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segunda-feira, 24 de março de 2014

VANDRÉ, DITADURA E JOAN BAEZ

Há exatos 50 anos, quando o Brasil mergulhava na escuridão da ditadura militar, que duraria 21 anos, o cantor e compositor paraibano Geraldo Vandré lançava à praça o primeiro dos seus cinco LPs, Geraldo Vandré, pela etiqueta Audio Fidelity, já extinta.
Antes, ele estreara em discos de 78 voltas por minuto.
O LP Geraldo Vandré n 2008, de 1964, já trazia um repertório com títulos que se tornariam clássicos (ao lado).
A obra do famoso autor paraibano não é extensa, mas é intensa.
Ontem no início da noite a cantora norte-americana Joan Baez cantou no palco do Teatro Bradesco, do Bourbon Shopping São Paulo, no bairro paulistano de Perdizes, a guarania Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores, uma espécie de hino da resistência civil dos anos de chumbo vividos no Brasil.
Embora convidado para cantar, o autor permaneceu de pé, respeitosamente, ao lado da artista, ouvindo em silêncio a sua interpretação e a reação de alegria e surpresa da plateia que lotava todos os 1.456 poltronas do teatro, que tem cerca de 700m2.
Eu estava lá, assistindo da cochia, e depois do espetáculo perguntei:
- Você se emocionou, Geraldo?
Ele olhou pra mim e mentiu:
- Não.

2 comentários:

  1. Geraldo Vandré precisa se definir, declarou em entrevista que gravaria um disco de preferência na América Espanhola, estamos aguardando. E que não assistia a programas algum. Mantinha uma televisão em preto e branco e que só ouvia a Rádio Cultura. Mas, eventualmente, da entrevistas e aparece em programas, como no presente caso.
    E que não fez música de protesto e votou, à época, para o Marechal Teixeira Lot. Volta, Geraldo.
    Aloisio Alves

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  2. A voz de Geraldo Vandré, ecoou nos corredores sombrios da ditadura e ainda é possível ser ouvida. Parabéns pelo bom gosto de uma seletiva minuciosa da cultura popular, como forma de preservar a memória.

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