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quarta-feira, 20 de setembro de 2017

WALDIR AZEVEDO, O MÁGICO DO CAVAQUINHO

Waldir Azevedo foi o mais importante tocador de cavaquinho do Brasil e do mundo. Não é demais dizer que ele reinventou esse instrumento criado, provavelmente em Portugal. Ninguém jamais tocou cavaquinho como Waldir. Antes dele o cavaquinho era simplesmente um cavaquinho. Pequeno em todos os sentidos.
Foi no bairro da piedade, no Rio, que nasceu Waldir. 
Waldir era prá ser aviador, mas o seu coração, sempre apressado, cortou as asas do seu sonho. Ele tinha apenas dez anos de idade quando se apresentou, pela primeira vez, em praça pública. Foi em 1933 e o seu instrumento era então, uma flautinha doce. Primeira música tocada?  Trem Blindado, de João de Barro, o Braguinha (1907-2006). Essa música foi inspirada na revolução constitucionalista (1932). A flauta ele a trocou por um bandolim, que foi trocado pelo cavaquinho. Suas duas primeiras músicas gravadas: Brasileirinho e Carioquinha, em 1949, logo transformadas em clássicos.



Waldir Azevedo deixou gravadas quase duas centenas de músicas, desde choros a frevos, pouco menos da metade de sua autoria. Isso, em menos de trinta anos de carreira. Em 1972, ele teve decepado, por uma máquina de cortar grama, o dedo anular esquerdo, e o milagre, como ele costumava dizer, fê-lo voltar a tocar o instrumento que magicamente recriou. O fato inspirou-o a compor o choro Minhas Mãos, Meu Cavaquinho.
Waldir Azevedo morreu na madrugada de 20 de setembro de 1980.
Eu o conheci uns cinco anos antes de morrer e guardo, até hoje, uma belíssima entrevista que fiz com ele. Foi no bairro paulistano do Bixiga. Nessa entrevista ele lembra a sua trajetória e diz como gostaria de morrer: amando uma mulher.






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