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sexta-feira, 7 de abril de 2017

TÉO AZEVEDO NA PRAÇA BENEDITO CALIXTO AMANHÃ

No meado de outubro de 1717, três pescadores foram pescar em Canoas no Rio Paraíba. Lá para os lados de Pindamonhangaba, interior paulista. Tentavam pescar, mas os peixes fugiam deles. Muitas horas depois, quase já desistindo, atiraram as redes nas águas. Um deles, surpreso, ao recolher sua rede de pesca, encontrou uma pequena imagem da Santa Maria, mãe de Deus. Estava sem a cabeça. Ao de novo jogar a rede nas águas, a cabeça da santa foi pescada. E logo as três canoas se encheram de peixes. E felizes voltaram os pescadores as suas moradias.
Não demorou muito tempo e a história dos pescadores e da santa se espalhou rapidamente por todo canto. E depois da construção da primeira capela em homenagem à Santa, foi erguida a Basílica de Aparecida do Norte. Do Norte?
A cidade onde até hoje se acha a imagem de Santa Aparecida do Norte está localizada à sudeste do Estado de São paulo. E para lá, todos os anos segue uma multidão calculada em 3 milohões de pessoas.
Incrível, não é?
Nossa Senhora Aparecida é a padroeira do Brasil, todo mundo sabe disso. O que pouca gente talvez saiba é que esse título foi dado pelo Imperador Dom Pedro I. Dom Pedro abdicou do trono no dia 7 de abril de 1831 em benefício do filho Pedro II. pedro I morreu em 1834 e no ano seguinte cuidava do Brasil, no seu lugar e no lugar do filho, que tinha cinco anos de idade, o padre Diogo Antonio Feijó. Problemas enormes como os que hoje enfrentamos vivia o Brasil àquela época. E o Padre Feijó renunciou, mas essa é outra história.
Amanhã dia8, às 14 horas, o Cantador de Alto Belo, Téo Azevedo, lançará o Folheto de Cordel A História de Nossa Senhora Aparecida, 300 Anos de Fé e Milagres, 1717, e a versão em cedê do LP Grito Selvagem, no espaço Plínio Marcos da Praça Benedito Calixto. Vamos lá?
Há muitas músicas em louvor à Santa Aparecida, como esta de Luiz Gonzaga, ouça:

quinta-feira, 6 de abril de 2017

TÉO AZEVEDO E O SAMBA ROCK

O Brasil é rico em todos os sentidos, inclusive no campo da música.
Em 1902 o baiano de Santo Amaro de Purificação, Manuel Pedro dos Santos, profissionalmente chamado Bahiano, gravou a primeira música da discografia brasileira: Isto É Bom, de outro baiano batizado como Xisto Bahia. Quer dizer, o primeiro compositor gravado em disco foi Xisto e o primeiro cantor foi Bahiano e a gravadora Casa Edison, que viraria Odeon.
Em 1916, no final desse ano, o mesmo Bahiano gravaria o que se convencionou chamar de "o primeiro samba". Título: Pelo Telefone.
A música brasileira desde sempre tem sido composta em dezenas e dezenas de ritmos e gêneros que se multiplicaram e se multiplicam, como o próprio samba: samba choro, samba canção, samba isso e aquilo.
Em 1956 o carioca Djalma de Andrade, que entrou para a história com o pseudônimo de Bola Sete, compôs Baccará, um subgênero do samba. Híbrido de samba e rock. Baccará, samba rock, foi gravado pelo próprio autor no dia 12 de abril de 1957. O disco, de 78 Rpm, foi gravado no estúdio da Odeon e pela Odeon lançado ao mercado. Quer dizer: Bola Sete foi o primeiro artista a compor e a gravar um samba rock, aliás, antes dele, a expressão também não existia. Em 1958, ele voltaria ao subgênero lançando Eu vou de Samba Rock, ouça:
O tempo passou e outros artistas chegaram seguindo a linha do Bola.
Um desses artistas foi o baiano Gordurinha que, em parceria com Almira Castilho compôs Chiclete com Banana, lançado em disco de 78 Rpm, pelo rei do ritmo Jackson do Pandeiro (1919-1982), pela extinta Colúmbia em Novembro de 1959.
No começo dos anos de 1960, o também carioca Jorge Ben abraçou o subgênero criado por Bola Sete e foi se fazendo conhecido no campo da música. Mas, prá valer, o primeiro artista a gravar um LP inteiro com músicas que enquadramos no gênero samba rock foi o mineiro de Alto Belo Téo Azevedo. Esse disco, com 12 faixas, foi produzido, gravado e  lançado de modo independente em 1974, mas não fez o barulho merecido. Título do LP: Grito Selvagem, com o maestro Salinas fazendo o que tinha de fazer sob a orientação do autor. Esse LP tornou-se uma raridade entre os colecionadores. É raro como o primeiro LP de Roberto Carlos e o LP, duplo, de Zé Ramalho e Lula Côrtes. Cada um desses três discos custa os olhos da cara.
Bola Sete nasceu em 1923 e morreu em 1987, portanto há 30 anos. Ele viveu durante muitos anos nos Estados Unidos, onde morreu, e lá desenvolveu a sua arte que o mundo todo conhece, menos o Brasil, o que não é de se estranhar. Bola tocou com todos os grandes artistas americanos e de outros países. O mexicano Santana o comparava a Jimmy Hendrix.
A versão em cedê do LP Grito Selvagem será lançada no próximo sábado às 14 horas no Espaço Plínio Marcos da Praça Benedito Calixto.
Téo Azevedo é um gênio da raça!

quarta-feira, 5 de abril de 2017

QUANDO TEREMOS UM BRASIL DE CIDADÃOS


Eu já disse algumas vezes que o Brasil precisa ser descoberto por brasileiros.
Houve um tempo, não muito distante, em que o Instituto Memória Brasil patrocinava encontros com poetas, romancistas, compositores, cantores, teatrólogos, atores, atrizes e mais e mais gente de todos os campos da convivência humana e social.
Esses encontros no IMB ocorriam invariavelmente às terças-feiras.
Desses encontros participaram Théo de Barros, Geraldo Vandré, Célia & Celma, Tinhorão, Papete, Luiz Wilson, Sebastião Marinho, Heleno Barros, Marco Haurélio, Jorge Mello, José Cortez e centenas de outros nomes importantes para as artes brasileiras.
Não faz tempo isso. Só uns três anos, que foi quando parei de enxergar a vida com os olhos.
Hoje, derrepentemente invadiram o IMB Téo Azevedo, Rômulo Nóbrega (biógrafo de Rosil Cavalcanti), Vael (da dupla com Valdo) e a francesinha Solenne Derigond, que está no Brasil desenvolvendo um trabalho para a Universidade de Rennes 2, sobre literatura de Cordel.
Um belo encontro esse o de hoje. Tim, Tim. Registro acima.

MACHISMO?

Se as pessoas todas lessem e lessem a Constituição Brasileira em vigor não precisavam deflagrar movimentos contra o machismo etc. Você sabe, meu amigo, minha amiga, o que é machismo? Será que machismo tem a ver com prepotência, com burrice, ignorância? Será que machismo tem a ver com feminismo, tem a ver com sexismo e babaquices em geral que maltratam, que humilham e até matam?
Pois bem, esse ator aí, José Mayer, é dono de uma ignorância que, arrisco, intransferível. A constituição, nossa constituição, reza já no seu 5º Artigo que somos todos iguais, independentemente de cor e religião. pois é, que o Brasil fique mais bonito com pessoas se respeitando mutuamente e, aqui, falo de cidadãos. O Brasil precisa de educação e cultura, e de respeito ao próximo. A mulher é quem nos dá vida. Sem mulher não há homem. Difícil entender isso?


terça-feira, 4 de abril de 2017

O SÃO FRANCISCO SERÁ UM ARAL ?

Eu sempre fui contra essa história de desvio das águas do Velho Chico.  Lá trás, Pedro II prometeu mundos e fundos para mudar a vida dos nordestinos que sofriam pela falta d'água;  que sofriam as agruras da seca;  seca que matava gente e bicho e que continua matando gente e bicho muito mais de 100 anos depois.  E que não nos esqueçamos:  o Pedro filho do Pedro I prometeu vender a última pérola da Coroa para findar em definitivo a dor do povo vitimado pela seca, no Nordeste.
Quer dizer: a putaria política que vivemos home é tão grande quanto a putaria que se vivia ontem, no tempo de D. João VI, D.Pedro I e D. Pedro II, passando por Deodoro, Peixoto e vai, vai, vai até chegar no Getúlio e vai, vai, vai,  Collor, etc., e chegamos onde chegamos.
D. Pedro II foi o primeiro a aventar a possibilidade de desvias as águas do São Francisco para o Ceará e outras regiões do Nordeste. Chegou até a pedir um estudo nesse sentido.  Que não chegou a nada.

O Lula está reinvidicando a paternidade da sangria primeira do São Francisco. O Temer, também.
No final dos anos 20, Lenin teve a ideia de mudar o rumo de dois rios que enchiam d'água o chamado Mar de Aral.  Esse Mar localizava-se ali pelas beiradas do fim do mundo, como sabemos.  Quer dizer, mais ou menos... Cazaquistão, por ali.
O Aral foi resultado de milhares de lagos.  No total, o Aral chegou a ocupar uma área que se aproximou a 70 mil quilômetros quadrados.  Algo parecido à junção dos territótios de Alagoas e Rio de Janeiro.
O desvio das águas dos rios que ajudavam a encher o Aral teve por objetivo irrigar áreas para plantação de algodão.  Ora vejam!  Em resumo:  o Aral é uma grande tragédia ambiental em termos universais.
Meu amigo Fausto, cartunista de grandes reflexos, outro dia me disse que o mar de Alagoas está invadindo o mar doce do São Francisco.  Isso é tragédia!
O desvio das águas do Mar Aral começou com Lenin e terminou com  Gorbachov.
Essa é uma tragédia pouco conhecida, pois começou no tempo em que o Comunismo era uma ideia que assustava o mundo, que ameaçava o mundo...
Digo tudo isso por uma razão que, pessoalmente, me assusta: o rio São Francisco, nosso Velho Chico, pode secar.  Aliás, já está secando...
Choro pelo Velho Chico.

segunda-feira, 3 de abril de 2017

64, AI-5 e o Almirante Negro

No último textos publicados neste espaço andei falando algo sobre o romance "Os tambores silenciosos", de Josué Guimarães. Trata-se de um romance em que o personagem central é um coronel ditador, prefeito que manda e desmanda na cidade fictícia Lagoa Branca.O cabra tem por denominação João Cândido.
O amigo José Cortez leu o texto, achou bom e ficou com a pulga na orelha. A dúvida que a pulga lhe pôs tinha relação com o nome do personagem criado por Josué. Vamos lá: o João Cândido de "Os tambores silenciosos" não é o mesmo João Cândido que liderou a Revolta da Chibata no Rio de Janeiro, em 1910.
O João de Josué nasceu em 1979 e o João da Revolta, que entrou para a história como o Almirante Negro, nasceu em 1893.
O valente João Cândido é um personagem histórico da vida brasileira, especialmente da nossa briosa Marinha. Ele comandou seus companheiros na Revolta que tinha por objetivo dar fim aos maus tratos sofridos pelos marinheiros do seu tempo. O pau cantou, teve mortes, etc.
O marinheiro João, e não o ditador João, participou de outros momentos importantes do nosso país. Ele esteve também na revolta de outros marinheiros em 1964. Essa revolta foi um dos estopins que os militares precisavam para atirar o Brasil na escuridão, certo?
Sei não, mas acho que o marinheiro João inspirou-se na revolta dos marinheiros russos ocorrida em junho de 1905. Lá na terra do ditador Putin, o sangue deu no meio da canela. Foi terrível! Há, o Cortez conheceu de perto o nosso Almirante Negro. Isso, em 1964, claro, claro, José Corte foi marinheiro.
Vocês viram o filme "O Encouraçado Potemkin"! Vale a pena vê-lo:

click:
 
1968
Hoje, dia 3 de abril, faz oito anos que Marcio Moreira Alves morreu. No dia 2 de setembro de 1968 ele era deputado e proferiu um dos discursos mais simples que alguém pode proferir. Estávamos na Semana da Pátria. E ele sugeriu que namoradas e esposas de soldados não comparecessem aos desfiles. Pronto, isso foi o estopim para os militares deitarem e rolar sobre a vida nacional. E foi a partir daí que os brasileiros foram "presenteados" com o Ato Institucional nº5, o famigerado AI-5. Fica a lembrança. Marcio Moreira Alves, o Marcito, nasceu no dia 14 de julho de 1936. A Revolução Francesa tem como marco o 14 de julho.

sábado, 1 de abril de 2017

"O MALUF É UM CORRUPTO DE RAIZ"





A alta corte da Venezuela voltou atrás por mando do ditador Maduro e revogou a decisão de fechar a Assembleia Nacional, lá deles. Foi hoje. Quer dizer: deputados e senadores venezuelanos continuam protestando, mas sem vez no seu país.
O Negócio lá está feio.
O povo venezuelano está comendo o pão que o Maduro amassou.
O ditador Maduro fez-me lembrar outros ditadores de nuestra América e do mundo todo.
Dezenas de países continuam sendo regidos sob a chibata ditatorial. Entre esses países o Egito, Rússia, Cuba, um monte. Uns trinta, quarenta.
A palavra ditadura tem origem na Roma antiga. Mas na Roma antiga o ditador era escolhido por quem mandava no país. E aí falamos de juízes de corte ou o equivalente. E o ditador escolhido tinha tempo para mandar e desmandar, mas não podia decretar guerra e matar seu povo como o fazem os atuais ditadores de plantão.
Na Roma antiga, os ditadores escolhidos tinham tempo de mando, no máximo, seis meses. E essas escolhas se davam em momentos muito especiais, momentos em que o país se achava em perigo de cair nas mãos inimigas.
Pois bem, o Brasil já viveu tempos ditatoriais.
Getúlio mandou e desmandou, a partir de 1930. Mais especialmente no período do Estado Novo (1937-1945).
Depois desse período veio 1964.
O Brasil viveu sob o poder militar entre 1964 e 1985.
Foram 21 anos de exceção, de pressão, de estagnação econômica. E aí foram decretados vários Atos Institucionais, o pior deles o de nº 5. Foi um período de governador biônico etc.
Hoje, num trem do Metrô, ouvi uma frase curiosa dita numa conversa entre dois senhores. Ouvi bem: O Maluf é um corrupto de raiz.
O diálogo entre os dois senhores foi um diálogo que girou em torno dos políticos que escolhemos para nos representar e eles, por sua vez, escolheram representar a si próprios. E a meleca está feita, com os ratos correndo doidamente das ratoeiras.
Maluf, diante do que fazem os políticos de hoje, chega a ser ingênuo. O corrupto de raiz  fez escola, mas foi superado por discípulos que cantam de galo no Congresso Nacional. Detalhe: se puser a fuça e os cambitos de fora do país certamente cairá nas garras da lei, porque as nossas leis, infelizmente...


A propósito, acabo de lembrar de um livro muito interessante sobre ditador e ditadura. Esse livro é um romance de um cara com quem trabalhei na Folha. Esse cara chamava-se Josué Guimarães (1921-1986). E o livro Os Tambores Silenciosos. Trata-se de uma história que tem como personagem central um homenzinho desses, sabe, que quer ter o povo sob rédeas. Esse personagem, João Cândido, proíbe na sua cidade, Lagoa Branca, a entrada e leitura de Jornais e revistas e confisca todos os aparelhos de rádio da população, um horror! Vale a pena ler, para que nunca nos esqueçamos dos malefícios que provoca um ditador.
Sobre leitura falarei mais depois.

JOÃO DORIA

Todos que me leem sabem o que penso. Moro em São Paulo desde 1976. Em 1998, recebi no título de cidadão paulistano, o que muito me honra. Sempre falei e escrevi sobre tudo ou quase tudo que me vem à telha. Sou cidadão, com direito a voto e a ser votado. Como milhões e milhões de brasileiros que acertam e erram, muitas vezes errei quando votei. Ainda aposto no Dória, porém, um detalhe: Não há almoço gratuito. Digo isso por uma razão: dezenas e dezenas de empresas e empresários têm dado de mão beijada milhões e milhões de reais que o Dória tem pedido, sei não, mas acho esquisito. no sistema capitalista ninguém dá nada de graça. Arrepio-me ao pensar o tamanho da conta que pode vir em futuro breve. Enquanto a conta não chega, é palma e louvor prá todo lado. Viva Dória? Tomara que ele cumpra com a promessa de ficar até o fim a frente da prefeitura paulistana. Mas outro dia conversando com meus botões, uma pulga pulou-me à orelha e cochichou: "O Dória é candidato à presidência da República, não pelo PSDB". A propósito, os caciques do PSDB estão mais sujos do que corda de amarrar porco.

TINHORÃO, HISTÓRIA E GENERAIS


O dia 1º de Abril de 1964 amanheceu com o santista José Ramos Tinhorão no olho da rua. À época ele era redator da tevê Excelsior, no Rio de Janeiro, Nesse dia ele foi demitido. Tinhorão contou isso ontem, aqui em casa.
Contou que subia num elevador junto com quatro homens, três com aparência de trogloditas e um com cara de compositor, que vinha a ser Miguel Gustavo, lembram?
O carioca Miguel Gustavo Werneck de Souza Martins (1922-1972), de quase tudo fez um pouco. Foi jornalista, poeta, radialista e compositor de sambas e marchinhas. Começou a carreira como discotecário e como compositor teve o primeiro sucesso lançado por Ataulfo Alves: O que é Que Eu Vou Dizer em Casa em setembro de 1947. O seu maior sucesso, porém, foi a marcha de inspiração militar Prá Frente Brasil, tema da copa de 1970. Essa música teve, digamos assim, "parceria" do General Garrastazu Médici, que deixava todo mundo amarelo de medo.

 

Tinhorão contou que aproveitara o momento no elevador para se queixar ao chefe. Disse que estava difícil continuar trabalhando, redigindo textos para o jornal da tevê porque o censor de plantão "um sujeito com jeito de gorila, grandão e chato", vetava tudo ou quase tudo que escrevia.
O detalhe nessa história é que os três caras acima referidos, no elevador, com jeito de trogloditas eram três generais. E não deu outra! E assim, o futuro historiador, foi pro olho da rua. E foi barra "porque recém casado estava esperando o choro do primeiro filho, no útero da mãe com seis meses".

NAIR DE TEFFÉ

No dia 15 de março de 1977, o repórter José Ramos Tinhorão soube que a cartunista Rian estava vivendo na periferia do Rio sozinha, melhor, com crianças e adolescentes que adotara. A entrevista foi publicada com destaque, no extinto Jornal da Tarde, de São Paulo. Rian era o pseudônimo que a viúva do Marechal Hermes da Fonseca, 5º presidente da República do Brasil, usava. Essa entrevista, feita portanto há 50 anos provocou um rebuliço geral no País. Nair de Teffé morreu pobre.

sexta-feira, 31 de março de 2017

É TUDO FELA DA PUTA

Nos últimos dias tenho dado rolês por aí, como dizem os meninos mais novos do que eu. Entre um deslocamento e outro em taxis, ouvi de um taxista a frase mais comum que rola na boca do povo: "É tudo fela da puta!".
Ao soltar essa frase, na verdade um estampido verbal, compreensivo, o cidadão estava, claramente, se referindo aos políticos e partidos políticos que grassam na cena nacional. E mais diretamente, ele se referia ao PP, Partido Popular, que pode ser obrigado a devolver aos cofres públicos a bagatela de R$ 2,3 bilhões.
Em Brasília, os caciques se movimentam com a ligeireza dos ratos. Querem fabricar e aprovar leis que os beneficiem. E o povo que se dane.
O coronel das Alagoas Renan Calheiros, 3 vezes ex-presidente do Senado, está chantageando o presidente da República em exercício, Michel Temer. Medroso, Temer destacou Eliseu Padilha e Moreira Franco, paus para toda obra, com o intuito de demover Renan da ideia de ganhar um possível Ministério que até nome já tem, Dos Portos.
Os portos brasileiros são a cobiça dos profissionais do roubo. Todo mundo sabe disso, não é mesmo?
Falta pouco para 2018 chegar.

O GOLPE MILITAR DE 1º DE ABRIL

No último post eu disse que o mês de março é um mês danado. Com outras palavras, mas eu disse. Pois bem, agora mesmo a Corte Suprema da Venezuela fechou a Assembléia Nacional deixando os deputados a ver navios, a chiar, a reclamar, sim, foi golpe. E dos grandes!
Ditadura pura o que vive  o povo venezuelano, nuestros hermanos.
De maduro o ditador venezuelano já está podre.
A liberdade mais do que conquista é o mais sagrado direito do povo.
A essa hora do dia 31 de março de 1964, o general cearense Castelo Branco já sabia do que iria ocorrer na madrugada do dia 1º de abril daquele ano. Ou seja, que seu colega General Mourão Filho deslocaria forças do Exército em direção ao Rio de Janeiro. E isso, de fato, ocorreu. E o resto é memória: o Brasil e o povo brasileiro mergulharam num tempo de exclusão da liberdade e do livre pensar por 21 anos seguidos.
O período em que os militares permaneceram no poder, entre 1964 e 1985, foi um dos períodos mais graves que o País viveu. Mesmo com eleições no decorrer desse período. Não podemos esquecer que, extintos todos os partidos, dois novos foram criados: A Arena e o MDB, situação e oposição. Isso foi permitido pelo Ato Institucional nº 2. Com o tempo a Arena acabou dando vez ao PDS e o MDB se metamorfoseando em PMDB, envolvido hoje em corrupção até o pescoço.
O ex deputado e líder de tudo Eduardo Cunha do PMDB acaba de ser premiado com 15 anos de xilindró. Outro peemedebista famoso, o ex governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, está preso em Bangú 8.
E tem outros peemedebistas aí já dançando miudinho, falando baixinho e prestes a cair nas garras da Lei.
E Pezão? E seu vice? E o presidente da Assembléia Carioca, e...?
Quase todos os partidos estão com medo da própria sombra e tapando os ouvidos para não ouvir o silvo das sirenes da polícia.
Em 1965, tínhamos dois partidos políticos: Aliança Renovadora Nacional -ARENA e Movimento Democrático Brasileiro -MDB. Hoje temos 35 partidos políticos e outros 34 à espera de aprovação por parte do Tribunal Superior Eleitoral.
Em 1830 e poucos, no Brasil também havia só dois partidos, voltarei ao assunto

HOJE 31 DE MARÇO

Depois do dia 31 de março, pelas regras do calendário Gregoriano, vem o dia 1º de abril. Esse dia é lembrado como o dia da Mentira, em quase todo o mundo. A primeira postagem deste Blog foi feita num dia como esse em 2009. Clique:





AUGUSTO DOS ANJOS

Foram descobertos por acaso, os manuscritos originais do livro Eu, do poeta simbolista paraibano Augusto dos Anjos.



quinta-feira, 30 de março de 2017

PAZ, AMOR E BRASIL


No mundo inteiro eu não sei. Eu sei que no Brasil o mês de Março é grave e tem a sua importância por ser grave. Historicamente.
No final desse mês, o Brasil estava pegando fogo.
No Rio Grande do Sul, Brizola fervia com os gaúchos.
O dia 31 de março chegava silenciosamente anunciando o dia 1º de Abril. E deu no que deu.
Mil novecentos e sessenta e quatro foi o prenúncio de 1968. Os tanques na rua, o medo tomando conta do povo.
O dia 1º de Abril é, na verdade, o começo da escuridão em que entramos nós. Mas não podemos deixar de saber: as forças militares de um país existem para defender um país. Pagamos para isso, nós contribuintes.
Militares assumindo o poder político do nosso pais, nunca mais!
Que a inteligência de nós todos nos leve à serenidade e sabedoria, para identificar o caminho da paz e do progresso.





quarta-feira, 29 de março de 2017

MACONHA TÁ NA MODA, HIPOCRISIA TAMBÉM

Eu sou de um tempo não muito distante. Eu sou dali, de 1950.
No tempo em que nasci, em que vivi e continuo vivendo, porque o tempo é o tempo...
Pois bem, Naquele tempo da metade do século passado, havia coisas interessantes, engraçadas, diferentemente do que hoje há em relação ao tempo passado.
O que eu quero dizer com isso?
A pior das mazelas d'um pai de família era ter uma filha namorando com um comunista ou um maconheiro.
Sim, era assim.
Eu ainda nem era adolescente definido, mas já era comunista aos olhos do pai de Carmelita. Carmelita foi minha primeira namorada.
Ouvi hoje a tarde o Fêagacê dizer mais uma vez que é a favor da liberação da maconha, num Congresso realizado agora há pouco em São Paulo. O Ministro Roberto Barroso, do STF, seguiu a linha do FHC.
Esses caras são uns caretas!
Eu não sei o que é maconha, não sei o que são essas coisas.
Eu gosto de cachaça e mulher... Ô coisa boa! Sou do tempo antigo...porém sou a favor da liberação de todas as drogas, eu disse, de todas as drogas! E cada qual que se cuide. E que o Estado nada tenha a ver com isso. É claro, fundamental que se desenvolva uma campanha intensa sobre os malefícios de todas as drogas.
A cocaína nos anos 20, 30, era comprada espontaneamente sem receita médica, em todas as farmácias.
Eu disse que sou a favor de todas as drogas, inclusive mulher?
Mulher é a salvação do mundo, e o resto é droga que entorpece e mata.

NÃO SE VÊ SÓ COM OS OLHOS...

Trouxeram-me hoje a informação de que a ANCINE, Agência Nacional de Cinema, deu um prazo até 2018 para que todos os cinemas do País adaptassem seus prédios para o acesso das pessoas deficientes visuais e auditivas. Bom. Demorou. Legal...
Essa história de que cego não vê é história. Porém é preciso que se dê ao cego mínimas possibilidades de que ele enxergue pelo menos as pessoas que estão à sua volta; pessoas e coisas e vida, que tem a ver com som e abraço.
Sensibilidade também tem a ver com tudo isso. Só não vê quem não quer ver.
A sociedade enxergante tem se recusado a enxergar o ser sem luz nos olhos, ou seja, o cego.
Quem é cego nessa vida, aquele que pode resolver coisas ou aquele que entende que quem pode resolver não resolve? Política pura, não é?
A ANCINE deu um prazo de dois anos para que todos os cinemas do Brasil ofereçam condições para o cego enxergar os filmes passados nas telas. E para que ao deficiente auditivo seja disponibilizada a linguagem de libras. Bom, muito bom.
Em São Paulo, Capital, há atualmente 61 bibliotecas, 39 Centros Culturais, 44 museus e pelo menos 30 teatros oferecendo condições adequadas para o cego e o surdo, para que se sintam a vontade, como cidadãos. É obrigação do Estado não esquecer da população invisível que forma a Nação. Enfim, cegos e surdos e demais pessoas com deficiências várias, nós todos, invisíveis, pagamos impostos.
Como cego, hoje, sinto-me invisível. Mas como cego estou vendo...

NOLL

Morreu hoje o gaúcho João Gilberto Noll, autor de belos livros. Bem no comecinho de 1980, Noll escreveu o romance O Cego e a Bailarina. Vale a pena ler.


terça-feira, 28 de março de 2017

MOMENTO DE EMBURRECIMENTO GERAL

A crise, melhor: as diversas crises que nós todos, brasileiros, vivemos são históricas em todos os sentidos.
Crise política, crise econômica, crise de sem vergonhice e de falta de vergonha na cara assolam o País nos últimos mais ou menos dois anos.
Milhares e milhares de empresas de todos os tamanhos têm tido suas portas cerradas e pelo menos 13.000.000 de brasileiros, trabalhadores e trabalhadoras, foram para o olho da rua; para a rua da amargura.
Entre as centenas, milhares de empresas fechadas, acham-se editoras e livrarias, de norte a sul do País.
O ministro da propaganda e loucuras de Hitler, Joseph Goebbels, está se rebolando de alegria no túmulo, certo? 
Goebbels adorava queimar livros e gente nas fogueiras da sua loucura e da loucura de Hitler.
Entre 1999 e 2014, subiu de 76,6% para 97,1% o número de bibliotecas nos municípios brasileiros. Nesse mesmo período, caiu de 35,5% para 27,4% o número de livrarias nos municípios brasileiros. Quer dizer: há mais bibliotecas nos municípios brasileiros do que livrarias. Incrível, não é?
Em nosso país, há 5.571 municípios.
Todos ou quase todos os bons leitores e intelectuais que vivem em São Paulo passaram pela livraria Cortez, para comprar e ler novidades da Cortez Editora e de outras editoras que a livraria disponibilizava a todos os públicos de todos os sexos e idades.
Eu e todo mundo compramos livros lá e nos fizemos amigos de José Xavier Cortez e da sua equipe de profissionais, hoje dispersa.
A livraria Cortez cerrou suas portas em 2016. Em 2011 lançamos nessa livraria i livro infanto-juvenil A Menina Inezita Barroso. Confira abaixo:


 

Uma livraria é um templo do saber e, como tal, jamais deveria ter suas atividades encerradas. Mas Brasil é Brasil, não é mesmo?
Ultimamente só se fala de corrupção e político safado, e não são poucos! 
As palavras educação e cultura foram violentamente separadas uma da outra...
Ontem, 27, centenas de pessoas protestaram contra a política cultural do prefeito João Dória.
Os manifestantes encerraram o ato de indignação abraçando o Teatro Municipal, onde o prefeito deblaterava sobre não sei o quê.
E sabem o que eu acho do momento em que vivemos?
Vivemos um momento de hipocrisia e de emburrecimento geral e as vítimas dessa "política" não são poucas, somos todos nós. Pois é, e como esquecer o paulista Monteiro Lobato, Lobato, o grande Monteiro Lobato, cunhou uma frase que diz tudo: "quem lê mais, sabe mais".

segunda-feira, 27 de março de 2017

CEGOS, ESSES SERES INVISÍVEIS

A cada cinco segundos, uma pessoa fica cega no mundo.Cego, aspas.
Vamos melhorar: a cada cinco segundos uma pessoa sofre um problema qualquer e perde a visão.
Não. Dá prá melhorar: a cada cinco segundos, uma pessoa perde a luz dos olhos.
Pois bem, segundo dados da ONU, Organização das Nações Unidas, existem seiscentos e não sei quantos milhões de pessoas que vêm o mundo com os olhos dos outros, se é que me entendem.

Em todo o mundo há milhões de pessoas chamadas de "deficientes visuais". Quer dizer, milhões e milhões, verdadeiras multidões que se locomovem, que se movem, que se movimentam, se esgueiram quase, de modo invisível.
Essa é a realidade.
Somente na cidade de São paulo há mais de 50.000 pessoas sem luz nos olhos, enfrentando calçadas esburacadas e a discriminação dos enxergantes, isto é, pessoas que tem olhos com luz e não vêm.
Há pouco fiquei sabendo da morte de Maria das Neves Barbosa, uma paraibana de Campina Grande.
Maria das Neves partiu sábado para a eternidade, depois de uns dias internada num hospital. Ela integrava um trio de artistas do povo: Maroca, Poroca e Indaiá.
Maroca foi-se embora. Viva Maroca!


Eu conheci Maroca e suas irmãs há um ano e pouco, quando fui fazer palestra na Universidade Estadual da Paraíba, em Campina. Quem me levou a sua casa foi o amigo Chico Pereira. Na ocasião, restou um registro. Clique:


Saí da casa das três, com um presente: a história delas contada no documentário A Pessoa É Para o Que Nasc.


domingo, 26 de março de 2017

OUTONO, CAJÚ E ÁGUA DE COCO

Este primeiro domingo de outono trouxe-me um vento macio acarinhando-me o corpo. Agradeci a Deus por ter nascido e ter à minha volta pessoas maravilhosas que sempre estiveram e estão comigo nos momentos mais delicados...
O dia continua lindo.
Meus pensamentos transportam-me a tempos de ontem.
Vejo-me brincando nas areias da praia de Cabo Branco, ali pegadinho a Tambáu.
Vejo-me também, já crescidinho, trepado nos cajueiros e chupando caju.
Bons tempos aqueles!
Lembro-me também das férias passadas em Alagoinha Serra de Boi, no brejo paraibano. Lá eu andava de Jerico e de cavalo de pau, correndo atrás de bandidos furiosos, doido para pegá-los e levá-los à cadeia, como fazia Zorro.
Bom também era quando eu saia com os primos Dio e Dadá prá pegar manga e coco no pé. Era perigoso, claro, mas o perigo é o combustível dos aventureiros, e éramos naquele tempo, todos aventureiros, Parecia que não tínhamos medo de nada. Nem de caixas de marimbondo. Tampouco de chifre de bode e de marrada de garrote.
Este dia outonal trouxe-me também a amiga Cris Alves com cocos na mão.
Tem coisa melhor no mundo do que beber água de coco de manhã num domingo de outono? E ainda por cima, com colheres comemos a laminha dos cocos. Ô coisa boa!
E como se não bastasse, na vitrola rodava um disco do filósofo, cantor e compositor Alcântara das Luzes. Ele é da terra de Juvenal Galeno (1836 - 1931), autor do clássico romântico Cajueiro Pequenino. A propósito, clique acima e curta DiMattos da Rabeca interpretando essa obra prima.
O disco é de fins do século passado e eu o trouxe de Fortaleza, cidade do Alcântara.
Esse é o segundo ou terceiro disco do Alcântara. Não sei bem. Começa com o Rap dos Anjos, cuja letra é o resultado de uma adaptação de poemas do mais importante poeta simbolista do Brasil, o paraibano Augusto dos Anjos (1884 - 1914).
Alcântara das Luzes é, sem dúvida, um dos mais importantes artistas brasileiros. Creio até que já passou da hora de os brasileiros, todos, conhecerem-no. Uma amostra:




NA GALHA DO CAJUEIRO

Cajú, cajueiro, coco e coqueiro e outras frutas são, há muito, temas da nossa música popular. Acima eu trouxe lembranças de um passado distante em que se acham caju e coqueiros. Entre os autores, lembrei Juvenal Galeno, mas há outro, muitos outros poetas romancistas e cantores. Como esquecer Wilson Simonal, de corpo desaparecido no dia 25 de Junho de 2.000. A sua voz, porém continua viva, ouça:



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