Sim, o assunto é tabu. Nem a imprensa fala.
É tabu, mas esse assunto existe desde os primórdios. Desde que gente é gente.
Refiro-me a suicídio.
A morte aparece, e sempre apareceu, de modo os mais diversos.
E é a única certeza que o homem tem.
A história mostra que pobres e ricos optam pelo suicídio. Reis e rainhas também. Cleópatra é exemplo.
Há pouco a companheira de um amigo meu decidiu abreviar a sua vida, nos deixando.
É uma grande surpresa, sempre, quando a morte aparece carregando consigo familiares, amigos. Tristeza. É sempre um choque saber que alguém das nossas proximidades partiram. E quando essa partida é auto-provocada, maior é a surpresa. E tristeza. E nos perguntamos: por quê?
Crianças se matam. Adolescentes se matam. Adultos se matam. Senhoras e senhores de idade avançada, também.
Dados da Organização Mundial da Saúde, OMS, indicam que anualmente cerca de 800 mil pessoas tiram a própria vida. Só no Brasil, o número anda na casa dos 12 mil. Ou seja, a cada mês pelo menos 1.000 pessoas se matam. No mundo, a cada 40 segundos alguém acaba consigo.
Estudos mostram que nós, humanos, somos os únicos seres a se matar.
A conclusão é: não temos salvação.
E por não termos salvação, necessário é que nos voltemos a nós para refletirmos sobre a vida e sobre a morte.
Eu conheço um pouco dessa história: meus irmãos morreram e meus pais, também. A minha mãe, de nome Maria, não esperou pela morte. Ela a foi buscar.
Eu mesmo, depois que perdi a luz dos meus olhos, só pensava em me acabar, em me atirar do apartamento em que moro. Passou, mas ainda há a sombra da depressão a rondar meus passos.
Tudo isso dói.
Um amigo acaba de me informar que a Índia está tomada por uma terrível onda de suicídio coletivo. São mulheres aperreadas, desempregadas, sem vontade mais de viver pela violência dos estupros coletivos de que são o tempo todo vítimas.
Não será exagero dizer que a vida é de morte, ou de morte é a vida.
Desculpem-me.
Nenhum comentário:
Postar um comentário