som de violas, é recheado de modalidades, ao contrário, por assim dizer, do mundo do cordelismo, que é basicamente habitado por sextilhas, setilhas e décimas. Desse mundo, porém, grandes nomes se sobressaíram e se eternizaram no Brasil a partir dos últimos anos do século 19, como Silvino Pirauá, Leandro Gomes de Barros, João Martins de Athayde, João Melchíades, Firmino Teixeira do Amaral, Francisco das Chagas Batista, José Camelo Rezende e o mais biografado deles: Antônio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré, que alcançou o tempo da televisão e da internet.
Depois desses, muitos outros têm surgido espontaneamente ou através de concursos como os realizados em São Paulo em 2002 e 2003, que trouxeram à tona nomes em gestação, pouco conhecidos, mas de grande talento, como Pedro Costa, Rouxinol do Rinaré e Varneci do Nascimento.
Esses concursos renderam 410 mil folhetos, que foram distribuídos gratuitamente na rede estadual de ensino.
Da nova geração, há muitos outros nomes já firmados no mercado, como os irmãos Klévisson e Arievaldo Viana, Allan Sales, Moreira de Acopiara, Cícero Pedro de Assis e Marco Haurélio, além dos profissionais que fazem cordel e música ao mesmo tempo, como Chico Salles, Costa Senna e Cacá Lopes.
Cacá passou cerca de dez anos gerando as quase 400 estrofes deste livro, que recomendo a todos que gostam de leitura versificada, feita com categoria e sensibilidade.
Vida e Obra de Gonzagão, O Mais Completo Cordel Sobre Luiz Gonzaga é diferente dos outros que contam a história do Rei do Baião por ser todo escrito em estrofes de seis versos.
Até agora, ninguém havia se dedicado a desenvolver tal façanha.
Por isso, mas não só por isso, o autor está de parabéns.
À leitura!

PS- O livro está sendo lançado pela Ensinamento Editora. Contato: poeta@cacalopes.com.br

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

BONI, JORGE MELLO E MÁRIO LAGO


Fila interminável ontem à noite na Livraria Cultura, ali na Paulista.
O assunto era Boni, que estava autografando livro sobre a sua história – e da Globo.
Encontrei um monte de amigos e conhecidos.
Lá estavam Júlio Medaglia, Solano Ribeiro, Tarcísio Meira, Lima Duarte, Marília Gabriela e tantos.
Como a fila não terminava nunca, só aumentava, dei meia volta e cá estou, desde então.
Eu queria saber de Boni que fim levou o tape do Festival da Canção que registrou o alvoroço provocado por Geraldo Vandré (foto) na madrugada de 29 de setembro de 1968, no ginásio do Maracanãzinho, ao ficar em 2º lugar na disputa com Sabiá, de Chico e Tom.
O que eu queria saber, o amigo Darlan Ferreira também queria. E sem meias palavras, perguntou. Rindo, Boni disse que também tem curiosidade de saber o paradeiro do tape.
Ao saber disso, Vandré, que deseja também ver o tape, ficou pasmo, sem acreditar.
A busca continua.

JORGE MELLO
Outro dia eu trouxe de Paris um CD com várias músicas de autores brasileiros, e de intérpretes. Entre os quais, o piauiense de Piripiri Jorge Mello. Ele achou curioso e não deu muita bola, pois dissse que havia no Rio um artista homônimo. Hoje, porém, por acaso pôs o disco para ouvir e, surpresa! Era ele mesmo cnatando, só que a música Se Acaso Você Chegasse, de Felisberto Martins e Lupicinio Rodrigues, estava com título diferente: Se Caso Você Não Chegasse, assim mesmo. Pois, coisas da vida.

MÁRIO LAGO
No evento comemorativo aos 100 anos de Mário Lago, realizado no dia 26 do mês passado, no Rio, uma pessoa querida da família do ator foi vítima da emoção, desmaiou e morreu. Pois é, coisas da vida.

domingo, 4 de dezembro de 2011

CORINTHIANS, PENTACAMPEONATO
Hoje 4, 12 de 11
Uma data inesquecível
Que existiu para provar
Que o Timão é imbatível
Jogando contra quem for
Jogará de modo incrível

E hoje no Pacaembu
Desembaraçado e pimpão
Respeitou o adversário
Faturou mais um jogão
Que dedicou ao Dr. Sócrates
Grande mestre da emoção

Torcedores estão felizes
Por vibrar com o Timão
A equipe do grande Parque
Que vive na contramão
Provocando rebuliço
Na mente e no coração

Mas Coringa é Coringa
Aqui e em todo lugar
Por ser ele o time que é
Um motivo pra se amar
A torcida fica feliz
Sem ter o que reclamar

O DR. SÓCRATES FOI JOGAR NO CÉU


O Dr. Sócrates cansou desta vidinha besta, pegou o chapéu e partiu. Antes, deu ao povo alegria e provocou polêmica de todo tipo.
Ora, ora, onde já se viu um jogador de futebol ter cabeça pra pensar, e acima de tudo de modo próprio e sem ninguém mandar, hein?
Pois isso ele fez, e fez com a categoria que lhe foi peculiar no correr de meio século.
Ele foi o artífice da idéia que gerou a Democracia corintiana, lembra?
Também brigou pelas eleições Diretas, subindo em palanques e dizendo o que pensava.
Ciente dos diretos e deveres do cidadão, Sócrates era um ser e tanto!
Algumas vezes nos encontramos para prosas em torno de música, futebol e literatura.
Isso mesmo, literatura.
Ele gostava dedilhar violão, cantar, ler e escrever.
Chegou a gravar um LP (capa, acima) interpretando músicas que lhe marcaram a vida.
Ele levava a vida numa boa, sem traumas ou dramas.
Era resolvido.
Uma vez me surpreendeu declamando poesias suas e do português Fernando Pessoa.
Guardo comigo algumas dessas declamações que gravei em fita-cassete, e também alguns textos poéticos de sua lavra, escritos à própria mão.
Cheguei a publicar algo a respeito em jornais e revistas.
No D. O. Leitura, por exemplo, extinto suplemento cultural do Diário Oficial do Estado de São Paulo, dei até capa desenhada pela pena brilhante de Ionaldo Cavalcanti, com quem ele deverá se encontrar daqui a pouco prum porre, no céu.
Eu estou triste com sua partida, logo hoje quando o Corinthians se sagrará pentacampeão do Brasileirão.
Vários artistas cantaram Sócrates.
A letra abaixo, Sócrates Brasileiro, de Zé Wisnik, coube a Ná Ozzette gravar em 1988.

Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira
Deu um pique filosófico ao nosso futebol
O sol caiu sobre a grama e se partiu
Em cacos de cristais
As cores vestiram os nomes
E fez-se a luta entre os homens
Até os apitos finais
(Disseram os deuses imortais)
A história não esquece que a bola
Se negou, mas chorou nosso gol
E vai se lembrar para sempre
Da beleza que nada derrotou
Mas quem será que diz que venceu
No país em que o ouro se ganhou e perdeu
(Derreteu)
O futebol é a quadratura do circo
É o biscoito fino que fabrico
É o pão e o rito o gozo o grito o gol
Salve aquele que desempenhou
E entre a anemia a esperança
A loteria e o leite das crianças se jogou
Com destino e elegância dançarino pensador
Sócio da filosofia da cerveja e do suor
Ao tocar de calcanhar o nosso fraco a nossa dor
Viu um lance no vazio herói civilizador
(O Doutor).

sábado, 3 de dezembro de 2011

LEITE MATOU CARLOS PARANÁ, HÁ 41 ANOS

Eu não conheci o compositor paranaense Luiz Carlos Paraná, morto no Hospital Oswaldo Cruz em São Paulo num dia e mês como os de hoje, 3 de dezembro, há 41 anos.
Quem sempre me falou a seu respeito, e muito bem, foi o autor de Ronda e Volta por Cima Paulo Vanzolini, seu amigo e parceiro no Jogral dos movimentados anos de 1960 e 70.
O Jogral, que teve endereço ali na Galeria Metrópole, no centro de Sampa, marcou época.
Lá Vanzolini chegava a fazer vezes de garçom e, entre uma prosa e outra, bebericava, sem culpa, com um ou outro frequentador.
Também ora ou outra arriscava cantar, contar causos e declamar antes de se "apresentar" à seleta platéia no melhor estilo dos cantadores repentistas do Nordeste, em sextilha:

Eu sou Paulo Vanzolin
Animal de muita fama
Que tanto corre no seco
Como na varge de lama
Mas quando o marido chega
Corre pra baixo da cama

O Jogral foi um lugar one se podia beber e ouvir música de qualidade.
Era frequentado por intelectuais e artistas do naipe de Martinho da Vila, Luiz Gonzaga, Ismael Silva e o bom Manezinho da Flata, sobrinho de Pixinguinha. .
Lá Paraná também cantava, tocava e servia a todos com sorrisos de paz e alegria.
Ele era o dono do ambente, como Paulo.
A obra de Paraná é pequena no tamanho, mas não no requinte e grandeza.
De Paulo, Paraná gravou alguma coisa como Capoeira do Arnaldo.
De Paraná muitos gravaram, entre os quais Adauto Santos, Cascatinha e Inhana e Roberto Carlos, que defendeu Maria Carnaval e Cinzas no III Festival de MPB em outubro de 1967, classificando-a em 5° lugar, para insatisfação de muitos.
Naquele tempo e naquele templo, tudo era festa.
Luiz Carlos Paraná nasceu em 1932 e morreu, de cirrose, em 1970, sem nunca ter ingerido uma gota sequer de álcool.
Só leite, pode?
Por isso, acho que leite faz mal.
O Paulo também, que foi radical e parou de compor desde o fim de Paraná, embora contnui tomando umas e outras em sua homenagem.
Inezita, que dizem andar meio adoentada nos seus 86 anos, concorda também.
Outro dia, ela me disse que vai trocar de médico.
A razão, explicou:
- Ele está com a idéia de me tirar do paladar o gostinho do bom vinho.
E caiu na risada.
Ah! Esses médicos de hoje!

RESTAURANTE ENVENENA SÓCRATES


Pena: mais uma vez Sócrates (na foto aí ao lado comigo, nos tempos de democracia corintiana) volta ao hospital Einstein para tratamento. Foi quinta à noite, em estado grave. E mais grave: vítima de intoxicação após almoço num restaurante de São Paulo, ao lado da mulher, Kátia, e de um amigo.
A mulher e o amigo também passaram mal, segundo Juca Kfouri no seu blog posto há pouco no ar.
Outros absurdos, como esse do envenenamento do cidadão Sócrates num restaurante de Sampa, leio no espaço livre da Internet.
Dizem que ele está com problemas de saúde porque bebe etc. e tal.
Ora, pro inferno tais falas!
Cada um cuida de si como acha, pode e deve.
A Sócrates o que é de Sócrates, inclusive o direito de viver - e morrer - como quer.
Que restaurante é esse, hein, Juca?

MÁRIO LAGO
Atendendo a convite do agitador cultural da Benedito Calixto, Edson Lima, falei ontem à noite na Biblioteca Alceu de Amoroso Lima sobre outro grande brasileiro: Mário Lago, jornalista, advogado, ator, poeta, escritor, o escambal. Mário foi um cidadão que acreditou enormemente na vida e no ser humano. Queria um Brasil melhor e viver 100 anos. Ele deixou nas suas ações a beleza de viver, ao participar de tudo que indicasse o caminho do bem-estar coletivo, independentemente de raça, cor e religião. Em todos os momentos ele procurava dar cor à vida, até na prisão por onde várias vezes passou acusado de ser comunista. Sim, Mário Lago foi um dos maiores revolucionáros brasileiros do século XX. Deixou saudades e uma extensa e bela obra. Viva Mário!   

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O BRASILEIRO QUE ACOMPANHOU GARDEL, EM PARIS


Já estamos às vésperas de novo ano e até agora ninguém se deu à tarefa de sequer lembrar os dez anos do desaparecimento do mais importante sanfoneiro-compositor do Brasil, o mineiro de Uberaba Antenógenes Silva.
Professor informal de Luiz Gonzaga nos tempos de vaca magra, Antenógenes construiu ao longo de seus de 70 anos de carreira, oficialmente iniciada com a gravação de dois discos de 78 RPM, em 1929, uma das mais completas e belas discografias da música brasileira.
Seus primeiros dois discos traziam o choro Gostei de tua Caída e a valsa Norma; o maxixe Saudade de Uberaba e a valsa Feliz de quem Ama, de sua autoria e gravadas num mesmo dia: 4 de novembro.
As gravações de Antenógenes em discos de 78 RPM somam exatos 150, duas dezenas e pouco mais do que conseguiu gravar o Rei do Baião, que curiosamente iniciou a carreira com dois discos gravados num dia - 14 de março -, na mesma gravadora de Antenógenes, a Victor, em 1941.
Cerca de cinco anos antes de partir, no dia 9 de março de 2001, Antenógenes me deu entrevista na qual revelou, com emoção, ter sido o único sul-americano a se apresentar com o rei do tango Carlos Gardel, em Paris, na condição de acordeonista.
Não custa lembrar que nos fins dos anos de 1950, Antenógenes, depois de ganhar o 1º lugar num festival de música internacional, na Alemanha, foi considerado o mais importante acordeonista do mundo.
Antes disso, ele participou de filmes e gravou em discos de Katherine Dunhan e da portuguesinha Carmen Miranda, nos Estados Unidos e Europa.
Acho que foi nessa mesma entrevista que ele contou ter sido afinador de sanfonas de Luiz Gonzaga, quando Gonzaga já era chamado de rei do baião.
A obra de Antenógenes bem que merece bons lugares nas lojas de discos, não é mesmo?

AUDÁLIO DANTAS
- Logo mais às 20 horas, o tranqüilo e sempre craque do jornalismo Audálio Dantas (acima, sem chapéu), nordestino bom da cepa, filho e guerreiro do reino encantado de Tanque D´Arca, no coração das Alagoas, se apresentará no auditório do Itaú Cultural para contar um pouco da sua longa história. Dessa maneira, ele atende a pauta do programa Jogo de Ideias, Série Repórter, da TV Itaú. Entrada franca. Vamos lá?

terça-feira, 29 de novembro de 2011

UMA IMENSA CRACOLÂNDIA?

Leio que o crescimento do consumo e do Produto Interno Bruto, PIB, que mede o enriquecimento do País, tem feito milionários 19 brasileiros todos os dias, desde 2007.
A notícia está nas páginas da última edição da revista Forbes, norte-americana.
É a partir dessa revista que o mundo fica sabendo quem é mais rico e quem deixa de ser menos rico, no correr de cada ano.
De acordo com ela, o Brasil já tem 30 bilionários e 137 mil milionários; cerca de 70% deles – e da riqueza nacional – concentrados no Rio e em São Paulo.
E nós, pobres, temos o que a ver com isso?
Bem, o Brasil cresce de um lado e empobrece do outro.
A pobreza maior, porém, se acha nas áreas da educação e da civilidade.
Anteontem 40 pessoas, segundo jornais de hoje, lincharam um cidadão pacato, trabalhador, após passar mal ao volante de um ônibus e atingir três carros e três motos, ferindo um rapaz sem gravidade, na Rua Torres Florêncio e Rielli, na zona Leste de Sampa.
A gravidade ficou com ele, que morreu, deixando uma viúva e quatro filhos.
Ninguém foi preso.
Triste, fim.
Sim, triste como a multidão de drogados que se espalha que nem fogo em palheiro pelos quadrantes da cidade, sem que o prefeito nada faça.
Um lenitivo?
O deputado Itamar Borges, do PMDB, informa que o governador Geraldo Alckmin, do PSDB, e a presidente Dilma Roussef, do PT, estão preocupados com o que ocorre na chamada Cracolândia.
Ontem à noite houve uma reunião no Palácio dos Bandeirantes, com a presença do próprio Itamar, para tratar da questão.
Enquanto há vida há esperança, não é?
Aguardemos.

domingo, 27 de novembro de 2011

PERGUNTO AOS CORINTHIANOS: TEM OU NÃO TE MACUMBA?

De fato, não há no mundo time igual ao Corinthians paulistano.
Desde que surgiu, em setembro de 1910, tem mexido a cabeça e coração de seus seguidores, milhões, porque é no seu fazer diário uma espécie de religião.
Lembro como sofria o meu amigo Lourenço Diaféria!
Lourenço escreveu um belíssimo livro sobre o Timão, vocês conhecem?
O Timão tinha tudo pra levar o título de campeão hoje contra o Figueirense, evitando – acho –o embate desnecessário do próximo domingo contra Vasco, para alegria de outro amigo e conterrâneo, Moacir Japiassu, criador do provocativo Janistraquis, vocês se lembram?
O Coringão fez o que tinha de fazer, ou seja: um gol de placa, diga-se, do Liedson, de cabeça, do presente que recebido de Alex, que cruzou da esquerda para a direita e... Pimba!
Mas como eu dizia, não há no mundo um time como o Timão.
É dor de cabeça, de coração e tudo o mais que ele nos dá todos os dias; mas também alegria, é claro.
Tem macumba, não tem macumba ou o que tem o Corinthians?
O torcedor Guilherme Silva compôs, em 1977, a marcha carnavalesca Tem Macumba no Timão, que Luiz Rosadinha gravou para Discos Itapuã.
O mesmo Silva, e no mesmo ano, compôs o samba Sem Macumba no Timão, para Tony Sampaio gravar num compacto simples para o mesmo selo Itapuã.
A questão é: tem ou não tem macumba no timão?
O cordelista baiano Maxado Nordestino escreveu, nos anos de 1970, dois folhetos.
Um deles, o Sapo que Desgraça o Corinthians, que irritou a torcida; e outro, Corinthians não é mais Aquele do Sapo Cururu, que o redimiu perante a mesma torcida.
O problema é que o Corinthians é o que é, ou seja, único: com ou sem macumba, com ou sem sapo cururu a lhe infernizar a vida e a vida da sua “nação”.
Domingo que vem mais surpresas nos espera.
Não foi assim, no ano do centenário?
Uns versos?

Tem ou não tem macumba
No time do nosso coração?
Tem sim e não tem macumba
No chamado grande Timão
Ele é o maior e sempre será
No campeonato Brasileirão

Mais uns?

O Corinthians ganhou hoje
Mais um jogo no Brasileirão
Porém ele deixou de ser
Antecipadamente campeão
O que somente fará domingo
Que vem contra o Vascão.

sábado, 26 de novembro de 2011

MÁRIO LAGO, HOJE 100 ANOS

Hoje faz cem anos que Mário Lago nasceu.
O caso se deu no Rio de Janeiro, onde também morreu à boca da noite de 30 de maio de 2002.
Nasceu numa sexta e partiu numa quinta.
Orgulhou o Brasil e seus contemporâneos.
Atuou na vida como jornalista, advogado, compositor, radialista e ator; e como ator, também cantou.
Chegou a gravar discos; dois LPs, pelo menos.
Suas músicas foram gravadas por muitos intérpretes, de Chico Alves a Orlando Silva, que dele lançou a canção Nada Além, composta em parceria com Custódio Mesquita.
Eu gostava dele.
Fiz até um especial com ele, ao vivo, no programa São Paulo Capital Nordeste, que permaneceu no ar, pela Rádio Capital AM 1.040, durante seis anos e meio.
Foi um programa bonito, histórico, feito quando ele estava completando 90 anos de vida.
Também participei da mesa que o entrevistou, ao vivo, para o programa Roda Viva, da TV Cultura, mais ou menos no mesmo ano do seu aniversário natalício.
O centenário de Mário está sendo comemorado no Rio de Janeiro, por amigos e familiares.
Em São Paulo, também.
Aqui as comemorações começarão no próximo dia 2, sexta, das 19 às 22 horas, e delas vou participar a pedido do agitador cultura da Praça Benedito Calixto, Edson Lima, criador do projeto O Autor na Praça.
Viva Mário!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

E VIVA O CIRCO!

Foi um bom papo o de ontem no Centro de Memória do Circo do Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) da Prefeitura Municipal de São Paulo, conduzido por Verônica Tamaoki.
O Centro está instalado num prédio do Anhangabau.
A região do Anhangabau abrigava, no começo do século passado, o Circo Piolin de que falo no livro A Menina Inezita Barroso.
Ali naquela região, o velho Mazzaropi tinha escritório fixo.
Ali também o romancista e musicólogo paulistano Mário de Andrade se encantou com as performances de Piolin, tanto que escreveu crônica na revista Terra Roxa sobre ele.
Piolin, para quem não sabe, nasceu dentro de um circo em Ribeirão Preto, SP, como o compositor, cantor e instrumentista Adão da Viola que anda por aí cantando e contando histórias.
No fundamental - para a cidade e para todo o País - Centro Memória do Circo falamos eu e Ayrton Mugnaini (na foto acima, de microfone em punho), para uma platéia pequena, porém atenta.
Lembramos das origens do circo.
Lembramos de grandes cantores brasileiros, como Chico Alves e Vicente Celestino, mais Sílvio Caldas e Luiz Gonzaga, que encontraram no circo o espaço que precisavam para mostrar sua arte e talento.
Não esquecemos, claro, de falar dos pioneiros cantores palhaços, como Eduardo das Neves.
E como esquecer de nomes como Carequinha, Torresmo e Arrelia, sobre quem, aliás, a pedido próprio, escrevi texto para livro autobiográfico lançado há alguns anos pela Ibrasa.
Tantas histórias...
Ayrton acaba de realizar ampla pesquisa sobre o tema, que espero ver tomar forma de livro logo, logo.
Este nosso país é mesmo incrível, não é?
Na sua formação, há palhaços e palhaços.
Palhaços de picadeiro e palhaços da vida real.
Os da vida real, são os que sofrem na unha de políticos sem noção.
Os do picadeiro há! Esses são de fato incríveis e nos fazem um bem danado.
Como vai, tudo bem, tudo bem, tudo bem, bem, bem?
Um Chaplin brasileiro?
Mazzaropi é um bom nome, não é?
Amâcio Mazzaropi nasceu na rua Vitorino Camilo, bairro de Campos Eliseos, em 2012.
Quer dizer: no próximo ano, ele completaria 100 anos de idade.
Ele tem tudo a ver com circo.
Numa entrevista à revista Veja, em 1970, ele disse:
"Quero morrer vendo (sic) uma porção de gente rindo em minha volta".
Morreu num hospital da capaital paulista, com médicos e enfermeiros muito tristes a sua volta.
E Luiz Gonzaga, cujo centenário de nascimento também se comemorará no ano que vem?
Cliquem aí:

sábado, 19 de novembro de 2011

"SERTANOJICE" É DOENÇA, VOCÊ SABIA? E VIVA O CIRCO!


Hoje tem espetáculo?
- Tem sim, senhor!
Hoje tem espetáculo?
- Tem sim, senhor!
Eu era menino quando circos se armavam na “periferia” da pequena Alagoinha.
Eu estudava em João Pessoa ia à Alagoinha nas férias de junho, e às vezes também em dezembro.
Houve um tempo que Alagoinha era chamada de Alagoinha Serra de Boi.
Essa bela cidade fica a cerca de 90 quilômetros da capital paraibana,
Pois bem, os circos chegavam lá e no dia da estréia um palhaço saia às ruas de megafone em punho anunciando as atrações.
Atrás dele, um bando de moleques de calças curtas respondendo à pergunta sobre se haveria ou não espetáculo.
Eu, entre eles.
Ao fim da caminhada atrás do palhaço, o prêmio: um risco à tinta especial feito no meio da testa, que garantia a entrada gratuita ao espetáculo. Vou falar sobre isso segunda que vem às 19 horas na Galeria Olido, à av. São João, 473, centro velho de Sampa, ao lado do amigo e craque no tema Ayrton Mugnaini. Informações pelo telefone 3397.0177.

PALHAÇO CHARLES
E hoje tem espetáculo no palco do palhaço Charles, à rua Fradique Coutinho, 1004, Vila Madalena. Começa às 22 horas, com entrada gratuita. E vale a pena ir inclusive porque Charles, criação do ator paraibano Alessandro Azevedo, está completando 15 anos.
Eu vou, você vai?

TEATRO DE RUA
Desde ontem e até o próximo dia 26, grupos de teatro de rua de todo o País estarão se apresentando em São Paulo. As apresentações fazem parte da 6ª Mostra de Teatro de Rua, este ano dedicada ao criador dos grupos de teatro VentoForte, Lino Rojas. Detalhes pelo telefone (11) 8337-5168.

SERTANOJO
Cuidado, isso é doença braba.
O primeiro sintoma de quem está com “sertanojice” é demonstrar algum interesse por duplas que atendem por Chico Rey & Paraná, Gian & Giovani, Gilberto & Gilmar, Rud & Robson e Rick & Renner, que são vírus brabos. Vocês viram o que aconteceu com Zezé di Camargo e Luciano? Pois é: discos no encalhe aumentando cada vez mais, os dois irmãos inventaram de brigar para ocupar espaços nas mídias. E conseguiram, pois estão em todo canto em tom de “reconciliação”. Resta saber se voltarão a desencalhar as bobagens gravadas.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

INEZITA BARROSO E SUAS MIL HISTÓRIAS


Toda vez que Inezita telefona, telefona rindo e disposta a contar histórias.
Ela é uma figura incrível!
Hoje, telefonou para saber se eu sabia que há índios que fazem à mão viola de cocho.
Mostrei meu espanto, embora sabendo que foram os jesuítas que lhes apresentaram os primeiros instrumentos de cordas, principalmente a referida viola que tem origens fincadas em Portugal e no velho mundo árabe.
Pois é, ela começou, “uma vez me disseram em Cuiabá, no Mato Grosso, que havia por lá um índio que fazia esse tipo de viola”.
Curiosa, ela quis conhecer o índio fabricante de viola de cocho.
“Eu não acreditei muito, mas fui lá”, lembra.
O índio morava num ranchinho de palha, bem humilde.
Quando soube que Inezita queria conhecê-lo, o índio se preparou todo, incluindo sua palhoça etc. Até um tapete, uma espécie de tapete, ele providenciou para recebê-la.
E assim foi.
Mas a primeira impressão que ela teve dele não foi das melhores.
Ele era carrancudo e tinha cara de mau.
Mas foi só a primeira impressão, pois logo em seguida ele se mostrou afável.
Inezita queria comprar uma de suas violas.
Ele não queria vender, queria dar.
E aí começou uma rápida discussão, que terminou com Inezita ficando com duas violas: uma comprada e outra, dada. Mas foi a dada, ele disse, “a mais melhó”.
E ele tocou pra ela ouvir.
E ela ouviu notou um som “diferente”, e pediu explicação.
Ele:
- É que a corda do meio é de tripa de macaco, e se a senhora deixá eu vô trocá essa corda por outra, que não é de macaco.
Foi quando ela ficou sabendo que era proibido matar macaco pra fazer de suas tripas cordas para viola de cocho.
E ainda tem a vez que ela fugiu dum hospital para apresentar seu programa, Viola Minha Viola.
Conto depois.

SAMBA DA VELA
- Logo mais às 21 horas, na unidade Sesc-Vila Mariana, tem pré-lançamento do CD Samba da Vela, Revelando Novos Compositores. Ontem o convidado especial foi Almir Guineto. Hoje, é Mário Sérgio. Os primeiros a me falar sobre essa história de samba da vela, que está fazendo 11 anos, foram os amigos Paulo Vanzolini e Osvaldinho da Cuíca. Começou num bar chamado Ziriguidum, em Santo Amaro, zona sul da capital paulista. Pertencia a Chapinha, que se juntou a Paquera, sócio e parceiro, e deu no que deu. Hoje o chamado Samba da Vela é ponto de encontro de velhos e futuros bambas na Casa de Cultura de Santo Amaro, toda segunda-feira, a partir das 20 horas. Detalhe: lá, pinguço não tem vez; seja bamba ou aspirante a bamba. Motivo? Para que seja garantida a paz no lugar.

CHORINHO
- Antes, às 19h30, tem chorinho saindo alegre do piano do craque Marco Bernardo, num belo espaço da velha sede da Caixa Econômica, ali na praça da Sé, 111. Ele interpretará obras de Antônio Callado, pioneiro do nosso chorinho; Chiquinha Gonzaga, maior compositora brasileira até no volume de obras; Ernesto Nazareth, Pixinguinha, Zequinha de Abreu, Waldir Azevedo e outros bambas. Eu não irei, pois um mesmo corpo não pode estar ao mesmo tempo em dois lugares... Mas, é claro, recomendo.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

OS FILHÕES DE PAIZINHOS DA USP E O 11, 11, 11

Abro os jornais e de novo leio notícia sobre os filhões de paizinhos da USP, anunciando retomada da greve após alguns deles serem flagrados desrespeitando a lei, que existe pra ser cumprida.
Querem a Polícia fora do Campus.
E querem também o reitor no olho da rua.
E o governador!
Papeis invertidos!
E tanta coisa importante eles poderiam fazer!
Poderiam, por exemplo, se mobilizar para pôr fim ao ataque constante das saúvas aos cofres públicos.
Poderiam também centrar energias a favor de iguais causas nobres, como exigir do governo condições de vida melhor para a população, incluindo salário justo, emprego, saúde, moradia e, claro, ensino de alto nível, com professores bem pagos e ensinando a quem quer aprender.
Houve um tempo, eu lembro, e não faz muito, que estudante estudava, professor ensinava e passarinho trinava.
Mas os passarinhos hoje estão gogos pela poluição das grandes cidades, como Sampa, enquanto a roda da vida gira fazendo o dia amanhecer, o sol brilhar, a noite escurecer e a lua e as estrelas nos alumiar.
Cada qual no seu papel neste eterno ciclo, mas os papéis estão invertidos...

Hoje o dia amanheceu macambúzio, com o sol tímido sendo acariciado por ventos frios.
Mas agora, a essa hora do dia, oito e tanto, o astro-rei parece começar a reagir, para fazer o dia mais claro e quente.
Tomara que consiga.
Dei uma espiada no calendário e encontrei a provável razão para a indisposição do dia.
É que hoje é 11, de 11, de 11, e para quem entende do riscado esse é um numeral cuja energia tem a ver com autoritarismo, competição, briga por poder e corrupção.
Vai ver, é isso o que mais querem os filhões dos paizinhos da USP.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

SANFONEIRO CHAMBINHO VIVERÁ REI DO BAIÃO, NO CINEMA

O diretor Breno Silveira, o mesmo de 2 Filhos de Francisco, está arregaçando as mangas para por no telão a história do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, e seu filho adotivo, Gonzaguinha.
Quem vai fazer o papel dos primeiros anos da vida do Rei, no cinema, é o paulista de São Bernardo do Campo Nivaldo Expedito de Carvalho, mais conhecido por Chambinho do Acordeon.
A história de Gonzaga é uma história incrível, forte, instigante.
Negro, pobre, nordestino e semi-analfabeto.
Quer dizer, ele tinha tudo para ser um zero à esquerda em qualquer contagem que fosse feita.
Mas a sorte estava à espreita.
E ela apareceu na forma de uma pisa dada pelo pai Januário e pela mãe Santana, num dia só, fim de tarde, em Exu, sua cidade, quando tinha 17 anos de idade.
O motivo?
Cachaça e confusão.
E a pisa, de tão braba, o envergonhou e o fez fugir de casa e se aventurar no Exército, mentindo a idade para poder se alistar.
Findavam os anos de 1920.
Já alistado, mas por desconhecer quaisquer notas musicais, virou corneteiro de caserna.
E após muita água correr por debaixo da ponte, e dez anos depois da pisa, ele aparece tocando sanfona nos cabarés do baixo Rio, quando tem a atenção despertada por um violonista português, Xavier Pinheiro, e por um certo estudante de Direito chamado Armando Falcão, que liderava um grupo de outros estudantes.
Logo surgiu a oportunidade de gravar o primeiro disco solo.
Um não, dois no mesmo dia: 14 de março de 1941.
A partir daí, sua história mudou.
Como mudará a história de Chambinho, sanfoneiro que começa a trilhar a estrada com a mesma idade que Gonzaga tinha quando se preparava para ao estrelato: 31 anos.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

INEZITA BARROSO E SUAS HISTÓRIAS

Hoje a Inezita tava que tava, toda falante.
Ligou pra pedir desculpas por ter demorado pra dar retorno à ligação que lhe fiz ontem, no começo da tarde. Desculpou-se dizendo que acabara de almoçar e partira para atender recomendação médica, de descansar um pouco, pois já não se acha a mesma menina que retrato no livro que escrevi a seu respeito.
Mas, como não poderia deixar de ser, aproveitou para dizer que isso não é motivo de lamentação, não. Que ta, que ta, sem perder, por exemplo, uma gravação sequer do programa que apresenta há 31 anos, interruptamente, Viola Minha Viola, pelo canal 2 da TV da Fundação Padre Anchieta, de São Paulo.
E foi falando, falando, e eu ouvindo suas deliciosas histórias.
Falou em tom crítico sobre a invasão da Reitoria da USP por estudantes, elogiando, no episódio, a posição do governador Alckmin. Falou de Papete, "um grande artista, que me fez muito bem ao participar recentemente do meu programa". Falou de suas viagens pelo País afora, algumas ao lado de Oswaldinho do Acordeon, "que era muito bonito e despertava paixões na mulherada". Elogiou também a dupla de comediantes do Zorra Total, Janete e Valéria. Disse que Tom Cavalcanti, coitado, está perdido, sem graça, na Record. E deu uma cutucada na Hebe:
- Imagina, quando era menina ela já era profissional de TV. Eu tenho 86 anos e ela 76, pode?
Em seguida, contou histórias engraçadas ocorridas em casa e fora de casa.
Em casa, lembrou que uma vez uma cunhada, grávida, chamou a atenção de sua filha, Marta.
O diálogo:
- Tia, por que você ta com esse barrigão?
A tia gostava de responder a tudo que lhe perguntassem, viessem as perguntas de onde viessem inclusive da cacholinha das crianças. E ficou pensando, pensando, numa boa resposta quando foi interrompida:
- Tia, você não vai me enganar dizendo que aí dentro tem um bebê que você engoliu, né?
Outra.
Inezita um dia levou a menina para assistir a um ensaio de orquestra, sob a regência do maestro Segesfredo (Fêgo) Camargo, pai de Hebe.
E ela, a menina, foi se aproximando, se aproximando ate ficar frente à frente com um violoncelo.
Curiosa, Inezita perguntou:
- De qual instrumento você mais gostou?
E ela:
- Daquele, que parece um violãozinho de índio.
Era o Cello.
Esta ocorreu com ela mesma, Inezita.
Convidaram-na para um evento alusivo a um aniversário da extinta TV Tupy, no Memorial da América Latina.
Lá pras tantas, a apresentadora anunciou pêsames pela morte da cantora e atriz Wilma Bentivegna.
Na platéia, sentadas, Inezita e a própria Wilma.
As duas se entreolharam, se levantaram e foram embora.
Wilma morreria muito tempo depois, no começo deste ano de 2011, aos 81 anos.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

PAPETE, O MAIOR PERCUSSIONISTA DO MUNDO HOJE ANIVERSARIA


Princesa do Mearim, Capital do Médio Mearim ou Macabal’s City como é chamada por uns e outros a Bacabal querida do meu querido amigo José.
Esse José tem ainda no nome Ribamar e Viana, para completar.
Em suma: José Ribamar Viana.
Vocês sabem quem é José Ribamar Viana?
Ele é incrível!
De tão incrível, um amigo nosso comum, como se diz, Aldemir Martins, pintor cearense dos melhores do País, o rebatizou com o nome de uma ilha: Papete.
Mas a ilha tem dois “e” depois do “p”.
E como achou muito, Aldemir tirou um dos “e”.
Papete ilha fica na Polinésia francesa.
Pois, pois, paremos por cá.
Macabal é uma pequena e bela cidade maranhense localizada a cerca de 250 quilômetros de São Luís, capital do Estado.
Essa cidade é berço desse José, que boa parte do mundo conhece, sim, sim, por Papete,
Pois bem, e fazendo as contas nos dedos, por décadas, assim: ...20, 30, 40, 50, 60...
Epa!
Chegamos à conclusão que por ele, Papete, já se passaram, além de muitas águas aparentemente paradas, 64 anos.
Isso é muito tempo?
Isso é pouco tempo?
Na verdade isso não importa.
O que importa é saber que o tempo é relógio que não se quebra, como esse Papete.
Papete, o artista, começou a carreira cantando numa rádio de Gurupi, em Tocantins.
Ele, como Luiz Gonzaga, queria ser artista, ser cartaz.
Um como o outro queria cantar a vida brasileira.
José Ribamar Viana, o Papete, não faz outra coisa na vida se não isso.
Ei, cá pra nós: esse arrodeio todo pra dizer que Papete é do tamanho do nosso País; é do tamanho do mundo a partir do Maranhão, que é o seu coração e a razão da sua vida; eu sei.
Parabéns, Papete!
Que esses 64 anos se multipliquem muitas vezes.
Ah! Outro dia chafurdando coisas no meu acervo, achei uma revista, Moda & Viola, do comecinho dos anos de 1990, com duas páginas na forma de entrevista que fiz com ele, Papete. O título foi: Não Somos Caubóis, Somos Boibóis.
Uma coisa digo agora:

Papete é gente grande
Do tamanho deste mundo
Ele faz o que não fazemos
No piscar de um segundo
Ele é do Maranhão
Ele é um giramundo

PS – Minha querida Andrea, que está aqui ao meu lado, te deseja tudo de bom multiplicado, por milhões.
Darlan Ferreira, amigo do Norete e querido que te conhece artisticamente mais do que você mesmo, multiplica os milhões em bilhões as alegrias e saúde que eu e todos nós te desejamos.
Arriba, companheiro!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O QUADRINISTA ALOISIO DE CASTRO E O CANGACEIRO CARCARÁ


Aloísio de Castro é um dos quadrinistas brasileiros mais talentosos e respeitados que conheço, na atualidade. É da linhagem dos grandes e a prova disso está na nova produção em forma de revista que acaba de pôr à praça através da Qualidade em Quadrinhos Editora, de São Paulo, depois de ser premiada para publicação pelo edital do Programa de Ação Cultural, ProAc, da Secretaria de Estado da Cultura do Estado de São Paulo, neste ano de 2011.
Trata-se de uma história muito bem contada e magnificamente desenhada com traços fortes, marcantes, seguindo argumento assinado pelo próprio autor e que se passa num lugar qualquer, ermo, do causticante sertão nordestino, de tantas lutas e desigualdades sociais insolúveis.
Chama-se Carcará o personagem que dá título à revista e movimento à história.
De um lado, além de Carcará, há um coronel folgazão e violento de nome Emerenciano; e, de outro, um humilde e sensato cidadão chamado Ananias, pai três vezes e dono de um pedaço de terra almejado pelo truculento e ganancioso coronel.
O enredo é simples e muito bem desenvolvido.
Na verdade, os personagens do enredo e a própria história são o grande pretexto para o craque Aloísio mostrar mais uma vez o seu enorme talento na arte de quadrinizar histórias, e essa começa em 1928, dez anos antes da morte de Lampião, o Rei do Cangaço, representando, de certo modo, pelo celerado Carcará e seu bando de valentões; e pode ser dito que finda no início de outra, a da revolução dos paulistas, ou Constitucionalista, em 1932, desencadeada no dia 9 de julho daquele ano contra o ditador Vargas, o mesmo que poria fim ao cangaceirismo no Nordeste.
Nas quase cem páginas em que se desenvolve a trama, Aloísio gera pérolas de estranha força literária, como esta:.
“O som dos cascos quebrando ossos, torturam minha alma”.
Poesia pura, como se vê; com gosto de sol, fel e coragem, gritada num pesadelo do velho Ananias.
E esta:
“As lembranças parecem tiros dentro da cabeça de André”.
Na história, André é um dos filhos de Ananias, que volta à casa onde viveu e em lugar dos pais encontra cruzes indicando que foram mortos. O pai de peito aberto, num tiroteio irregular com os cabras de Emerenciano; e a mãe pelas costas, com tiros disparados covardemente e à queima-roupa pelo filho de Emerenciano, Antenor.
É uma história danada, que prende atenções.
Agora, o seguinte: se eu fosse você iria correndo procurar essa revista pra ler no próximo feriado, que, aliás, tá batendo à porta, hein?

domingo, 6 de novembro de 2011

MÃOS AO ALTO!

João Gilberto está mais difícil de se ver do que orelha de freira.
Melhor: mais difícil de se ver do que Nossa Senhora da Conceição.
Mas, claro, está difícil de ser visto por causa do calor do Rio, que o derrubou na semana que passou.
Isto é: o calor o fez gripar, por isso ele não veio ontem à Sampa murmurar suas canções e fazer caretinhas lindas na batidinha bonita do dim, dom que modelou.
João gripou, João está dodói, coitadinho do João.
As más línguas - delas ninguém escapa! - dizem que ele gripou por causa do encalhe repentino dos ingressos para suas apresentações na turnê idealizada para comemorar seus 80 anos Brasil afora.
Na última vez que ele deu o ar da graça por cá, foi em 2008.
Na ocasião, os ingressos custavam entre R$ 30,00 e R$ 360,00.
Uma pechincha.
O Auditório Ibirapuera lotou, mas agora os ingressos engordaram e subiram de preço.
Por cabeça, a bagatela média de R$ 500,00 a R$ 1.400,00.
Danado, não é?
Depois há quem pergunte por que João gripou.
E o que tem ele a ver com a santa da Conceição?
É que ela tem se engraçado do advogado Pedro Siqueira, que a vê quase todos os dias, no Rio.
A notícia tá na Folha de quarta 2, sob o título: Linha Direta com o Céu, caderno C, pág. 10.

sábado, 5 de novembro de 2011

INVERSÃO DE VALORES


Num tempo não muito distante, estudantes estudavam e professores ensinavam, de verdade.
E havia respeito mútuo.
Hoje, estudantes fingem que estudam e professores - grosso modo - idem.
E também já não há respeito de quem estuda por quem ensina.
São os tais valores invertidos na sociedade moderna.
Lembro disso ao ver estampada nos jornais a notícia de que estudantes da USP estão em greve e têm até o final do dia para pôr fim a isso.
Não que greve seja algo simplesmente condenável.
Pelo contrário: é arma de bom calibre para operários de qualquer lugar do mundo se defenderem dos abusos praticados pelas forças patronais.
Mas não é o caso aqui exposto.
Tudo começou semana passada, quando três estudantes foram flagrados pela polícia fumando maconha.
Logo outros estudantes correram a prestar “solidariedade” aos colegas.
E foi feita uma assembléia pela greve, que foi deflagrada por uma diferença de 15 votos.
E a assim, em decisão relâmpago, a reitoria foi ocupada pelos consumidores de marijuana.
A conseqüência disso é o prejuízo causado a milhares de matriculados da USP, que estão sem assistir a aulas desde então.
Eu, hein!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

CÉLIA E CELMA, ANTÔNIO SEVERO E ONALDO QUEIROGA

As mineirinhas irmãs Celma e Célia aniversariaram ontem. A elas fui de encontro bater palmas e tomar água de coco, misturada com o frio que caracteriza o mês. As duas estavam felizes como o gaúcho jornalista companheiro de Célia, José Antônio Severo, animado com o término das filmagens de longa metragem da história que conta no livro Os Senhores da Guerra sobre o conflito armado de grandes proporções ocorrido em 1920 no Rio Grande, hoje esquecido no País e que durou menos de um ano, como a Guerra dos Paulistas, em 1932.
Entre uma bicada e outra num coco de Minas, safra das antigas, Severo desandou a contar histórias incríveis e belas. Algumas envolvendo ele próprio como personagem dos tempos áureos de reportagem para a extinta Realidade, revista que marcou época pelo calibre do talento de ouro dos craques que a compunham, como Audálio Dantas.
Severo, digamos, foi uma espécie de kamikaze a serviço do bom jornalismo brasileiro. Entre suas façanhas, uma se destaca: pular de paraquedas sem treino devido e pilotar avião idem, sem brevê.
“Eu era”, ele se minimiza “uma espécie de sertanejo no meio da bossa nova”.
E cai na risada, justificando poética e filosoficamente:
“Voar no espaço infinito é uma brincadeira muito gostosa”.
O Vandré, que ouve música no roncar dos motores dos aviões, iria também gostar de ouvir isso...
Como companheiro dos pássaros Severo pode servir hoje, mas não para o jornalismo que se faz.
E eu digo, provoco, e ele ri:
“Nos envelheceram (no jornalismo) antes do tempo”.
Ele responde, meio desconversando:
“Fui especialista em dar manchetes”.
A história desse José é muito rica.
Aliás, ele é história.
Sua participação, por exemplo, na entrevista histórica com o manda-chuva de Cuba Fidel Castro, em 1990, para o programa Roda Viva, o mais importante da TV Cultura, ao lado de Viola Minha Viola e Sr. Brasil, foi excepcional.
Uma pérola.
Está na Internet.
A fala fluindo entre nós e ele contando que o sonho de um certo Funaro era ser pianista.
Funaro treinava noite e dia e aí chegou o câncer, que chegou pra Dilma, que chegou pra o Lula.
Funaro - poucos sabiam e sabem - tocava no anexo do Dacon, prédio bonito e muito conhecido em São Paulo, endereço de novela do SBT assinada por Walcyr Carrasco (acho que Cortina de Vidro).
Corria o ano de 1985.
Fisioterapia, careca, toca etc.
Funaro famoso, economista, milionário, empresário, ex-secretário do governo paulista etc., mas sonhando ser pianista, reconhecido como tal etc.
E até que tocava bem, garantia o músico profissional Antônio Adolfo.
Conclusão:
A arte salva pobres sem futuro e destino e até milionários.
E a pergunta que se faz é: agora com câncer, o que pensa Lula?

MÚSICA NAS ESCOLAS
- Há muito falo sobre a necessidade - e importância - de a música brasileira voltar a integrar o currículo escolar.Uns três ou quatro anos atrás estive encerrando um seminário sobre o assunto no Congresso Nacional, em Brasília. Deixei pauta sobre isso. A Roseana, não tenho certeza, pegou a deixa e mandou ver: fez aprovar projeto obrigando as escolas inserir a matéria no currículo. Aqui, o ponto. O telefone tocou há pouco e atendi. Era meu amigo Darlan Ferreira informando que o Jornal Nacional de hoje iria encerrar com essa notícia. Dito e feito, pá bufo! Que bom. A matéria já vale pro ano que vem.

ONALDO QUEIROGA
- O meu amigo juiz da Comarca de João Pessoa Onaldo Queiroga também acaba de telefonar. Diz que está em Sampa e que o frio o impede de sair do hotel. Vou agora mesmo vê-lo, pr amatar saudade da terrinha.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

DUOFEL DOMINGO NA FENAC, EM PINHEIROS

A convite do craque Eduardo Ribeiro, compareci anteontem à solenidade de entrega do prêmio Jornalistas&Cia/HSBC de Sustentabilidade no EcoHouse, em Pinheiros, prêmio do qual fui jurado, com orgulho.
Ontem levei abraço querido ao amigo Gal Oppido, que inaugurou, com pompas e circunstâncias - como é dito no jargão das obviedades -, o seu novo estúdio, no Itaim Bibi.
Coisa de primeiríssima qualidade e beleza, com direito, inclusive, a uma exposição de fotos, no local. Inesquecível o evento.
Gal, no século passado, hahaha, foi baterista do grupo musical paulistano Rumo, de qualidade inquestionável.
Vocês lembram?
Pois bem, nesse mesmo século, já no final, lembro que Gal foi meu parceiro como fotógrafo de talento - e músico que todos sabem, no livro que escrevi sobre o mais importante poeta popular do Brasil em todos os tempos, o cearense incrível Patativa do Assaré (aí na foto, histórica, comigo e Gal).
Um dia, nos anos de 1950, Patativa compôs este soneto cuja beleza deixo que vocês avaliem:

“O que mais dói não é sofrer saudade
Do amor querido que se encontra ausente,
Nem a lembrança que o coração sente
Dos belos sonhos da primeira idade.
Não é também a dura crueldade
Do falso amigo, quando engana a gente,
Nem os martírios de uma dor latente,
Quando a moléstia o nosso corpo invade.

O que mais dói e o peito nos oprime,
E nos revolta mais que o próprio crime,
Não é perder da posição um grau.
É ver os votos de um país inteiro,
Desde o praciano ao camponês roceiro,
Para eleger um presidente mau”.

Viva Patativa!
Viva Gal!

Depois de anteontem e ontem, estive entre os convidados do Sesc assistindo explanação do seu representante maior, Danilo Miranda.
Na ocasião, fiquei sabendo dos ideais do novo canal de televisão no ar, o SESCTV.
Coisa também de primeira, sem anúncios que nos entorpecem.
Vai dar certo, inclusive porque o Danilo foi incisivo nesse ponto.
Televisão é visão na tela do mundo, perto e distante.
Beberiquei um champangne em seguida e encontrei pessoas queridas que não via há tempos, como a atriz Rosi Campos, a colega jornalista Leila Reis e outras mais.
Foi bonita a festa, pá!
Rosi foi o melhor do dia, como mestre de cerimônia.
Mulher grande de talento incrível está aí: Rosi.
E era para eu estar agora batendo palmas, ao vivo, para o Duofel na Fenac, de Pinheiros.
O Duo está lançando DVD e CD novos, com repertório do grupo inglês Beatles.
Domingo, na mesma Fenac, o Duo estará fazendo show.
E aí, sim, estarei lá.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

SAI ORLANDO, ENTRA ALDO NO TIME PALACIANO


Mais um ministro caiu
Por força da oposição
E da vassoura implacável
Da faxineira de plantão
A dona Dilma Rousseff
Mulher de raça e ação

Orlando Silva rendeu-se
Esmoreceu, bobeou e caiu
Não foi suficientemente forte
Por isso o seu mundo ruiu
Como na canção de Maysa
Ele pegou o boné e sumiu

As forças que levaram o agora ex-ministro ao chão são forças terríveis, que quando entram em campo não entram pra brincadeira, não. São objetivas e representam interesses que nem sempre têm a ver com os interesses do povo, da Nação.
Silva não foi o primeiro e nem será o último a ir à lona por não conseguir se defender a tempo da mira inimiga.
Mal orientado ele foi ao Congresso se explicar e não se explicou, preferindo discorrer sobre planos para Copa de 14.
Vacilou, "tremeu na base", como se diz. E ao tremer, virou alvo fácil para ACM Neto, por exemplo.
Mas é a vida, de cujo dono é o tempo.
Agora, no seu lugar, entra o craque Aldo Rebelo, deputado federal calejado, ex-ministro de Lula (Coordenação Política e Relações Institcionais) e ex-presidente da Câmara.
De fala fácil, a língua de Aldo é de peso e seu peito, de aço.
Dilma está atenta.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

PORRADA NUM MINISTRO E PRÊMIOS PARA JORNALISTAS


Numa boa?
Estou com pena do ministro Orlando Silva.
É muito pau; na verdade, é uma saraivada de balas sem fim sobre ele. E, pior: os tiros vêem da parte de um acusador sem crédito, de acordo com o que se lê na imprensa; acusado de falcatruas, de se mancomunar à ONGs fajutas.
Diante disso tudo, estupefação total da parte dos cidadãos sérios e contribuintes que nada mais querem senão transparência e clareza na administração da coisa pública.
Diz-se que o acusado não desviou grana para o próprio bolso, mas para o partido que representa: o PC do B.
Eu, hein?
Uma vez, o poeta mineiro Carlos Drummond me disse em entrevista que “homem de partido é partido”.
Deve ser, sei lá!
Particularmente, porém, acho que o acusado é inocente. E digo logo: não o conheço e nem tenho procuração nenhuma pra dizer o que estou dizendo.
O tempo é senhor de tudo, não é?
Aguardemos.

SER FELIZ SOFRENDO
- Recebo do Gabinete de Matias José Ribeiro a informação de que amanhã e amanhã haverá show reunindo os músicos Arrigo Barnabé, Ná Ozzetti, Renato Braz e Luiz Tatit no teatro da unidade Sesc Pompéia, em homenagem ao baiano Assis Valente (1911-58) e ao carioca Nélson Cavaquinho (1911-86), figurinha ótima que conheci tomando água de coco. A razão disso é que os dois estariam completando agora 100 anos. O nome do show, idealizado pela radialista Teca Lima, nos remete diretamente ao samba Rugas, de Cavaquinho: Feliz Aquele Que Sabe Sofrer. No repertório, clássicos: E o Mundo Não Acabou, Cai, Cai Balão, A Flor e o Espinho e Luz Negra, entre outros títulos de ambos homenageados.
O Orlando bem que poderia dá um pulinho lá. Pulinho não, ouvir Arrigo, Ná, Renato e Tatit.

JORNALISTAS&CIA/HSBC
- Amanhã tenho compromisso importante às 19h30, no EcoHouse, como lembra em e-mail o compadre Eduardo Ribeiro: “Caros Assis, Audálio, Luciano, Regina e Ricardo. Quero agradecer em nome do Jornalistas&Cia e do HSBC o trabalho de todos na Comissão de Premiação do nosso Prêmio Jornalistas&Cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade e ao mesmo tempo encarecer a presença de todos nesta próxima quarta-feira, 26 de outubro, na festa de entrega que será no EcoHouse, à Rua Amaro Cavalheiro, 158, em Pinheiros, a partir das 19h30. Garanto a vocês que será uma festa leve, rápida, sem frescura e muito alto astral. E com vocês, ela será completa”.
Diante dessa garantia, não há como não ir. Eu vou.

AUDÁLIO DANTAS
- Estou sabendo que o velho e bom Audálio Dantas foi ontem a grande atração da 5ª Bienal do Livro de Alagoas. Fico feliz com isso, pois ele é, no mínimo, do tamanho do Cristo Redentor. Na verdade, pra ele, ainda não foi feita medida para medir o seu tamanho. AUDÁLIO É BRASILEIRO COM LETRAS MAIÚSCULAS, ou garrafais como diriam os coleguinhas jornalistas do século 19. Grande Audálio!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

TIM, TIM, PARABÉNS PAULO BENITES. ARRIBA!

O tempo é tempo em qualquer tempo. Mas foi há quatro séculos e tralalá que o tempo, entre nós, passou a ser contado de forma diferente, isto é: pelas normas do denominado calendário gregoriano em homenagem ao Papa Gregório 13, que um dia acordou às avessas e sem delongas convocou seus sábios de plantão para um ajustezinho no calendário Juliano criado quatro décadas antes de Cristo nascer por Júlio César, um bam, bam, bam na política e também na arte da guerra do velho Império Romano.
Antes da interferência do Papa na vida cotidiana do planeta, a contagem dos dias, semanas, meses e anos era feita de forma confusa, segundo especialistas da área.
Não que não se comemorassem datas festivas como aniversários de amigos, por exemplo.
A propósito, os amigos Peter Alouche e Paulo Assis Benites estrearam o mês aniversariando.
Peter no começo deste outubro; Paulo, semana passada.
Peter nasceu em terras distantes, estudou Letras em Nancy, França, e se tornou um dos mais importantes especialistas em Engenharia Elétrica no Brasil, ajudando a criar, inclusive, o metrô de São Paulo.
Paulo, por sua vez, paulista de Mogi das Cruzes, acaba de completar 44 anos - Peter não diz quantos fez - e com orgulho carrega consigo o reconhecimento de ter desenvolvido na Politécnica da USP tese de doutorado nota dez sobre motor linear há quase 20 anos, quando pouquíssimas pessoas no mundo sabiam do que se tratava.
Peter escreveu há dez anos e Téo Azevedo musicou e gravou a canção São Paulo de Todos Nós, cuja letra é esta, uma pérola:

Vim de terras bem longínquas
Abrigar-me no teu calor;
Fugi da fome de solos áridos
Fugi de guerras de almas secas;
Vim da Sicília, vim do Japão,
Sou português, sou catalão,
Sou libanês, perdi meu chão,
Não tenho pátria, sou judeu errante,
Vim procurar paz, lar e pão.
Sou branco, sou negro, sou oriental,
Sou nordestino do sertão,
Deixei a casa onde eu nasci,
Ah! Que saudades do Cariri!
Vim descobrir minha esperança
Ao te pedir chão e trabalho;
Com muita lágrima e suor,
Fui perseguir teu futuro,
Edifiquei tua riqueza,
Tornei-te forte e poderosa,
A mais altiva da nação.
São Paulo, São Paulo de todos nós,
Ao te ver de braços abertos,
Te adotei no coração.

Nas horas vagas, Paulo toca piano - e bem -, como os filhos Paulinha e Dedé.
É de Paulo também outra façanha, além daquela que o reconhece como autor da primeira tese de doutorado sobre motor linear no Brasil: a criação do Grupo Trends Tecnologia, GTT, que tem implantado novidades no Metrô paulistano, como as portas automáticas nos trens, por exemplo.
Bom, o tempo é o “senhor” de tudo, quem já disse ou não ouviu isso um dia?
Tim, tim, parabéns aos aniversariantes.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

FIDEL CASTRO HOJE NO RODA VIVA, ÀS 22 HORAS

Há décadas, o risonho feiticeiro das massas Sílvio Santos alardeia na telinha do seu brinquedo, o SBT, o atraente refrão “tudo por dinheiro”, como se a vida se resumisse a isso. Mas ele, como gerente-mor dessa maquininha de fazer doido, tem pessoalmente se saído muito bem, obrigado, no seu incansável exercício de faturar e faturar pela cartilha do capitalismo.
Mas será que sabem o que dizem alguns de seus seguidores?
Um tal de Rafinha, por exemplo, do programa CQC da TV Bandeirantes, há pouco sacou de seu chulo vocabulário uma expressão altamente agressiva contra uma gestante e seu bebê, ainda por nascer.
Isso, em nome do humor.
Um chapinha seu, Danilo não-sei-o-quê, levou há pouco ao programa que apresenta Agora é Tarde, também na Band, uma Dani Calabresa de quem nunca ouvi falar para menosprezar duas grandes cantoras brasileiras: as irmãs Celia e Celma.
Esse mesmo Danilo, como seu parceiro do CQC, também andou agredindo os judeus da região do bairro de Higienópolis, ao fazer referência ao campo de extermínio nazista de Auschwitz.
Um horror!
Antes disso, no Twitter, o mesmo tal partiu pra cima dos órfãos, no Dia dos Namorados.
Como se não bastasse, defendeu um cara de nome Mion não-sei-o-quê, da REcord, num caso de homofobia.
Será que vamos continuar a ver na televisão tantas baixarias?
E Lei, hein, não é pra todos?
Então, lei neles!
Ah! Célia e Celma estão lançando mais um imperdível CD (reproduçao da capa, acima): Lembrai-vos das Procissões e Devoções de Minas, que traz uma belíssima curiosidade: uma cântico de Lamartine Babo (1904-63), Ó Maria Concebida Sem Pecado, composta quando ele tinha 15 anos de idade.

FIDEL CASTRO
- O jornalista e historiador gaúcho José Antônio Severo, que tem um de seus livros, Senhores da Guerra, ajustado para o cinema, em breve nas telas, foi um dos integrantes da banca formada para entrevistar em março de 1990 o ex-presidente de Cuba, Fidel Castro. A entrevista foi feita para o programa Roda Viva, da TV Cultura, que está completando 25 anos de existência. Esse é um dos melhores programas da televisão brasileira.
O papo com Fidel sobre segurança, socialismo, liberdade de imprensa e outros assuntos ainda em pauta vai ao ar logo mais às 22 horas.
Não dá para perder.
Além de Severo, integraram a bancada Márcio Chaer, Clóvis Rossi e Alceu Náder, do Jornal do Brasil, Folha de S.Paulo e Jornal da Tarde, respectivamente. À época, Severo era um dos editores do extinto Gazeta Mercantil.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

EM PAUTA, A CULTURA POPULAR

Almocei hoje cá em Sampa com o ministro da Educação, Fernando Haddad. Aproveitei para sugerir que encampe a idéia de levar a sério a cultura do povo, inclusive porque creio profundamente que é a partir da cultura popular que um país, qualquer país, poderá ganhar respeito e o passaporte definitivo para o reconhecimento mundial.
A cultura popular é a digital de um povo, e é muito e é tudo.
Falei da importância de trazer de volta às escolas públicas - e privadas - a música que o povo anônimo faz e faz bem.
E não só a música, mas tudo referente à cultura popular.
Mas para isso é necessário que se prepare condignamente e com profissionalismo o professor, que por sua vez tem como incumbência preparar o brasileiro para dias melhores do amanhã.
Preparar quer dizer instrumentalizar o professor com todos os recursos possíveis.
Educação é palavra-chave para a formação cidadã.
Lembrei que o Brasil está cada vez mais se americanizando, em prejuízos vários, incluindo à língua herdada dos portugueses e que adotamos como nossa, oficialmente.
Primeiro aprendamos a nossa língua, ora!
As emissoras de rádio, salvo um ou outro caso, já não tocam música brasileira há muito.
Dei ao ministro um monte de razões para que leve a sério a nossa cultura popular.
Lembrei do estudioso Luiz da Câmara Cascudo, que passou a vida pesquisando a vida e a cultura do povo e que deixou, de legado, uma centena e meia de livros publicados por meios e esforços próprios.
Hoje acham-se uma dezena e meia desses livros nas bancas do ramo, se tanto.
E quem tem seguido os passos de mestre Cascudo?
Pesquisador sério e de tempo integral dedicado a essa tarefa é difícil de ver por aí.
Contam-se nos dedos e sobram dedos, pois agora a moda é pesquisar pelo Google.
Ainda sugeri ao ministro que ande com um ou outro exemplar de um bom livro debaixo do braço, de Cascudo inclusive, de José Ramos Tinhorão, de Darcy Ribeiro e outros dessa linhagem.
Por que?
Para chamar a atenção dos coleguinhas jornalistas e explicar a razão disso.
A sugestão é extensiva à presidente Dilma.
Bom, vamos ver no que vai dar o que eu disse hoje ao ministro Haddad.

AUDIÊNCIA PÚBLICA
- Depois de amanhã 5, às 14h30, tem audiência pública referente aos pontos de cultura no Estado de São Paulo, na Assembléia Legislativa, ali na Av. Pedro Álvares Cabral, 201, auditório Teotônio Vilela. A convocação é da Comissão de Educação e Cultura, que tem como presidente o deputado Simão Pedro e a deputada Leci Brandão como coordenadora.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

UMA HISTORINHA A VER COM VINHO, NO RÁDIO

Acabei de ver na TV o compadre Rolando Boldrin (numa das fotos aí, eu com ele) apresentando coisas e gentes de que gosta.
O que foi pro ar hoje foi gravação feita mês passado, talvez. Porque no começo deste, ele me disse, por telefone, que estaria na Itália curtindo um pedaço da vida que Deus lhe deu .
Férias.
Mas por que lembro isso?
Porque vi/ouvi o cantor Toninho Nascimento assassinando a canção - na verdade, uma guarânia - Caminhando ou Pra Não Dizer que Não Falei de Flores, de Vandré.
Conheci Toninho de vista, de sopetão, e o elogiei na acústica do Parque Villa-Lobos, há uns dois anos. Talvez três ou um ou um menos.
Boa voz, performance etc.
Mas ele se apresenta em público de forma como se fosse o dono de todas as canções que canta.
Tem de baixar um pouquinho a bola, senão não vai pra lugar nenhum.
Sem câmera a sua frente, aliás, ele é bem melhor.
Mas, enfim, antes de Toninho ter a cara posta no ar, o compadre lembrou de uns causinhos de cana.
Uma: aquela que o cabra tá pra lá das tantas, carregando uma garrafa e a garrafa cai no chão fazendo crac! E o tal lamenta, com a língua enrolada:
- Tomara que seja a minha perna.
A platéia cai na risada.
Outra: o cabra vai se consultar com dores e o médico pergunta:
- Você bebe?
E ele, dobrando também a língua:
- Sim, doutor. Aceito.
Boldrin conta essas coisas de forma pra lá de natural.
Como eloe não tem ninguém. Nisso, é fantástico.
Lembro, porém, que uma vez o chamei prum papo num programa que eu apresentava na Rádio Capital.
Ele foi com uma garrafa de vinho tinto debaixo do braço, e dizendo:
- Só vou ficar uns dez minutos.
E o programa de duas horas, ao vivo, rolando.
E ele bebendo.
Lá pras tantas, num intervalo, pedi um gole. E ele, imperativo:
- Não!
Resultado: ele bebeu o vinho todo sem a minha ajuda - um pecado, não é? - e terminei passando com ele pelo menos dez minutos, além do horário.
Viva Boldrin!

GASTOS, MALUF E CHICO XAVIER

Caso eu pare hoje de fumar, daqui a um ano terei economizado pelos menos 1,7 mil reais.
Quem diz isso são especialistas em previsão da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
...Se desde já eu parar de bebericar - e eu beberico bem -, também economizarei não sei quanto.
Se eu deixar de viajar num ou noutro fim de semana a uma cidadezinha - que seja a belíssima, pacata e resistente São Luiz do Paraitinga, como fiz no último fim de semana - não sei quanto eu deixaria de tirar do bolso; para o bem do meu futuro, claro.
E tem: se eu parar de andar de táxi, mais um tanto eu deixarei de gastar também não sei quanto.
Se eu comprar um carro, estarei lascado!
Se eu comprar um carro e contratar um motorista pra me levar por aí - eu não sei dirigir, nunca tirei carta -, estarei duplamente lascado.
Agora, vamos dizer que resolverei aprender a dirigir...
Pois, pois.
Feito isso, passarei a praticar mais um ensinamento.
Se eu estacionar o carro à ré (o que é isso?), economizarei 6 reais por semana, ou R$ 310/ano (o estacionamento está pela hora da morte...).
Mas se eu fizer plano de saúde com empresas que meu amigo querido Lourenço Diaféria, já no céu, chamava de “açougueiras”, elas me levarão tudo que eu poderia economizar até agora, e mais um tanto, caso seguisse à risca o que aconselham os especialistas das contas dos outros.
E aí tem o que deixaríamos de gastar, vislumbrando, hipoteticamente, uma vida melhor no futuro.
Exemplo:
- Ir a cinema por que, se temos tevê em casa?
- Ir a restaurante por que, se podemos comer em casa?
- Ir a motel pó que se...
Por aí vai a coisa dos especialistas, para nos fazer bem no futuro.
Ora, se sabemos que o equilíbrio é o ponto-chave do bem-viver, o futuro do presente, porque razão, então, nós teríamos de seguir “deixas” desses especialistas?
Aliás, e se há quem siga essas “dicas” e pague por elas a eles, especialistas, se deixar de pagá-las o que deixariam eles de ganhar, hein?
Uma coisinha só: não dá pra ficar pensando que seremos felizes no futuro gastando a grana que poderíamos economizar se perdermos o presente, o prumo da vida.
Ora, ora.

MALUF
- E pensar que o deputado Maluf, ex-governador de São Paulo, movimentou algo em torno de US$ 1 bilhão no exterior, extraído dos cofres públicos para os próprios cofres e os cofres da família... Esta notícia estará nos jornais de amanhã.
Não me lembro direito o ano.
Talvez fins dos 80, quando chefiei a reportagem da Editoria de Política do jornal O Estado de S.Paulo.
O colega jornalista Saulo Gomes me convidou para participar de uma entrevista coletiva.
À época, ele trabalhava para Maluf.
Ligadas as câmeras, uma delas veio a mim e perguntei:
“Doutor Maluf, é verdade que o sr. é ladrão?”.
Fui convidado a sair.
Saulo é o entrevistador da belíssima reportagem sobre Chico Xavier, no programa Pinga Fogo, da extinta TV Tupi, em 1971.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

EU E CHICO ALVES


Aos 54 anos de idade e uma herança de 526 discos gravados, o rei da voz Chico Alves partiu para a eternidade na madrugada de 27 de setembro de 1952, após show no bairro paulistano do Brás e acidente automobilístico na via Dutra, altura do município de Pindamonhangaba.
Eu nasci no começo desse dia; também no mês e ano na capital paraibana, João Pessoa.
Para lembrar a data juntei ontem cá em casa alguns amigos queridos, entre os quais os que aparecem aí na foto feita por Darlan Ferreira: os jornalistas Audálio Dantas, José Ramos Tinhorão e Roniwalter Jatobá, além da minha companheira de vida e sonhos Andrea Lago e as cantoras Celma e Celia.
Tim, tim.
Vinho no ponto.
O papo se estendeu até pouco depois da hora que se vê no relógio.

MANCHETE
- Falha minha: na postagem anterior, citei a revista O Cruzeiro como sendo a que publicou a foto na qual aparecem Célia e Celma. Na verdade, é Manchete; exemplar de agosto de 1969.



terça-feira, 27 de setembro de 2011

DAS IRMÃS CELIA E CELMA À MINISTRA ANA DE HOLLANDA

Movimentei-me bastante nos últimos dias, por estas plagas de meu-Deus-do-céu. E nessas andanças me peguei entusiasmado batendo palmas para a dupla gêmea de artistas Ubá, Minas, Célia/Celma no lançamento oficial do novo disco de ambas: Lembrai-vos das Procissões e Devoções de Minas, ocorrido na igreja do Calvário, ali em Pinheiros, com a presença sagrada de gente que de fato representa a vida, como Deus.
É um disco muito bonito, esse que digo.
Dizer que é muito bonito é pouco.
É incrível, pois nos enleva.
Lembrei dos meus tempos de coroinha, em João Pessoa.
E as duas estão ótimas, por que não dizer?
Principalmente no tocante à voz e à postura em palco.
A primeira voz (Celma) se soma com a qualidade da segunda (Célia).
Depois, fui jantar com as duas no Consulado Mineiro, ali na pracinha da Benedito Calixto, junto com José Severo.
Severo, companheiro da Célia, está prestes a mostrar ao Brasil - e ao mundo -, na grande tela, uma das últimas e significativas (redundância,né?) revoluções do Rio Grande do Sul, através do filme baseado num seu livro em duas partes, Senhores da Guerra.
Severo é uma espécie de relíquia da historiografia brasileira; jornalista de formação, homem de grandes méritos que merece com espontaneidade total respeito e referência da parte de todos nós.
Bom, tomei umas com ele e elas ainda depois na mesma mesa em que estávamos com o craque de olho e mente afiadíssimos, Paulo Caruso.
Amigo dos tempos de ontem.
E fui dormir.
A primavera, pois, me pegou assim, meio besta; dormindo.
Quando me dei conta, já estava me preparando, ao lado de Andrea e filhos, para uma esticada a São Luiz do Paraitinga, a uns cento e tantos quilômetros da capital de Sampa.
É uma cidade fantástica Paraitinga, habitada por uma gente pra lá de bonita, receptiva e briosa, que acaba de sair de uma tormenta com altivez.
Quem não se lembra de São Luiz de Paraitiga totalmente afogada, no último dia de 2010?
Almoçamos eu, Andrea e os menino no gostosíssimo restaurante Sol Nascente, da descendente japonesa Alice. 
Recomendo.
Em Paraitingfa me encontrei, por acaso, com a ministra Ana de Hollanda.
Ana, cuja fala e ideias levei outro dia ao programa O Brasil tá na Moda, acaba de sair de um temporal e continua serelepe, como São Luiz de Paraitinga.
Encontrei também, lá, um cara que há muto não via, desde o século passado: Luiz Egypto, velho companheiro das páginas do extinto Folhetim, encarte dominical disputado à época da Folha de S.Paulo.
E ele, Egypto. ligado, ligadíssimo, à cultura popular.
Fiquei maravilhado.
Ele a ver com o compositor e maestro Elpídio dos Santos, nome que deveria ser mais lembrado.
Levá-lo às escolas é uma obrigação do governo, acho.
Elpídio nasceu em 1909 e partiu para a eternidade no dia 3 de setembro de 1970.
Ele deixou uma obra extensa e bonita, gravada por intérpretes de qualidade, como Cascatinha & Inhana; e, ultimamente, por Renato Teixeira, Fafá de Belém e Almir Sater.
Em São Luiz de Paraitinga há um instituto com o seu nome.
Ainda é pouco...
Depois, hoje, folheando para catalogação revistas aqui no meu acervo, aos meus olhos pulou a foto que ilustra este texto, extraído da extinta revista O Cruzeiro, do paraibano Assis Chateaubriand.
Desafio vocês a identificar quem nela se acham.


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

HOJE É DIA DE GLÓRIA, ASTIER E JÔ OLIVEIRA

A cantora e compositora paraibana Glória Gadelha, também contista e parceira de vida e obra do sanfoneiro conterrâneo Severino Dias de Oliveira, o Sivuca, reunirá amigos, artistas e intelectuais em torno de sua mais nova obra; não um disco, mas um livro intitulado Um Anjo de Dois Anjos (Escrituras), a ser lançado logo mais às 19 horas na sede da Academia Paraibana de Letras, à rua Duque de Caxias, 25/37, centro da capital João Pessoa.
Essa é a segunda incursão de Glória no campo da literatura.
A primeira ocorreu no começo dos anos de 1970, quando ela pôs à praça o romance O Bailado das Sardinhas.
Esse novo livro traz textos opinativos dos jornalistas escritores Luiz Augusto Crispim, já falecido, e José Nêumanne Pinto.
Glória Gadelha nasceu num 19 de fevereiro em Souza, cidade do sertão da Paraíba.
Cedo deixou seu berço e foi estudar Medicina na capital paraibana. Formou-se, mas peferiu seguir a carreira de artista da música popular.
Entre uma aula e outra de música na Universidade da Columbia, em Nova Iorque, apaixonou-se pelo mestre da sanfona Sivuca e com ele se casou. A dupla acabou gerando muitas pérolas que o povo assobia na rua, como Feira de Mangaio.
Como intérprete, Glória Gadelha tem meia dúzia de discos gravados.
Sivuca morreu em dezembro de 2006.

ASTIER BASILIO
- Quem também lança livro novo hoje é o poeta e jornalista Astier Basílio. Chama-se Retratos Falados (Dobra Editorial), com prefácio do craque paraibano Bráulio Tavares. A ocorrência se dará às 19 horas na Casa das Rosas, ali na avenida Paulista, 37, região da Bela Vista.
A Casa das Rosas é um belo casarão criado por Ramos de Azevedo, o mesmo que assina a planta do Teatro Municipal. A construção do imóvel data de 1935.

JÔ OLIVEIRA
- Mestre Jô Oliveira abre exposição hoje à noite no Centro Culltural Correios, na avenida Maruês de Olinda, 262, em Recife. A exposição contará com 80 obras de sua autoria, representando temas de brasilidade e africanismo; o Brasil dos tempos coloniais, personagens históricos (cangaceiros, cordelistas e cantores), lendas, festas populares etc. Jô é desses cabras para quem a gente não acha maneiras de medir o talento que Deus lhes deu. Viva jô!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

OSVALDINHO DA CUÍCA E BNB

Amanhã 21, no começo da noite, o cidadão samba de Sampa Osvaldinho da Cuíca se apresentará no Café Paon, ali na avenida Pavão, 950, em Moema.
De cara, digo: é coisa boa.
E quem não for não fará ideia do que estará perdendo.
Eu vou que não sou besta.
Ah! Textos abaixo, eu disse que na madrugada do último sábado estive na quadra da Gaviões acompanhando a apresentação do samba Verás Que Filho Fiel Não Foge à Luta. Lula, o Retrato de Uma Nação, assinado por Osvaldinho, Ernesto Teixeira e Mario Caselli, “puxado” pelo craque Renê Sobral, que fez bonito.
Pois bem, esse samba passou na 4ª peneira classificatória e estará na eliminatória da noite do próximo 7 de outubro.
De novo, estarei lá.
Mais um motivo, pois, para ver e aplaudir Osvaldinho amanhã, no Café Paon.

BNB 1
- Também amanhã 21, a partir das 21 horas, o Centro Cultural Banco do Nordeste do Brasil, CCBNB, localizado na rua Floriano Peixoto, 941, no centro de Fortaleza, será palco de palestra da francesa Marion Aubrée. O chamado público-alvo “são artistas, críticos, professores e estudantes de graduação e pós-graduação”, segundo o assessor de imprensa da instituição Luciano Sá. Marion, ainda segundo Luciano, falará sobre “religiões nos cinco continentes e a singularidade brasileira no desfile das crenças”.

BNB 2
- O Banco do Nordeste do Brasil, BNB, acaba de lançar edital de seleção de propostas artísticas para preenchimento da programação dos Centros Culturais BNB-Fortaleza, Cariri (em Juazeiro do Norte, região sul do Ceará) e Sousa (no alto sertão paraibano), para 2012. Mais informações pelos telefones (85) 3464.3196 e 8736.9232 ou pelo e-mail lucianoms@bnb.gov.br

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

REFÉM DA LERDA AJATO/TVA

Há três semanas estive fora do ar por culpa e incompetência da empresa aJato/TVA, que por contrato tem a obrigação de me permitir conectar com o mundo. Mas não foi isso o que ela fez nesses últimos dias. Tanto, que precisei apelar para a Anatel (1331), que também não anda lá muito rápida no que tange ao serviço de apuração e cobrança das prestadoras como aJato/TVA.
Consegui postar uma ou outra coisinha através de outra máquina, nesse tempo todo.
Mas, enfim, ficam estas linhas como justificativa aos amigos que me acompanham neste blog.
A sensação é de insegurança e total abandono.
Claro que tive prejuízo.
E deixo a pergunta: quem me ressarcirá por isso?
Ah, sim!
O serviço ainda não está como deveria, pois é lerdeza pura.
Para se ter ideia, faz mais de meia hora que estpu tentando blogar este texto e lhufas!
Continuo tentando...

domingo, 18 de setembro de 2011

JOSÉ ALVES SOBRINHO É AGORA ESTRELA NO CÉU

Morreu ontem em Campina Grande, na Paraíba, aos 90 anos de idade, um dos mais sérios e necessários estudiosos da cultura popular brasileira, José Alves Sobrinho; que na juventude se fazia respeitar como poeta improvisador de grande talento, que exibia ao som de viola.

Nos fins dos anos de 1960, Sobrinho abandonou os ambientes de cantoria depois de perder a voz.
Ele deixou vários livros publicados, mas o principal foi o Dicionário Bio-Bibliográfico de Repentistas e Poetas de Bancada, escrito a quatro mãos com outro craque do ramo: Átila Augusto F. de Almeida, já falecido.
Esse dicionário, em dois volumes, foi lançado pela Editora Universitária de João Pessoa, em parceria com o Centro de Ciências e Tecnologia de Campina Grande, em 1978.
Em 2009, José Alves Sobrinho foi alvo de pesquisa para tese da professora convidada da Universidade Estadual da Paraíba Joseilda de Souza Diniz, orientada especialista francesa Ria Lamaire, da Universidade de Poitiers.
Ano passado essa tese, Um Poeta Entre Dois Mundos, foi escolhida para publicação pelo Edital Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel, edição Patativa do Assaré.



sábado, 17 de setembro de 2011

MAIS UMA VEZ, O CANTADOR XANGAI DÁ O BOM RECADO

O cantador Xangai (na foto comigo e o produtor cultural Darlan Ferreira) não fez feio ontem à noite no paulistano Auditório Ibirapuera, onde se apresentou pela primeira vez.
Sozinho ao violão, ele começou saudando o público e lembrando alguns de seus grandes parceiros de vida e arte, como Jatobá, Jacinto Silva, Jessier Quirino, Maciel Melo e Hélio Contreiras, além do paulista Renato Teixeira, que acaba de lhe confiar para gravação a inédita Pequenina, canção de letra bonita e tocante.
Hélio, eu não sabia, deixou este nosso louco planeta num dia do primeiro trimestre deste ano.
Pena.
Mas o causo é que Xangai começou encantando a sua fiel e tradicional platéia de admiradores com Água, dele e Jatobá; Em Nome do Sol, dele e Jacinto; e Espiral do Tempo de Geraldo Azevedo e Carlos Fernando, frevista de mão cheia nascido na terra de mestre Capiba, autor de tantas e tantas belas músicas, como Madeira Qe Cupim Não Rói, que a rainha do baião, Carmélia Alves, gravou num antigo compacto.
Ino no Cangaço, resultado de parceria de Xangai com o poeta improvisador pernambucano Ivanildo Vila Nova, é uma pérola de destaque no repertório apresentado ontem no Ibirapuera, como Bolero de Isabel, do poeta paraibano Jessier Quirino.
Xangai fez bonito, sim.
Cantou o que só ele sabe cantar.
Meus Tempos de Criança, or exemplo, do velho Ataulfo, emocionou.
Após a embolada do Gago Grego, de Jacinto, que era da terra do grande estudioso das coisas do povo Luís da Câmara Cascudo, o Rio Grande do Norte, Xangai apresentou com categoria a bonita Dispenar, de Juraildes Cruz, e João e Duvê, uma cantiga de Maciel Melo que fala dos dois filhos do intérprete e na casa dele composta numa dessas visitas que se faz à toa aos amigos.
Forró em Caruaru, de Zé Dantas, foi m prazer à parte.
Aliás, de Dantas Xangai musicou uma inédita, que certamente será novidade no seu novo disco.
E por aí foi Xangai ontem no Ibirapuera, cantando e encantando seus admiradores.
Hoje tem mais.
Sugiro que não percam.
O cabra e dos bons, e sem peixeira na cinta.

ARTES PLÁSTICAS
Hoje 17, às 19 horas, Claudia Colagrande e Marco Mendes, que estiveram ontem batendo palmas para o cantador Xangai, participam de exposição coletiva na Galeria de Arte e Fotografia Solange Viana, na Rua São João, 246, Granja Viana, cá em Sampa. Além de Claudia e Marco, a expo será enriquecida por Ana Sefair Mitre, Lígia Vargas, Luiz Ross, Raphael Armando, Marcelo Salum e Fonthor. Claro, estarei lá dando prazer aos olhos e alma e degustando vinho, que nã sou de ferro. 

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