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segunda-feira, 18 de março de 2024

LOBATO RACISTA?

La-men-tá-vel o que algumas pessoas têm dito a respeito de Monteiro Lobato e a sua importante obra literária, toda basicamente escrita e direcionada a todos os públicos.
Dizem-me que há poucos dias houve um debate sobre Lobato, cujo o acervo se acha há uns 20 anos no Centro de Documentação Cultural Alexandre Eulalia.
O debate foi promovido pelo IEL, Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp.
Não é de hoje que Lobato provoca polêmica por causa da obra que criou a partir da primeira década do século 20.
Seu primeiro livro foi lançado em 1914, depois de publicar textos no centenário jornal O Estado de S.Paulo.
O que se diz é que Monteiro Lobato foi um cidadão/escritor racista.
Nunca vi racismo na obra lobatiana. O que há nela é um registro de época. Pura e simplesmente, posto no papel na forma de histórias incluindo figuras do Folclore brasileiro.
O resto é balela de quem não leu, ou se leu não entendeu, a obra desse grande autor brasileiro de Taubaté.

domingo, 17 de março de 2024

LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (82)

Ovídio
Vênus é a versão romana da mitológica deusa grega Afrodite, uma das inúmeras filhas do todo poderoso Zeus que pintava e bordava como soberano sem concorrente no Olimpo.
Zeus, não custa lembrar, era casado com a vingativa protetora das mulheres grávidas Hera. Ciumenta lá com suas razões, pois o maridão não era brinquedo. Com ela teve meia dúzia de bruguelos importantes e com outras muitos outros, que se tornaram famosos como Hércules, que Hera tentou matar de todas as maneiras.
Hércules foi fruto da união de Zeus com Alcmena, a mulher de Anfitrião, rei de Tirinto.
Entre os filhos de Zeus, fora Hércules, estão Afrodite, Ares, Hefesto, as nove musas do Olimpo e Apolo, irmão gêmeo de Ártemis…
À propósito, Apolo era doido pelo amor do mortal espartano Jacinto, que era também disputado pelo deus Zéfiro, mal casado com a deusa Íris.
Íris é personagem de Ilíada.
Cupido, filho de Vênus, mete flecha no coração de tudo quanto é ninfa habitante da ilha dos amores constante em Os Lusíadas.
Antes de Camões, Ovídio andou falando de amor. Mais do que isso: definiu e ensinou a quem quisesse aprender a arte de amar.
Virgílio

A Arte de Amar é uma obra curiosa e atual, distribuída em três pequenos volumes.
No 1° volume, diz Ovídio:
É justo o que peço: que a moça que ainda há pouco me cativou ou tenha amor por mim ou faça com que tenha eu amor por ela.
Ah, foi demasiado o meu desejo! Que apenas consinta em ser amada, e já Citereia terá ouvido todas as minhas súplicas.
No 2° volume, o poeta nos dá uma aula sobre a Beleza:
Longe de nós todos os meios proibidos. Para ser amado, seja amável, pois não é suficiente a beleza dos traços ou do corpo. Assim mesmo você será, Nireu, amado pelo velho Homero, ou Hilas, de delicada beleza, que as Náiades raptaram por um crime. Se você quer conservar sua amiga e não ter nunca a surpresa de ser abandonado por ela, una os dons do espírito às vantagens do corpo…
E lá pras tantas, já no 3° volume, quase no final, ele destaca:
Onde me deixei levar, insensato que sou? Por que ir ao encontro do inimigo com o peito aberto? Por que me denunciar? O pássaro não ensina ao passarinheiro os meios de prendê-lo; a corça não ensina a correr os cães que se lançam contra ela. Que importa meu interesse? Prosseguirei lealmente em minha empreitada e darei às mulheres de Lemnos as armas para me matar.
Façam de conta (e é fácil) e nós nos sentiremos amados: a paixão se convence facilmente do que ela deseja. A mulher só precisa lançar sobre seu amigo um olhar mais amoroso, suspirar profundamente, perguntar por que ele vem tão tarde. Acrescente lágrimas, a cólera de um fingido ciúme, e arranhe-lhe o rosto com suas unhas. Ele ficará logo persuadido; será o primeiro a se comover; ele dirá: “Ela me ama loucamente”, principalmente se ele for elegante e se admirar no espelho, se acreditará capaz de alcançar o coração de uma deusa. Mas, em todo caso, não se deixe aborrecer demais por uma ofensa, e não perca a cabeça ao saber que tem uma rival!
Antes de Ovídio, e ainda na Antiguidade, Virgílio, no seu clássico Eneida, não deixa de falar de amor. Diz:
Homero
Porém Apolo de Grínia ordenou-me há pouquinho buscarmos a Grande Itália, essa Itália que os vates da Lícia apontaram. Ali, o amor; ali, a pátria.
E antes de Virgílio, Homero no seu Ilíada põe sereias à disposição do herói Ulisses, cuja mulher Penélope o aguarda de volta pacientemente. Fora lutar em Tróia onde uma guerra estourara depois que a rainha grega Helena, mulher de Menelau, rei de Esparta e irmão mais novo de Agamémnon, foi raptada pelo príncipe guerreiro troiano Páris. Foi quando o tempo fechou com raios e trovões pondo em rebuliço o mar que de repente encheu-se de sangue.

Foto e reproduções de Flor Maria e Anna da Hora

sábado, 16 de março de 2024

LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (81)

Camões
O tesão, como se diz hoje, é fogo que arde nas entranhas e vem à tona na forma de faísca nos olhos e fogo no corpo.
O inspirado português Luiz Vaz de Camões (1524-1580), vai mais longe:

Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor


Na sua obra-prima, Os Lusíadas, o autor fala de amor, sexo e sensualidade entre marujos e sereias
encantadas habitantes de uma certa ilha criada pela deusa Vênus. Essa referência está no Canto IX. Eu recriei:

Há na Ilha dos Amores
Mitos e lendas no ar
E figuras encantadas
Dançando à luz do luar
Enquanto o vento canta
Antigas cantigas do mar

Desde sempre se sabe
Que na vida é bom sonhar
Na Ilha dos Amores
Não é pecado pecar
Pecado é não ouvir
Os cantos que vêm do mar

Essa ilha foi o lugar que a deusa Vênus arrumou para alegrar o corpo e a alma dos marujos que se aventuraram mar adentro acompanhados de Vasco da Gama até o desconhecido país Índia, na Ásia.

sexta-feira, 15 de março de 2024

DEU SONO ZZZZZ

Hoje já não é como ontem. Exemplo: houve um tempo que eu acordava no melhor do sono. Às vezes, pesadelo. 
Quando eu acordava sobressaltado ao escapar de uma geleira, por exemplo, eu gritava e pulava da cama num piscar d'olhos.
Às vezes eu caía na besteira de dizer isso a um filho, uma filha, de quem ouvia sarcasticamente a perguntinha irritante: pai, você perdeu o sono e o reencontrou depois?
Mais ou menos isso.
Confesso que sempre dormi pouco: cinco ou seis horas, no máximo. 
Pois, pois, desde sempre. Até hoje. Não durmo de dia e não sofro indisposição. 
Alguém, e mais de uma pessoa, já me disse que o nosso corpo carece de pelo menos oito horas de sono.
Faz sentido. 
O dia tem 24 horas, dividido por 3... Olha aí: sobram 16 horas pra trabalhar e gandaiá no circo da vida.
Bom, tenho mais de 16 horas diárias pra não fazer nada. Só um textinho aqui, outro ali; um poeminha e coisa e tal. O tempo sobrante é todo disponibilizado ao corpo e alma do meu amor: Flor Maria. 
Meu amigo, minha amiga, você sabia que hoje é o Dia Mundial do Sono? ZZzzzz

quinta-feira, 14 de março de 2024

HOJE É DIA DA MATEMÁTICA

Olha aqui, conte comigo: um, dois, três... oito,  nove... catorze!
Pois bem, 14 de março, é o Dia Internacional da Matemática. 
Pois bem, existe também o Dia Nacional da Matemática: 6 de maio.
O 6 de maio foi o dia que nasceu o carioca Júlio César de Mello e Souza tornado famoso através do pseudônimo Malba Tahan. Seu livro mais conhecido é O Homem Que Calculava.
Júlio César foi professor de Ciências, Geografia e Matemática, claro.
Entre romances e livros referentes à principal matéria que ministrou somam-se mais de 110 títulos. 
Malba Tahan era craque dos craques em História, inclusive.
Também era um exímio contador de histórias. Chegou a adaptar até o clássico As Mil e Uma 
Noites para crianças e adolescentes, principalmente. 
Eu não conheci Júlio César de Melo e Souza, mas até hoje admiro profundamente sua obra. Morreu no dia 18 de junho de 1974, em Recife, PE. Guardo comigo vários livros de sua autoria. 

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