A sensibilidade do artista pernambucano Jô Oliveira nos leva ao céu |
Inezita
Barroso foi uma das mulheres mais incríveis que eu já conheci. Viramos amigos
nem sei bem desde quando, mas seguramente há mais de trinta anos.
Inezita
era uma mulher livre, linda, na sua maneira de ser, viver e compreender as pessoas, todas as pessoas e o mundo. Lembro-me que a mim ela nunca reclamou da sua pessoalidade. Ela era plural e sabia do quão todos somos tão pequenos.
Lembro-me
das muitas conversas que tivemos à beira de copos, na minha e na casa dela. E nos bons restaurantes, claro.
Lembro-me
das suas risadas, gargalhadas que o vento levava.
Lembro-me
das noites – e madrugadas que passamos no inesquecível Parreirinha.
Lembro-me,
sim, daquelas noites alegres e intermináveis ao lado do Miro nos servindo uisquinho
de sempre, sem gelo.
Noites,
belas noites, com Jamelão, Miltinho, Elifas, Arley, Adoniran, Zé Kéti, Silvio
Luiz, Ronald Golias, meus Deus! Quanta gente bonita!
E
ela, Inezita, rindo, cantando e brindando a alegria de viver.
Inezita
viveu todas as vidas.
Lembro-me
de tantas coisas...
Ela partiu no dia em que o mundo se curva à mulher; Corintiana, nesse mesmo dia, 08, o Timão deu de um a zero no São Paulo. ainda nesse mesmo dia à noite, a presidente da República, dona Dilma, foi a televisão para pedir compreensão ao já chumbado povo brasileiro pelos desatinos que tem feito. Foi demais. E aí fico imaginando Inezita olhando para mim com o jeito mais sarcástico do mundo, dizendo: "Tô fora". E Partiu numa gargalhada de fazer inveja ao Jânio.
Para
lembrar, clique: http://tvcultura.cmais.com.br/inezitabarroso/videos/roda-viva-com-inezita-barroso-1998-parte-2-1
Hoje,
no começo da tarde, estive na TV Cultura falando sobre ela com o meu amigo Zuza
Homem de Mello, clique:
Viva
Inezita Barroso!
JÔ
OLIVEIRA
Só
hoje descobri que eu nasci no mesmo dia da Inezita, 4 de março.
Embora
todos meus documentos sinalizem o dia 25 de março, eu nasci de verdade foi no
dia 4. Está registrado no livro de batismo da igreja de N. S. do Amparo, em
Itamaracá.
Abraço,
Jô
-
Jô Oliveira, Pernambucano e amigo desde sempre, era o artista do traço por mim
escolhido para dar vida ao texto que escrevi sobre Inezita Barroso e que,
também com a sensibilidade de Ciro Fernandes ganhou o titulo de A Menina
Inezita Barroso (Cortez Editora 2011).
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