Como o rei do baião Luiz Gonzaga, a rainha Carmélia Alves partiu vítima de falência múltipla dos órgãos.
Gonzaga na manhã de 2 de agosto de 1989 no Hospital Santa Joana, na capital pernambucana; Carmélia na noite de ontem, no Hospital Geral de Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro, onde se achava internada há dias, em coma.
Carmelia foi uma das mais importantes cantoras brasileiras, surgida no começo dos anos 1950.
Ela cantava de tudo, desde frevo a samba.
Mas foi o baião que a consagrou nacional e internacionalmente e fez o pernambucano Luiz Gonzaga coroá-la rainha, simbolicamente.
Na visão de Gonzaga, no mundo do baião havia uma espécie de dinastia: ele o rei, ela (Carmélia) a rainha, o príncipe Luiz Vieira, a princesa Claudette Soares e ate um barão, Jair Alves.
O baião é um tipo de canto e dança patenteado por Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, que era cearense de Iguatu.
O gênero foi gravado pela primeira vez em disco (de 78 RPM) pelo conjunto musical Quatro Ases e 1 Coringa e lançado pela multinacional Odeon no dia 22 de maio de 1946.
Em outubro de 2006, realizamos um espetáculo em duas noites seguidas para mostrar o que é baião.
Foi numa das unidades do Sesc em Sao Paulo, o de Pinheiros, que isso ocorreu.
Desse espetáculo participaram a própria Carmélia, mais Anastácia, Socorro Lira, Cezar do Acordeon, Dominguinhos, Caju & Castanha, Oliveira de Panelas e Gereba, acompanhado de uma camerata na qual se incluía Ricardo Valverde.
Antes, no dia 13 de dezembro de 2005, realizamos, com a presença da mesma Carmélia, um espetáculo no espaço cultural Brincante, de Antônio Nobrega, para comemorar oficialmente o primeiro Dia Nacional do Forró aprovado no Congresso e chancelado pelo então presidente da Republica, Lula.
Desse espetáculo chamado Roda Gonzagueana - que tive o prazer de apresentar - também participaram o Trio Virgulino, Oswaldinho do Acordeon (no video abaixo, clique), Bombarda, o clarinetista Pitoco e o cantador de viola Teo Azevedo, entre outros.
Viva Carmelia!
Viva Carmelia!
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