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quinta-feira, 10 de agosto de 2017

A INCRÍVEL INVENÇÃO DO ZERO

É curioso e engraçado o mergulho que o cartunista Fausto tem dado na história, melhor, na pré-história. Nesse mergulho ele traz à tona flashes, digamos assim, que nos levam a matutar sobre a nossa origem, o homo sapiens. E se há o homo sapiens, há também a "mulher sapiens", como num rompante de profunda meditação tornado público pela engraçada Dilma Roussef.
Quem nasceu primeiro, o homo sapiens ou a mulher sapiens, o grito, a fala, a risada ou a escrita...?
O zero (0) deu muita dor de cabeça aos seus criadores. 
Foi na China ou na Grécia que o zero surgiu.
Os números de 1 a 9 foram criados e só depois de muito tempo que o zero deu o ar de sua graça na Índia e não na Grécia ou China.
Espantados com a criação hindu, os árabes pegaram o zero e o puseram debaixo do braço, quase como se fosse deles, e o levaram prá casa e depois prá Europa.
O zero foi uma invenção incrível!
O zero é tudo e é nada. Ele está em todo canto, em todas as línguas. Não haveria internet sem o zero e nem avião, nem navio, nem nada. Melhor, tudo seria nada, sem o zero.
Ao mergulhar na história, melhor, na pré-história, Fausto nos dá o que pensar, não é mesmo?
Quem da safra dos cinquenta (olha o zero aí, gente!), não leu um livro do pernambucano Júlio César de Melo e Souza (1895-1974), conhecido mundo afora pelo pseudônimo de Malba Tahan?
Malba Tahan, elogiado por grandes nomes da literatura mundial como Jorge Luiz Borges, escreveu dezenas de livros abordando temas da matemática. Um desses livros, O Homem que Calculava, vendeu algo em torno de 2 milhões de exemplares. Incrível, não é? O autor fala com muita graça sobre o zero.
Fulano de tal é um zero à esquerda, quem já não ouviu essa frase? A tradução é que Fulano de Tal não presta.
Eu nunca fui um bom aluno de matemática, mas também nunca recebi zero.
De zero a dez, quanto a gente dá ao Fausto, pela iniciativa de nos trazer à tona histórias da pré-história?
Uma coisa puxa a outra: Em 1916 o carioca Pixinguinha compôs o chorinho para o craque Friedenreich: 1 x 0, que foi gravado em disco somente 30 anos depois. O paraibano Jackson do Pandeiro também fez uma música gostosa de ouvir, em que diz "esse jogo não pode ser 1 x 0".





BRINCANDO COM A HISTÓRIA (45)




CEGO ADERALDO

Amanhã às 19 horas, estarei falando sobre o cantador rabequeiro, cego Aderaldo, no SESC. É isso, fica o registro.



segunda-feira, 7 de agosto de 2017

À MULHER, RESPEITO E FLORES

O Brasil tem mais mulheres do que homens, segundo anotações dos pesquisadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE. Menor ainda é o número de homens, homens mesmo!
São constantes e cansativas as notícias, tristes, as notícias que dão conta de que homenzinhos agridem e matam mulheres Brasil afora. Mulheres, crianças e adolescentes.
Não era incomum cangaceiros ferrarem a fogo mulheres no Nordeste, depois de serem por eles abusadas, violentadas, estupradas.
Ouço no rádio que está entrando em pauta no Congresso uma lei que pune de modo rigoroso os estupradores. Esse crime, pela nova lei a ser votada, deverá ser inafiançável e imprescritível.
Ouço no rádio a notícia de uma criança de seis anos de idade que foi sequestrada, violentada por um homenzinho no Rio de Janeiro. O corpo da criança foi posto numa mala e atirado a um córrego no Rio de Janeiro. O cabra foi preso e a sua frieza tem chocado a polícia de lá.
Hoje faz 11 anos que a Lei Maria da Penha foi aprovada.
Maria da Penha é uma cearense que vive hoje numa cadeira de rodas. Ela foi vítima do próprio marido que tentou matá-la duas vezes a tiros.
Quando é que os homens vão entender que mulher se trata com respeito, carinho, amor e flores?


domingo, 6 de agosto de 2017

JOÃO RUBINATO GRAVA INÉDITAS DE ADONIRAN

Hoje, o dia amanheceu frio, normal. Estamos na cidade das quatro estações ao mesmo tempo, São Paulo. Adoniran Barbosa adorava São Paulo. Ele era de Valinhos, SP, e deixou uma obra ligada intrinsecamente à cidade dos paulistanos e do mundo todo, que é a Sampa em que vivemos.
É de Adoniran o clássico popular Trem das Onze, gravado em 1964, pelo grupo paulistano Demônios da Garoa.
O Demônios da Garoa encontrou em Adoniran a sua cara e, de tabela, a cara da Capital paulista.
A parceria de Adoniran e Demônios começou na década de 1950 e durou até 68,70. Detalhe: Adoniran e Demônios nunca se apresentaram juntos e também nunca gravaram uma música juntos. Esquisito, não? E querem saber o motivo? Pois bem, cá está: Essa parceria não se concretizou por uma razão: Adoniran não aceitava receber em partes iguais, queria mais um pouco e nesse ponto nunca chegaram a um acordo.
Adoniran Barbosa era um péssimo cantor e como instrumentista, a rigor, nunca existiu, mas era melodioso. Suas letras já nasciam com melodia, que ele extraía de uma caixa de fósforos ou batucando numa mesa.
Adoniran Barbosa veio ao mundo no dia 06 de Agosto de 1910 e partiu em novembro de 1982.
Eu conheci bem Adoniran. Conversávamos bastante nos bares da cidade. Ele gostava de beber uísque Passport, um horror! E fumava muito, embora não gostasse de gastar dinheiro com cigarros e também com bebidas que passarinho não bebe. 
Em novembro de 1980, exatos dois anos antes de ele morrer, publiquei uma conversa nossa na extinta revista Homem, edição nº 27. Ele deixou muitas músicas inéditas. Uma parte já foi gravada por vários artistas como Tom Zé e Passoca e agora outra parte inédita de Adoniran chegará à praça ainda este ano, por iniciativa do músico e pesquisador musical Tomás Bastian, do conjunto João Rubinato. Esse conjunto, que tem oito integrantes, está dando retoques finais ao cedê Adoniran em Partitura. Desse disco participa Gregory, do paulistano grupo Gato com Fome.
Algumas músicas do disco: Minha Vida se Consome; Socorro; Teu Sorriso e Mamaô, respectivamente os dois primeiros sambas, uma marcha e um ponto de macumba.
Coisa boa vem aí, portanto. Fiquem ligados.

A obra de Adoniran é, como toda boa obra, imortal.
Quem conhece a obra de Adoniran Barbosa, os bons ouvintes mais de ontem, continuam cultuando-a, e os mais novos, de hoje, estão eufóricos descobrindo o talento de Adoniran. Exemplo? O músico Paulo Miklos, do Titãs, estrelou um curta intitulado Dá Licença de Contar, no papel de Adoniran. O mesmo Miklos promete levar levar à frente o projeto de transformar a história de Adoniran em um longa metragem. Adoniran Barbosa foi o sambista popular de São Paulo e Paulo Vanzolini, o erudito.





NEYMAR, ESCRAVIDÃO E EURO

O time tal comprou o jogador time de tal....
O jogador fulano de tal foi vendido para o time tal...
É comum ouvirmos isso no noticiário dos editorias esportivos dos jornais, revistas, etc.
Nos últimos dias, as manchetes esportivas do mundo todo têm anunciado a venda do brasileiro Neymar para o PSG.
A história é a seguinte e muito simples: com grana árabe, dos poderosos árabes, os franceses pagaram a fabulosa multa de 222 milhões de Euros ao Barsa da Espanha, para ter Neymar vestindo a camisa 10 que consagrou pelé nos áureus tempos do Santos; Santos de onde também saiu Neymar....
O time tal comprou o jogador fulano de tal.
O jogador fulano de tal foi vendido ao time tal....
Pois é, parece que estamos falando de escravos, de gente sendo vendida e comprada por gente de poder; poder de grana. Detalhe: e a essas vendas de humanos o mundo livre, democrático, aplaude com a maior naturalidade da vida.
Neymar foi vendido, e daí??
Enquanto isso, grandes homens da ciência e da educação pelejam para ensinar e salvar o mundo, das loucuras todas que o cercam.
Meu amigo, minha amiga, você sabia que o brasileiro inventor do avião,  Santos Dumont,  deu de garra de uma corda e enforcou-se numa casa da baixada santista, no comecinho dos anos de 1930? e você sabe por quê ele fez isso?
Meu amigo, minha amiga, você já se deu conta de que Einstein entrou para a história como um palhaço, e dos mais simplórios?
Meu amigo, minha amiga, você lembra do nome do médico que realizou o primeiro transplante de coração do mundo?
Meu amigo, minha amiga, você sabe quem foi Ana Neri e Florence Nightingale?
Pois é, os nomes aqui citados são nomes de grande importância para a história do mundo e do Brasil, particularmente. E não sabemos de nada, e insistimos em não sabermos de nada. Não saber de nada, nestes tempos de tantas "ferramentas" virtuais, parece ser o máximo.Curtimos, compartilhamos sem saber o que e digitamos o esquisito KKKK. Parece, até, que apostamos na nossa própria burrice, não já lemos mais os grandes livros, os clássicos.
Meu amigo, minha amiga, você conhece ou lembra de Platão, de Sócrates, seu Mestre? de Aristóteles, professor de Alexandre o Grande?
Neymar é um escravo de ouro, com milhões e milhões de grana no bolso. O que ele fará com isso??

sábado, 5 de agosto de 2017

E A VERDADE NO BRASIL, HEIN?

Diógenes foi um cara que viveu há uns 400 anos antes de Cristo. Era grego, nascido numa localidade chamada Sinópe, região que fica ali pelas bandas do Mar Negro e ao Norte da Turquia.
Diógenes não era garapa, era um palavrão entalado na garganta dos poderosos da sua época. Pintou e bordou e não deixou barraca de pé. Nem Alexandre, o Grande, escapou da língua ferina de Diógenes, que se recusava a ser chamado de mestre e tal e recusava as benesses de Estado. Uma perguntinha: O que Diógenes tinha a ver com Aristóteles, Sócrates e Platão? Nada.
Diógenes não obedecia leis e nem puxava o saco dos homens ricos do seu tempo, nem a filosofia, que imortalizou Aristóteles, Sócrates e Platão e seus pares romanos, lhe interessava. Tanto que não deixou nada escrito, que nem Sócrates. Sócrates também não era bolinho não. Era., digamos, um Diógenes mais ilustrado e mestre de Platão, que foi mestre de Aristóteles.
Uma vez, diz a lenda, Diógenes num linguajar nada rebuscado teria mandado Alexandre se catar, sair da sua frente. 
Sócrates era seguido por todos os jovens atenienses, era ídolo, mesmo.
Se Diógenes e Sócrates vivessem no Brasil de hoje, o Brasil teria, quem sabe, um destino melhor. Um porém: Sócrates correria o risco de ser condenado pelo STF por causa das suas ideias.
Diógenes morreu com 89 anos de idade e Sócrates com 70 e poucos.
Em homenagem a Diógenes eu compus o poeminha que segue:

A terra de Homero
E da Mitologia
Dos deuses do Olimpo
E da Democracia
Plantou em Diógenes
A flor da Anarquia

Diógenes era um doido

Diplomado em Poesia
Com sua lanterna acesa
Em pleno dia
Procurou mas não achou
No poder cidadania

Outras coisas ele achou

Mas não o que queria:
Um Ser que fosse honesto
A verdade sem fantasia
e um santo que falasse 
Do valor da valentia

Valente é todo Ser

Que vive de teimosia
Que detesta injustiça
E a lei da "Mais Valia"
E não vou falar mais disso
Adeus, até outro dia!


BRINCANDO COM A HISTÓRIA (44)



quinta-feira, 3 de agosto de 2017

GONZAGA, INEZITA E VIVA A VIDA

Hoje faz 28 anos e um dia que Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, despediu-se de nós e foi cantar no Céu. 
Hoje faz 64 anos que Inezita Barroso entrou em estúdio, no Rio de Janeiro, e gravou o samba-canção Ronda, de Paulo Vanzolini.
Luiz Gonzaga e Inezita Barroso são pérolas cidadãs que engrandeceram a música popular brasileira.
Uma vez Inezita me disse que nunca conheceu, musicalmente e como cidadão, alguém tão importante quanto Luiz Gonzaga.
Eu nunca perguntei a Luiz sobre Inezita. Falha Minha. Perguntei sobre Vandré. E ele respondeu: "Esse menino é muito bom. Diga prá ele que estou à sua disposição".
Luiz Gonzaga gravou, de Geraldo Vandré, que em Setembro faz 82 anos de idade, Prá Não Dizer que Não Falei de Flores, e Fica Mal Comigo. Em contrapartida, Vandré gravou Asa Branca e Boiadeiro, de Luiz Gonzaga.
São Histórias...
Luiz não tinha medo da morte, Vandré tem.
Inezita nunca teve medo da morte, e nem da idade.
Muitas mulheres e homens negam a idade.
Carmélia Alves, com aquele bocão, ria até não se acabar quando ouvia alguém mentir a própria idade. Inezita também.
Quanta história...
A grandeza das pessoas está nelas, em cada pessoa.
Viva quem vive a viada da melhor forma, sem ligar pro tempo, e fazendo história.
E vejam meus amigos, minhas amigas, hoje eu ia falar de um cara chamado Diógenes.
Bom, fica prá amanhã.




BRASIL DE PEQUENINOS

A primeira cidade do Brasil é, como todos sabem, São Vicente, SP. O Brasil, hoje, tem mais de 5.000 municípios. A raça povo brasileira é de bom nível. É raça boa, somos resultado de tudo quanto é bom, de belezas humanas. Agora, cá prá nós, não aprendemos ainda a eleger gente que possa nos representar nas esferas políticas. O que vimos, ontem, na Câmara dos Deputados foi um horror, mas é o que temos, é o que escolhemos. Quem sabe em Outubro do ano que vem a gente comece a acertar, escolhendo a nós mesmos lá.

terça-feira, 1 de agosto de 2017

A PROPAGANDA ESTÁ DE LUTO, MORREU MESSINA

"A propaganda é a alma do negócio". Eu cresci ouvindo isso na escola, no trabalho, nas reuniões, em todo canto.
A propaganda começou sabe-se lá quando! Mas, certamente, desde Adão e Eva e antes até. 
Diógenes entrou para a história como o grego maluco que enchia o saco dos poderosos e procurava com uma lanterna acesa um homem que fosse honesto. Não consta que achou.
A maçã ficou famosa como fruta no mundo todo a partir do momento em que a Igreja Católica anunciou que Adão fora tentado a comer o que não deveria comer...
Hitler criou a Suástica e através dela e da sua loucura assassina entrou para a história, depois de assassinar milhões e milhões de inocentes.
A propaganda, em disco, chegou ao Brasil em 1935. 
A primeira gravação de uma propaganda em disco de 78 Rpm, foi feita pelo artista que ficaria famosos como o Cantor das Multidões: Orlando Silva (1915-1978).
O jingle gravado: Chopp da Brahma.
Em 1935 fazia dois anos que o pernambucano Manezinho Araújo (1910-1993), o Rei da Embolada, estreara na Indústria Fonográfica. Mané, para os amigos, foi o segundo artista da nossa música popular a fazer propaganda comercial. No caso, o sabonete lifeboy e o óleo de peróba.
O chopp da Brahma, letra e música, trazia as assinaturas de Ary Barroso e Bastos Tigre.
Em 1933, estréia do Manezinho em disco, nascia o carioca Archimedes Messina, um dos mais inspirados autores de jingles no Brasil. Se não foi o maior, está entre os três ou quatro maiores. São dele clássicos para a Varig e para o Café Seleto, incluindo a música de abertura que marcou para a história o programa do também carioca Sílvio Santos: Sílvio Santos vem aí...



Uma historinha: Messina inspirou-se numa lenda japonesa para criar um dos muitos jingles que fez para a Varig. Conta-se que um velho pescador japonês salvou da morte uma tartaruga. Salva, a tartaruga o levou a conhecer as profundezas do mar. Esse jingle foi gravado pela nissei Rosa Miyake, que em 1969 gravou "Prá Não Dizer que Não Falei de Flores", do paraibano Vandré.
Fazer ou gravar jingle é, sem dúvida, algo um tanto interessante. Uma vez eu gravei um jingle para um banco que não existe mais. Fica o registro:



De 1935 até os dia atuais, centenas e centenas de artistas da MPB compuseram e gravaram mensagens comerciais e políticas, como Luiz Gonzaga, Simonal, Chico Buarque, Caetano, Renato Teixeira e Roberto Carlos que induziu muita gente a comer carne da Friboi. A propósito, de tão ridículo, RC foi tirado do ar.
Archimedes Messina morreu ontem, aos 85 anos de idade. Meus pêsames à família pelo desaparecimento de Messina, pessoa simples, natural, espontânea, amiga dos amigos, que tive o prazer de entrevistar no programa Tão Brasil, que, por um ano e pouco apresentei na All TV.
Para lembrar mestre Messina, clique:









BRINCANDO COM A HISTÓRIA (43)




segunda-feira, 31 de julho de 2017

GERALDO DO NORTE VOLTA AO RÁDIO

O Brasil está de cabeça pra baixo.
É crise por tudo quanto é lado, não é mesmo? Dá até pra dizer que os ratos da República de hoje espalhados por ai a fora, usam terno e gravata e falam uma esquisita língua que tem haver com propina e corrupção. É como se fosse uma língua. Propines. 
As cadeias do Brasil estão cheia de ratos falando propines. Fora da cadeia, também. Portanto é muito bom receber boas notícias. Agora mesmo, por exemplo, recebi a noticia de que o grande poeta matuto Geraldo do Norte está voltando às ondas hertzanas. Essa boa noticia eu as compartilho com vocês. Façam o mesmo com seus amigos etc.

"PRA GENTE SE DIVERTIR
 VOU ABRIR MEU TABULEIRO
DE JANEIRO A JANEIRO
DO OIAPOQUE AO CHUÍ

MEUS AMIGOS AQUELE ALÔ.
NESTE SÁBADO, 05-08-2017 O PROGRAMA "NO TABULEIRO DO BRASIL ESTRÉIA NOVA TEMPORADA, AGORA AOS SÁBADOS E DOMINGOS, DE 00:00 AS 3:00 DA MANHÃ.
ESPERO MAIS UMA VEZ CONTA COM A SUA AUDIÊNCIA.
AGRADEÇO A TODOS OS QUE CONFIARAM EM NOSSO TRABALHO, INCLUINDO VOCÊ, QUE MANTEVE CONTATO COM A OUVIDORIA DA EBC PEDINDO A VOLTA DO PROGRAMA. ESPERO  CONTAR COM SUA ATENÇÃO PARA NOS AJUDAR A FAZER UM BOM PROGRAMA DE RÁDIO.
CONTINUEM PRESTIGIANDO O NOSSO TRABALHO, AGORA SENDO TRANSMITIDO PELA REDE EBC DE RÁDIOS PARA TODO O BRASIL.
VAMOS SER PARCEIROS DOS FINAIS DE SEMANA!.

QUERO CONTINUAR UNINDO OS MUITOS BRASIS DESTE BRASIL COM SONS, ACORDES E RIMAS PELAS ONDAS DA SUA RADIO NACIONAL, "A EMISSSORA MAIS QUERIDA DOS BRASILEIROS". LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

E para lembrar o grande Geraldo do Norte, clique:




BRINCANDO COM A HISTÓRIA (42)


domingo, 30 de julho de 2017

LUIZ DA CÂMARA CASCUDO, SAUDADE...

Gota serena, bexiga lixa e cachorro da mulesta. Estas são algumas das expressões que habitam a boca do povo nordestino, desde sempre. Algumas delas eu já havia até esquecido, confesso. Mas ontem, durante um café da manhã partilhado por Ana, a mim e ao amigo Cortez, veio tudo à tona. E rimos muito. À mesa, cuz cuz de milho, tapioca, soda de rapadura, macaxeira espapaçando, suco de laranja, seriguela, café de pilão e leite de coco, de coco mesmo! Uma delícia!
A semana começou comigo e Cris na casa dos amigos Paulo, Mari e Aidan, filho de ambos, no Ibirapuera. E lá estavam outros convidados para participar de mais um sarau. Reencontramos o cantor, compositor, instrumentista cearense, Graco, autor da bela canção Noturno, mais conhecida pelo verso "coração alado", imortalizada por Fagner (Graco aparece de chapéu, na última foto, ao lado de Brau Mendonça, os dois tocaram lindamente seus violões).
O sarau estendeu-se até as primeiras horas da madrugada. Eu declamei uns poeminhas que ando fazendo para não endoidecer, Graco cantou e tocou, Paulo, que é agrônomo de profissão, cantou e tocou feito gente grande, ao lado de Osias e Cristina, Brau e Rosângela e Ana. Marisa veio do Ceará e declamou o décimo quinto poema do repertório de Vinte poemas de amor e uma canção desesperada do chileno Pablo Neruda (1904-1973). Foi tudo muito bom. ( foto acima)
Agora há pouco o cantor, compositor e sanfoneiro, Targino Gondin, telefonou, de Petrolina, PE, para dizer que acabara de voltar de uma esticada que deu à Angola, África. Ele está com mil ideias e quer que eu me envolva nelas. Bora lá! Filme, documentário na parada. Lembrei que deixei um projeto sobre Luiz Gonzaga na França. E bora, bora!
Minutos atrás, quem também ligou foi o amigo Joel dos Santos, dizendo-se animado por topar no vídeo da Plin Plin com a cearense Amelinha cantando. Eu também gosto da Amelinha. Amelinha, ex-companheira do paraibano Zé Ramalho, gravou belamente o frevo Frevo Mulher. Confira:





CÂMARA CASCUDO

Hoje faz 31 anos que o memorialista da cultura popular potiguar Câmara Cascudo partiu para a Eternidade. Cascudo nasceu em 1897 e deixou uma obra monumental sobre costumes e outras coisas do povo. Proseei muito com ele na sua casa em Natal, RN. E cheguei a publicar uma ampla entrevista que fiz com ele em sua casa. Essa entrevista saiu no extinto suplemento dominical do paulistano Folha de S.Paulo, Folhetim. Encontra-se no acervo do Instituto Memória Brasil, IMB, gravação em fita cassete de pelo menos um encontro nosso. Chegeui a gravar provavelmente o único poema de sua autoria, Não Gosto de Sertão Verde. Confira:




BRINCANDO COM A HISTÓRIA (41)





quinta-feira, 27 de julho de 2017

ANTÔNIO NÓBREGA NA CBN

Ouvi hoje à tarde, na CBN, do artista multitudo Antônio Nóbrega (foto). Ele falou, naturalmente, sobre cultura popular. A sua praia. Lembrou que falta ao governo uma pauta cultural que beneficie as pessoas que gostam de cultura. Lembrou também que há, no Brasil, centenas e centenas de orquestras de repertório erudito e essas sim contam com apoio do governo. E por que as outras não? E aí ele se referia às orquestras populares, como a de frevo de Recife.
Nóbrega esteve coberto de razão no correr da entrevista que deu à CBN, ao vivo. É como se fôssemos dois Brasis, o de cima e o de baixo. Aliás, tema de um belíssimo poema do poeta popular Patativa do Assaré (1910-2002). Ouça, na voz do seu filho Cidrão:



O Brasil de baixo é o Brasil dos pobres, dos descamisados, dos sem ninguém, dos órfãos e pés no chão. Isto é, o Brasil da cultura popular. O outro Brasil, o de cima, é o dos afortunados etecétera e tal. Aqui não resisto de lembrar uma tirada atribuída ao anárquico grego Diógenes, que viveu há 4 séculos a.C. A tirada é a seguinte, segundo Diógenes: "em casa de rico não tem nada o que fazer a não ser cuspir na cara dele". Não tenho nada contra rico nem pobre. Tenho contra a burrice nacional e privilégios particulares.
A entrevista findou com Nóbrega ao violão cantando uma música do rei do Baião, Luiz Gonzaga.
Faz-se urgente uma pauta cultural para todos os brasileiros. Até porque os espaços da cultura popular no rádio e na tevê não existem. Não confundir cultura popular com cultura de massa, massificada, dos safadões da vida.
Hoje também ouvi no rádio, na Band, acho, notícia de Brasília dando conta de que o presidente em exercício chamou o seu ministro da cultura de "secretário". Daí vê-se a importância que a cultura brasileira tem para o presidente da República. Quer dizer, ele nem sabe se tem ministério ou Secretaria da Cultura. Um horror, não?
E o Secretário de Cultura do Município de São Paulo, hein?
O Homem da cultura do prefeito Dória, o tal Sturm, foi demoradamente vaiado ontem à noite, 26, na abertura do 12º Festival Latino Americano de Cinema, no Memorial da América Latina. Sturm é aquele que ameaçou bater num agente cultural em maio, na Zona Leste da cidade. A que ponto chegamos, Deus do Céu!

BRINCANDO COM A HISTÓRIA (40):

Eu já disse, mas não canso de repetir: O cartunista Fausto é incrível, um dos mais atentos, antenados do Brasil. O mergulho que Fausto está dando na pré história é completamente fantástico. Foi neste Blog que ele iniciou esse mergulho. Vejam que pérola é esse saque do primeiro beijo pré histórico, a descoberta do amor.




quarta-feira, 26 de julho de 2017

VAQUEJADA, PEGA DE BOI E FORRÓ

O nome de Temer ardeu nas fogueiras juninas do Nordeste de Meu-Deus-do-Céu. Queimou que fedeu, entre paus e gravetos de segunda linha. E queimou e fedeu até no último domingo, 23, em Serrita, PE.
Em Serrita, cidade sertaneja localizada há pouco mais de 500 km da capital pernambucana, umas 70.000 pessoas tomaram cachaça, comeram carne seca, rabada e buchada até o sol por de volta sua cara por aquelas bandas. Esse povo todo curtiu vaquejada, pega de boi e forró com o paraibano Flávio José e forrozeiros da região.
Foi bonita a festa, pá.
Desde 1971, Serrita vem se transformando no palco da maior missa campal do Brasil, quiçá do mundo. É festa religiosa e profana, inspirada no assassinato do vaqueiro exuense Raimundo Jacó, ocorrido no dia 08 de julho de 1954.
Raimundo, nascido no dia 16 de junho de 1912, era primo legítimo do rei do baião Luiz Gonzaga.
A missa realizada domingo passado foi a 47ª.
A Missa do Vaqueiro foi criada pelo poeta repentista Pedro Bandeira, paraibano, e pelo já referido Luiz Gonzaga, e a primeira celebração realizada pelo Padre João Câncio (1936-1989).
Lembro-me de Luiz Gonzaga contando a história do seu primo em entrevista que publiquei no extinto suplemento dominical da Folha de S.Paulo. Enquanto falava, Gonzaga emocionou-se várias vezes. Chorou, mesmo. Ele tinha pelo primo um respeito e encantamento profundos. Tão profundo e respeitoso que chegou a compor e a gravar uma belíssima música em sua homenagem. Esta:


Lembro-me também de João Câncio, a mim apresentado noutra ocasião em São Paulo, Capital. João abandonara a batina para casar-se. Assisti o abraço forte, afetuoso entre os dois. Gonzaga prometera ao amigo um "anel de doutor", pois ele acabara de concluir o curso de Direito. Quanta história!
Raimundo Jacó transformou-se numa lenda. Já era uma lenda, segundo o primo Gonzaga. Jacó parecia falar a mesma linguagem do gado. Sabia até os pontos exatos em que pastavam e se escondiam e fácil, fácil, localizava com presteza as reses perdidas. Aliás, foi a busca por uma rês perdida que o levou à morte: Um cabra o matou por inveja. Foi acusado formalmente, mas não condenado por falta de provas. Seu nome: Miguel Lopes.
Nessa história havia um cachorro, um vira lata que ia prá todo o canto com o seu dono, Raimundo Jacó. Depois de o corpo do seu dono ser localizado, velado e sepultado, o cachorro permaneceu por vários dias à beira do túmulo, sem beber e sem comer nada. morreu ali. A história é triste, acompanhe:



BRINCANDO COM A HISTÓRIA (39):



domingo, 23 de julho de 2017

AMIZADE E DIREITOS AUTORAIS


Um argentino fora do eixo encheu de cartas muitas representações diplomáticas para apoiá-lo na criação do Dia Internacional do Amigo. Isso foi pouco antes de o homem pôr suas patas na Lua, no dia 20 de julho de 1969. Naquele dia, Armstrong (1930-2012) -o homem da Lua- disse que o nosso planeta era uma coisinha de nada perdida no Universo. Pois bem, o Dia Internacional do Amigo virou uma realidade, comemorada no dia em que o homem desceu da Apolo XI e foi procurar São Jorge...
Lembro disso porque acabo de receber um telefonema do dileto e querido amigo piauiense Jorge Melo, um dos mais festejados craques da nossa música popular e doutor de respeito na área de direitos autorais, no Brasil. Ele ligou para dizer que estava com saudade, e lembrou do Papete, que partiu há dois anos para a Eternidade.
Jorge Melo iniciou a carreira há cinquenta anos, gravando discos autorais e produzindo discos dos outros. O cabra é de bom cabedal: ator, cantor, compositor, instrumentista, cordelista, o escambau.
Você sabia, meu amigo, minha amiga, que Jorge recebeu há anos o desafio de pôr os pingos nos is no tocante à questão autoral dos direitos do Hino do Corinthians? 
Direitos autorais é uma questão complicada no mundo todo, especialmente no Brasil.
Eu mesmo levei peia nessa questão. Perdi por não receber o que deveria com livros e músicas. A última vez que recebi algo do ECAD não deu prá sequer fazer uma feira aqui de lado, na rua Antonio Gordo. 
Há poucos dias entrou e saiu de cartaz em São Paulo, um filme sobre nosso dileto autor pernambucano João 
Leocádio da Silva (1935-2013). Clique para ver uma das últimas entrevistas que ele me deu:


Não sei quem dirige o filme, O que me dizem é que a trilha sonora é toda recheada de músicas do João, mas seus herdeiros não receberam até agora nadica de nada e que sequer as editoras musicais foram consultadas.
Isso dá rolo. João é o autor mais frequente do repertório do Rei do baião, Luiz Gonzaga, por baixo passa de 900 o número de músicas de sua autoria, começou a gravar ali pela metade dos anos de 1950. 
São poucos os artistas que não têm o que reclamar do ECAD, entre os quais Caetano, Chico, Roberto, Milton e os sertanojos das paradas de sucesso.
Braguinha, o grande Braguinha (1907-2006), parceiro do gigante Noel Rosa, dizia que não recebia nada ou quase nada dos direitos da extensa obra que construiu. O Vandré reclama disso até hoje.

sábado, 22 de julho de 2017

NÃO HÁ FUTURO SEM PASSADO, E VIVA TINHORÃO!

Viver é bom demais, que o digam meninos como José Ramos Tinhorão. No dia 07 de fevereiro do ano que vem, Tinhorão entrará soberbamente na casa ainda pouco frequentada dos 90. E ontem, como toda sexta, ele chegou supimpa e serelepe dizendo que suspeitava estar entrando na chamada fase da velhice. "Ser velho é uma merda!"
Rimos muito.
O humor do Tinhorão é do tamanho da sua sabedoria, ou seja: enorme.
No começo deste mês, o gaúcho Paixão Côrtes inaugurou a casa dos 90. Paixão, como Tinhorão, tem muito o que falar. E já falamos, trocamos ideias, sobre vida e cultura popular. Foi no tempo em que eu apresentava um programa na Rádio Trianon, daqui de Sampa.



Inezita Barroso Adorava Paixão Côrtes e dele chegou até a gravar músicas. Mas voltemos a Tinhorão.
O Brasil deveria ou deverá tomar vergonha na cara e abrir-se em homenagens a José Ramos Tinhorão. Tinhorão merece todas as glórias, todos os louvores, por ser quem é e pela obra grandiosa que nos tem legado. Este ano ele já publicou livro novo e ano passado também. E agora mesmo está às voltas de outro, dessa vez sobre a poética licenciosa da arte e compositores brasileiros. Estamos nessa, junto com Rômulo Nóbrega, Roberto Luna, Kyldemir Dantas, Oliveira de Panelas, Téo Azevedo e outros e outros, amigos e comparsas.
Eu já disse e repito, a obra de Tinhorão que beira uns 40 livros, precisa ser adotada em todas as escolas públicas e privadas deste país varonil. Ler faz bem, tanto que Tico e Teco agradecem.
Atenção Edu Ribeiro, Barão, Audálio, Luciano Martins e Zé Hamilton Ribeiro: Preparemo-nos para uma bela entrevista sobre José Ramos Tinhorão para o portal Jornalistas&Cia. Atenção, atenção Brasil, Tinhorão está indo ocupar bela cadeira na casa de poucos, a 90.
Ah! Tinhorão foi o jornalista que criou a foto-legenda no JB, por onde se aposentou.

PRESENTE

Um país sem passado, que não respeita seu passado, que não estuda seu passado, que não prima por seu passado, não pode ter um bom futuro. Não há futuro sem passado.

O HOMEM MORRE, A ESPERANÇA NÃO!

Carroças e carroceiros, desde a Idade Média existem.
Os carroceiros são modernagem desde sempre. E importantíssimos, desde a Idade Média. 
Nesta nossa Idade, relegamos a último estágio o carroceiro. Quão idiotas somos, não é mesmo?
Carroças e carroceiros são e serão importantes o tempo todo neste mundo modernoso em que vivemos.
Um homem carroceiro morreu. Tinha 39 anos e era paulistano. 
Quantos homens paulistanos e de 39 anos há no Brasil, no mundo?
Esse homem de 39 anos, paulistano, tinha por nome Ricardo Silva Nascimento.
Ricardo, tantos Ricardos brasileiros, recebeu tiros no peito à queima roupa, sem poder defender-se.
Ricardo foi morto pela polícia.
Quantos Ricardos ainda morrerão, inocentemente, pelas balas policiais?
Ricardo foi brutalmente assassinado na quarta, 12. Pessoas se movimentaram e levaram o nome do Ricardo à consciência popular.
Uma missa foi rezada em memória de Ricardo.
Que Deus nos proteja da Polícia!




BRINCANDO COM A HISTÓRIA (38)




domingo, 16 de julho de 2017

DITOS, AS PÉROLAS DO POVO

A cultura popular e seus ditos são fantásticos, portadores de grande sabedoria, certo? 
A cultura popular está em todo o canto, como em todo o canto está o povo.
A cultura popular é resultado da vivência do povo. E isso se acha no teatro, no cinema, na música, nas artes em geral. E uma coisa puxa a outra. Por exemplo quando algo não interessa aos político, eles dizem desconhecer a causa ou a razão dos fatos. Quer ver? Lula nunca soube de nada, especialmente das acusações que lhe são feitas, é o que se lê, é o que se ouve. 
O nada saber de Lula faz-me lembrar o filósofo grego da Era Clássica, Sócrates.
Sócrates foi condenado à morte no ano 4.000 a.C., sob a acusação de corromper a juventude e negar os deuses do seu tempo. Corromper no sentido de convencimento de ideias e ideias. Sócrates, como se sabe, já nasceu avançadíssimo para o seu tempo. Tanto que ele e sua obra sobrevivem. 
Ao escolher o tipo de morte, Sócrates escolheu a cicuta. 
Além da obra, Sócrates legou à Eternidade a frase clássica: "Só sei que nada sei". Simplicidade profunda, profundíssima, não é mesmo?
Pode se dizer que Sócrates foi vítima da Justiça de seu tempo. A Justiça destes tempos acaba de condenar o ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva a 9 anos e meio de cadeia. Justiça ou injustiça?
Ao fim do laudo condenatório o juiz Sergio Mouro recorreu à sabedoria popular: "Não não importa o quão alto você esteja, a lei ainda está acima". 
Uma coisa puxa a outra: "Aqui se faz, aqui se paga". Outra: "A Justiça tarda mas não falha". Mais uma : "Olho por olho, dente por dente". E esta, que está na boca de todo mundo: "Pau que bate em Chico bate em Francisco. E tem aquela também: "É pau que bate em doido!".
Olho por olho etc., tem origem babilônica, tá na Bíblia. Consta que foi dita muitos séculos antes de Cristo vir ao mundo. Tem pinta de vingança.
Já a Justiça tarda etc., veio do povo português, como tantas outras. 
A ideia de justiça foi amplamente exposta e discutida por Aristóteles.
Segundo a visão aristotélica, justiça é uma coisa para ser aplicada igualmente a todos. É aquela história de a Lei ser para todos. A injustiça é uma variante da justiça, que recai muitas vezes sobre a cabeço do povo que não tem grana pra pagar a advogados de elite, como esses que estão ai a defender lustrosos nomes da República. 
Uma vez questionado sobre lei, Getúlio Vargas teria dito: "A Lei? Ora a Lei!". Ele também teria dito a seguinte frase: "Para os amigos tudo, para os inimigos a Lei".
Para ilustrar, um poeminha que acabo de compor:

Diógenes foi um craque
Do escracho e do saber
E viveu por muito tempo
Tentando só entender
Por quê se rouba tanto
Desde sempre até morrer

Cego, pobre e doido
Ele partiu após dizer
Que Deus não teve culpa
De o homem escolher
O verbo Ter antes do Ser
Como via prá viver

Assim o tempo passa
Sem o homem perceber
Que entrou em parafuso
Nas entranhas do seu Ter
E é certo que nem sabe
Que perdeu-se do seu Ser.

Após elo perdido
partido, o que fazer?
Terá salvação salvação?
Ou ele irá morrer
No pó e na sujeira
Dos escombros do Poder?






BRINCANDO COM A HISTÓRIA (37)








sexta-feira, 14 de julho de 2017

FORRÓ PRÁ TODO MUNDO

Anastácia, a bam bam bam do Forró telefona toda feliz para dizer que as dores fortes que sentia nas penas sumiram, depois da intervenção cirúrgica feita há poucos dias no HC. Cirurgia simples, da vesícula. Agora está em casa, de molho, mas já se preparando para apresentações no Espírito Santo e em Sergipe. Depois disso, já no primeiro dia de Setembro, já estará na Espanha rumando em seguida a Portugal. É a primeira vez que sai do Brasil, de mala, mas deixando a cuia cá na terrinha. Além disso, tem novo disco chegando ao que sobrou do mercado na próxima semana ou na outra.
Viva Anastácia!
O sanfoneiro Targino Gondim é outro que sai do Brasil pela primeira vez. Ele viajou ontem e hoje já tem apresentação em Angola. De novo estará conosco semana que vem. Targino é o coautor do sucesso Esperando na Janela, gravado por tudo quanto foi intérprete. Gil, inclusive. 
Mês passado, o canal Futura e a Tevê Caatinga levaram ao ar a série de quatro episódios intitulada Sou Forró. Apresentada por Targino, a série reuniu grandes nomes do nosso forró, entre os quais Genival Lacerda e Maciel Melo. Eu participei do último episódio falando sobre danças populares. Curtam:



TÉO AZEVEDO

O cantador mineiro Téo Azevedo só saiu do Brasil uma vez, hás muitos anos. Foi cantar e tocar em Portugal, onde identificou-se com as raízes populares. Em Setembro, acho que dia 19, ele não estará na Alemanha, mas na Alemanha será lançada uma produção musical sua em vinil, LP. Trata-se do primeiro de quatro discos de chorinho que ele acaba de produzir, todos com músicas suas, instrumentais. O primeiro eu já ouvi e gostei demais. Na verdade surpreendi-me deveras com o que ouvi. Téo é um danado. Ontem ele esteve conosco, trazendo à tiracolo o cantor, também mineiro, Toni Agreste e rapadura e uma boa cachaça. Viva Téo.

CHIQUINHA GONZAGA

A mais fértil compositora musical brasileira, Chiquinha Gonzaga (1847-1935), ainda não caiu de vez no esquecimento popular, felizmente. Chiquinha era para ser lembrada, tocada e aclamada todos os dias, inclusive nos templos de música erudita. A propósito, praticamente despercebida ocorreu a apresentação da peça Aprendiz de Maestro - O Forrobodó de Chiquinha, na Sala São Paulo, com renda destinada às Crianças e Adolescentes portadores do mal do câncer. Foi no último dia 1º. O espetáculo contou com a participação do grupo musical As Choronas.

VIDA E MORTE

A vida e a morte são eternos temas na cultura universal, em todas as línguas. São milhares os idiomas e dialetos falados nos quase 200 países catalogados pela Organização das Nações Unidas ONU. Temos certeza absoluta de uma coisa: que vamos morrer, e quem vai nos levar, a morte. Eterno, portanto, a penas a vida e a morte.

BRINCANDO COM A HISTÓRIA (36)



quinta-feira, 13 de julho de 2017

O HOMEM, INIMIGO DO CACHORRO...

Acha-se nas páginas do folclore o seguinte: "cachorro é o melhor amigo do homem". Ouvi hoje na Tevê a notícia sobre a aposentadoria de um labrador de nome Popó. Popó tem 11 anos de idade e era queridíssimo por policiais rodoviários. Uma policial, despedindo-se de Popó abraçou-se a ele e não conteve as lágrimas.
São muitas as notícias que têm cachorros como personagens. 
Mais ou menos oito séculos antes de Cristo, um cidadão criou uma história de amor, paixão e guerra. Essa história andou de boca em boca por muito tempo e hoje é lida em quase todas as línguas conhecidas. Refiro-me à obra-prima Odisséia, de Homero. Homero era um cego como eu, mas muito mais criativo.
Em Odisséia acha-se um personagem chamado Argus. Argus é um cachorro. Durante uns 20 anos o seu dono, Ulisses, andou mundo afora procurando o raptor de Helena. Helena era a mulher de Menelau. Veja o resumo dessa história na música de Otacílio Batista, interpretada por Zé Ramalho.


É uma história bonita. Ao regressar, Ulisses foi imediatamente reconhecido por Argus. Argus estava terrivelmente debilitado, tanto que deu o último suspiro assim que reconheceu o seu dono.
Lembro-me de muitas histórias envolvendo cães.
Ali pelo século 5 a.C., uma cachorra, diz a lenda, amamentou os irmãos Rômulo e Remo. E surgiu Roma.
Quem, do meu tempo, não se lembra do pastor alemão de origem francesa Rim Tim Tim? O dono de Rim Tim Tim era um menino que nos momentos em que se achava em apuros, bastava dizer: "Rim Tim Tim"! Foi um seriado que passou entre os anos de 1950 e 1960.
Sim, são muitas as histórias que envolvem cães.
O alagoano Graciliano Ramos, na sua obra-prima Vidas Secas nos traz a história de uma família formada por um casal, dois filhos, um papagaio e uma cachorra. Baleia, a cachorra, é quem salva a família da fome, caçando preás. No fim da história, Baleia é morta com um tiro na cabeça.
Além de Graciliano outros grandes autores brasileiros inseriram em suas histórias cachorros de todos os tipos e comportamentos. Vocês já leram o Auto da Compadecida, do paraibano Ariano Suassuna? Quem não leu, leia. E a história do Cachorro que Defecava Dinheiro, de outro paraibano, o cordelista Leandro de Barros (1865-1918)?
Os cachorros prestam os mais diversos tipos de serviços ou auxílios aos seus donos, além de divertir crianças de todas as idades.
No Brasil há cerca de 6 milhões de pessoas cegas, parcial ou totalmente.
Não são ainda muitos os cegos que se utilizam de cães guia. As informações que tenho a respeito é que não é fácil treinar e cuidar de cães guia. Mas, dizem, cego com cão guia está no céu. E deve, mesmo!
Os cães surgiram lá prás bandas da Ásia, há uns 20, 30, 100 ou 300 mil anos. Os estudiosos ainda não definiram a data exata.
Os cachorros descendem dos lobos. Aliás, o nosso cartunista especial Fausto fez um homem pré histórico adotar um animal, Lobinho.
Existem cerca de 30 milhões de cães nas ruas do Brasil, abandonados.
No Brasil existem cerca de 65 milhões de domicílios. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, 44,3% desses domicílios têm pelo menos um cachorro e 17,7% um gato, no total, segundo a pesquisa do IBGE, publicada há dois anos, adotados há pelo menos 52 milhões de cachorros e 22 milhões de gatos.
Comecei este texto fazendo referência ao cachorro como melhor amigo do homem. E o homem do cachorro, o que é?
Foi não foi, nos deparamos com notícias entristecedoras. Notícias de homens que agem criminosamente contra os cães, verdadeiros seriais killer. Agora mesmo uma notícia que dói: Panda foi assassinada. Covardemente assassinada por alimento envenenado. O caso aconteceu na rua onde morava a querida Inezita Barroso, logo ali no Bairro da Água Branca, perto do Parque de mesmo nome e do Alianz Parque. Fica a pergunta, o homem que matou Panda é homem? Ou um bicho que não presta?
Sim, esse é mais um caso policial.

BRINCANDO COM A HISTÓRIA (35)


segunda-feira, 10 de julho de 2017

Cultura Popular, a alma do ser

Como é bom viver.
Como é bom viver e reencontrar pessoas queridas.
Eu vejo tanta gente, e tanta gente querida, que vem me ver e me ouvir, de modo que nem sei por que.
Ontem eu liguei por Boldrin, Rolando, e ele pediu pra eu ligar depois. Não entendi. Eu ligo pra Vital Farias e Vital me liga. Meia noite, duas da manhã. Algo parecido com Vandré. Sempre atento, sempre ouvindo.
Gato com Fome é um grupo que eu adoro.
Valdeck de Garanhuns acabou de sair daqui. E antes de sair, cantou, brincou, junto com a mulher Regina. E os Gato com Fome...
Gato com Fome é o nome de um grupo musical, paulistano, que se encantou com o Valdeck de Garanhuns.
É assim que é o Brasil: cultura popular em todos os meios e sentidos, campos e artes.
Cultura popular é a alma do ser.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

NEGREIROS ETERNOS




O mundo está doido. Mas não quero falar disso.
O mundo sempre foi maior do que imaginamos. O mundo é simples, todo simples. Nós somos imundos. Nós não gostamos de nós. Há explicação para isso?
É quase normal, porque normal não é esquecermos de tudo, de tudo e quase tudo de nós.
A tarde do dia 6 de julho de 1871 carregou um homem chamado Antonio Frederico de Castro Alves, baiano nascido no coração dos sonhos e da liberdade.
Castro Alves guerreiro, mestre da palavra e sonhador da liberdade.
Nestes tempos loucos em que vivemos, a liberdade não significa nada.
Castro Alves, que partiu para a eternidade aos 24 anos, 3 semanas e 1 dia (1847-1871), deixou a lição que não aprendemos: viver com alegria, respeitar um ao outro, cantar, dançar, dizer coisas lindas um para o outro...
Castro Alves tentou nos ensinar o viver, o bom viver, o estar bem um com o outro. Castro Alves  foi e é um professor da vida, e com ele, parece, não aprendemos porque não queremos... Que pena, não é?
Castro Alves tinha muito respeito pelo seu avô materno, José Antonio da Silva e Castro, o "Periquitão", herói da Independência do Brasil. Sob o comando do avô de Castro Alves, estava Maria Quitéria.
Meu Deus, como é grande e forte a história do Brasil!
Eu, um besta, não posso reclamar de nada. Meus amigos, meus heróis, continuam a mim me abraçando.
Só não vê quem não quer ver.   E sabe por que? Porque é tudo muito rápido e a história é como se fosse um passado inatingível.
O passado é presente, se quisermos.
A gente, presente, aprende com o passado.
O ontem é hoje, se quisermos.
Castro Alves, o poeta que fez a transição do romantismo para o realismo, nos leva se quisermos, a entender o social que vivemos.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

E A AUTO ESTIMA DO BRASILEIRO, HEIN?

A saúva, nas suas mais diferentes formas, está roendo a raiz da honestidade e do respeito brasileiros. Não é de hoje que isso acontece, mas nunca com a intensidade que tem deixado o povo tão abismado, tão surpreso, tão decepcionado, tão triste.
Uma bala perdida, mais uma, achou  o útero de uma jovem de 29 anos no Rio de Janeiro. Grávida de 9 meses, a jovem foi levada às pressas a um hospital público onde ainda se acha. Seu bebê, atingido gravemente, já está paralítico e entre a vida e a morte.
Em São Paulo, um brasileiro foi submetido a uma cirurgia no hospital do Servidor e de lá saiu com um grampo na barriga. Depois de receber alta ele reclamou de dores intensas e os médicos disseram-lhe que não era nada. Depois de insistir durante dias, o paciente finalmente recebeu a informação do grampo, que ainda lhe provoca enormes dores. 
Numa cidadezinha do Triângulo Mineiro, uma mulher foi presa furtando shampoo num supermercado. Um advogado entrou com pedido de soltura no STF, onde o ministro Edson Fachin recusou o pedido e a mulher continua presa. Fachin é o mesmo juiz que soltou o Homem da Mala, pego com a mão na botija. O STF é uma loucura, não é? O Congresso também. Enquanto isso estão soltos na buraqueira Aécio e sua irmã, a mulher do Cunha, Jucá, Lula, Dilma, Renan, Gedel, Temer, Kassab, Moreira Franco, Eliseu Padilha e mais e mais e mais larápios da nossa cidadania. Aliás, sugiro que abram-se todos os presídios do País e solte-se todos que lá estão, inclusive o Sérgio Cabral, cuja mulher já está solta. 
Você sabia meu amigo, minha amiga, que as cadeias brasileiras abrigam pelo menos 300 mil presos provisórios.
Sexta feira passada a Câmara Federal estava completamente vazia. Não, vazia não: um deputado foi flagrado marcando ponto. Detalhe: o tal estava lá porque a Justiça assim decidiu. Ele tem que marcar ponto diariamente e voltar para a cadeia à noite.
Esse Brasil, melhor, as autoridades do Judiciário, Legislativo e Executivo são de lascar, não é mesmo?
Prá ver como são as coisas: Eu ia falar hoje sobre a independência da Bahia.

BRINCANDO COM A HISTÓRIA (34)







sexta-feira, 30 de junho de 2017

ARMADILHAS CONSTITUINTES


Dia 28 deste mês motivo havia para que se comemorasse o Dia Estadual do Choro. Mas não houve comemoração nenhuma sobre tão importante data. 
O Dia Estadual do Choro foi criado em homenagem ao paulista Anibal Augusto Sardinha (1915-1955). Augusto ficou famoso pela categoria com que tocava violão. Começou a tocar bem cedinho, com 12, 13 anos de idade, daí veio o apelido que o tornou famoso em boa parte do mundo: Garoto. Ouça-o acima. A respeito dele há um livro muito bem feito assinado pelo criador do gênero musical Jequibau, Mario Albanese.
No dia 29, algo igual poderia ter sido feito pois, nesse dia, a Igreja Católica trouxe para o seu calendário o nome do pescador Pedro, Petrus, Pedra, primeiro Papa Cristão. Pescador de primeira, irmão de André. Foi André que apresentou Pedro a Cristo e cá estamos, batendo palmas para Pedro, pedra, vida cristã.
No começo era o verbo, hoje é verba.
Não vou dizer que o Congresso seja fechado, jamais.
Por pior que seja, temos que nos encarar diante do espelho. O que está aí, democracia, fomos nós que conquistamos. A invenção vem de Petrus, da Grécia.
Demo é povo, não é diabo.
Diabo é o que em nome da democracia se inventou para nós, demo, povo.
A Constituição Brasileira em vigor, aprovada em 1988, é a melhor de todos os mundos. Tão boa, que é ruim para nós.
A Constituição Estadunidense tem, acho, 12 ou 14 artigos. E foi aprovada  pelo Congresso representante do povo Norte americano há mais de 200 anos.
A Constituição brasileira foi feita para defender a bandidagem. A bandidagem de hoje.
A Constituição Cidadã, assim chamada por Ulisses Guimarães está aquém do povo. E povo besta é o que somos.
Meu amigo, minha amiga, você chegou a ler a primeira Constituição do Brasil?
A primeira Constituição Brasileira data de 1824 e recebeu a chancela do imperador Pedro II.
A primeira Constituição Republicana data de 1891. A chancela foi do Marechal alagoano Deodoro da Fonseca, que durou, legalmente, nove meses no cargo como presidente da república.
Meus amigos, minhas amigas, a Constituição Cidadã é uma porcaria. Que o digam os ladrões pé rapados, os ladrões de galinhas, os errados de pé no chão, rachados.
O Aécio, o Eduardo não sei de quê, esses canalhas todos, incluindo o temerário Temer, cafajeste, são todos cheiros da pior espécie. E pelo andar da bicicleta sobreviverão.
Opa! levaram minha carteira!

FESTAS POPULARES

O telefone cá de casa não parou de tocar depois que, bonitão, apareci na televisão falando sobre a cultura popular brasileira no canal Futura. Foi hoje, todo mundo sabe, e se você me viu hoje, me veja também amanhã na tevê Caatinga, às 11 hs. Mas eu sei que você vai gostar. Ligue domingo às 11 hs da manhã também que eu lá estarei sorrindo prá você e falando sobre as origens das danças populares. Pelo que me disseram, ficou foi bom. O programa, Eu Sou o Forró, é apresentado pelo meu amigo sanfoneiro Targino Gondin. Cabra bom da gota serena!


BRINCANDO COM A HISTÓRIA (33)

O cartunista Fausto, o Faustinho, de Reginópolis, SP, é um gênio. Todo mundo sabe disso, não é mesmo? A sacada que ele teve ao por ao mundo da inteligência e da sensibilidade as tirinhas que contam a história da história é algo realmente absolutamente fantástico. Tirar os homens da caverna, que somos nós, e dar vida a eles nos tempos atuais é coisa que só faz quem pensa além do tempo. O Fausto é foda!



terça-feira, 27 de junho de 2017

VIVA O OITENTÃO BOLDRIN!

O paulista Rolando Boldrin já está habitando a casa dos oitenta. Festas e palmas para ele, merecidamente.
Ontem o programa Roda viva trouxe às falas o SR. Brasil. Uma boa bancada cuidou de fazê-lo lembrar causos e passagens curiosas e engraçadas da sua vida.
Boldrin é o cara.
Conheci Boldrin no tempo em que eu era repórter da Folha. O meu primeiro encontro com ele foi no Teatro Nídia Lícia, ali pelos lados do bairro da Liberdade, onde ele gravava o programa Som Brasil, da tevê Globo. Foi ali que conheci também o embolador de coco Chico Antônio, personagem do paulista Mário de Andrade no Livro O Turista Aprendiz.
No começo dos anos de 1990, eu e Boldrin fomos convidados pela extinta gravadora Continental para cuidarmos de uma coleção de artistas caipiras. Essa coleção, Som da Terra, saiu em 1994, acho, com 25 ou 26 discos nos formatos de LP e cedê e também em gravação prá fita cassete. O primeiro da série foi Cornélio Pires e o último, Boldrin. Eu terminei fazendo sozinho essa coleção, sozinho aspas, ninguém faz nada sozinho, mas o Boldrin me deixou na mão. Mas compreensivelmente, porque ele sempre foi um cara corrido, ocupado e pendente para o "não". No cotidiano, rotineiramente, ele diz mais "não" do que "sim". É seu jeitão. Aliás, o cedê que encerra a coleção ele o comprou em Nova York. Foi o que me disse, pelo menos.
No tempo em que eu apresentava o programa São Paulo Capital Nordeste, na rádio capital AM 1040, eu o convidei várias vezes para uma prosa no ar, ao vivo, e ele sempre dizendo "não". Dizendo não, porque etc. Até que um dia, uma noite melhor dizendo, ele chegou de repente e emburacou no estúdio de onde eu transmitia o programa. Foi um papo arretado, com ele e Théo Azevedo e uma dezena ou mais de artistas presentes. E ele com uma garrafa de vinho debaixo do braço, que cuidou de tomá-la inteira, sozinho, no decorrer do programa. e eu querendo dar uma bicadinha e ele "não".
O compadre Boldrin é assim mesmo, bom de papo, bom de prosa, bom de vida e sem frescuras, simples como botar cana num copo e beber.
Como se não bastassem o seu talento e maneira simples de ser, Boldrin ainda tem preocupação pela cultura musical brasileira. Ele é fonte de pesquisa e como tal também pesquisa. Uma vez Boldrin me surpreendeu quando disse que tinha uma música inédita de Noel Rosa. Fiquei curioso e ele cantarolou dizendo como ouvira pela primeira vez essa inédita do cantor e compositor da Vila. Já falei a respeito e procure nesse blog, numa postagem de um ano que não me lembro, que acharão.
Eu ri muito ouvindo Boldrin falando da sua vida ontem, na tevê cultura. Pena que não posso mais vê-lo.


JULIO MEDAGLIA

Enquanto dito estas linhas à amiga Cris Alves, ouço na rádio Cultura FM o programa Fim de Tarde, do querido maestro Julio Medaglia. Ele está apresentando belíssimos duetos extraídos de trilhas de filmes como West Side History e óperas como O Elixir do Amor, de Donizetti. Como se vê, ainda há boas coisas para ouvir. 


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