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quarta-feira, 24 de agosto de 2022

REPÚBLICA MONÁRQUICA

Ridículo.
Na verdade, de péssimo gosto foi a ideia de trazer ao Brasil o coração afunhenhado do imperador Dom Pedro I.
Pedro I, a quem foi atribuído o "grito do Ipiranga", tinha 34 anos quando morreu em 1835. Morreu depois de lutar contra o irmão Miguel, na região portuguesa do Porto. E deixou dito, de próprio punho, que gostaria que o seu corpo fosse posto num caixão simples e assim, simplesmente, sepultado.
Quase 200 anos depois de sua morte, Pedro I volta ao Brasil na forma de coração. Vixi!
O filho de Pedro I, Pedro II, foi deposto por um golpe militar e, com isso, começou a República no nosso país.
Com a queda de Pedro II, deu-se início à República, mas o comportamento dos brasileiros parece continuar atrelado à Monarquia.
Desde sempre temos o Rei da Bola (Pelé), o Rei da Voz (Chico Alves), o Rei do Baião (Luiz Gonzaga), a Rainha do Baião (Carmélia Alves), a Rainha do Forró (Anastácia) e o rei disso e o rei daquilo.
Temos até o Rei da Cocada Preta, que é o cidadão que está por cima da carne seca. O bam-bam-bam.
A ideia de trazer o coração de Pedro I é triste, lamentável. Bizarrice pura!
O coração de Pedro I corre o risco de esfarelar-se, despedaçar-se como o coração do gaúcho Getúlio Vargas. A propósito, foi na terça-feira de 24 de agosto de 1954 que o então presidente da República enfiou um tiro no próprio peito. O tiro que matou Vargas acordou o Brasil naquela manhã de 24 de agosto.
E se o coração de Pedro I espatifar-se no chão,  hein?
Afe, que história triste, bizonha, mórbida!

ORGULHO-ME DE SER JORNALISTA

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A cara da fome é feia. No Brasil e em todo canto. Mas especialmente no Brasil, porque no Brasil diz-se que é o país que alimenta o mundo.
O mundo está morrendo de fome e de outras mazelas. De guerras, inclusive.
Grosso modo poderíamos dizer que somos impolutamente nada.
O Brasil está morrendo de fome.
Outro dia, 2 de agosto, um menino chamado Miguel ligou para o 190 pedindo socorro. 
O número 190 é o número da polícia.
Miguel, de 11 anos, dizia que estava com fome. E a mãe, também.
Esse caso aconteceu em Minas. Tocou o Brasil.
Milhões e milhões de brasileiros continuam passando fome.
Em 1953, o pernambucano cantor Luiz Gonzaga lançou o baião Vozes da Seca. Dele e de Zé Dantas.
Naquele ano, 1953, o Nordeste estava morrendo de fome e de outras desgraças igualmente aniquilantes.
Havia naquele tempo, de Vozes da Seca, 20 Estados no mapa do nosso país. A maioria morrendo de fome.
No Congresso Nacional foi dito à época que a música de Luiz Gonzaga e Zé Dantas era maior do que qualquer discurso que se pudesse fazer sobre a seca arrasante que ocorria no País.
Hoje 23/8 o Jornal O Estado de S.Paulo publicou belíssimo e necessário editorial chamando a atenção dos poderosos do Brasil e do mundo para o problema gravíssimo que hora especialmente o Brasil vive: o da fome.
Esse editorial, Vergonha brasileira, traça com grande firmeza o que hoje o nosso País vive.
Gostaria de ver e de ouvir o que o Congresso Nacional tem a dizer a respeito desse editorial.
Viva a imprensa brasileira!
Luiz Gonzaga morreu no dia 2 de agosto de 1989. 

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