Não é de hoje a
polêmica que gira em torno do abate de jumentos no Nordeste, ora para consumo
humano, ora para outros fins. Na China, por exemplo, são abatidos anualmente
quase dois milhões desses animais, maior parte transformada em matéria-prima
para a indústria de cosméticos.
Eu ainda era menino
quando já ouvia a conversa de que charque era carne de cavalo oiu de jumento
feita para substituir a carne de anta que ia às mesas.
Ali pelos anos de
1950, a anta era animal em extinção.
Uma década depois, o
número de jumentos, jegues ou asnos era de cerca de três milhões no território
nacional; mais ou menos 90% no Nordeste.
Os jegues, que medem
mais ou menos 1,5m e pesam entre 350k a 400k estão ao lado do homem desde as
primeiras civilizações, sempre trabalhando.
O seu habitat é a
zona rural.
Dócil, forte e
resistente a quase todas as intempéries, esse animal parte para a extinção,
como a anta.
Uma pena que hoje em
dia seja tão facilmente descartável.
Integrado entre nós
desde os primórdios, o jegue se acha na literatura de cordel, nos livros http://globotv.globo.com/rede-globo/bom-dia-pe/v/ariano-suassuna-prepara-lancamento-de-novo-livro-o-jumento-sedutor/3228344/,
no cinema e no teatro, mas em quantidade cada vez mais diminuindo no sertão
brasileiro.
O seu destino é
quase certo: a quentura das panelas, pois está se aventando a possibilidade de
ser servido em pratos para presidiários e estudantes do Rio Grande do Norte,
onde acaba de ser construído um moderno matadouro para por fim a vida desses animais,
e tudo naturalmente fiscalizado bem direitinho pela Vigilância Sanitária
daquele Estado.
Há coisa de ano e
pouco, Brigitte Bardot enviou uma carta à presidente Dilma Rousseff rogando que
tomasse providências para impedir esse “genocídio contra os jegues”.
Não consta que Dilma
tenha se manifestado a respeito do apelo da atriz.
Ontem à noite, no
Jornal da Cultura, eu falei um pouco sobre a presença do jegue na cultura
brasileira.
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Amanhã eu e
Alessandro Azevedo – que consigo levará o palhaço Charles – estaremos divertindo
e nos divertindo no Parque da Luz e também na área externa do parque
apresentando as atrações musicais programadas para a festa de São João em São
Paulo. O evento, que ano passado ocorreu no Vale do Anhangabau com Zé Ramalho (acima) e ouros artistas, prosseguirá no domingo. Vai ter um monte de
barraquinhas com bebidas e comidas típicas. Cordelistas também vão estar
presentes com seus folhetos
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