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sábado, 31 de agosto de 2013

HOJE É DIA DE EMILINHA BORBA

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Dona deste pouco conhecido nome comprido Emília Savana de Sousa Costa da Silva Borba, a carioca Emilinha Borba foi uma das mais aplaudidas cantoras do Brasil. A carreira ela a iniciou aos 14 anos de idade, ao ganhar o primeiro lugar num concurso de calouros da Rádio Cruzeiro do Sul, Hora Juvenil.
Cinco anos depois, no dia 2 de março de 1939, ela entrava num estúdio da extinta Columbia e gravava seu primeiro disco de 78 RPM, com o samba-choro Faço o Mesmo (Nássara/Frazão) e o samba Ninguém Escapa... (Frazão)
No carnaval de 1949 ela ganhava as paradas de sucesso com a marcha Chiquita Bacana (João de Barro/Alberto Ribeiro), lançada em janeiro daquele ano pela gravadora Continental, que também não existe mais.
Aliás, diga-se de passagem, já não há mais nenhuma gravadora nacional em atividade no País, pois os gringos compraram todas com o propósito criminoso de esconder os acervos e pôr no mercado as suas porcarias.
Emilinha gravou em vários ritmos: mambo, bolero, batucada, valsa, canção, fox-trot e até baião de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, estes: Paraíba (na reprodução do selo, acima) e Baião de Dois, lançados entre março e abril de 1950, antes mesmo do conjunto Quatro Ases e um Coringa (RCAS Victor, outubro de 1950) e do próprio Gonzaga RCA Victor, maio de 1952).
Eleita em concurso como Rainha do Rádio em 1951, Emilinha ganhou fama como a cantora Preferida da Marinha e Marlene, da Aeronáutica.
Por anos, seus fãs alimentaram saudável disputa de quem era a melhor.
Marlene, de batismo Victória Bonaiutti de Martino, nasceu São Paulo e ano que vem fará 90 anos.
Emilinha no dia 31 de agosto de 1923 e morreu no dia 3 de outubro de 2005.

DALVA DE OLIVEIRA
Os jornais do dia 31 de agosto de 1972 (aí ao lado) trouxeram a notícia da morte, aos 55 anos de idade, da cantora paulista de Rio Claro Dalva de Oliveira. Numa entrevista ao programa São Paulo Capital Nordeste, que apresentei por quase sete anos na Rádio Capital, o seu filho Pery Ribeiro contou que era comum o Rei do Baião frequentar a sua casa aos sábados, dia em que a mãe Dalva reunia amigos e artistas em torno de uma saborosa feijoada que só ela dizia saber fazer. Rolavam uísque e cachaça, mas gato escaldado Gonzaga evitava beber.
Dalva sofreu muito na unha de Herivelto Martins durante boa parte do tempo em que esteve casada, entre 1938 e 1950.
Pra mim ela, que era chamada de Rouxinol e Estrela Dalva, foi a voz feminina mais afinada e bonita do Brasil.
Incentivada por Carmen Miranda, Dalva começou a cantar em 1933, com 16 anos.
Em 1936, ela passou a integrar o Trio de Ouro assim batizado pelo radialista Cesar Ladeira, ao lado de Herivelto e Nilo Chagas.
A sua primeira gravação em disco data de 11 de maio de 1938, pela Odeon.
Ela cantoiu tangos, fados, marchas, boleros, um jongo e dois baiões de Humberto Teixeira, Kalu, gravado em Londres; e Sem Ele, com acompanhamento de Roberto Inglez e sua Orquestra, em 1958. 
Viva Dalva!

REI DO BAIÃO
No Teatro do Núcleo Experimental, à Rua Barra Funda, 637, na zona Oeste da cidade, seguirá até o próximo dia 8, aos sábados e domingos às 16 horas, o musical Menino Lua, baseado na vida - e obra - de Luiz Gonzaga. Thiago França vive o artista e Vivian Bertocco, a personagem Rosinha. Estreou no dia 27 do mês passado. Direção de Fernanda Maia e figurinos de Zé Henrique de Paula. Vamos enquanto não sai de cartaz?  

Ouça-a cantando o baião Sem Ele, clicando:
E também Bandeira Branca:
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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

ISAURINHA GARCIA

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A Personalíssima Isaura Garcia – Isaurinha, para os íntimos e próximos – nasceu no bairro paulistano do Brás, mais precisamente numa casa da Rua da Alegria, em 1923.
Antes de se tornar a grande cantora de samba e tudo o mais que o Brasil todo aplaudia, ela frequentou programas de calouro sem lograr êxito, até que tomou coragem e bateu à porta do apresentador Otávio Gabus Mendes e se deu bem interpretando o samba Camisa Listrada, do baiano Assis Valente (1911-58).
Após isso, e de formar dupla com o cantor paulistano Vassourinha (Mário Ramos), ela foi contratada pela Rádio Record, onde permaneceu até se aposentar, em 1970.
Vassourinha nasceu em maio de 1923 e morreu, segundo Raul Duarte, que conheci, em agosto de 1942, exatos um ano, dois meses e 20 dias depois de Isaurinha gravar em disco a primeira música da sua carreira, que foi o choro Chega de Tanto Amor, de Mário Lago, no dia 23 de junho de 1941.
Vítima de uma parada cardíaca, Isaurinha partiu há 20 anos, num dia 30 de agosto como o de hoje, dois anos antes do sambista carioca Agepê.
Agepê, de batismo Antônio Gilson Porfírio, alcançou as paradas de sucesso em 1975, com Moro Onde Não Mora Ninguém, dele e do compositor Canário.
Carmen Miranda e Aracy de Almeida eram exemplos de artistas que Isaurinha seguia.
Ela era uma pessoa muito espontânea, tanto que não controlava os palavrões que costumava falar.
E falava muito, talvez movida pela solidão.
A vez que telefonei como repórter da Folha pedindo uma entrevista, ficamos por quase uma hora conversando.
Isaurinha gravou muita coisa que transformou em sucesso, como o samba Mensagem, de Aldo Cabral e Cícero Nunes.
O carioca Aldo, pseudônimo de Antônio Guimarães Cabral, era jornalista e nessa condição foi o primeiro a entrevistar o então futuro Rei do Baião para a revista Vitrine em 1942, saudando-o pela estreia em disco Victor com o texto Luiz Gonzaga, o Virtuoso do Acordeon.
Sete anos depois, precisamente no dia 11 de novembro de 1949, Isaurinha gravava Baião no Brás (acima, reprodução do selo do disco de 78 RPM), de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga.  
Num dos já tradicionais especiais da TV Globo, o cantor Roberto Carlos convidou Isaurinha e juntos cantaram Mensagem.
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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

VIVA O MESTRE VITALINO!

Diz a Bíblia em Gênesis 1,1 que Deus criou o mundo em sete dias.
E lá para as tantas a Bíblia diz também que nesse curto espaço de tempo Deus criou o Éden, os bichos e gentes representados pelo primeiro casal, que, aliás, nem chegou a casar porque não havia cartório e nem sistema capitalista, criados, diga-se, pelo Demo.
E esse casal, que virou escravo de si próprio ao depender de seus esforços para sobreviver, ganhou o nome de Adão e Eva.
E Adão viveu por nove séculos...
A Bíblia, chamada de livro dos livros, vai além. Diz que Deus criou o homem do pó, do barro, à sua semelhança; e a mulher, de uma costela dele.
História estranha, esquisita, meio de Carochinha, tanto que – todos sabem – o inglês Charles Darwin, que era cientista, não acreditou e em 1858 publicou o que chamou de teoria da evolução. Isto é: que a origem do homem se acha na origem do macaco, e que ganhamos forma de moderno – e depredador - há apenas uns 150 mil anos.
O teórico jesuíta francês Teilhard de Chardin ficou assim, assim, em cima do muro, ao dizer de modo emblemático que Deus não criou nada: fez criar.
Pois bem, criado o homem, criados os problemas.
Porém, para amenizar os problemas, Deus criou outra forma de vida muito especial: o artista.
E o artista ganhou nome: Vitalino Pereira dos Santos, que virou mestre.
Mestre Vitalino, pernambucano de Caruaru, foi criado fazendo da arte brinquedo em 1909 e voltou ao pó famoso e respeitado em 1963, isto é, há 50 anos. Mas por natureza egoístas e depredadores que somos sequer lembramos hoje que pela terra passou um artista que, à semelhança de Deus, extraía do barro a vida representada por gentes (cantadores repentistas, cangaceiros) e bichos (cavalos, bois, bodes e cachorros) em cenas do cotidiano nordestino (abaixo), como a seca e as vaquejadas.
Mestre Vitalino também era tocador de pífano (acima).
Viva Vitalino!
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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

LOURENÇO DIAFÉRIA: SAUDADE

O contista e cronista dos mais inspirados Lourenço Diaféria faria hoje 80 anos de idade. Ele nasceu no Brás paulistano, virou jornalista e escritor aplaudido em todo o País. 
Humanista por formação e pendor, Lourenço era amigo e parceiro. 
E mais: era um ser incrível.
Chamava-me de filho.
Pedi-lhe certa vez que escrevesse umas linhas para o livro Nordestindanados, Causos e Cousas de Uma Raça de Cabras da Peste – de Padre Cícero a Câmara Cascudo, que eu estava lançando em 2000. Ele não se fez de rogado e me presenciou com uma verdadeira pérola, que é como eu chamo o texto Com um Gosto de Tapioca, em que, lá pras tantas, ele diz que sou “uma fonte de informações cristalinas onde quem está sedento de conhecer, cada vez mais, a cultura popular, em especial a cultura nordestina, se sacia”. E mais adiante: “Este é um livro feito de oralidades. Um livro loquaz. Um livro que tem material para ser puro ouvido, pura audição”.
Diaféria publicou suas histórias em muitos jornais e deixou uma obra plena de grandeza.
Quando o dispensaram do Diário Popular, jornal paulistano já extinto, eu escrevi um texto a seu respeito, e para minha surpresa recebi dele outra pérola (acima, cliquem sobre) que ora compartilho com vocês.
Lourenço, que foi preso pelo regime militar por enaltecer numa crônica a bravura indômita de um sargento que morreu ao salvar uma criança das garras das ariranhas do zoológico de Brasília, em 1977, partiu para a eternidade no dia 16 de setembro de 2008, onze dias depois do meu aniversário.
Ele deixou muita saudade e um gosto amargo de jiló passado em todos nós. 
Grande Lourenço! 
No link abaixo, na linha azul, um trecho de debate sobre bienal de livro e literatura de que participamos ao lado de outros autores. 
Clique: 

QUANTO PIOR...
Pois é, leio por aí que Sílvio Santos corta da programação o SBT Repórter, põe o noticioso Jornal do SBT para a madrugada e mandar esticar o Programa do Ratinho. Mais uma vez a máxima “quanto pior, melhor” se confirma. 

ÀS CEGAS
O Nordeste quase todo – a exceção é o Maranhão – sofreu hoje um apagão pouco depois das 15 horas.  Ainda não se sabe as razões que levaram o sistema de fornecimento de energia elétrica cair. A queda começou em Salvador, às 1505, e seguiu célere por Feira de Santana, Camaçari, Campo Formoso... E agora?

terça-feira, 27 de agosto de 2013

DOMINGUINHOS EM DISPUTA

Musicalmente falando, e com relação a outros países, posso dizer que o Brasil sempre foi privilegiado.
São milhares e milhares de artistas que engrandeceram e continuam a engrandecer o nosso País. E em todos os gêneros e em todas as áreas, do cinema ao teatro, da dança às artes plásticas etc.
Profissionalmente, o primeiro cantor a gravar discos no Brasil foi o baiano de Santo Amaro da Purificação Manuel Pedro dos Santos (1870-1044), chamado de Bahiano, com “h”, em 1902.
O primeiro sanfoneiro a gravar solo de sanfona no Brasil foi o italiano naturalizado Giuseppe Rielli (1885-1947).
Depois de Giuseppe, surgiram outros e outros, e grandes, como o gaúcho Moysés Mondadori (1895-1976), apelidado de Cavaleiro Moysé; e o mineiro Antenógenes Silva, que chegou até a tocar ao lado do argentino rei do tango, Carlos Gardel.
Também marcaram época Luiz Gonzaga, Sivuca, Orlando Silveira e tantos.
Dominguinhos (acima comigo no programa São Paulo Capital Nordeste, que por anos apresentei na Rádio Capital, em São Paulo) foi o mais fiel seguidor do Rei do Baião.
Após a sua morte, um quiproquó familiar armou-se em torno do seu espólio. Nem o desejo que alimentou de ter seus restos sepultados em Garanhuns, PE - a terra onde nasceu -, foi respeitado por um dos lados da família.
Fui perguntar ao craque do acordeom Oswaldinho o que achava disso, e ele:
- O que eu acho disso tudo é que perdemos uma pessoa muito querida. Querida para mim e para todo o Brasil. Independentemente de onde ele foi sepultado, em Recife. Que descanse em paz,. Os seus últimos meses de vida entre nós foram de muito sofrimento. O que mais me chamou a atenção nessa história foi a dimensão que o caso tomou na imprensa. Uma situação que já está estabelecida pela lei, supõe-se que foi uma resolução justa, mas o que pareceu foi que tentaram tirar vantagem do que ficou decidido. Aí, o pau quebrou...
A disputa pelo espólio de Dominguinhos envolve um dos filhos... 
- Mauro – conta Oswaldinho – eu conheci ainda rapazinho. Ele é uma pessoa pacata, trabalhadora, responsável e honesta. Quanto a Guadalupe, eu não posso ir além do que conheço. Desde quando ela era casada com Dominguinhos, e mesmo depois da separação dos dois (que já faz muitos anos), o meu convívio com ela nunca passou de encontros esporádicos em eventos ou shows.
Oswaldinho encerra as suas impressões sobre o caso Mauro x Guadalupe dizendo que não quer “agradar ou desagradar a ninguém”, pois é “amigo dos dois lados” e pede “a Deus que tudo se resolva dentro de um consenso de paz e justiça”.
“Consenso de paz e justiça” é tudo o que diz querer Mauro, o filho de Dominguinhos.
Não consegui falar com Guadalupe.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

CURURU E MODA DE VIOLA EM TIETÊ

De sexta até ontem fiquei em Tietê, uma cidadezinha muito bonita administrada pelo prefeito Manoel David e localizada a cerca de 120 quilômetros da Capital.
Eu já a conheço há bons anos.
Pertencente à mesorregião de Piracicaba e à microrregião de Sorocaba, Tietê surgiu à beira do rio que leva o seu nome, por iniciativa dos desbravadores bandeirantes do século 18.
Tietê é berço de boa gente e do mais puro folclore paulista.
Foi lá que em julho de 1884 nasceu quem hoje podemos chamar de pai da cultura caipira, Cornélio Pires.
Também em Tietê nasceram Ariowaldo Pires, o Capital Furtado; Fernando Lobo, que assinava suas obras musicais como Marcello Tupinambá e XYZ, entre outros pseudônimos.
O maestro Camargo Guarnieri, o cantor e compositor Itamar Assumpção e o versionista Fred Jorge também nasceram lá.
Cornélio foi o primeiro produtor de discos independentes do Brasil.
Ele nos legou meia centena de discos de 78 RPM, com gravações de cateretês, cururus, danças folclóricas da região onde nasceu etc.
Foi de sua iniciativa a primeira gravação em disco de uma moda de viola: Jorginho do Sertão, em 1929.
Cornélio foi cantor bissexto; e também compositor, escritor e humorista dos melhores.
Partiu para a eternidade em fevereiro de 1958.    
Há mais de 50 anos é comemorada a Semana Cornélio Pires, e há pouco também a Semana Capitão Furtado.
Uma fundação em memória de Camargo Guarnieri está sendo construída em Tietê.
Fui àquela cidade a convite da Prefeitura para participar, como palestrante, das comemorações em torno de Cornélio e do Capitão.
O domingo findou com rodas de prosas e de violas.
À frente da sede do Museu Cornélio Pires (acima), no Parque Ecológico da cidade, houve apresentação de duplas de violeiros cantando e tocando modas de viola; e, depois, de cururu com o mais expressivo nome desse gênero, o legendário Luizinho Rosa (abaixo, ao meu lado), de 85 anos, lúcido, bem-humorado e inspirado como poucos, entre tantos que, já vi.
Viva Tietê, o seu povo, seus artistas!
Aí na foto o secretário da Cultura Edilberto Paludeto e um dos seus assistentes Ronaldinho (de boné), 
no Parque Ecológico de Tietê.
Aí na foto, na comissão de frente, a professora de dança Anabete, a produtora cultural Andrea Lago, o prefeito Manoel David e o ex-prefeito, Clóvis Pasquali E, de cima pra baixo, a secretária de Turismo,
Lyria Pontes (Lirita); o secretário de Cultura, Edilberto; este escrevinhador,
o Sr. Waldomiro e a ex-vereadora Wanda.

domingo, 25 de agosto de 2013

A RENÚNCIA DE JÂNIO

A noite de 25 de agosto de 1961 findou com os brasileiros tontos com a renúncia de Jânio Quadros, ao cargo de 22º presidente da República.
Eu tinha nove anos de idade e não sabia o que isso significava para o País.
Fiquei sabendo pouco tempo depois, com a tomada do poder pelos militares.
Jânio governou o Brasil por exatos seis meses e 27 dias.
Mas ele não foi o presidente que menos tempo ficou no poder.
Essa façanha coube ao presidente da Câmara dos Deputados Carlos Luz, que assumiu o governo no dia 8 de novembro de 1955, após um enfarto sofrido por Café Filho, vice de Vargas.
A permanência de Luz no cargo durou apenas três dias.
O segundo cidadão a ocupar de modo breve a presidência da República foi o também presidente da Câmara, Ranieri Mazzili. Seu tempo: 13 dias, a partir do golpe que derrubou Jango, vice de Jânio, e levou o marechal Castelo Branco a iniciar o ciclo de governo militar que se estendeu por 21 longos anos.
Detalhe: Mazzili esteve nesse cargo por duas vezes.
A primeira durou 14 dias, em substituição a Jânio.
Café Filho tentou voltar ao poder, mas o Senado impediu. O seu presidente, Nereu Ramos, esquentou a cadeira de chefe do País por dois meses e 21 dias, até passar o bastão ao presidente eleito pelas urnas, Juscelino Kubitschek, no dia 31 de janeiro de 1956. 
Uma vez, como chefe de reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, entrevistei Jânio (acima) no seu gabinete de prefeito, no Ibirapuera. Lá pras tantas, perguntei a razão da sua renúncia à Presidência. 
Como resposta, ele deu uma estrepitosa gargalhada. 
Fica o registro.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

MISSA EM MEMÓRIA DE DOMINGUINHOS

Depois de quase sete meses de sofrimento e internação nos hospitais Santa Júlia, em Recife, e Sírio-Libanês, na capital paulista, Dominguinhos virou saudade. Hoje, 23, faz um mês que isso aconteceu. Em sua memória algumas missas serão celebradas país afora, como em São Paulo, na Igreja de Santa Cecília, às 19 horas, por iniciativa de sua antiga companheira e parceira musical, Anastácia.
Enquanto isso se arrasta na Justiça o processo que visa atender o último pedido do famoso cantor, compositor e sanfoneiro que há dois anos externou, numa entrevista à Rádio Jornal da capital de Pernambuco, a vontade de ter os restos sepultados na cidade onde nasceu - Garanhuns.
Ontem foi feito um debate em torno do assunto na Rádio Jornal, com a presença da filha Liv e da mãe, Guadalupe.
O prefeito Izaías Régis, de Garanhuns, também participou do debate e acredita que até setembro se cumprirá o desejo de Dominguinhos serão transladados para a sua cidade.
Clique:

Há alguns anos, eu e Gereba compusemos uma espécie de hino para o Centro Educacional Unificado, CEU (acima), para Dominguinhos gravar; o que foi feito, embora a gravação continue inédita em disco. 

CORNÉLIO PIRES E CAPITÃO FURTADO
Hoje participarei da abertura da 53ª Semana Cornélio Pires, em Tietê, SP.
Amanhã falarei sobre música rural e também sobre o Capitão Furtado.
Cornélio e o Capitão eram parentes.
Cornélio foi pioneiro na produção e gravação de discos independentes no Brasil.
Aí em baixo, reprodução do folder com a programação.  
JORGE PAULO E O FOLCLORE
Em 1974 o radialista Jorge Paulo era vereador e fez aprovar na Câmara paulistana um projeto que instituía no município a Semana do Folclore Brasileiro. Isso, no dia 27 de setembro daquele ano. Oficialmente, porém, até hoje essa semana está por existir.
Quem sabe o ano que vem, hein?
Já deputado federal, o mesmo radialista apresentou na Câmara
federal um projeto criando o Museu Nacional do Folclore.
O projeto não foi aprovado.
Que coisa, hein?
Fica o registro.
KATYA TEIXEIRA
A Rosa Também se Muda é música que dá título ao primeiro clip de Katya Teixeira.
A voz dessa cantora é tão forte e bonita que nem precisa de palavras ou versos para encantar. Confira, clicando:

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

HOJE É O DIA DO FOLCLORE

Pipocam em vários Estados brasileiros, como Rio Grande do Sul e Goiás, e também em municípios da chamada Grande São Paulo, entre os quais os que formam a região do ABCD (André, Bernardo, Caetano e Diadema), eventos que lembram e valorizam o Dia do Folclore. 
O ABCD sediará, a partir de sábado 24 e até o final do mês, o 12º Festival Internacional de Folclore, com representantes de Chile, Venezuela, Indonésia, Portugal e mais cinco países.
Na capital paulista mesmo, nada.
No Brasil, o Dia Nacional do Folclore foi criado por decreto em 1965.
Já houve muitos estudiosos dedicados ao assunto, como Sílvio Romero, Amadeu Amaral, Renato Almeida, José Calasans, Mello Morais Filho e Luís da Câmara Cascudo, como registra o Dicionário de Folcloristas Brasileiros, de Mário Souto Maior (Editora Kelps, GO, 2000).
O tema folclore passou a ganhar destaque como importante em 1913, depois que o jornalista sergipano, filólogo e folclorista João Batista Ribeiro de Andrade Fernandes (1860-1934) proferiu uma série de palestras – que virou curso - na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.
Essas falas foram registradas nos anais da Biblioteca e seis anos depois ganharam o formato de livro sob o título O Folclore, hoje raríssimo.
João Ribeiro usou vários pseudônimos, entre os quais Xico-Late, Rhizophoro, Y., Nereu e N.
A sua primeira obra impressa intitulou-se Dicionário Gramatical, em 1889; a segunda História do Brasil, em 1901. 
Em 1998, eu publiquei o opúsculo - há muito esgotado - cuja capa, de Ionaldo Cavalcanti, ilustra este texto.
Quer saber um pouco mais a respeito do assunto?
Então, clique:

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

JUNTA MILITAR E GUERRA FRIA

Você sabe o que é Junta Militar?
Depois da derrubada do general vice de Anwar Sadat, Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011, o Egito viveu sob uma Junta Militar chamada de Conselho Superior das Forças Armadas. O objetivo era arrumar a casa para um governo democrático, o que foi feito. 
Eleito em abril de 2011 em segundo turno, o ativista civil islâmico Mohamed Morsi, representante do Partido da Liberdade e da Justiça, criado pela Irmandade Mulçumana, foi forçado pelos militares a deixar o poder. 
Contrária ao secularismo da Turquia, Líbano e Marrocos, o lema da Irmandade é: Deus é o único objetivo, Maomé o único líder, o Corão a única lei, a Jihad o único caminho. Morrer pela Jihad é a esperança. 
Foram membros da Jihad que assassinaram Sadat, em 1981.
A Irmandade é cega e representa o que há de mais velho no mundo. 
Na prática, a Irmandade é contra tudo e todos que se lhe oponham. 
Sim, no Egito e redondezas a vida anda duríssima.   
Entre 1967 e 1974, a Grécia comeu - e continua comendo - o pão que o Diabo amassou; àquela ocasião, sob a ditadura de um grupo de coronéis.
Era a Junta, lá, deles.
De exemplo de democracia desde a antiguidade, a Grécia...
Também em Portugal uma Junta assumiu o poder depois da destituição do ditador Salazar.
Salazar, uma espécie de Getúlio, criador do Estado Novo português, mandou e desmandou durante 40 anos em Portugal, até cair.
O Brasil viveu sob juntas militares em várias momentos.
O primeiro em 1930, quando Getúlio perdeu o trem e chegou atrasado para assumir a Presidência que tomara com a chamada Revolução de 30; em 1961, com a renúncia de Jânio; em 1964... e, finalmente, em 1969, quando, após uma trombose do presidente-general Costa e Silva, no dia 21 de agosto, os chefes das Forças Armadas brasileiras passaram a dar ordens em conjunto até “presidenciarem” o general Garrastazu Médici (outubro 1969/março 1974).
Pois é, é isso. 
E também num dia como o de hoje, só que em 1968, findava a Primavera de Praga, com a entrada dos tanques do Pacto de Varsóvia na velha Tchecoslováquia. 
Eram tempos da Guerra Fria, entre os Estados Unidos e a extinta União Soviética. 

MEMÓRIA BRASIL
Você conhece o Instituto Memória Brasil?
Em entrevista ao jornal O Estado do Maranhão, edição de domingo 9 de junho passado (clique sobre a imagem), o cantor, compositor e multi-instrumentista Papete, que está lançando o belíssimo álbum duplo Sr. José... fala a respeito do Instituto e de suas pesquisas no Instituto.
Quer saber mais?
Então, clique aí na linha azul.   

terça-feira, 20 de agosto de 2013

HOLOCAUSTO NO EGITO

A CNN e a BBC têm dado versões próprias aos acontecimentos que ora ocorrem no Egito. 
A TV Globo e outras tevês seguem o noticiário da mídia comprometida. 
Falam de massacres, mostram fotos terríveis, mas não revelam a verdade de quem está morrendo ou matando e nem o que está em jogo por lá. 
A mídia não entra no âmago dessa questão.
O desabafo é do engenheiro Peter Alouche, um egípcio naturalizado há muitos anos vivendo no Brasil.
Segundo ele, o que está em jogo no Egito é um conjuntos de coisas, entre as quais a luta por liberdades de pensamento e religiosa, pelos direitos da mulher, pela individualidade e diversidade, além do respeito à historia e suas riquezas. O que está ocorrendo por lá, através da guerra santa, "é o esmagamento das liberdades, a escravidão da mulher, a imposição da Sharia ou Xariá islâmica, que é o código ou conjunto de leis dos árabes".
“No Egito está se travando uma luta sangrenta, terrível, perigosa e decisiva para o mundo civilizado e não somente para o Oriente Médio”, acrescenta Peter, que diz que chegou a essa conclusão após ouvir declarações de bispos e patriarcas de igrejas cristãs, maronitas, siriaues, coptas e armênias em canais franceses e libaneses. 
Para ele, o holocausto já começou.
Os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a França, apoiados por Israel e Alemanha, estão envolvidos nisso. 
E a pergunta que fica, é: por que a mídia internacional não denuncia ou sequer explica isso com clareza?
Atualmente, há várias guerras em andamento no mundo.
Enquanto isso, o líder máximo da Irmandade Muçulmana, Mohammed Badie, é preso por agentes das forças que derrubaram e também prenderam em local ainda desconhecido o presidente islamita Mohamed Morsi. O general Abdel Fatah al-Sisi, que subiu ao poder pela violência, suspendeu a Constituição do país e mandou descer o pau no povo.  
São muitas as mortes no Egito.
DOMINGUINHOS
Sexta próxima fará um mês do desaparecimento do cantor, compositor e sanfoneiro Dominguinhos, 
principal seguidor de Luiz Gonzaga, o rei do baião. Nesse dia, em sua memória, será celebrada uma missa na Igreja de Santa Cecília, no bairro paulistano de mesmo nome. A cerimônia começará às 19 horas. 
Anastácia, sua fiel companheira por 11 anos (aí na foto, em despedida silenciosa no velório na Assembleia Legislativa), está convocando os amigos... 
Está com saudade? Quer ouvir Dominguinhos? Pois então, clique:

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

VIVA CHICO ALVES E ARACY DE ALMEIDA!

Hoje faz 99 anos que nasceu no subúrbio carioca de Encantado a mais completa sambista brasileira, Aracy de Almeida (aí ao lado, no traço de Augusto Rodrigues), que encontrou no conterrâneo Noel Rosa a sua alma gêmea.
Os dois se conheceram em 1933.
Em 1934, Aracy estreava em disco com o samba Riso de Criança, de Noel, acompanhada pela Orquestra Columbia, regida por Pixinguinha; e desde então ela se transformou na sua mais respeitável intérprete musical.
Também num dia como o de hoje, 19 de agosto, só que em 1898, nascia na cidade do Rio de Janeiro o cantor Francisco Alves, chamado de Rei da Voz por sua firmeza e potência vocais.
Chico estreou em disco antes de Aracy, em 1920, gravando para o selo Disco Popular com o Grupo dos Africanos a marcha carnavalesca O Pé de Anjo (abaixo, na linha azul), de João Batista da Silva, o Sinhô, que dizia que “música é que nem passarinho, é do primeiro que pegar”.
Sinhô nasceu em setembro de 1888 e morreu em agosto de 1930, o mesmo ano em que Noel compôs Riso de Criança.
Aracy de Almeida morreu no dia 20 de junho de 1988, aos 74 anos de idade.
Vítima de um acidente de automóvel na região de Pindamonhagaba, SP, Chico Alves morreu na madrugada de 27 de setembro de 1952 (aí no registro de jornal).
Como Chico, Aracy deixou uma discografia enorme.
Chico gravou 983 músicas em ritmos e gêneros diversos, como sambas (383), marchas (166), valsas (124), canções (96), maxixes (16), modinhas (11), cateretês (6), além de algumas embolas, cocos e frevos-canção e 137 músicas estrangeiras vertidas para o português.
Até uma toada-baião de sua autoria e do jornalista paulista David Nasser ele gravou no dia 1º de novembro de 1951 com o título Que Saudade, talvez em homenagem a Luiz Gonzaga.
Fica o registro.
http://www.youtube.com/watch?v=DyDlGpH8kNA
Clique aí abaixo para ouvir também a gravação original de Riso de Criança, por Aracy:
http://www.youtube.com/watch?v=TtizWnKWn4A

domingo, 18 de agosto de 2013

TUDO EM COMUM: NINJA, EIXO E BLACK BLOCS?

Os principais jornais de São Paulo, Folha e Estadão, trazem hoje notícias sobre as origens do grupo autodenominado Mídia Ninja, formado por jovens armados de smartphones que cobrem de modo “independente” a ação incendiária dos “black blocs” país a fora; e do chamado coletivo Fora do Eixo criado em 2005 e só agora, para o bem ou para o mal, ganhando páginas e páginas da mídia tradicional de todo o País.
As principais revistas semanais deste domingo, IstoÉ e Veja, também trazem amplo noticiário a respeito dos referidos grupo e coletivo, ambos com QG na capital paulista.
Sexta última, a revista Carta Capital, trouxe detalhada matéria sobre o Fora do Eixo, que irritou sobremaneira o pessoal do Eixo e simpatizantes.
Antes, na segunda, o principal representante do Eixo, Pablo Capilé, esteve no programa Roda Viva, da TV Cultura, junto com o principal representante do Ninja, Bruno Torturra.
A entrevista de ambos chamou a atenção de meio mundo.
Descobriu-se então que os ninjas são “patrocinados” pelo pessoal do Eixo, que, segundo a Folha, deixou “um rastro de calote em Cuiabá” bastante visível, depois de criar uma “moeda fictícia” chamada Cubo Cards (acima).
O que acho disso?
Hummmm...
Essa história, que promete muitos capítulos, está só começando. 
Aguardem surpresas e emoções.
O mundo gira e de novo mostra que tudo é política, e que ingênuos e santos estão todos no céu, longe do frio e das pragas do frio deste mês aziago de agosto.
E ainda insisto: os jornais nanicos dos anos 1960 e 70 foram muito importantes para a democracia, principalmente porque eram feitos por profissionais do ramo. Escrevi em muitos deles, como Pasquim, Movimento, Coorjornal, O Furo etc.
Os ninjas são qualquer um.

Entre os dias 6 e 8 de setembro, o Memorial da América Latina, no seu auditório Simon Bolivar, sediará o II Salão Nacional do Jornalista Escritor, com curadoria de Audálio Dantas. Participarão do Salão dezenas dos mais expressivos profissionais da imprensa, entre os quais Alberto Dines, Juca Kfouri, Mino Carta, Quartim de Moraes, Ricardo Kotscho, Caco Barcellos, Fernando Emediato, Sérgio Gomes e Miriam Leitão. O Salão será constituído por 11 mesas. A 10ª contará comigo, entrevistando Audálio e Carlos Moraes. A última, a cargo de Fernando Coelho, entrevistando Caco e Ivan Marsiglia. A abertura oficial ocorrerá às 10 horas do dia 6, com um coquetel e inauguração de uma exposição sobre a trajetória da União Brasileira dos Escritores, UBE. Espera-se a presença de pelo menos 15 mil pessoas. Entrada franca.

SP CAPITAL NORDESTE
Em 2011, eu já havia deixado de apresentar o programa São Paulo Capital Nordeste, pelos 1.040 AM da Rádio Capital, mas nesse ano a Escola de Samba Acadêmicos do Tucuruvi levava ao sambódromo o enredo título do meu programa. Na ocasião, a escola foi muito criticada por racistas. Lembro isso porque acabei de assistir um quadro bonito e comovente do programa Fantástico, da TV Globo, abordando a questão discriminação. Somos todos iguais, não é mesmo? Está na Constituição e também deve estar na nossa mente e coração.
Clique:
http://www.youtube.com/watch?v=73D2ONmVwoA

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

BRINCANDO COM FOGO

Enfim, o que querem os mídia ninja e os black blocs, inventar o fogo e a roda? 
Os chamados mídia ninja são uma bobagem. 
Os black blocs, uma onda internacional. 
E aí?
Ano que vem marcará meio século do golpe militar que culminou com 21 anos de escuridão, ferimentos na democracia e tortura e morte de muita gente que sonhava por um mundo melhor; no caso, um Brasil melhor.
Em 1964, as circunstâncias eram diferentes das circunstâncias de hoje.
Na dúvida, uma consulta à história fará bem...
Lá atrás, as questões giravam em torno de vida e morte, e de modo radical, mas íamos às ruas sem máscaras, sem capuz, de cara limpa, gritando palavras de ordem e respeitando o bem público, ao contrário de hoje. E fugíamos da polícia, porque simplesmente não dava para enfrentar a polícia, porque polícia é polícia, como forças armadas, é claro, são forças armadas, treinadas para pôr ordem na casa e pronto.
Hoje há democracia no Brasil, mas há também um desenfreado vandalismo em óbvio descumprimento ao estabelecido na Constituição de 1988; aliás, a mais completa desde a de 1946.
É perigoso fazer o que se está fazendo nas ruas do País.
Será que o que se procura é motivo para uma ação do Exército?
A chamada Primavera árabe deu no que está dando.
Será que é isso o que se quer por aqui?
Como se malabaristas fôssemos, brincamos com fogo.
Claro que há insatisfações por todo canto.
Claro que nas planícies e planaltos há corrupção e cabras precisando de peia, que o nível de desemprego é alto, que a saúde e a educação foram abandonadas, e que, enfim, etc., etc.
Não será pela via da força bruta, da violência, da anarquia, que o ruim ficará bom de um minuto para outro.
Ah, sim! Naquele tempo, os jornais nanicos, como eram chamados os jornais alternativos, independentes, eram de fato importantes.
E não nos esqueçamos da revolução cultural da China, iniciada dois anos depois do golpe militar no Brasil.

AUDÁLIO DANTAS - esse sabe de tudo e mais um pouco, tanto de coisas e fatos de ontem, quanto de coisas e fatos de hoje. Aliás, amanhã, a partir das 11 horas, ele estará se colocando totalmente à vontade para responder as perguntas lhe fizerem na FNAC, em Pinheiros. O tema será o seu novo livro, As Duas Guerras de Vlado Herzog (Ed. Civilização Brasileira). Vamos?

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

LP DE TAIGUARA VIRA CD

Um dos mais belos e originais repertórios do uruguaio naturalizado Taiguara – Chalar da Silva, de batismo – se acham no raríssimo LP Imyra, Tayra, Ipy (ao lado, reprodução da capa) posto no mercado brasileiro em 1976, pela gravadora EMI/Odeon, e recolhido 72 horas depois por agentes da ditadura militar, representada pelo general Ernesto Geisel (1974-79).
Agora, 35 anos depois, Imyra ganha o formato de CD e é relançado com a chancela do selo Kuarup.
Esta é uma boa nova.
Outra seria se os demais discos do compositor e cantor nascido em Montevidéu fossem relançados, e não do outro lado do mundo, o Japão, como indica leitura ao lado.
Inyra, Tayra, Ipy reúne 14 faixas com arranjos e orquestrações feitos por de Hermeto Pascoal e pelo próprio Taiguara, que além de cantar, toca piano, sintetizador e flauta.
Todas as músicas são dele, menos uma: Três Pontas, de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos.
Além de Hermeto, participam do disco - com regência de Wagner Tiso – o pai de Taiguara, Ubirajara Silva; Nivaldo Ornellas, Toninho Horta e Novelli, entre outros.
Em tupi-guarani, Imyra significa árvore, madeira; Tayra, filho; e Ipy, cabeça de geração, princípio, origem.
Eu gostava do Taiguara, da sua voz, do seu jeito de menino abusado que no dizer de Sérgio Bittencourt, autor de Modinha, “tinha o dom de complicar a vida e simplificar as canções”. 
Quer saber mais um pouco sobre Taiguara?
Então clique aí na linha azul, para ler um ótimo texto do jornalista Flávio Tiné.
http://flaviotine.blogspot.com.br/2008/08/taiguara.html

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

VIVA PÉRICLES!

Há 89 anos completando-se hoje, nascia o cartunista pernambucano Péricles de Andrade Maranhão, famoso pelo nome e pelo personagem Amigo da Onça (aí ao lado) criado em 1943, no Rio de Janeiro, diretamente para as páginas da revista O Cruzeiro, dos Diários Associados.
O Amigo, explicaria depois Péricles, surgiu da conversa entre dois caçadores, esta:
- O que você faria se estivesse agora na selva e uma onça aparecesse na sua frente?
- Ora, eu dava um tiro nela.
- Mas se você não tivesse nenhuma arma de fogo, hein?
- Bom, então eu matava a onça com o meu facão.
- E se você não tivesse facão?
- Eu apanhava um pedaço de pau bateria nela até mata-la.
- E se você não tivesse nenhum pedaço de pau à mão?
- Ora, eu subiria numa árvore para me proteger.
- E se não tivesse árvore por perto?
- Eu sairia correndo, fugiria.
- E se o medo te paralisasse?
- Ora, porra, você é meu amigo ou amigo da onça?
Como o compositor piauiense Torquato Neto, Péricles suicidou-se depois de trancar-se no seu apartamento e abrir o gás do fogão, isso na noite de 31 de dezembro de 1961.
Com Péricles, morreu também o Amigo da Onça.
Clique:
DESIGN
O agitador cultural da Praça Benedito Calixto, Edson Lima, telefona para informar que o Instituto Europeo di Design (rua Maranhão, 617, Higienópolis) realiza a partir de amanhã, e até o próximo dia 18, o I Festival do Livro de Design e do Design do Livro, com feira e programação especiais. Representantes das editoras Cosac Naify, Gustavo Gili (Espanha), Blucher, Bookman (Grupo A), Senac, Senai, Sesi, Martins Fontes, Perspectiva, entre outras, participarão do evento. 

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