Diz
a Bíblia em Gênesis 1,1 que Deus criou o mundo em sete dias.
E
lá para as tantas a Bíblia diz também que nesse curto espaço de tempo Deus
criou o Éden, os bichos e gentes representados pelo primeiro casal, que, aliás,
nem chegou a casar porque não havia cartório e nem sistema capitalista,
criados, diga-se, pelo Demo.
E
esse casal, que virou escravo de si próprio ao depender de seus esforços para
sobreviver, ganhou o nome de Adão e Eva.
E
Adão viveu por nove séculos...
A
Bíblia, chamada de livro dos livros, vai além. Diz que Deus criou o homem do
pó, do barro, à sua semelhança; e a mulher, de uma costela dele.
História
estranha, esquisita, meio de Carochinha, tanto que – todos sabem – o inglês Charles
Darwin, que era cientista, não acreditou e em 1858 publicou o que chamou de
teoria da evolução. Isto é: que a origem do homem se acha na origem do macaco,
e que ganhamos forma de moderno – e depredador - há apenas uns 150 mil anos.
O
teórico jesuíta francês Teilhard de Chardin ficou assim, assim, em cima do
muro, ao dizer de modo emblemático que Deus não criou nada: fez criar.
Pois
bem, criado o homem, criados os problemas.
Porém,
para amenizar os problemas, Deus criou outra forma de vida muito especial: o
artista.
E
o artista ganhou nome: Vitalino Pereira dos Santos, que virou mestre.
Mestre
Vitalino, pernambucano de Caruaru, foi criado fazendo da arte brinquedo em 1909
e voltou ao pó famoso e respeitado em 1963, isto é, há 50 anos. Mas por
natureza egoístas e depredadores que somos sequer lembramos hoje que pela terra
passou um artista que, à semelhança de Deus, extraía do barro a vida
representada por gentes (cantadores repentistas, cangaceiros) e bichos (cavalos,
bois, bodes e cachorros) em cenas do cotidiano nordestino (abaixo), como a seca
e as vaquejadas.
Mestre
Vitalino também era tocador de pífano (acima).
Viva
Vitalino!
Clique:
E eu continuo achando que deveria continuar não existindo cartório, e deveriam abolir tantas regras desnecessárias, porque eu sei até aonde eu posso ir, e sem ter que atropelar quem está no meu lado. Só que muitos ainda não são artistas, e jamais saberiam usar com dignidade certas regras,rs,rs,rs,rs...
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